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História Sharks And Serpents - Explanações e Cobranças


Escrita por: LadyFear

Notas do Autor


Olha nóis aqui ashuahsuahsu' Tô caindo de sono, literalmente chega a cabeça tá doendo xD
Mas claro que não podendo faltar o capítulo da madrugada, cá estamos nós!
Espero que gostem!
E o que vocês acham de umas aprontas em Hogsmeade no ponto de vista do Avery?
ashuahsuahush pensando aqui xD
~ Sectumsempra!

Capítulo 19 - Explanações e Cobranças


Fanfic / Fanfiction Sharks And Serpents - Explanações e Cobranças

Mihaela P.O.V

- E então? O que quer saber, Snape? – Perguntei respirando fundo me soltando da sua mão estranhamente quente e voltando a me sentar no sofá. Puxei o livro que estava tentando inutilmente ler da mesa de centro. Narcisa havia me feito parar depois de soltar meu cabelo sem aviso. Alcancei por alguns segundo o laço de veludo atrás da minha cabeça. Agradecia a boa vontade dela em escovar meu cabelo e arrumá-lo, mas não gostava de deixa-lo solto. Tinha sempre que o deixar por cima de mim graças ao comprimento se não quisesse sentar em cima dele. Reabri na página que havia parado e continuei lendo.

Vi Snape respirar fundo e sentar-se ao meu lado. Não entendia por que de fato estava tão irritado daquele modo, mas supunha que a ida dele com a Evans a biblioteca não tivesse sido tão produtiva assim. Suas mãos só ficavam sujas de tinta quando por alguma razão estava discutindo ao invés de escrevendo. O encontro com Potter também não deve ter sido dos melhores. Sereia. Tsc. Alguém deveria ensiná-lo a não dizer coisas que não eram da sua conta. Entretanto ainda não via razão razoável para ele estar daquele jeito. No entanto antes que eu pudesse terminar de ler a folha na qual havia marcado ou pensar em algo plausível que explicasse aquele vinco em sua testa, o livro foi puxado das minhas mãos enquanto uma das almofadas era jogada em meu colo. Snape imitou a mesma coisa que Avery havia feito comigo, deitando a cabeça em meu colo e segurando o livro contra o peito. Ele não iria me devolver nem tão cedo.

- Vamos conversar. – Murmurou irritadiço franzindo a testa.

- Tudo bem. – Respondi amena.

- Por que o Potter anda dizendo essas coisas? E o que você faz saindo de madrugada? Tem alguma relação com o Lago Negro? E...

- Uma coisa de cada vez. – Dei duas batidas com o indicador nos lábios dele. Ele respirou um pouco mais fundo e esperou que eu começasse a responder o que havia perguntado cravando aqueles olhos escuros em mim. – Isso pode ser facilmente explicado. Saio as madrugadas para ir nadar no Lago Negro sim. Ponto. Independente das proibições de Dumbledore eu necessito fazer isso para pensar direito. Funciona como uma distração por assim dizer. – Não iria contar a ele o que eu era, pelo menos não naquele momento. – Em uma das idas, o Potter me esperou sair do Lago e por isso anda me chamando de Sereia. Apelido esse que não estava sabendo aliás, mas tudo bem. – Dei de ombros.

- Então quer dizer que ele viu você... – Sua testa franziu ainda mais.

- Ele só viu roupas molhadas, Snape. Uso o feitiço de Desilusão sempre.

O vinco em sua testa diminuiu um pouco.

- Desde quando o Avery faz isso? – Perguntou apontando para a almofada referindo-se ao que ele estava fazendo naquele momento.

- Desde quando você faz isso. É a primeira vez que vejo duas pessoas procurarem deitar no meu colo. – O que era verdade. Em Durmstrang ninguém faria isso em momento algum na vida, por mais que a pessoa fosse alguém de que se gostasse muito. Mantínhamos a distância correta das pessoas, em Hogwarts isso não existia. Não estava acostumada a esse tipo de relação com os outros.

- Primeira? – O vinco voltou a ficar mais fundo enquanto seu rosto adquiria uma coloração avermelhada. Era interessante.

- Sim. Não tenho costume com essas coisas, não venho de um meio de pessoas que demonstram afeto. Sempre foi tudo mais frio e contido. Normal. – Olhei para as janelas, havia uma cauda ali por perto. Deveria ser algum sereiano em busca de música, o que só teriam quando a comunal voltasse a se esvaziar totalmente. Preferia manter meu hábito de tocar apenas entre nós.

- Miha? – Chamou-me um pouco menos áspero.

- Sim? – Olhei novamente para ele. A expressão havia suavizado enquanto batucava os dedos na capa do livro.

- Por que.... Precisa ir para o Lago para pensar? Ainda é.... perigoso. – Aquilo era cautela?

- Problemas pendentes. – Respondi evasiva. – É a minha vez de perguntar. Por que estava tão irritado quando chegou? Achei que ia me azarar. – Parecia estar brincando, mas realmente eu achei que em algum momento ele faria isso. Andava irritadiço, e quase todas as vezes que ia a algum lugar sem a companhia de um de nós da própria casa, voltava assim.

- Eu não faria isso! Só... – Ele pausou olhando para o teto arqueado. - .... Não foi legal.

- Aconteceu alguma coisa?

- A Lily acha que.... Eu deveria me afastar de vocês. – Seus dedos bateram de novo na capa do livro fazendo um barulho surdo. – Ela é avessa ao uso de magia negra, então para ela qualquer coisa relacionada a isso é algo que deve ser evitado.

- Você vai se afastar? – Perguntei mantendo um tom neutro. Era óbvio que era uma ação reprovável. Ele tinha direito a escolher o que queria fazer, era a vida dele, e isso me lembrava uma frase célebre que eu sempre carregava em mente. “Faz o que tu queres; há de ser o todo da lei. ”**

- Não, não. – Respondeu de imediato. – Eu gosto do que estou aprendendo, e não vejo razão para me afastar. Só queria que ela parasse de implicar.

- Entendo. Já tentou fazer ela mudar de ideia? – Indaguei.

- Não, é perda de tempo... – Respondeu parecendo confuso e logo distraído enquanto levantava o livro que eu estava lendo olhando para a capa e abrindo onde eu havia parado. Era um livro sobre criação e bases básicas dos Sigilos. Eu estava apenas relendo como de costume. Gostava de estar sempre relembrando algumas partes que eu esquecia. Achei que ele fecharia o livro em seguida, mas continuou ali lendo e observando o que eu já havia escrito entre as linhas. Mas não entendeu.

- O que está escrito aqui? – Era uma anotação sobre como é importante fazer com o que o desejo a ser realizado pelo sigilo seja esquecido durante o processo de convocação mágica.

Segurei o livro e abri na última página onde eu lembrava perfeitamente de ter escrito todo o alfabeto que havia criado para manter minhas anotações mais importantes em segredo. Era algo útil, tendo em vista que haviam coisas mágicas e experiências que eu queria que ficassem em segredo até que eu conseguisse um embasamento para elas.

- Você criou um alfabeto próprio?

- Sim.... Alguns livros meus você já deve ter notado algumas inscrições com esses símbolos. Caso queira saber o que eu realmente estou citando neles, pode usar para descobrir. Não mostre a ninguém, por favor. – Voltei o livro para a página em que estava e olhei um pouco para o teto. Sempre tudo que eu fazia remetia o meu passado e a causa mor pela qual eu havia avançado mais do que o que seria natural tanto nas artes normais quanto nas das trevas. Meu objetivo tornava-se vívido em cada passo. E me distrair demais não era bem o que deveria ser feito.

Não sei por quanto tempo permanecemos ali apenas tecendo alguns comentários sobre o livro, mas depois de algum tempo alguém entrou no salão comunal.

- Ruby! Que bom que te achei. – Era Andrômeda. Korppi estava empoleirado em seu ombro e tinha uma série de pergaminhos e cartas enroladas em sua pata. – Achei que seria melhor trazê-lo para cá.

Korppi voou para meu ombro e eu retirei as correspondências o fazendo voar para Andrômeda novamente.

- Obrigada.

- De nada. – Piscou. – Não vão jantar?

- Daqui a pouco. – Snape respondeu ainda com os braços para cima lendo.

- Tudo bem. – Andrômeda riu e saiu com Korppi bicando sua cabeça.

Olhei ao redor procurando os prendedores do meu cabelo. Não iria jantar com o cabelo solto daquela forma, por mais que Narcisa reclamasse depois. Já chamava atenção demais por ser a garota de Durmstrang, não queria mais titulações. Achei-os em uma poltrona mais afastada e pegando a varinha que havia ficado ali por perto puxei-as para minha mão.

Enquanto prendia meu cabelo da melhor forma possível para que ficasse novamente em seu lugar de sempre, observava aquele bolo de correspondências ali do meu lado. Eu não queria tê-las de abrir, e sabia bem o que viria nelas. Mas era necessário. Havia toda uma papelada burocrática que eu precisava confirmar, além de iniciar os planejamentos da minha ida até Londres sem chamar a devida atenção. Korppi havia sido atacado, portanto, quem quer que estivesse atrás de mim sabia onde eu estava e provavelmente me seguiria se tivesse chance. Restava a mim descobrir quem seria essa pessoa.

- Está na hora de irmos jantar, Snape. – Acariciei seus cabelos levemente.

- Acho que eu não vou. – Continuou no mesmo lugar.  – Vou terminar de traduzir o que você escreveu aqui.

- Vamos. Tem todo o tempo do mundo para isso. – Chamei tirando o livro das mãos dele. Acenei com a varinha para as correspondências as fazendo desaparecer e reaparecerem dentro do meu malão. Não poderia deixar ninguém ver aquilo.

Ele não respondeu e levantou-se. Guardei a varinha e saímos da comunal indo para os corredores que nos levariam as escadarias. Não havia ninguém ali mais, e provavelmente o jantar iniciaria em breve.

♕♚♕

 

- Achei que não viria.

- Assuntos importantes, como se sabe, viria aqui pedi-lo autorização para minha saída de Hogwarts em janeiro. – Assenti polidamente enquanto observava o tempo lá fora.

- Londres, suponho? – Perguntou-me me encarando com aqueles seus olhos azuis perscrutadores. Felizmente para mim ele não encontraria nada. – Está bem adiantada em seus planejamentos, senhorita Báthory. Achei que esperaria até que um momento mais perto chegasse.

- De onde eu venho procrastinar é digno de punição. Planos devem ser traçados com antecedência prevendo probabilidades de acontecimentos. Neste caso se for possível peço que mande uma correspondência até eles para que saibam a data pertinente e minha presença. – Pedi andando até a janela. – Não irei permanecer mais do que o necessário. Horas eu diria.

Ouvi suas vestes prateadas farfalharem pelo chão enquanto ele chegava na janela ao lado da que eu estava. A noite seguia-se alta lá fora, e me perguntava se ainda haveria aulas de Astronomia enquanto a torre estivesse totalmente congelada pela neve espessa que caia lá fora agora de forma mais consistente.

- Pensou no que eu lhe perguntei, suponho

- Sim. E apesar de achar suspeito este tipo de pista vinda de uma pessoa de sua índole, achei que seria válido pedir pelo menos alguns dias para avaliar o que eu possa encontrar por lá. Não creio que haverá um retorno, mas não custa tentar ao menos. – E não haveria, eu podia pressentir. Aquele infame parecia se esconder nos buracos mais sigilosos, e se duvidasse estaria fora novamente. Mas não faria mal. Uma hora ele teria de derrapar, e eu estaria lá apenas esperando por isso.

- Espero que possamos fornecer ajuda mutua neste caso. – Sorriu. – Talvez uma cooperação.

- Por que todo este interesse em cooperações, professor Dumbledore? – Virei-me para ele observando aquele jeito displicente que ainda há pouco tempo me olhava com certa distância e reserva.

- Como se sabe, estamos frente a um período obscuro. Ter aliados é essencial neste momento que está começando a ficar conturbado. Sei que o seu objetivo não inclui o que está por vir, mas creio que seja de suma importância não perder o olho de vista da situação. Então cooperar neste momento é uma tática válida se formos colocar deste modo.

- Notavelmente. Entretanto há um erro estritamente calculado neste jogo.

- E qual seria? – Pareceu atento demais para meu gosto.

- Do seu lado há peças chaves para combater em seu nome e tomar suas ordens sem rechaça-las. Você luta utilizando notáveis nomes em prol do que você acha correto fazer, do lado do bem, é suposto. Correndo atrás de um prejuízo que poderia ter sido evitado se na hora correta não tivesse tido um coração enganado por convicções utópicas e benevolentes. – Estava mantendo meu tom o mais neutro possível. Havia o brilho astuto em seus olhos. – Do meu lado há apenas uma peça, e continuará sendo apenas ela. Portanto, mude suas táticas professor Dumbledore, não são todas as peças que podem compor o seu quadro futuro. Espero imensamente que cumpra com o acordado com antecedência sei que honra seus deveres. Tenha uma boa noite.

Enquanto eu atravessava seu escritório para sair ele me fez parar um pouco.

- Todos nós temos de escolher um lado, senhorita Báthory. Uma hora ou outra, decisões deverão ser tomadas. E independente de que campo estejamos, apenas uma opção se fará importante, mas isso não quer dizer que seja a mais fácil ou menos dolorosa.

- Não se preocupe, professor. Eu sou a mestra do meu próprio mar. 


Notas Finais


**Aleister Crowley


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