História Shippuuden Story: The Konoha Next Generation - Quinta Guerra Shinobi: Arco 4 - Cap.2

Akira havia partido de Konoha com uma missão de extrema importância e que levaria muito de cautela e cuidado, afinal, retornar a base principal da Lótus depois de tudo que houve consigo e com Kiyomi era algo que jamais imaginou fazer desde de sua “traição”.

Era estranho voltar naquelas terras depois da descoberta da verdade. Uma verdade que tinha sido dura de engolir, mas que no final valeu a pena de saber. Seus pais estavam vivos nesse tempo todo enquanto era um agente daqueles que os tinha mantidos reféns.

Se sentia enojado por ter sido inocente a ponto de deixar a aldeia e todos para trás e seguir um caminho que foi manipulado para acreditar em mentiras.

Porém, agora estava livre e comandava sua própria vida sem amarras ou correntes, era Uchiha Akira sem o pretexto de ser um shinobi foragido, mesmo que ainda sim tinha seu nome no livro bingo.

Mas voltar ali lhe trazia recordações mistas e que mexiam com seu emocional. Teve ótimos momentos com Kiyomi, a pessoa que tinha mudado sua perspectiva do que era amar alguém, diferente do amor materno de seus pais.

Foi com ela que teve sua primeira vez em tudo e agradecia bem por ter sido paciente e lhe ter retribuído esse amor quando soube da gravidez, algo que ela quis seguir em frente e pagou caro quando esteve de frente com Yatemy, quase morrendo por conta disso.

Aqueles assuntos eram passado agora para ambos. Akira e Kiyomi só queriam viver em paz e longe de mais problemas, queriam cuidar de seu futuro filho e até mesmo os planos que o Uchiha havia planejado pro futuro tinha sido alterados quando a garota quis fazer parte de fato da sua vida.

Não iria até onde estava indo se não se importasse com Kiyomi, e bem, iria voltar ao lugar que por anos foi seu lar. Mas por ela cruzaria o oceano a nado se fosse necessário, realmente Akira a amava bem mais do que demostrava.

Havia decido se infiltrar sorrateiramente e por uma passagem no qual somente ambos sabiam onde estava, sendo um túnel abandonado que fazia a ligação direta entre Hokkygakure e a base da Lótus na montanha.

Era ali também que algumas raízes da segunda Shinju tinham se expandido para que sugasse chakra por todo o norte do planeta.

Assim que passou por toda a aldeia e caminhou em direção a entrada do túnel, Akira resolveu passar pelo hotel onde havia ficado com Kiyomi há algumas semanas logo após sair da Lótus.

Pegou o que tinha ficado por lá, mesmo sendo coisas mínimas, sua namorada tinha deixado uma mala com suas roupas e isso seria útil quando retornasse a Konoha.

Kiyomi não tinha tantas roupas e o que ela tinha levado naquela mala supriria por um tempo até que comprasse novas. Além disso, ainda tinham alguns pertences pessoais no quais Akira não fazia questão de saber o que era.

Guardou isso no Kamui e seguiu seu caminho de volta a sua missão principal naquele momento. Seria uma boa caminhada no ar gélido do Ártico Norte, mas era um bom momento para que o Uchiha refletisse sobre a vida e seus planos para o futuro.

Tinha tantas coisas a se pensar e tantos caminhos a seguir, mas por enquanto se focaria apenas em trazer a memória de seus pais de volta e quando isso desse certo, mudaria seu foco para Kiyomi e seu filho.

Porém, havia a guerra no meio disso tudo e Akira sabia bem que hora ou outra teria que participar disso, mesmo que não quisesse se intrometer nesses assuntos.

Agora que era não-oficialmente um cidadão de Konoha novamente, com toda a certeza o Hokage lhe convocaria para alguma missão e isso incluiria lutar na guerra.

Não era de seu interesse se meter nisso, mas se quisesse ganhar a confiança dele e dos membros de seu time, faria sem reclamações.

Akira chegou a entrada do túnel, que estava sendo bloqueada por uma selamento especial, o fazendo crer que Kiyomi tinha feito aquilo numa maneira de não deixar que descobrisse tal lugar. Seria uma longa caminhada, mas estava acostumado a andar longas distâncias.

Já esperava que aquela missão duraria algumas horas e preferia mil vezes utilizar do Kamui para entrar já dentro da base, mas sabia que quando isso acontecesse seria capturado e com toda a certeza morto caso Yatemy soubesse de sua presença ali.

Então teria que agir como um shinobi que tinha treinado pra ser e andar na sombra sem que fosse notado.

Claro que a base possuía sistemas de segurança altamente tecnológicos que podia detectar seu chakra a qualquer distância do local, mas Akira sabia por onde andar para evitar os sensores e câmeras.

Após uma breve caminhada de quase vinte minutos, enfim o Uchiha havia chegado a base principal da Lótus. Desfez o selo que Kiyomi havia feito e abriu devagar a falsa placa de metal que tinha sido colocada lá, saindo justamente na área de despacho de cargas.

Conseguiu ver que o trem que fazia o transporte estava parado na estação enquanto todo o local parecia estar vazio. Estranhou isso de imediato por saber que dificilmente aquela área era vazia, já que a organização sempre utilizava o trem para fazer o transporte de cargas entre as outras bases e agora não havia nem mesmo uma alma viva por lá.

Observou ao redor buscando os sensores de chakra e os encontrou espalhados juntamente com as câmeras ao lado, que operavam automaticamente vigiando de um lado ao outro aquela grande área.

Esperou que as câmeras sincronizassem de uma certa maneira e caminhou abaixado entre os contêineres e caixotes para chegar até a entrada da base.

Quis evitar os elevadores por motivos óbvios e foi até às escadas, pois sabia que lá não haveria como ser detectado. Eram muitos lances de escadas, mas seria um bom exercício para o Uchiha, que deu uma leve risada pensando que havia treinado mais cedo e seu corpo estava de certa maneira cansado de exercícios físicos.

Depois de mais alguns minutos, Akira chegou até o andar dos laboratórios. Antes que abrisse a porta e saísse para os corredores, usou uma técnica de transformação e colocou seu capuz para que não fosse reconhecido.

Já sabendo o caminho até o laboratório de Aya, teria que atravessar alguns corredores e por isso não podia demorar mais, teria que ser rápido.

Dando um longo suspiro, o Uchiha saiu rapidamente pela porta e caminhou pelos corredores com o olhar baixo enquanto observava curioso e parando de andar ao ver o local completamente vazio.

Ficou com uma estranha sensação de estar preso num genjutsu ou técnica de ilusão, mas de fato não havia ninguém nem nos corredores e nem nos laboratórios.

Pensou consigo que algo estava acontecendo e não queria estar lá para descobrir o que fosse, por isso apertou o passo e se focou apenas em ir até o último laboratório daquela andar, o mais importante dentre todos os demais.

Assim que chegou até a sala, adentrou fechando a porta enquanto ativava seu Sharingan para buscar assinatura de chakra de Aya, porém, nada encontrou. Desativou seu dōjutsu e começou a vasculhar por todo o lugar a procura do soro que Kiyomi usava.

Sabia bem que somente Aya os guardava em seu laboratório, pois sempre que precisava aplicar sua dose quando iniciou com o tratamento, ia até lá para que a mulher mesmo lhe aplicasse o soro.

Mas não conseguia se recordar em qual armário ou refrigerador estavam as demais doses guardadas.

- Na segunda prateleira do refrigerador da direita.

Akira sentiu um arrepio ao ouvir a voz daquela mulher que por anos tinha sido uma mentora enquanto era um agente.

Engoliu a seco e se virando devagar viu Aya recostava no pilar com ambos os braços cruzados enquanto o encarava não tão séria como esperava.

Pelo o laboratório estar a meia luz e escuro em grande parte, não tinha notado sua chega.

Aya custava ser uma pessoa quieta e por algumas vezes se assustou com sua chegada repentina quando estava desatento, mas nunca reclamou disso por saber como ela era.

- Vai ficar me encarando ou vai pegar o soro?

- Por que está entregando isso tão facilmente? — Questionou Akira desconfiado. — Poderia muito bem chamar Yatemy ou alguém pra me deter.

- É, eu poderia. — Desencostou-se do pilar e caminhou até o refrigerador aonde estavam amostras e outros soros, logo abrindo a porta. — Mas sei que não veio atrás de confusão. Então não há razão para que faça algo contra você.

- Eu trai a organização.

- Isso não importa mais.

Dizia Aya enquanto pega uma pequena maleta dentro do refrigerador e caminhava até uma mesa, logo a abrindo e se virando para o Uchiha, indo até um armário para pegar uma seringa.

- Está me ajudando sem nem mesmo dizer nada. — Akira diz indo até a maleta vendo os frascos com o soro esverdeado. — Por que?

Aya ficou em silêncio por alguns instantes enquanto guardava uma seringa juntamente com uma espécie de medidor em uma bolsa pequena, logo indo até aonde estava Akira, que deu alguns passos atrás com sua proximidade.

- Só quero que a minha filha fique bem e sei que com você ela estará segura. — Responde a loira encarando-o com um semblante desanimado, o que causou estranheza no Uchiha. — Ela teve uma crise, não foi?

- Sim.

- Administre uma dose quando voltar e diminua um miligrama e meio a cada nova aplicação, assim o corpo dela se adaptar cada vez mais a não exigir o soro, até que não precise mais. — Aya guarda a pequena bolsa junto a maleta, a fechando em seguida e estendendo a Akira. — Vai levar algum tempo, mas ela e o bebê vão ficar bem.

- Você sabia sobre a gravidez dela?

Akira pergunta pegando a maleta das mãos da mulher e a guarda na bolsa ninja que carregava, mas sempre se mantendo atento a tudo ao seu redor.

Mesmo que Aya demostrasse representar uma ameaça, era normal que estivesse atento a qualquer movimento que viesse acontecer vindo dela ou não.

 - Descobri sobre alguns exames que ela tinha feito em outra base. — Respondeu Aya recostando na mesa. — Sei que deve ter sido uma grande surpresa pra ela e que estava assustada, mas fiquei decepcionada por não confiar em mim e me contar sobre isso.

- Sabe o que Yatemy faria se descobrisse e acabou quase a matando por isso.

- Eu sei, mas ainda sim... — Ela dá um longo suspiro abaixando o olhar por um momento, demostrando estar triste. — Eu sou a mãe dela.

- Eu sinto muito, Aya. — Diz Akira. — As coisas saíram do controle bem rapidamente nas últimas semanas, mas creio que não tem mais volta o que aconteceu. Sei que é por direito seu saber do estado de saúde dela e como está, mas tudo que posso dizer é que Kiyomi e o meu filho estão bem e irão ficar ainda melhores quando essa maldita guerra acabar.

Aya assente abrindo um curto sorriso, algo que Akira jamais tinha visto em cinco anos dentro daquela organização.

Realmente as coisas estavam mudando e não sabia dizer se era para bem ou para o mal, mas esperava muito que tudo tivesse um fim com a paz retornando como antes.

- Você é uma pessoa incrível, Akira. — Diz Aya se desencostando da mesa e caminhando em direção a porta do laboratório. — Cuide bem da minha menina e do meu neto, sei que será um bom pai e um bom marido para ela.

- Eu cuidarei.

- Obrigado. — A loira para na porta e vira a cabeça o encarando brevemente. — As suas coisas e da Kiyomi estão na minha sala aqui no laboratório. Assim que as pegar, pode sair sem medo, a base está vazia e os sensores desligados. Cuida-se, Akira.

Sem dizer mais nada a mulher sai do lugar deixando um Uchiha pensativo e curioso para trás. Foi uma conversa bastante confusa e estranha com Aya, coisa que nunca tinha feito também enquanto era subordinado dela, já que sempre se falavam somente quando envolvia missões ou seu treinamento.

Ficou curioso para saber dessa repentina mudança de humor da vice-líder daquela organização, mas não se arriscaria mais estando em um lugar como aquele, mesmo ela mesmo dissesse que não havia ninguém, não botaria sua total confiança nessas palavras dela.

Rumou para a sala de Aya e viu suas grandes malas com os nomes de Kiyomi e o seu estampados nelas.

Viu que eram as roupas e objetos que haviam ficado para trás quando ambos foram embora e sem demora usou o Kamui para fazer com que ambas as malas fossem mandadas para a dimensão especial do seu dōjutsu.

Olhando ao redor e percebendo que não havia mais a ser feito por ali, sumiu através de seu dōjutsu e logo surgiu na floresta próxima a Konoha. Deu um suspiro sentindo a brisa fresca bater em seu rosto enquanto já caminhava de volta a aldeia pensativo sobre o encontro que teve a poucos instante.

Ver Aya daquela maneira o fazia pensar o que estava acontecendo consigo e dentro da Lótus durante essas semanas de sua ausência. Talvez as coisas não estivessem tão bem na organização e que isso poderia ser um trunfo para que conseguissem vencê-los nessa guerra.

Mas aquilo não importava e não era uma prioridade para Akira. Retornar com sua missão concluída era uma das melhores sensações de prazer que tinha, ainda mais sabendo que Kiyomi não teria mais crises e cuidaria de sua saúde e principalmente de seu filho.

...

Já passava da hora do almoço quando Naruto passou pelos portões de Konoha. Estava de volta depois da breve saída até o acampamento do norte e após a conversa com Jiraya e as definições dos próximos passos dali em diante, aceitou voltar no trem expresso junto aos refugiados de Amegakure.

Tinha sido uma viagem tranquilo e sem mais preocupações, como esperavam acontecer, mas nada disso teve e depois de poucas horas já estavam de volta a capital do País do Fogo.

O Hokage retornou com um sentimento diferente do que partiu e estava cada vez mais motivado a achar com a guerra e com os planos da Lótus Vermelha.

Ele sabia que não poderia executar isso sozinho e somente com a ajuda de pessoas de sua extrema confiança, poderia ter grandes chances de acabar com Yatemy antes que algo pior viesse a ocorrer. Necessitava também de resolver alguns outros problemas que era prioridade e faria isso assim que terminasse a próxima reunião.

Havia combinado uma pequena reunião com os antigos colegas para discutir alguns assuntos no qual necessitaria da ajuda deles, sendo que aquela geração era uma das mais fortes que Konoha já teve.

Tendo a ajuda deles, poderia ficar mais tranquilo em relação aos próximos passos e se focar em resolver outros problemas.

Passou em casa e tomou um breve banho para que pudesse relaxar um pouco antes de continuar aquele dia pesado de trabalho. Estava longe de um descanso de fato, mas um banho quente, roupas limpas e uma comida quente, de preferência um ramén de porco, sempre aumentava seu ânimo e lhe dava motivos para continuar seu dia.

Rapidamente seguiu seu caminho até o restaurante aonde havia combinado com os amigos, ainda acompanhando por Ren, que mesmo dizendo que não havia necessidade de estar ao seu lado, o Hatake dizia que era seu trabalho ser seu guarda-costas dentro ou fora de Konoha.

Logo que chegou ao restaurante, adentrou o lugar e viu que todos seus amigos estavam reunidos. Abriu um largo sorriso ao perceber que estavam ali os doze originais da sua geração, com a adição de Sasuke, que provavelmente tinha sido arrastado por Hinata para estar lá contra sua vontade.

Até mesmo Ino, que estava em luto nas últimas semanas por conta do falecimento de Sai, estava com um tímido sorriso nos lábios enquanto Chōji contava alguma piada.

Era nostálgico e bom estar lá, agradeceria muito por isso a todos.

- Me desculpem pela demora, pessoal!

Dizia Naruto ao se aproximar da mesa aonde estavam seus amigos, que compreendiam o atrasado do Nanadaime Hokage. O cumprimentaram brevemente e logo o loiro deu um beijo em Sakura, sentando-se ao seu lado enquanto Sasuke estava do lado esquerdo.

Para o Hokage era ótimo estar com amigos novamente depois de tanto tempo. Todos eram extremamente ocupados com seus afazeres e isso os separou quando entraram na vida adulta, principalmente com Naruto assumindo o cargo de Hokage, que com toda a certeza era o que mais roubava tempo.

Juntos tiveram um ótimo almoço com direito a muitas risadas, brincadeiras e conversa bastante animada. Fazia bastante que não se reuniam daquela maneira para que pudessem relembrar o passado e também falar sobre a vida atual, sendo que eles agora tinham suas próprias vidas e famílias.

Era estranho pensar que a pouco mais de vinte anos estavam todos juntos em um campo de batalha frente a um inimigo como Uchiha Madara e lutaram bravamente para que o mundo chegasse a paz.

Porém, agora existia um novo inimigo e mais uma vez estavam juntos, mas não em um campo de batalha como antes, e sim em um restaurante.

Poderia ser a última vez que todos estejam ali reunidos, talvez sim ou talvez não. Tudo era imprevisível demais e não sabiam o que seria amanhã ou depois. O que podiam fazer era aproveitar aquele momento e registrar na memória toda e qualquer sentimento bom extraído dali.

Assim que todos já haviam acabado suas refeições e sobremesa, Naruto se levantou da cadeira com um copo de chá em uma de suas mãos, pois ainda estava dia e queria retornar ao trabalho mesmo estando cansado, então não beberia nada alcoólico para assim não interferisse em suas decisões no escritório.

- Bem, primeiramente eu só gostaria de agradecer a todos que puderam estar aqui mesmo com tantos afazeres. — Começou a falar o Hokage chamando a atenção de todos na mesa. — Sei que faz bastante tempo desde da última vez que paramos tudo que estávamos fazendo para estar reunidos em uma confraternização.

- Acho que a última vez foi no dia da sua posse como Hokage, Baka.

Diz Kiba dando uma risada, sendo acompanhado pelos demais presentes.

- Então faz bastante tempo mesmo. — Naruto diz coçando a nuca enquanto dava uma risada curta. — Peço perdão se não tivemos mais tempo para isso. Acho que todos nós depois de adultos estávamos tão ocupados com problemas da nossa própria vida e do trabalho que esquecemos a importância que nossa amizade em grupo tem.

- De qualquer forma, apesar dos pesares. — Chōji diz erguendo seu copo. — Cá estamos novamente, reunidos.

- Só queria dizer que o mundo pode estar uma loucura e novamente estamos lutando em uma guerra mundial frente a um inimigo tão poderoso quanto Uchiha Madara foi. — Naruto dá um longo suspiro abaixando o copo e o olhar, mudando drasticamente seu humor. — Eu perdi dois grandes amigos nos últimos meses. Gaara e Idatte foram duas pessoas que estiveram ao meu lado quando mais precisei e que agora se foram nas mãos do inimigo. — Ele dá uma fungada engolindo a vontade de chorar, logo erguendo o olhar e abrindo um triste sorriso. — Jamais irei abandonar aqueles que estiveram ao meu lado nos piores momentos e não irei prometer algo que não possa cumprir. Só queria que soubessem que iremos vencer essa guerra e trazer a paz de volta ao nosso país, nossa aldeia e principalmente nosso mundo! Só peço que me ajudem nessa missão, que estejam juntos comigo nessa caminhada para que possamos dar ao nosso filhos e netos uma chance de um mundo em paz!

Um silêncio tomou o ambiente enquanto Naruto deixava algumas lágrimas escapar. Já estava aguento toda aquela pressão de trabalho e obrigações a muito tempo sozinho, deixando aqueles que tinham sua total confiança de fora, como Sakura, Sasuke e Shikamaru.

Agora eles conseguiam perceber que não poderia deixar o Hokage carregar aquele fardo todo sozinho. Mas não somente eles entenderam isso, mas todos os demais. Naruto sempre foi o catalizador que os mantinham juntos na adolescência e durante a Quarta Guerra os uniu em prol de um bem maior.

Mas com as obrigações de suas respectivas vidas pessoais, no qual a maioria se casou e teve seus filhos, não notaram que aquele amigo deles novamente estava tomando a frente por eles.

Era sim o Nanadaime Hokage com muitos méritos e era sua obrigação mantê-los seguros, mas eles tinham uma dívida a ser paga a ele e somente agora percebiam que aquele era o momento.

Sakura foi a primeira a se levantar e colocando a mão no ombro do marido lhe disse que estaria lá ao seu lado no que precisasse, pois além de uma kunoichi que defenderia Konoha com sua vida, era obrigação sua como esposa estar junto a si nos bons e maus momentos.

Ouvir isso o emocionou ainda mais e não demorou a dar um forte abraço na rosada e agradecer por isso. Sabia bem que nunca tinha errado ao ter se apaixonado por ela quando ainda era uma criança, Sakura seria até o fim de sua vida a mulher que amava e sempre amaria.

Porém, o que lhe pegou de surpresa foi ver Sasuke se levantar da cadeira ao lado e lhe encarando diz que também estaria lá para quando precisasse, afinal, sempre seria ele a livrá-los dos problemas maiores quando acontecesse.

Seguindo isso, o restante se pôs de pé enquanto cada um dizia que Naruto não iria enfrentar todas essas dificuldades sozinho novamente e que agora estavam unidos não mais como companheiros de aldeia, mas sim como uma grande família e juntos eram mais fortes do que qualquer inimigo.

Essa demonstração de confiança e companheirismo fez o Uzumaki perceber o quão importante eram seus amigos. Mesmo que se sentisse sozinho quando era criança, agora estava junto a pessoas incríveis que tinham se tornado seus irmãos e irmãs, com Sakura até mesmo sendo sua esposa e mãe de seus filhos.

Naruto guardaria aquele momento para sempre e prometeu que quando todo esse “inferno” acabasse, eles iriam se reunir novamente naquele mesmo restaurante e celebrar a grande vitória que teriam, com a paz sendo trazida de volta como sempre deveria ser.

Uma paz que eles construiriam juntos novamente e que ao final de tudo, a vontade do fogo prevaleceria acima de qualquer um que quisesse destruir o mundo deles.

...

O resto do dia correndo tranquilo em Konoha. Mesmo que muitas pessoas tivessem medo da guerra, ainda sim havia movimento nas ruas da aldeia e o comércio continuava aberto como sempre. Restaurantes, lojas e principalmente a praça principal continuava bem movimentada e com alguns turistas que estavam proibidos de retornar para casa devido as fronteiras fechadas.

Se antes de todo o caos Konoha era muito bem procurada por turistas que adoravam os monumentos históricos como o Monte Hokage e as recém inauguradas estatuas de Hashirama e Madara, que mesmo sendo reconhecido como inimigo, ainda sim era um dos fundadores da aldeia.

A noite que antes era agitada, agora se mantinha mais calma e com poucas pessoas pelas ruas. Era de se entender pelo momento e pelas recomendações do Hokage, que pedia aos cidadãos tomassem bastante cuidado durante a noite e que estivessem em casa pela madrugada por questões de segurança.

 Logo após retornar da base no Ártico Norte, Akira tinha voltado para o apartamento e encontrando Kiyomi, que tinha ficado bem tensa durante todo tempo da ausência do Uchiha. Sabia bem do terreno que tinha entrado e esperava retornar sem mais problemas e ficou muito feliz que isso tinha acontecido.

Não demorou a aplicar a dose do soro em Kiyomi e deixou de lado o fato que tinha se encontrado com Aya, pois não queria trazer ainda mais problemas a sua cabeça e o melhor era deixar o passado no passado e tocar a vinda em frente como já tinham planejado anteriormente.

Esse silêncio em relação aos acontecimentos dessa “missão” de Akira, fazia a garota crer que algo tinha ocorrido lá e que com toda a certeza envolvia um de seus pais. Porém, assim como já tinha falado com ele antes, não iria o questionar sobre isso.

Durante o resto do dia, Kiyomi tinha ficado deitada no quarto e dormiu devido ao cansaço causado pelos efeitos do soro em seu corpo, e isso deu tempo para que Akira realizasse as tarefas da casa sem reclamações, algo que jamais imaginou que faria, mas já estava se acostumando com tais obrigações.

Já era noite quando o Uchiha havia tomado seu banho e se preparava para fazer o jantar quando Kiyomi acordou e foi até a cozinha, se sentando na mesa enquanto o observava mexer nos armários a procura de panelas para fazer um simples refeição para ambos.

Acabou que ela viu um papel amassado sobre a mesa e sua curiosidade bateu mais forte. Ao desenrolá-lo e ver que ali tinha um recado escrito por Shinachiku convidando o companheiro de time para uma reunião com os demais amigos, Kiyomi encarou o namorado e pensou que ele deveria ter aceito tal convite.

- Por que não vai?

- Porque sei que não me querem lá. — Respondeu Akira levando duas panelas ao fogão, logo se virando para ir até a geladeira. — Shinachiku só mandou isso por educação.

- Se te mandou por educação ou não, ele te queria lá. — Kiyomi se levanta indo até o garoto, deixando o papel sobre o balcão enquanto se sentava em uma das cadeiras. — Vocês são companheiros de times, seria uma boa oportunidade de você conversar com ele e consertar os erros do passado.

Akira parou por um instante fechando a geladeira e se virando para encarar a morena, que segurava o papel apontando para ele, como se quisesse entregá-lo.

De certa maneira, sabia que ela estava certa na questão de consertar os erros do passado, mas odiava ouvir isso vindo dela.

- Não é tão simples como pensa, Kiyomi. — Diz Akira dando um longo suspiro e se aproximando do balcão. — São coisas que precisam de tempo, paciência e compreensão. Não é uma simples conversa que apagará tudo que fiz não só a ele, mas também as outras pessoas.

- Eu sei disso. — Kiyomi estica a mão segurando a de Akira. — Mas é um começo.

Akira poderia dizer que não era mais um tipo de pessoa manipulável novamente, mas Kiyomi conseguia fazê-lo qualquer coisa apenas com aquela olhar calmo. Se antes ela era uma pessoa que não tinha medo de dizer as coisas e odiava ser controlada, agora se parecia muito com alguém calma e gentil.

Se aquela gravidez tinha feito tal mudança na personalidade dela, o Uchiha agradecia aos céus por isso. Nem de longe se parecia com aquela garota que conheceu nos primeiros dias dentro da Lótus Vermelha.

Dando o braço a torcer, agradeceu a confiança dada por Kiyomi e logo saiu dali para se arrumar enquanto dizia ir buscar o jantar par que ela não ficasse sem comer, mas a garota apenas disse que sabia se cuidar bem e não precisava de tanta atenção como Akira lhe dava nos últimos dias.

Não demorou a se arrumar e não pensou em algo elaborado, apenas roupas simples e foi o suficiente para essa pequena reunião. Falou com Kiyomi mais uma vez antes de ir e prometeu não demorar a voltar e caso precisasse de algo, bastaria avisar ao ANBU que os vigiava no lado de fora do apartamento.

Usou o Kamui para aparecer próximo ao local que tinha sido informado por Shinachiku no papel e logo notou que o outro agente da ANBU estava o seguindo próximo, mas não se importou com isso e voltou a caminhar em direção a praça aonde estavam os demais.

Ainda estava com uma certa vergonha em se encontrar com os antigos companheiros de academia depois de tantos anos e de tantos acontecimentos.

Akira sabia bem que era o errado em tudo que fez, quando virou as costas a todos aqueles que quiseram lhe ajudar e agora estava lá novamente frente aquelas mesmas pessoas.

Já esperava receber maus olhares e comentários sobre o que tinha feito, mas não havia nada mais o que fazer para resolver isso. Pedir desculpas ou perdão não era algo que costumava fazer e também não consertaria nada do que fez, porém, se começasse com o básico talvez algo mudasse.

 Quando adentrou em um espaço que parecia uma lanchonete a céu aberto, notou que todos que conhecia estavam por lá.

Seus ex-companheiros de time Shinachiku e Ayumi, o trio Inojin, ChōChō e Shikadai, que estava acompanhando de Yodo, todo o time 6 e 9 e a pessoa que menos desejava ver, Dayka.

Estranhamente sentiu um frio na barriga quando todos pararam o que estavam fazendo para lhe encarar confusos e surpresos, logo vendo alguns olhares nada amistosos vindos do trio Ino-Shika-Cho e de Nawaki e Kasumi, que lhe julgavam mesmo sem dizer uma única palavra.

Odiava ser o centro das atenções e naquele momento quis dar as costas e voltar ao seu apartamento, mas sua ideia acabou indo pro ralo quando viu Shinachiku se aproximar com um leve sorriso e dizer:

- Fico feliz que tenha aceitado o convite! — Ele estende uma lata de refrigerante ao Uchiha, que o pega enquanto abaixa o olhar esperando fugir de toda aquela atenção que recebia. — Não precisa ficar desconfortável, ninguém aqui vai fazer nada contra você. Sinta-se a vontade!

Akira apenas assente enquanto o Uzumaki se afasta para se juntar a Ayumi e Dayka, que o observavam atentamente sem dizer nada.

Foi estranho de início, mas logo os demais voltaram suas atenção ao que faziam anteriormente, batendo papo e interagindo entre si.

Shinachiku entendia a dificuldade do Uchiha em voltar a falar com seus ex-companheiros de Konoha, mas sabia que em algum momento poderia se soltar um pouco mais com o andamento daquela reunião e mesmo sendo aquele emburrado de antes, talvez conversasse com alguém.

Porém, depois de quase uma hora e meia sem muitas interações e algumas latas de refrigerante tomada, Akira tinha decido voltar para casa. Não tinha conversado com ninguém e sentado em uma das mesas do local sozinho, conseguia observar que as pessoas passavam por si direcionando olhares de desprezo.

Logo que levantou para sair do local, viu Inojin e Nawaki se aproximarem e se sentarem na mesa enquanto o Yamanaka tratou de perguntar:

- Por que veio aqui?

- Fui convidado.

- Pelo Shinachiku, não é? — Nawaki pergunta dando uma risada irônica. — Não percebeu que ele só foi educado? Ninguém te queria aqui.

Akira conseguia notar que ambos pareciam estar um pouco alterados e julgou que poderia ser por conta de alguma bebida alcoólica, já que tinha visto uma mesa com algumas garrafas de sakê e vinho.

Sendo uma pessoa esperta, entendia que estavam a procura de briga ou simplesmente humilhá-lo de alguma forma e para isso o Uchiha tinha zero de paciência para lidar.

Não era mais uma criança para cair em provocações e acabar brigando por besteiras.

- Eu já estava de saída. — Ele se levanta passando por Inojin, que era o único de pé. — Com licença.

O Yamanaka deu uma risada e fechou o punho pronto para acertá-lo, porém, antes que fizesse isso Shinachiku apareceu e segurou sua mão lhe questionando o que estava fazendo, mas tudo que Inojin disse era que Akira merecia receber uma pequena correção pelas coisas que tinha feito.

O Uzumaki o afastou dizendo que todos estavam ali apenas para celebrar a amizade que tinham e não para brigar, pois aquela reunião tinha um significado maior e não iriam estragar começando uma briga idiota e sem qualquer motivo.

- Você quer mais motivos do que esse otário virando as costas pra nós depois de tudo que fizemos por ele?! — Nawaki diz se levantando da cadeira e apontando o dedo para Akira, que estava atrás de Shinachiku sem dizer nada. — Ele merece bem mais do que um soco na cara!

- Qual é, gente. — Diz o Uzumaki. — Todos nós sabemos o que aconteceu, mas creio que todos merecemos uma segunda chance.

- Mesmo aquelas que mentem?

Diz Ayumi se aproximando com um olhar nada convidativo, demostrando estar de alguma maneira magoada ou brava com o Uchiha.

- Como assim?

- Acho que o Akira não te contou tudo desde que voltou pra aldeia. — A Uchiha diz se colocando a frente do namorado. — Você sabia que ele tinha voltado com aquela mesma agente da lótus que tentou matar tanto a Dayka quanto meu otousan?

- Sim, eu sabia disso.

- E por que não me falou nada?!

Shinachiku leva uma das mãos ao rosto massageando os olhos enquanto dava um longo suspiro, logo encarando a morena e respondendo:

- Ele me pediu para guardar segredo. E eu não podia trair sua confiança.

- Não acha que isso trairia a minha confiança e as dos outros, Shinachiku?! — Ayumi diz num tom mais irritada. — Ele voltou cheio de segredos e com a pessoa que tentou matar a Dayka-san! Como nós podemos confiar nele novamente se nem ao menos sabemos os motivos que o fez voltar?!

O Uzumaki ficou em silêncio por não saber o que responder uma questão como essa. Tinha feito uma promessa de guardar todos os segredos de Akira numa maneira de reestabelecerem uma ponte de confiança entre eles, mas acabou esquecendo de incluir Ayumi e os outros amigos nesse meio.

Logo que tentou procurar Akira para que ele mesmo pudesse explicar tudo, percebeu que tinha sumido.

Olhou ao redor e o notou caminhando para fora da lanchonete e assim não demorou a ir até lá para que pudesse convencê-lo a contar sobre seus pais e Kiyomi de uma maneira que entendem seu lado e pudessem confiar nele novamente.

Correu o alcançando e tocou seu ombro assim fazendo-o para e encará-lo, no qual Shinachiku notou o olhar e a expressão nada convidativa vindo do Uchiha.

- Por que não fala com eles e conta tudo de uma vez? — Questionou-o. — Somente assim vão entender seu lado, Akira.

- Eu não posso falar ainda.

- Se não falar, vão continuar te tratando como um inimigo! Vão querer arrebentar com a sua cara com medo de ainda estar trabalhando com a lótus! Qual é, cara. Vamo lá, eu sei que é difícil pra você falar disso, mas é o único jeito de ganhar a confiança deles de novo.

Akira entendia bem o que Shinachiku queria dizer e pensou consigo em fazer isso, em desabafar de vez seus problemas com os outros e acabar com aquela desconfiança que tinham sobre si.

Mas ainda era difícil falar sobre um assunto tão complicado, principalmente envolvendo seus pais e Kiyomi.

Olhou para trás e viu olhares confusos, irritados e curiosos vindo de todos os presentes e pensou que aquele não era o momento certo para revelar tais segredos.

Porém, o que lhe chamou mais atenção foi ver que Dayka, um pouco mais distante dos demais, o encarava com um sorriso irônico e soube bem que talvez tinha sido ela a revelar seu segredo a Ayumi.

Estava começando a entender que entre eles já existia uma rixa causada por Kiyomi e a maneira em que Dayka tentava manipular os outros contra ele. Pensou que deveria acertar as coisas com ela de vez, pois sabia bem que uma hora ou outra, Dayka iria atrás de Kiyomi mais uma vez quando não estivesse por perto.

Mas voltando a realidade dos acontecimentos atuais, Akira apenas encarou Shinachiku novamente e balançou a cabeça negativamente enquanto se afastava sem dizer nenhuma palavra, logo sumindo através do Kamui enquanto deixava o Uzumaki decepcionado para trás, que mesmo entendendo o lado do ex-companheiro de time, esperava uma reação diferente vinda dele.

Depois do que tinha ocorrido, a reunião continuou com um clima bem diferente do que havia começado. Shinachiku teve que conversar com os outros e conseguir convencê-los de que Akira iria contar os segredos que havia contado a ti, dizendo que o ex-companheiro só precisava de tempo para absolver tudo isso.

 Já passava da meia noite quando a reunião acabou e cada seguiu para suas casas sendo acompanhados ou não por outras pessoas. Shinachiku e Ayumi acabaram sendo os últimos a irem embora e seguiam em silêncio de mãos dadas até o distrito Uchiha, que era o mais afastado do centro de Konoha.

O clima entre eles havia ficado estranho com os acontecimentos, mas nada de tão extraordinário a ponto de deixá-los bravos um com o outro.

Shinachiku sabia do erro que tinha cometido ao não contar sobre o que sabia de Akira e Ayumi também reconhecia que tinha errado ao querer expor o ex-companheiro de time em público sem dizer nada ao namorado antes.

- Eu pisei na bola, né?

Ambos param de caminhar na entrada no distrito com essa fala de Ayumi, fazendo Shinachiku a encarar.

- Deveria ter falado comigo antes de qualquer coisa, Ayumi. — A garota abaixa a cabeça concordando com ele. — Sei que foi Dayka que deve ter te falado sobre isso do Akira, mas é algo que ele falaria uma hora ou outra. Não precisava ter falado em público.

- Eu sei. — Ayumi ergue a cabeça olhando para qualquer canto. — Mas naquele momento eu tava com uma estranha raiva e quis despejar tudo em cima dele!

- Entendo.

Shinachiku abre o portão que dava acesso ao restante do distrito e logo os dois voltam a caminhar em silêncio em direção a última residência.

Ainda estava sendo constrangedor novamente nenhum deles dizer alguma palavra e a Uchiha entendia que talvez o loiro estivesse chateado com tudo, mas tentaria concertar de alguma maneira todo o mal entendido.

Chegaram em frente a entrada da residência e Ayumi segurou novamente uma das mãos de Shinachiku e pediu desculpas, algo que o Uzumaki estranhou de princípio, mas disse em seguida que não precisava disso e que era uma bobagem ela se preocupar tanto.

- Irei falar com o pessoal e eles vão entender toda a situação, não há com o que se preocupar tanto. — Diz Shinachiku abrindo um sorriso de conforto e confiança para a namorada, que sorri também. — A única coisa que quero me importar agora é te dar um beijo.

- Você sabe que nem mesmo precisa pedir.

Shinachiku deu uma leve risada e se inclinou para que pudesse selar seus lábios com os da morena, porém, antes que pudesse fazer isso, ouviu uma tossida e ambos puderam ver que Sasuke estava na porta os encarando com um olhar bem sério.

- Não acham que está meio tarde para ambos estarem na rua?

- Ah, touchan! — Ayumi diz dando uma bufada, ficando com vergonha pelo modo que Sasuke agia. — Não começa, por favor!

- Eu não disse nada. — O moreno ergue as mãos em um sinal de rendição. — Só achei que vocês deveriam ter chegado mais cedo.

- Por Kami!

Ayumi leva uma das mãos ao rosto desejando sumir naquele momento devido a vergonha. Odiava quando seu pai agia daquela maneira infantil consigo quando estava com Shinachiku, e sempre era somente com ele junto.

- Melhor você entrar.

- Tem certeza?

- Ele não vai nos deixar sozinhos.

Diz Shinachiku encarando Sasuke, que mantinha a mesma expressão séria enquanto recostava na porta com ambos os braços cruzados.

Era como se analisasse cada movimento do Uzumaki, como um predador que analisava sua vítima.

- Te vejo amanhã então.

- Durma bem.

Os dois se aproximam para dar um beijo de despedida, mas Sasuke novamente pigarra demostrando que ainda estava ali e assim quebra totalmente o clima entre os dois namorados, que apenas dar um breve abraço e logo a morena sobe as escadas para adentrar na residência.

- Boa noite, Sasuke-sama.

- Mantenha sua língua dentro da boca, Uzumaki.

Responde o Uchiha se virando e assim adentrando na casa enquanto Shinachiku dava uma curta risada sem graça e logo voltou a caminhar em direção a saída do distrito.

- Satisfeito?

Diz Ayumi enquanto retirava suas botas e via Sasuke adentrar o hall da residência dos Uchiha.

- Pelo o que?

- Por ter mandado meu namorado embora! — Ela coloca o calçado dentro da pequena sapateira que havia no canto. — Ele só veio me trazer em casa, assim como você tinha o mandado fazer quando veio me buscar.

- Era pra ele ter te deixado na porta do distrito, não aqui. — O moreno caminha até o pé das escadas com sua pose convicto. — Pessoas como ele não precisam adentrar no distrito sem serem convidados.

- “Pessoas como ele”? Fala sério, touchan!

Ayumi passa por Sasuke subindo as escadas bem irritada. Sabia bem que seu pai estava procurando alguma maneira de lhe irritar falando mal de Shinachiku, mesmo sabendo que já tinha aceitado a relação dos dois.

Já Sasuke sorria internamente com uma sensação de dever cumprido por ter dado aquela “lição” nela e poderia admitir que tinha um excesso de proteção sobre ela, pois sabia dos perigos da adolescente e como pai deveria agir como tal.

Porém, o que não esperava era que Hinata tinha visto toda a situação e o encarava bem séria parada no corredor que dava acesso a cozinha.

Percebeu que pelo modo que a encarava, tinha feito merda ao repreender Ayumi daquela maneira e sabia que a esposa odiava quando ele agia dessa forma.

- O que foi?

- Você é inacreditável. — Respondeu a perolada dando passos curtos até o marido. — Precisava a constranger desse modo?

- Mas eu não fiz nada.

- Inacreditável.

Hinata passa por Sasuke e quando vai subir as escadas tem seu braço segurado por ele, que pergunta o que tinha feito de errado e tudo que a Uchiha diz era melhor ele manter a língua dentro da boca, logo soltando seu braço e subindo as escadas enquanto caminhava de uma forma sexy, mexendo com a imaginação do moreno.

Sabia bem que errou feio ao repreender Ayumi ao receber aquele sermão vindo de Hinata e já tinha me mente que deveria pedir desculpas as duas por isso.

Afinal, reconhecer um erro e se desculpar já tava virando rotina para ele, pois tinha prometido a si mesmo que mudaria e estava na hora de fazer isso.