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História She Will Be Loved - Capítulo 22


Escrita por: snowindelicada

Notas do Autor


FELIZ PÁSCOA. <3
Boa leitura, não me matem, ou matem, já não sei bem. hehehe :(

Capítulo 22 - Capítulo 22


Mesmo estando na sala, Piper ouvia a risada de Nicky e Taystee, por hora acabava rindo da risada delas. Assistia Mad Men, impossível não lembrar Larry. Nesse momento desejou tê-lo ali, sentado atrás dela como nos velhos tempos. Um suspiro escapou-lhe. Aproveitou o intervalo comercial e foi ao banheiro, precisava urinar, pois estava segurando com preguiça de levantar do sofá. Antes de voltar à sala, escovou os dentes. Quando pisou na sala, Alex surgiu de repente, assustando-a. O forte cheiro de cigarro a fez tossir descontroladamente.

– Você quer me matar de susto, Alex? – abanava a mão na frente do nariz.

– Pensei que você estivesse dormindo, me perdoe. Estava fumando e abri a janela.

Sem dizer nada, Piper tomou o cigarro de sua mão, tragando.

– Eu não sabia que você fumava. – Ela a olhava, admirada.

– Muito menos eu. – soltou a fumaça através da janela.

– Para, vai... Devolve-me aqui. – O tomou de volta, apagando em seguida.

Piper fechou os olhos.

– O que foi? – Aproximou-se ao indagar.

– Não é nada, nada que deva te preocupar. – Piper sentia a respiração dela batendo em sua pele, tão quentinha. Embora não quisesse, se afastou com veemência.

– Quando nós iremos nos acertar de vez, Piper? Porque, porra, é cansativo esse jogo todo...

Sem desviar os olhos da televisão, Piper respondeu vagamente.

– Não existe ‘’nós’’, na verdade nunca existiu, Alex.

– Eu nunca fui boa o bastante com relacionamentos, mas o que sinto por você é muito forte, entendo que te magoei demais, mas acredite, eu te amo e não é pouco.

Piper permaneceu calada. Alex a confundia e isso afetava sua coordenação motora.

 Alex temeu o silencio dela, não sabia o que dizer e nem o que fazer.

– Você se sente melhor?

– Sim. – se limitou a dizer.

– Ouviu o que eu lhe disse anteriormente? – ela questionou, sentando na pontinha do sofá, entrando na frente de Piper propositalmente.

– Cada sílaba. – olharam-se. – Você está na minha frente, Alex, por favor.

– Grita comigo, Piper.

– E por que eu gritaria?

– Cacete, eu prefiro você com raiva, esbravejando, do que calada, ignorando o ódio que está aqui dentro. – tocou de leve, seu peito.

Piper sentiu queimar onde ela havia tocado.

– Estou tão cansada, Alex, suas burradas não estão me afetando mais, para mim tanto faz, como tanto fez, você é adulta, sabe o que faz, o resto é consequência.

– Você sente alguma coisa por mim?

– Você é idiota ou o quê?

– Sim, eu sou idiota.

Piper esmagou um sorriso nos lábios, fitando-a nos olhos. Suas pupilas estavam dilatadas, incríveis.

– Eu te fiz sorrir, loirinha.

– Não me chame assim, é idiota.

– Sua irmã te chama assim, Pipes...

– Continua sendo idiota, moreninha.

– Droga, eu te amo! – Alex disse, apaixonadamente.

Piper engoliu em seco.

– Alex, pare, ok? Não posso ficar brincando desse jeito.

– Não estou brincando, Piper. Eu fiz muita merda sim, mas eu te amo, e embora você não diga nada, sei que me ama também. – respondeu, se aproximando.

– Por favor... – com a garganta apertada, ela insistia. Necessitava sair dali, ou choraria diante de Alex.

– Eu quero tentar com você, pode parecer estúpido, mas estou disposta, Piper. Dê-me uma chance, sei que posso te fazer feliz.

De repente toda a vontade que sentia de chorar, transformou-se em um sorriso sem um pingo de humor.

– Então você acha que é assim, né? – Piper afastou-a com a ponta do dedo, como se sentisse nojo de tocá-la com toda a mão. – Ontem você me dizia coisas agradáveis, hoje transou com uma desconhecida na porra do banheiro do aeroporto e agora diz que me ama? Por que você não enfia seus ‘’sentimentos’’ – fez aspas com os dedos. – no meio do cu?

Alex piscou.

– Piper, me escute-

Piper levantou a mão esquerda, fazendo-a calar-se.

– Você precisa evoluir, Alex! Sua lábia é fenomenal, você é o tipo de mulher que não precisa de muito para arrastar alguém até a cama, bastou esse seu sorrisinho vulgar aparecer e, bum! Tá feito! Quando penso que você estoicamente mudou, me engano.

– Vai virar isso contra mim? Ótimo! A senhorita perfeita deu as caras. – colocou-se de pé. – Você deixou bem claro que não trocaria Teddy por mim, quando reconheci o quanto te amava. O que mais você queria? Que eu me jogasse da ponte, ou a sequestrasse?

– Você só o fez porque ficou com medo, Alex, com medo de perder uma de suas transas, você sempre me teve fácil demais! – soube que ela errou o nome de Brad de propósito, mas não a corrigiu, estava chateada demais para se importar. – Eu estava cega, me deixei levar achando que você fosse ser sincera sem precisar me ver com outra pessoa para dar-se conta de que nutria algo por mim. Seu egoísmo vai acabar te corroendo, e não, não quero estar perto quando você estiver no fundo do poço, aliás, se eu estiver perto, jogarei terra por cima.

Alex bateu a palma das mãos nas coxas, surtindo um barulho.

– Tem razão, Piper. Sou muito egoísta, errei e continuarei errando, sabe por quê? Porque eu sou humana! Todo ser humano tem direito a duas bênçãos, a saber; a benção de errar e a benção de acertar. No primeiro caso, existe um grande aprendizado que a conduzirá ao caminho correto. Todo mundo tem suas frustrações, desejos insanos, vontades momentâneas, todas elas podem te foder inteira depois que o efeito passar. Posso foder qualquer uma, mas é você quem eu amo, se é difícil para você acreditar, ou até mesmo me dar uma chance, tudo bem.

Piper respirou com dificuldade, sua postura era tão ereta que dava a impressão que a espinha fosse estalar, a qualquer momento.

– Eu não quero mais ter que discutir isso, me recuso. Você é livre, pode foder quem bem entender, desde que não venha me usar como desculpinha. Não posso enlouquecer, tenho uma filha pequena que precisa de mim.

O que posso fazer para me redimir, Piper? Estou tão cansada, de verdade, tudo o que eu quero é ter uma vida ao seu lado, apagar o passado, construir um futuro. Eu só preciso ouvir um sim, prometo que nada irá acarretar nosso relacionamento. – com receio, aproximou-se ajoelhando perto de onde Piper estava sentada, ela ficou em silêncio. E Alex sentiu como se estivesse mergulhado na escuridão. Lágrimas de amargura encheram-lhe os olhos, turvando sua visão, embaçando a lente de seus óculos.

Por sua vez, Piper almejou tocá-la e consolá-la, mas travou a mão quando já estava próxima aos cabelos dela. Desta vez estava decidida a não aceitar as promessas vagas dela. Se ela a queria, seria do seu jeito, no seu tempo.

– Alex, levante-se, preciso ir ao banheiro.

– Não me deixe assim, é dolorido. – sem aguardar uma possível resposta brutal, deitou o rosto nas pernas de Piper. Chorou sem medo, sem vergonha, cada lágrima que escorria pelo seu rosto, era como se levasse consigo uma parte de suas tristezas, arrependimentos.

Piper tentou uma argumentação final.

Alex, está tudo bem, vamos... Preciso ir ao banheiro.

– Piper, me perdoe por ter sido fraca, sou um fracasso! – murmurou sem se afastar, pelo contrário, abraçou as pernas dela, como uma criança assustada.

– Ficar chorando, se martirizando não vai ajudar! Mude por você, Alex. – Piper respondeu suavemente, tocando os fios escuros de seus cabelos, sabia que estava facilitando, mas vê-la naquele estado, era inadmissível.

Nicky vinha da cozinha com uma garrafa de cerveja em uma das mãos, a outra estava em sua cabeça, Piper até arriscaria que ela tivesse levado um tapa de Lorna se não estivesse fragilizada com Alex deitada em seu colo. Nicky parou prestando atenção nelas. Piper balançou a cabeça negativamente, e ela voltou por aonde veio.

– Alex, porra! Eu preciso urinar.

Ela então se afastou um pouquinho.

– Vamos até o banheiro, você precisa lavar esse rosto.

– Ok... – Alex conseguiu dizer, mas logo fungou.

Piper deu uma corridinha na frente dela, estava muito apertada, sua bexiga parecia a cada minuto aumentar devido à demora em urinar. Alex entrou logo atrás, ligando a torneira. Ela tirou os óculos, esfregando os olhos, virou o pescoço dando uma olhada rápida em Piper que pressionava os lábios, olhando-a.

– O que? – perguntou, estranhando.

– Abra a torneira mais forte. – sorriu amarelo.

– Por quê?

– Alex, eu não gosto quando alguém entra comigo no banheiro e me escuta urinar... Por favor! – Implorou se remexendo no vaso sanitário.

Alex riu com gosto, como se não estivesse chorado igual uma criancinha minutos atrás.

– Então esse é o real motivo de você nunca ter permitido que eu entrasse no banheiro enquanto você mijava?

– É... Vai logo, Alex.

– Hm, não. – ela desligou a torneira, cruzando os braços. – Para de besteira. – encostou os quadris na ponta da pia, olhando Piper de frente.

– Filha da puta liga logo essa merda! – esbravejou.

Alex parou no lugar feito uma estátua, só movia os olhos.

– Ok... – Piper fechou os olhos, abrindo segundos depois. – Vai parecer que minha boceta é arrombada demais para impedir que eu urine sem fazer muito barulho.

– Você é maluca demais, por Deus, Piper! – Alex ria dela. – Sabemos que ela não é; agora faça...

Piper fez uma cara de coitadinha, apertando os olhos. Precisava de uma vez soltar, não aguentava mais prender. Relaxou e deixou-se urinar.

– Para de fazer isso, você terá infecção nesse ritmo. – alertou Alex, ao ouvi-la contrair e soltar ao mesmo tempo.

– Ah! Cala a boca e lava esse rosto horrível.

– Obrigada. Muito doce. – ligou a torneira lavando o rosto, rangeu os dentes ao sentir a água gelada entrando em contato com sua pele quente.

XxX

– Nicky para de olhar assim pra ela. – Taystee fez uma careta demonstrando todo o seu desgosto. – Você se parece com aqueles cachorrinhos olhando o frango em frente à padaria.

– Sabe a grande diferença entre eu e o cachorro? – Nicky perguntou, tentando olhar o jogo de Lorna.

– Hm?

– É que eu posso comer o que estou olhando.

Lorna sentou a mão em sua cabeça novamente, era a terceira vez com essa.

– Amor, eu estou brincando, credo. – gemeu de dor.

– Não gosto quando você brinca assim, eu sou uma dama.

Neste instante, Alex entrou na cozinha acompanhada de Piper. Ambas notaram o rosto de Alex avermelhado, mas não comentaram nada.

– Porra, Nicky, você rouba demais, não tem graça. – Taystee jogou um doritos no alto, e agarrou com a boca, mastigando em seguida.

– Ladrão que rouba ladrão...

– Piper, venha jogar. – convidou Lorna. – Preciso me sentir normal, com pessoas normais jogando.

– Ei! – Nicky e Taystee protestaram ofendidas.

– Nah! – Sorriu docemente, sentando na ilha da cozinha. Alex aproveitou o espaço entre as suas pernas e enfiou-se ali, no meio, olhando as três mulheres jogar. Piper a achou ousada mas não disse absolutamente nada. Cairia bem demais marshmallows assados agora... – Sua boca encheu-se de água.

– Concordo com você, P. – Nicky olhou na direção dela, ao notar Alex tão próxima, riu sem emitir som. Ai, ai...

– Podemos comprar, é cedo ainda. – Taystee comentou.

Alex olhou no relógio da cozinha, eram 23h56. Deu de ombros, sua cabeça latejava de dor.

– Melhor não, outro dia! Na verdade vim apenas desejar boa noite. – Piper bocejou. – Estou morta de sono, amanhã levarei meus pequenos ao zoológico.

– Ah brincou, né? – Nicky só faltou pular, em êxtase. – Vamos todos ao zoo amanhã!

– Ótimo, vamos dormir então! – Lorna espreguiçou-se.

Piper se remexeu, fazendo com que Alex saísse do meio de suas pernas, precisava descer dali.

– Lorna dorme comigo, Alex com Nicky e Taystee no sofá. – Piper disse.

– Não, não... Minha macaquinha dorme comigo. – Nicky agarrou Lorna, pendurando-se nela.

– Ai que apelido horrível, porra. – Piper fez cara de nojo, caminhando para fora da cozinha.  Taystee vinha atrás. – Deixem a cozinha assim, amanhã cedo arrumo.

Nicky apagou a luz e puxou Lorna.

– Quando elas terminarem de foder, lá... – Alex apertou os dedos em sua testa, chamando a atenção de Piper.

– Dor de cabeça? – Ela perguntou.

– Exatamente. – Alex disse sem muita emoção.

– Boa noite! – Taystee deu um beijo na bochecha de Piper.

– Irei buscar lençóis limpos e um travesseiro, um minuto... – Piper rapidamente apanhou tudo, empilhando-os em cima um do outro. Ao pisar na sala, notou que Alex estava sentada em um dos sofás, jogou os lençóis em cima de Taystee juntamente com o travesseiro. – Durma bem, Tasha.

– Idem Eliza.

– Vai se foder. – revirou os olhos. – Alex, venha.

– Esperarei por Nicky.

– Venha logo, antes que eu perca o bom senso.

– Certo. – ela sussurrou, seguindo Piper.

XxX

Piper agradeceu a Deus por sua cama ser enorme o bastante para manter-se afastada de Alex. Deitada de barriga para cima, ela olhava os formatos estranhos de desenhos no teto causado pela luz do abajur. Estreitou os olhos olhando a cabeleira de Alex caída como um manto negro sobre a fronha do travesseiro. Questionou-se se ela já havia adormecido, já que não falava e muito menos se mexia.

– Não me mande enfiar meus sentimentos no cu outra vez.

A voz rouca dela assustou Piper.

– Eu mandarei sempre que preciso.

– No cu é sacanagem. – Alex virou-se, fazendo-a sorrir.

– Hm.

– Será que Nicky e Lorna ainda estão fodendo na cozinha?

– Elas fazem amor, Alex.

– Tanto faz, não me importo. – respondeu rabugenta.

– Esqueci que você desconhece o que é fazer amor.

– Engana-se. – virou-se novamente, dando-lhe as costas.

Piper tirou a meia do pé e o encostou às costas de Alex.

– PUTA QUE PARIU, PIPER!

Alex rolou na cama, parando ao cair no chão. Piper riu e balançou a cabeça.

– Odeio quando alguém me da às costas, escroto demais.

– Quer atenção? Compre um cachorrinho, porra. – Alex soergueu-se, deitando na cama emburrada.

– Desculpe. Boa noite. – Piper bocejou, fazendo com que Alex bocejasse também. Ela não respondeu, fazendo um bico.

– Bicuda.

– Não ferra, Piper.

– Hmm, okay.

Alguns longos minutos depois, Piper levantou rumando até o banheiro. Alex podia ouvir o barulhinho dela urinando, riu levantando na pontinha dos pés. Escondeu-se, esperando-a sair do banheiro.

– Há! – deu meio grito, fazendo a loira pular de susto.

– Ah! – Piper sentiu tudo girar, mas segurou-se na parede.

– Piper, eu estou dando o troco... – Alex achou estranha aquela cena toda.

– Alex... não faz assim, por favor. – cambaleou até a cama.

Por um momento Alex analisou-a.

– Tudo bem, baby?

– Sim, apenas não me dê outro susto assim, porra. – Cobriu o rosto, agora pálido.

– Peguei pesado, né? – engatinhou na cama, olhando-a. Piper não respondeu, respirava com dificuldade. – Piper, me desculpa!

– Ok, Alex. Cale-se, estou bem, preciso dormir.

– Desculpe – pediu mais uma vez. – Durma bem... E ah! Escutei você mijando.

– Nem fodendo, sua vaca!

Um soco inesperado fez seu braço latejar de dor.

– Quer parar, Piper? – esfregava o braço para aliviar a dor.

– Eu te odeio! – ela disse, escondendo a metade do rosto, Alex só via os seus olhos azuis.

– Eu te amo!

Seus olhares se encontraram, os verdes perdidos nos azuis, ambas desviaram quase que no mesmo instante.

– Boa noite, chupa dedo.

– Boa noite, Maria mijona. Só não mije na cama.

– Só não chupe o meu dedo.

Sorriram.

Dormiram em seguida, tão próximas, mas tão afastadas ao mesmo tempo.

 

 


Notas Finais


obs: citei Paulo Coelho na fala da Alex, pq ele é rei. ♥
Beijos.


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