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História Shattered - But hope remains


Escrita por: Nash_the_Fox

Notas do Autor


Primeiramente, peço desculpas pela demora para o novo capítulo. Vocês são umas fofas e fofos que não merecem passar por essa demora tão longa. </3
Quero agradecer a todos os comentários e favoritos. E a todo mundo que gostou do capítulo da Morgan. Haha. Ela é péssima, mas foi bem legal de escrever. xD
Espero que gostem desse aqui também :3
Um monte de beijos e, de novo, muito obrigada por todos os comentários fofos e todo o carinho. Sem vocês sendo tão maravilhosos eu não conseguiria. :D <3

Capítulo 12 - But hope remains


Fanfic / Fanfiction Shattered - But hope remains

O céu estava escuro naquela noite. As nuvens encobriam as estrelas por completo e apenas um pedaço da lua ainda aparecia. Não que Londres precisasse de nada disso. A cidade ainda permanecia acordada em vários pontos, com seus prédios, postes acesos e tudo mais. Mas, em alguns lugares, as ruas dormiam por inteiro. Era o caso de Baker Street.

Sherlock respirou fundo enquanto encarava a porta de entrada. Depois de todo aquele tempo longe de Londres estava aliviado por voltar. A ironia era que havia se passado muito menos tempo do que quando do incidente no Bart’s, mas doía do mesmo jeito. Porque daquela vez tudo parecia diferente. Era diferente. Bem, ainda tinha o fator de John esperando que ele retornasse, mas dessa vez era um John diferente.

Antes, não havia nada entre ambos. Havia é claro, a certeza que o moreno tinha desde o início, mas nada além disso. Agora, havia aquela confissão desesperada, todos aqueles beijos e até mesmo um pedido de casamento e, principalmente, havia Patricia.

Naquele primeiro regresso ele já amava John. Mas, dessa vez tudo era de verdade, não apenas desejos que ele tentava enterrar mais fundo.

Dessa vez, todo o tempo que tinha passado longe tinha sido necessário e sufocante. Todo o trabalho de infiltração, de disfarce, de orientação no MI-6, cada um daqueles pontos tinha lhe doído na alma. Afinal, tudo significava uma centena de momentos perdidos. Momentos que há tempos atrás ele teria valorado como insignificantes, mas que agora significavam tudo.

O moreno ainda encarava a porta do apartamento. Ele tinha passado os últimos meses que esteve distante fantasiando com o momento que voltaria para casa – Sherlock era um homem de fantasiar desde quando? –, mas agora que estava ali seu corpo tinha travado. O tempo distante tinha sido tão árduo e difícil, tinha ficado dias sem pregar o olho, tinha passado por momentos de estresse intenso, tudo isso ansiando para voltar e agora ele não conseguia entrar. Algo estranho dentro dele dizia que ele não era bom o bastante para estar ali. Da mesma forma que tinha entrado naquele avião – ao que parecia agora fazer anos –, sabendo que fazia o que era melhor para John ajudando-o a ter a melhor vida possível com a esposa, agora ele não conseguia entrar porque o mesmo sentimento lhe guiava para outra direção. Morgan tinha ameaçado os dois por estarem relacionados com ele, e se o problema fosse ele? Sherlock seria capaz de deixá-los em risco sempre?

Um gato perdido fazendo barulho por ali o tirou do transe e ele percebeu que nada poderia o impedir de voltar. Uma parte dele era esse sentimento de preocupação e culpa, mas o outro lado (e esse era bem maior) doía de saudade. Era tanta que ele mal conseguia respirar.

O detetive tinha escolhido esse horário noturno para voltar para casa querendo adiar a conversa com o médico por algumas horas – pois, com certeza, John lhe faria mil e uma perguntas sobre tudo o que tinha acontecido e ele não sabia se iria conseguir mentir para ele. Afinal, tinha se passado assuntos e momentos que ele queria tanto esquecer e fingir que nunca aconteceram, mas não sabia se iria conseguir esconder de John, mas, ao mesmo tempo, não sabia como o mesmo lidaria se ele lhe contasse tudo. Estava realmente preocupado com uma má reação.

O nervosismo na boca do estômago o dava uma sensação ruim. Ele tinha dado um fim em Morgan: tinha a prendido para ter certeza que não fugiria, tinha visto com os próprios olhos a fábrica velha explodindo e, mesmo assim, apenas uma parte daquela inquietação que sentia quando começou tudo isso tinha passado. Era como se depois de todo o trabalho feito, todo o tempo perdido, nada tinha valido. Para ficar mais tranquilo tinha feito expressas exigência a Mycroft que qualquer sinal que o serviço secreto tivesse dela ou de seu império se reerguendo, ele deveria ser avisado.

Mas, Sherlock não queria viver com aquele medo o perseguindo, só que, pelo visto, era como teria que seguir com a vida. John e Pattie estavam seguros agora, mas algo dentro dele ainda fazia um barulho horrível o avisando. Morgan tinha caído, mas quanto tempo demoraria para aparecer o próximo?

Quando ele, por fim, abriu a porta uma sensação instantânea de calor o invadiu. Estar em casa era reconfortante, o mesmo cheiro de sempre o enchia de nostalgia. Subiu o primeiro lance de degraus devagar, eles fizeram pequenos rangidos embaixo de seus pés. Em um piscar de olhos a segunda porta estava a sua frente e quando a mesma destrancou com a sua chave antiga, ele se sentiu aliviado. Não poderia negar que um pedaço dele temia que John não o aceitasse de volta depois da discussão que tiveram da última vez que tinham se visto (contando com o fato que ele foi embora sem se despedir).

 A porta se abriu com um leve rangido mesmo com sua tentativa de não fazer barulho. O moreno estendeu o sobretudo em qualquer lugar e em seguida ouviu um choramingo no ar que o fez institivamente ir em direção ao quarto do médico. Sherlock já estava na base do lance de degraus que levava ao quarto de John, quando a porta se abriu e o Watson saiu de lá com a filha nos braços. A menina estava com a cabeça apoiada nos ombros do pai enquanto resmungava baixinho, mas Sherlock já percebia o quanto ela estava maior desde a última vez que a tinha visto em Manchester.

John fitava a filha e sussurrava algo enquanto fazia cafuné no seu cabelo. Por alguns segundos, ele não percebeu o detetive ali. Mas quando ele o olhou, Sherlock se sentiu transportado no tempo para a mesma cena que tinha vivenciado no restaurante após dois anos dado como morto, a angústia do loiro era latente de se ver. O médico torceu a boca e ficou paralisado olhando para o Holmes. E mesmo com Sherlock alguns passos distantes, ele pode ouvir a respiração do outro ficando pesada.

– Sherlock – John sussurrou. Era um sussurro doído, a voz saía falha. O moreno sabia que tinha ficado aqueles últimos meses distante e sem dar nenhum sinal de vida e que aquilo com certeza havia deixado John preocupado e impaciente. Nesse momento, ao ouvir o nome do detetive, Pattie se remexeu no ombro do pai e se virou para que pudesse olhar na direção que ele encarava. Ela deu um bocejo e após um sorriso sonolento disse:

Papá!

– O que? Como você? Onde? – Os olhos acinzentados do médico o vasculharam ansiosos enquanto as perguntas saiam por sua boca como numa avalanche desesperadas por respostas. Mas, após um suspiro profundo, alguns segundos calados, ele finalmente fez a única pergunta que realmente importava – Droga, por que demorou tanto?

John desceu os degraus restantes e Patricia estendeu os braços para Sherlock. O moreno a pegou, deu um abraço gentil, cheirou o topo da cabeça dela como John sempre fazia e deu a resposta do médico enquanto ainda encarava Pattie com um sorriso no rosto.

– Foi preciso. Eu sinto muito, mas agora tudo ficará bem. – Sherlock engoliu em seco. Sua resposta saia objetiva, clara e direta, mas dentro de si ainda sentia aquela inquietação que faltava alguma coisa. Ele percebeu que Patricia estava quente então emendou – O que Pattie tem?

– Otite – John respondeu. – Eu já a mediquei, mas ela não consegue dormir. Fica chorando enquanto aperta a orelha.

– Desde quando?

– Ontem à tarde. – John encarou por um instante enquanto a filha acomodava a cabeça no ombro de Sherlock do mesmo modo que tinha feito com ele. – Você fica um instante com ela, sim? Preciso fazer uma compressa quente para ver se ajuda e também leite quente para ajudar a dormir.

Sherlock seguiu o médico com os olhos enquanto ele se dirigia até a cozinha. John pegou uma panela e a encheu com água e pôs no fogo. Logo em uma gaveta retirou uma mamadeira, encheu-a com água filtrada e adicionou fórmula. Mesmo que ele não dissesse nada, o detetive via pelos seus gestos o quanto ele estava nervoso. Por um momento, ele parou e ficou esperando a água da panela esquentar. John deu um pequeno bufado e em seguida Pattie começou a resmungar mais alto no ombro do Holmes. O médico o olhou, mas ele fez um sinal com a mão que não se preocupasse. O moreno se levantou da poltrona e começou a andar com a menina enquanto passava a mão pelas costas dela.

Eu senti sua falta sabia? – Sherlock sussurrou baixinho para que só a filha pudesse ouvir e em seguida deu um beijo rápido na testa dela. Patricia resmungou algo que ele não entendeu, mas ele respondeu da mesma forma – É, eu sei que ele está zangado e vai querer me matar.

John, que já tinha a mamadeira e a compressa quente em mãos, se aproximou e tomou Pattie nos braços. Ele se sentou na própria poltrona e tentou dar a mamadeira para a filha que resmungou, mas ele retrucou com um – Vamos lá, luv, é para o seu próprio bem. – Ele tentou mais uma vez e dessa vez ela começou a beber enquanto ainda resmungava.

Sherlock encarava toda aquela cena agradecido. Haviam tido momentos que ele tinha achado que nunca mais veria nenhum dos dois. Momentos que a única coisa que tinha sido capaz de pensar era que Mycroft cumprisse a promessa de cuidar de ambos... E poder estar com John e a filha mais uma vez, era algo que se perguntassem a ele, Sherlock Holmes ficaria em silêncio porque não saberia pôr em palavras o valor que eles possuíam. Em algum lugar ele ainda podia escutar o irmão mais velho dizendo que se importar era uma desvantagem. E realmente era. Mas, ele não podia fazer outra coisa nesse ponto que havia chegado. Mesmo ferido e preocupado como se sentia, aqueles dois eram o que mais importavam. Eram a única coisa que importava.

– John, eu queria dizer que... – Ele começou a falar, mas o médico o interrompeu negando com a cabeça. O engraçado era que tinha decidido voltar para o apartamento de madrugada com a intenção de adiar aquela conversa, mas com John acordado e sentado bem na sua frente ele sentia que tinha que explicar tudo – Mas...

– Agora não, Sherlock, me deixe pô-la para dormir primeiro. Eu não quero discutir enquanto estou segurando Pattie doente.

O moreno concordou com a cabeça.

– Ok.

Algum tempo depois Patricia tinha terminado a mamadeira e estava quieta, sonolenta. John sorriu para ela com alívio e passou devagar o dedo pelo cabelo da filha fazendo um cafuné. Ele se levantou e quando chegou no meio da sala, parou por um instante e falou para Sherlock – Eu já volto.

 

~

 

John pôs a filha no berço e ficou lá mais alguns minutos para confirmar que ela finalmente tinha dormido. Pelo visto, a chegada repentina de Sherlock a tinha acalmado e os momentos com a cabeça apoiada no ombro do moreno tinham servido para que ela pegasse no sono. Ele a olhou uma última vez e se pôs a voltar para a sala. Agora, apesar do horário ele tinha uma conversa importante a ter.

Sherlock encarava o teto quando ele voltou e se sentou na poltrona outra vez. Como o detetive não disse nada ele permaneceu calado. Seus olhos encaravam a lareira, mas seus pensamentos retornavam para a última vez que tinha se encontrado com o detetive em Manchester. E não conseguia lembrar bem o porquê tinha aceitado aquele plano maluco de se mudar para outra cidade. De se mudar, fingir que tinha outra vida e que dessa, Sherlock não fazia parte. O que tinha sido uma mentira enorme e sem sentido, porque, afinal, além do detetive ser a pessoa que ele amava, era seu melhor amigo e companheiro havia anos.

E quando esse mesmo companheiro o deixou de lado para aquela empreitada, John se sentira desolado. Ainda tinha a filha junto a ele, mas Sherlock era a segunda parte necessária. E todo aquele tempo que o moreno tinha desaparecido e mal tinha dado notícias, ele se sentia pior a cada dia, a preocupação lhe doía.

– John...

– Acabou? – John interrompeu-o. Sherlock fez que sim com a cabeça. – Tem certeza?

– Sim. – O moreno o encarava com os grandes olhos azuis preocupados – Com a ajuda do serviço secreto eu consegui montar uma armadilha para ela, depois dos meses guiando a equipe para que direções deveriam olhar. Você sabe, dentro daqueles dois anos eu me dediquei a desfazer todas as ligações de Moriarty, então poderia ensiná-los o que deviam fazer.

– Por que... Porque você não deu nenhum aviso? – John ignorou tudo que ele tinha falado e fez a pergunta que o incomodava fazia meses.

Sherlock o encarou calado por algum tempo.

– Eu não poderia, John. Eu quis me dedicar à missão e não ter nenhuma distração para que tudo acabasse logo. Mas, eu disse a Mycroft que queria que vocês tivessem seguranças para proteção.

– Oh, sim. Eu percebi todos aqueles homens de terno... – O médico bufou, então apertou a ponte do nariz enquanto fazia uma careta. – Não, Sherlock. A minha pergunta é: Porque não deu nenhum aviso que estava vivo?

– O meu tempo...

– Dois minutos para escrever um bilhete? E não é como se eu pudesse esperar a paciência real de Mycroft para me dar as “boas notícias” se algo acontecesse, né?

– John, porque você tem que ser tão teim...

– Teimoso? – O Watson respirou fundo tentando se acalmar. Com certeza, não queria começar a esbravejar e acordar a filha, e a Mrs Hudson e toda a rua. – Eu entendo perfeitamente o que você fez ao ir derrotar essa mulher. Eu sempre te agradecerei por proteger Patricia. Sempre. Mas, o problema aqui Sherlock é que você não entende que... Droga. Você.

O Holmes encarava-o em silêncio como se não entendesse.

– Você, Sherlock. Todo esse tempo eu fiquei preocupado em como você estaria. Se estava capturado, ou torturado, ou até mesmo morto. Quando você pulou do hospital, eu fiquei um tempo esperando que fosse tudo uma piada de mal gosto, esperei você voltar, até que eu perdi as esperanças. E aquilo foi horrível.

– John...

– E dessa vez.... Dessa vez eu não sabia o que esperar. Qualquer dia poderia ser o dia que seu irmão entraria por aquela porta me avisando que você estava morto. E eu sabia que dessa vez não seria mentira. E eu mal conseguia viver tendo que conviver com essa possibilidade. Então...

– Eu...

– Você não faça isso nunca mais na vida, Sherlock. Pelo amor de Deus. Por favor. – O médico encarou o outro e deu um sorriso. Por meses a fio, seria a primeira noite que John Watson poderia dormir sem sentir um peso enorme. – A conversa sobre tudo que aconteceu nesses meses fica para outra hora, porque eu ainda tenho que voltar a dormir para ir trabalhar. Mas, antes de ir me deitar... Como você ‘tá?

– Eu estou bem.

O Watson revirou os olhos.

– Não me faça pular em cima de você outra vez, sim? Não tem como você ter passado por algo assim e estar tudo bem.

– Não houve nada demais, John.

– Como não? Você não teria desaparecido do apartamento de Manchester se estivesse tudo bem. Porque não me diz?

Ele viu Sherlock torcer a boca. Seus olhos azuis estavam preocupados.

– Eu não acho que possa contar agora.

John concordou com a cabeça. – Ok.

– Eu sinto sua falta, John – O que Sherlock disse em seguida fez o médico se arrepiar.

– Eu também – Ele respondeu. Devagar o Watson se aproximou do moreno e apertou uma das pernas dele. Sherlock pôs uma das mãos por cima da dele e então, ele percebeu que o detetive estava arrepiado. John pegou sua mão e a beijou.

– John...

– Eu te amo, Sherlock, mas esteja avisado.... Faça qualquer uma dessas loucuras de novo e eu juro que te mato pessoalmente – John se aproximou devagar enquanto dizia e no fim deu um beijo devagar e carinhoso nele, até que completou – Agora tenho que ir dormir junto com Patricia. Amanhã nos vemos.

Ele se levantou e foi em direção ao quarto. A filha dormia tranquila no berço, apenas soltando alguns resmungos de vez em quando. E John Watson sorriu. Ele tinha certeza que logo a filha iria melhorar. Sherlock tinha voltado para casa. Logo tudo ficaria bem outra vez.


Notas Finais


Como já sabem, as críticas, dicas e sugestões serão sempre bem vindas.
Eu sempre tento melhorar e se vocês me ajudarem só irei agradecer. :)


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