Melanie e Megan corriam pela casa brincando, derrubando objetos por onde passavam.
Chloe havia cochilado no sofá, e Beca tentava equilibrar uma taça em sua barriga enorme de 9 meses.
Chloe despertou quando ouviu um estrondo vindo da cozinha.
Ela foi até o cômodo e viu suas filhas com cara de culpadas, encarando os estilhaços de vidro no chão.
- Saiam daqui já. - Disse duramente. - Não acredito que quebraram a travessa favorita da sua mãe.
Naquele momento, Beca se encontrava atrás de Chloe, com um olhar estático.
Ouvir aquelas palavras soara estranho e engraçado. Quando foi que havia se tornado o tipo de mulher que tinha até seus utensílios domésticos favoritos?
- Deixa que eu limpo. - Ofereceu, se abaixando com docilidade para pegar os cacos maiores.
- Não! - Chloe a impediu. Amparando sua retaguarda para ajudá-la a se levantar.
A ruiva cuidou daquela bagunça.
- Sabe por que eu gostava tanto daquela travessa?
- Porque?
- Foi a primeira coisa que comprei depois que me case com você. Ela era um marco na minha, na nossa, linha do tempo.
- Me sinto mal por não ter dado tanta importância a ela.
- Não sinta. Você é melhor com datas, não coisas. Nunca esqueceu uma data sequer de absoluta nada, desde que estamos juntas.
- Seria impossível não me lembrar de tudo relacionado a nós. - A ruiva foi se aproximando, até envolver a esposa pela cintura, sentindo a barriga protuberante contra a sua. - Eu te amo demais.
Beca começou a se sentir estranha, com aquele simples toque na cintura um torpor lhe subiu.
- Será que é cedo demais pra fazer as crianças dormirem?
- O que?
- Preciso de você. Preciso de você agora.
- Oh. Entendi.
Chloe mandou as filhas dormirem mais cedo. E a contra gosto, lá estavam elas contando carneirinhos.
A ruiva voltou ao quarto com a esposa, a beijando apaixonadamente.
Suas roupas foram descartadas.
Era difícil encontrar uma posição, mas fariam o possível.
- Não posso ficar por cima de você. Assim sinto que estou esmagando nossas filhas.
- E se eu for por cima de você?
- Meus dedos não vão te alcançar por causa da barriga.
- Então começamos com oral, e depois você coloca o Strep-on.
- Ok. Então, senta no meu rosto.
Beca mal havia feito o que Chloe disse e já estava gemendo loucamente.
A ruiva girava os dedos nos mamilos da baixinha, enquanto sua língua explorava a intimidade com afinco.
O orgasmo chegou rápido.
Chloe vestiu a cinta.
- Pode ficar de quatro?
- Eu poderia tentar, mas acho que não suportaria muito tempo nessa posição.
- Então vem por cima de mim.
Beca foi "sentando" devagar no objeto.
Chloe a puxou para um beijo enquanto a estocava.
Foi um outro orgasmo fácil.
- O que está acontecendo?
- Eu não sei. Só sei que você mal me toca e eu já fico subindo pelas paredes.
- Deve ser a gravidez.
- Quer contiuar…
A expressão de Beca transformou-se em questão de segundos.
- O que foi?
- Dor.
- Espera...Agora? Mas elas estão previstas pra daqui uma semana.
- Nao sei…AH…O que aconteceu, mas acho que nossas meninas mudaram de idéia.
- Fique aqui. Vou acordar Megan e Melanie e ligar para Aubrey.
- "Fique aqui" como se eu pudesse ir a qualquer outro lugar.
Chloe conhecia bem aquele tom sarcástico. Ela o chamada "Humor negro de contrações. Havia passado por isso, e antes, presenciado sua esposa vivenciar o mesmo.
***
Beca estava na sala pré-parto sob o olhar ansioso de Chloe.
- Pareceu de me olhar assim, por favor.
- Por que?
- Porque me sinto pressionada.
- Não estou te pressionando. Temos todo o tempo que for preciso.
- Que fique claro. Não estou a disposta a passar por uma cesariana.
- Eu sei, querida. Fique tranquila.
Dra. Liz surgiu na sala, sorrindo enquanto segurava uma prancheta.
- O que a senhorita fez para apressar essas garotinhas? - Disse casualmente, sentando-se para examinar a dilatação, logo após colocar luvas.
- O que eu fiz? Acha que eu quero isso? Ser surpreendida por uma parto fora de época?
Chloe apenas lançou um olhar de "releve" para a médica.
Os hormônios estavam fazendo de Beca uma pessoa rabugenta.
- Fizeram sexo recentemente?
- Por que isso importa? - Respondeu a morena irritada.
- Isso no final da gestação pode acelerar o parto.
Chloe e Beca se encararam como quem diz "então foi nossa culpa".
- Você está quase pronta. Só falta um cm.
- Só um? Como isso é possível? Por que essa porcaria não dilata de uma vez?
A médica conteve a vontade de rir.
- Vou ficar aqui por precaução. Não deve demorar.
Beca encarou o teto durante alguns minutos, até que finalmente sentiu uma forte contração.
Liz se aproximou e após examinar com seu olhar minucioso, decidiu que era hora de levá-la à sala de parto.
- Força. - Dizia.
E quanto mais lhe diziam para fazer força, mais Beca exprimia a mão de Chloe.
- Força lá embaixo, não aqui em cima. - Resmungou a ruiva.
- Estou vendo uma cabeça.
Beca reuniu todas as forças que tinha para expulsar o primeiro bebê.
Liz a colocou sobre o colo dela.
Beca não se importou com a sujeira e o choro estrondoso, apenas beijou sua filha. Chloe fez o mesmo.
- Vamos lá, ainda falta uma.
Exaustão seria insuficiente para retratar o que Beca sentiu.
Quando a outra bebê nasceu, a morena quase caiu no sono no mesmo instante.
Ela a beijou, e a ruiva fez o mesmo.
Quando Chloe olhou para sua esposa outra vez, a mesma estava roncando.
- Deixe-a descansar. - Orientou Dra. Liz. - Vamos levá-la a um quarto.
A ruiva foi ao saguão do hospital e encontrou suas filhas adormecidas junto aos filhos de Aubrey e Stacie.
Em sequência: Stacie descansava sua cabeça no ombro de Aubrey, sobre o colo de Aubrey estava Alice, sobre Alice estava Tyler, sobre Tyler Dylan, sobre Dylan Megan, sobre Melanie, sobre Melanie Megan.
- Hey. - Sussurrou ao se aproximar.
Stacie retirou sua cabeça do ombro da esposa, voltando sua atenção à amiga.
- Nasceram?
- Sim. - Seu sorriso era exageradamente brilhante e autêntico.
- Já sabem como vão chamá-las? - Perguntou Aubrey.
- Charlotte e Samantha.
***
Dizem que a paixão não dura, e o que te faz escolher ficar é somente o amor.
Se isso era verdade, a paixão que Beca e Chloe sentiam uma pela outra, era renovada todos os dias.
Paixão e amor em mesmo nível, intensidade, e de mesma durabilidade.
Eram também apaixonadas por suas filhas. E o amor que lhe tinham, era o mais puro e incrível já descoberto.
Mais 4 anos haviam se passados, e com o tempo mudanças ocorreram.
Beca largou o emprego e abriu sua própria gravadora.
Chloe virou diretora de uma escola de música para crianças.
Stacie e Aubrey adotaram uma garotinha coreana de 7 anos, e lhes deram o nome de Madlyne, mas todos a chamavam Maddy.
Era Inteligente, esperta e muito intuitiva com tudo.
Ao crescer, Alice se tornou ainda mais parecida com Aubrey. E o mesmo aconteceu com Melanie e Megan; estavam cada vez mais parecidas com Chloe e Beca.
O garotinho de Amy e Pitt era engraçado e comilão como a mãe, porém havia herdado mais do pai geneticamente.
Charlotte e Samantha estavam correndo pelo jardim, enquanto Megan estava no balanço concentrada em um livro.
Melanie estava apoiada na cerca e falava com alguém ao telefone.
Chloe e Beca observam suas filhas da soleira da porta.
- Com quem será que ela tanto fala aquele telefone? - Intrigou a ruiva a respeito da filha mais velha.
- Deve ser uma amiga.
- É bom que seja. Só tem 13 anos, é nova demais pra ficar pendurada no telefone com um garoto.
Beca revirou os olhos e conteve sua vontade de rir.
- Já chega de celular por hoje, não é? - Gritou Chloe.
- Só mais um minuto, mãe. - Gritou de volta.
- Com quem está falando?
- Ah…Lily. - Titubeou ao responder.
- É mentira. Ela está falando com David McLean. - Disse Megan, sem nem mesmo levantar os olhos do livro.
- Cala a boca, pirralha!
- Olha o jeito como fala com sua irmã. - Beca a repreendeu.
- Por que não entra e vai ouvir Justin Bieber? - Melanie provocou a irmã.
- Porque também gosto de ler. Não sou como você que passa o dia fazendo coisas pra sua bandinha estúpida de garagem.
- Nerd!
Megan se levantou, indo até próxima a cerca.
Iniciaram uma discussão. E antes que a situação ficasse pior, Beca entregou às gêmeas duas arminhas de água, dizendo para espirrarem nas irmãs.
E assim obedeceram. Isso parou a discussão e fez as garotas entrarem buscando toalhas para se secar.
- É como com gatos. Espirre água e a briga acaba. - Comemorou Beca.
- Essas duas são impressionantes. Se davam tão bem quando menores. Aí cresceram e as diferenças ficaram mais evidentes.
- Acho que devíamos ter um filho, para equilibrar as coisas. Muitas mulheres juntas…Imagina futuramente quando todas alçaram a puberdade. Imagina se nossos ciclos se combinam e todas fiquemos de Tpm ao mesmo tempo?
- Isso seria um cenário horrível.
- O que me diz? Vamos ter outro filho?
- Você fala como se estivesse me convidando para um passeio de trêm. Não é tão simples assim. E mais…E se não conseguirmos de novo? E se vier outra menina?
- Querida, não estou falando para alguma de nós engravidar. Estou pesando sobre adoção.
- Adoção?
- Sim. Viu como Aubrey e Stacie são com a Maddy? Não acha que é um ato mais altruísta escolher alguém que já existe e foi rejeitado, em vez de ter outro filho biológico?
- Eu acho. Acho que é incrível. Mas…você tem certeza? Além de que, sabe…bebês não são fáceis de encontrar.
- Não precisamos adotar um bebê. Tivemos 4 bebês e já sabemos tudo o que fazer de trás pra frente. Acho que é hora de dar a chance de uma criança mais velha ter uma família. Nada melhor do que uma família grande e doida como a nossa.
- Eu conheço uma assistente social. Se quiser já dar o primeiro passo, posso falar com ela amanhã.
- Eu quero.
Chloe a envolveu pela cintura, e captou seus lábios em um beijo doce e suave.
Charlotte e Samantha fizeram caretas ao presenciar o beijo. Coisa inocente de criança.
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