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História Sharks And Serpents - Sol e Resultados


Escrita por: LadyFear

Notas do Autor


Madrugando, já quase cinco da manhã e eu virei a noite de novo.
Eita, meu Deus...
Mas tá aqui pessoas, obrigada pelos comentários maravilhosos, amo vocês <3
~ Sectumsempra!

Capítulo 55 - Sol e Resultados


Fanfic / Fanfiction Sharks And Serpents - Sol e Resultados

Mihaela P.O.V

- Estava um dia realmente quente. Havíamos concordado em vir para a pequena clareira perto de uma das ramificações do lago depois do almoço, mas nem mesmo a presença da água tirava aquela sensação. Mesmo de olhos fechados embaixo dos galhos grossos, longos e retorcidos das figueiras que se uniam pelas raízes em um círculo, o claro do sol penetrava em minhas pálpebras avermelhando-as. A grama apesar disso, estava fria, e eu podia senti-la espetando minha pele aqui  e acolá por baixo da manta já que apenas minha cabeça estava a salvo na perna de Severo. Era a semana mais quente do verão nas montanhas, sempre prenunciando que o outono mais frio e aconchegante se avizinhava, no entanto não ficaria ali para ver o cenário de folhas amarelando e caindo de seus galhos. Já fazia mais de duas semanas desde o fim de tudo aquilo, mas apesar da calmaria a que tudo se resumira, eu ainda parecia esperar alguma coisa. Era talvez uma nova paranoia, a que a qualquer momento aquilo seria quebrado por alguma coisa, e eu sabia que não estava errada. Restava-me esperar para saber o que seria.

Em poucos dias estaríamos voltando para Hogwarts, e eu ainda tinha que resolver algumas pendências menos perigosas por ali, como por exemplo ir até Gregorovitch e adquirir uma nova varinha, já que a minha se foi pelo rio. Poderia muito bem ir até o beco diagonal até Olivaras para comprar outra, mas somente Gregorovitch entendia sobre as varinhas para pessoas com ambas as mãos dominantes. Eu de fato não me importava em conviver sem uma, mas precisaria uma hora ou outra. Não tinha como eu me livrar daquela cor maldita da mansão ou mudar tudo para o meu modo sem ela. Isso sem contar a retirada de todos aqueles artefatos e criaturas do terceiro andar. Eu não ficaria ali sabendo que aquele andar ainda estava daquele modo. Manteria o que fosse importante, como os livros, ingredientes, caldeirões, e vários outros instrumentos que eu poderia usá-los, no mais trataria de me desfazer de tudo começando pelas cabeças dos traidores da família penduradas pelo corredor.

Havia melhorado a situação da sereia mutilada no tanque depois de perceber que minhas cicatrizes não doíam mais ao chegar perto do local. Ao que tudo indicava ela ainda me reconhecia depois de todo aquele tempo fora, e depois de quase duas horas de tentativas e reparos de cura, ela já havia readquirido o rosto e os cabelos, e seus olhos não estavam mais vidrados em uma eterna expressão de espanto. Sua cauda estava quase limpa de todos aqueles resquícios de magia negra apesar de grande parte de suas nadadeiras terem sido decepadas, contudo eu não poderia lhe dar outro braço infelizmente. Seu lar voltara a ser o lago, e pelo menos com aquilo eu havia feito as pazes com o passado.

Me restava agora enfrentar os remanescentes da família, nada que um pouco de autoridade não resolvesse. Eu era a última Báthory, e querendo ou não, o incidente com Grindelwald havia sido espalhado pelo Leste, e chegara até o Reino Unido muito fácil. Me perguntava se talvez Dumbledore tivesse um dedo nessa propaganda da qual eu não fazia questão. Meu retorno a Hogwarts se descortinava a minha frente mais tumultuado do que eu pensava, e agora, o Ministério Húngaro parecia estar em minha cola. Todavia, tudo isso ainda não me deixava nem um pouco irritada ou estressada. Nada mais tiraria a paz que havia enfim conquistado, nem o meu direito de agora viver da forma que eu bem entendia sem perseguições mais imediatas. Só o que me importava mesmo naquele momento era aquele calor, e após abrir os olhos observar Severo lendo atentamente um dos livros do laboratório franzindo a testa de vez em quando.

Andara irritado todos aqueles dias por que Narcisa, Lucius, Bella e Andrômeda que havia chegado depois por que não conseguira convencer os pais a tempo, ainda estavam conosco. Não chegavam a nos atrapalhar de fato, mas eu sabia que a presença deles retirava a privacidade que tínhamos de ficar a sós do modo que bem nos conviéssemos. No entanto, eu não me incomodava com aquilo. Agradecia pelos três terem ficado ao meu lado naquele momento, e que mesmo cansados depois de tudo se dedicaram a tentar me achar. Narcisa havia nos feito ir até os pontos mais interessantes da Hungria e parte dos povoados além das fronteiras na Romênia, todavia era apenas um pretexto para encher tanto a mim quanto ao Severo de presentes e dar a Bella e Andrômeda a oportunidade de conhecer os lugares que haviam visto nos livros por curiosidade e perturbar Lucius ainda mais. Haviam levado várias bengaladas durante o caminho inteiro, o que retrucavam com puxões de cabelo.

Sentei-me sentindo algumas pontadas chatas nas costas. Estava começando a achar que estava me machucando demais. Ouvi o livro sendo fechado quase de imediato as minhas costas.

- O que foi?

- Só está doendo um pouco. – Retruquei andando de joelhos até me sentar entre suas pernas e apoiar minhas costas em seu peito. Peguei o livro da sua mão e abri na página que ele havia marcado.

- Vai querer a poção para dor? – Perguntou abraçando minha cintura e apoiando o queixo no meu ombro.

- Não, dá para aguentar. Daqui a pouco vou ficar envenenada de tanta poção. – Caçoei. O capítulo falava sobre os poderes que as bruxas poderiam apresentar e como a comunidade trouxa deveria lidar com eles para manterem-se seguros. Era quase o mesmo discurso encontrado no Malleus Maleficarum, porém de forma mais detalhada e menos suja. O professor Binns havia nos desaconselhado levar a sério o que havia sido escrito na época, mas não nos poupara de várias questões dos exames sobre aquilo. O que me fazia lembrar de que dia era aquele. Porém, antes mesmo que pudesse comentar a possível demora, duas corujas da torre grandes e estressadas apareceram na nossa frente trazendo o que eu sabia que eram os resultados dos N.O.M’s. Retiramos o pergaminho de suas patas e elas voaram de volta como se não vissem a hora de descansar.

- Vamos ver no que nós passamos. – Severo murmurou abrindo o seu pergaminho e colocando ao lado do que meu que eu estava acabando de abrir.

- Astronomia, ótimo. – Passamos.

- História da Magia, ótimo.

- Feitiços, ótimo.

- Defesa Contra as Artes das Trevas, ótimo. – Murmurou rindo.

- Espera, como eu consegui passar nessa disciplina? – Franzi a testa. Lembrava de ter acabado esquecendo alguma coisa sobre a história extensa sobre os Quintípedes, o que havia me atrasado naquela tarde em que o Potter e seus amiguinhos decidiram passar dos limites.

- Eu sei que você estudou muito para essa e prestou atenção a todas aquelas tagarelices às vezes desnecessárias da professora Merrythought. É óbvio que ia passar. – Beijou meu pescoço e continuou. – Herbologia, ótimo.

- Adivinhação, T de trasgo, eu sabia! – Ri. – Mas você tirou Excede Expectativas.

- Mas como? – Retrucou indignado olhando direito como se não estivéssemos vendo direito. – Eu não estudei em nada e não fiz da forma extensa como deveria o exame, como que diabos eu passei nessa porcaria?

- Calma. Olha aqui, eu também não estudei para Aritmância, mas tirei Excede Expectativas. – Apontei para o meu pergaminho dando de ombros me lembrando com quem eu faria aquela aula se ela também passasse. – Vamos torcer para os professores dessas matérias só estejam aceitando os alunos que tiraram ótimo.

- Tomara. Não aguento mais essa história de fazer mapas astrais e ver o movimento dos planetas e como eles influenciam nas bobagens que cada um faz. – Resmungou.

- Transfiguração e Poções, ótimo. – Sorri.

- Trato das Criaturas Mágicas, ótimo. – Eu podia imaginar ele revirando os olhos.

- Estudo dos Trouxas, deplorável.

- Que bom.

- A disciplina era legal, Severo. – E era mesmo, o que estragava era a professora.

- Aham, estudar em como uma lata de sardinha revela a grande engenhosidade trouxa perante a falta de magia para conservar alimentos. Eu mereço.

Tive que me segurar um pouco para não rir, mas não adiantou.

- Por que está rindo Miha? – Ele tentou perguntar irritado, mas saiu mais como se estivesse tentando não rir também.

- É engraçado você reclamando. – Tentei ficar séria.

- Ah, é engraçado, não é? – Murmurou me lançando aquele olhar torto.

Antes que eu pudesse responder os pergaminhos caíram para o lado enquanto ele me fazia cócegas de cima abaixo, aproveitando que eu não poderia sair rapidamente nem se quisesse. Não adiantou pular, tentar cair com ele para o lado, ou pedir para parar. Continuou até ver que eu já não estava mais respirando direito, o que me levou alguns minutos para conseguir voltar a respirar normalmente.

- Assim não vale... – Murmurei me sentindo mais quente do que já estava.

- Vale sim. – Mordeu meu ombro enquanto pegava os pergaminhos de volta. – Por fim, Estudos Antigos, tiramos deplorável também.

- Eu não queria mesmo continuar na disciplina. – Sorri. – Vai escolher Alquimia?

- Sim. Resta saber se vai haver alunos o suficiente.

- Eu espero que sim. Fora isso, teremos quatro tempos de aula sem fazer nada teoricamente. – Respirei fundo olhando para os pergaminhos.

- Teoricamente. – Fez aspas com os dedos. – Pelo menos só vamos ficar separados uma disciplina.

- Isto é, se realmente os professores aceitarem o Excede Expectativas. Vamos torcer para que não. Não quero continuar em Aritmância. – Não por que não gostasse ou não me desse bem, mas não queria passar outro ano sendo implicada a dar respostas mais altas para que a Evans se colocasse no seu lugar. Uma hora cansa. E ele percebeu isso, pois me fez sentar de lado para que pudesse olhar para mim enquanto cutucava meus joelhos.

- Você não precisa ficar respondendo as implicâncias dela, Miha. Você é mil vezes mais inteligente, e isso é indiscutível, ficar respondendo por que ela está com besteira, não é seu trabalho. Apenas veja a aula e a ignore. – Era a primeira vez que o via falar da Evans com aquela espécie de desprezo. – Apesar de que também é uma adivinhação com números, prefiro astronomia. – Revirou os olhos sorrindo torto.

- Tudo bem. Agora eu vou nadar! – Pulei para fora de suas pernas tentando levantar a tempo. Era óbvio que ninguém estava me deixando sequer entrar no Lago pelo que havia acontecido, mas eu não iria deixar de nadar por isso. O que eu não contava era que ele já estivesse esperando por isso, pois me atalhou antes mesmo que eu pudesse levantar, rolando comigo pela manta e me deixando presa pelos braços ao chão.

- Não vai.

- Está quente, Severo, é só um mergulho.

- Nem um mergulho, não vai. – Me olhou sério.

Suspirei.

- Tudo bem, eu não vou. – Parei de forçar os braços. Estava blefando.

Ao mínimo afrouxar de braços eu virei ele para o lado ficando por cima. Era minha vez de segurar ele no chão.

- Por que não quer me deixar ir?

- Narcisa vai me matar se souber. Sem contar que está recente tudo o que aconteceu, eu não... – Eu sabia o que ele queria dizer.

Não era de mim desistir de fazer as coisas por correr riscos ou por que alguém vai achar perigoso, mas desisti. Não valia a pena, por mais que eu quisesse ir.  Era palpável aquele medo que se seguira naquela semana toda vez que tocava no assunto sobre nadar, ou lago. Por mais que explicasse que não era como cair de um precipício embaixo, ninguém me escutava. Sabia que era por precaução, cuidado, eu imaginava o desespero que todos ficaram durante as horas que fiquei à espera de que alguém me achasse, entretanto, isso não queria dizer que eu não ficasse chateada com isso mesmo entendendo as razões.

Soltei os seus braços e iria sair de cima dele se não tivesse sentado a tempo de me segurar pela cintura.

- Não fique triste, Miha. É só por enquanto. Depois você pode comer até um peixe em sua forma de animago, mas agora não. – Sorriu.

- Peixe cru não é bom não. – Sorri. Não havia muito a se fazer, não iria ficar chateada com ele por isso.

- Não? – Franziu a testa. – E, aquelas semanas?

Respirei fundo, relembrando as memórias rápidas e difusas que eu tinha das semanas no Tâmisa, como se aquilo tivesse passado a muitos anos atrás e não meses.

- Eu não estava pensando como uma pessoa, Severo. – Acariciei o seu rosto com os dedos de forma suave. – Era mais como um animal mesmo. Passei as duas semanas tentando empurrar minha consciência humana para mais baixo e longe possível, por que eu não queria pensar que eu estava deixando você para cumprir uma promessa feita a minha família. Eu só queria deixar de ser humana, por que, querendo ou não, quando você deixa os instintos de sua forma animaga tomar você, é como se não existisse realmente outro lado. Só é lembrado quando você realmente busca lembrar, e é isso que te faz querer sair daquela forma e voltar. Foi bem tenso.

- Miha, eu...

- Shhh. – Segurei o seu rosto com as mãos trazendo-o para que ficássemos a poucos centímetros um do outro. - Não precisa. Já passou, e independente do que a gente tenha sofrido estamos juntos, e é isso que importa. Uma hora a gente vai esquecer esses dias e lembrar como algo que nem devia ter existido. Vai ser como “Ah nossa como a gente era boboca”. – Brinquei.

- Pretende.... Viver muito tempo comigo? – Havia um sorriso soberbo no canto dos seus lábios.

- Claro. Quer dizer, se você também quiser. – Não havia pensado nisso.

- Que tolice, Miha. Claro que eu quero.

- Vamos virar dois velhos de bengala andando por aí reclamando dos mais jovens.

- Eu sabia que o Lucius era um velho. – Riu e eu também cai na risada.

- Deixa só ele ouvir isso. – Caçoei.

- Você não vai dizer isso a ele, não é? – Indagou desconfiado.

- Com uma condição.

- Qual?

- A de sempre. – Sorri.

Sua mão encaixou-se em meu rosto e nossos lábios se encontraram depois de um dia quase inteiro sem. Passamos alguns segundos apenas aproveitando aquela sensação boa, até que cedemos e nos beijamos de fato. Seus braços me apertaram mais contra si, acabando com o espaço que tínhamos de distância enquanto eu deslizava os meus pelos seus ombros. De início foi um beijo amável, lento e sem pressa, no entanto como eu sempre esperava, nossas línguas aprofundaram o contato e logo aquele beijo cheio de desejo começou despertando até a última fibra do meu corpo. Sem quebrar o beijo, ele me deitou para o outro lado ficando por cima de mim, acariciando o meu corpo lentamente com uma das mãos, fazendo arrepios irem e virem com facilidade. Sua boca guiava a minha com tanta intensidade que minha cabeça começou a girar, estava ficando difícil discernir o que quer que fosse se não ele.

- Hum, hum.

- Ah não Narcisa. – Severo levantou-se o rosto visivelmente irritado.

- Isso não é local para ficarem se pegando, sabiam? – Aquele tom escandalizado era sua marca registrada. Eu não havia aberto os olhos ainda.

- Se nos deixasse a sós como devíamos ficar, não precisaríamos esperar dar escapadas para isso. Até parece que estamos em Hogwarts.

- Vocês faziam isso em Hogwarts? – Sua voz subiu uma oitava.

- A questão é que, você sempre está atrapalhando Narcisa. Nós somos um casal agora, precisamos do nosso espaço!

- Eu não quero saber! Vamos! Já está quase escurecendo e não fica bem para vocês estarem aqui. – Ralhou ignorando a irritação dele que poderia ser sentida de longe. – E você Ruby, vamos ter uma conversa.

- Tudo bem. – Assenti abrindo os olhos.

- Juntem tudo, e vamos. – Ela saiu na frente com sua pose de mãe cuidadosa, tomando cuidado para não tropeçar nas montanhas de troncos caídos por ali onde muitos estavam apodrecidos. Levantamos à contra vontade e pegando o que tínhamos trazido para ficar ali a tarde, saímos de mãos dadas, ora ou outra trocando um beijo pelo meio do caminho, demorando-se. Eu não queria nem pensar no que ela tinha para conversar comigo, e Severo estava aborrecido demais para perder a chance de aproveitar o quanto podia antes de novamente termos que bancarmos os polidos e educados, coisa que Lucius desaprovava. Era o único que estava a paz com qualquer coisa.

O último dia juntos ali ia terminando, e somente daqui quatro dias nós voltaríamos a nos ver, a caminho de Hogwarts. 


Notas Finais


Alguém aqui ficou puto ahsauhsua'


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