História Shippuuden Story: The Konoha Next Generation - Quinta Guerra Shinobi: Arco 1 - Cap.4

O sol ainda não havia nascido e Sasuke já estava de pé para mais um dia de trabalho. Havia apenas dormido por algumas horas e que tinha sido o suficiente para descansar seu corpo e mente, mas mesmo assim ainda tomou um comprimido para as dores de cabeça que sentia, juntamente a um forte café sem açúcar, afinal, odiava coisas doces.

Havia descoberto no dia anterior que a divisão de inteligência havia retirado o chip que controlava mentalmente Tayeko e esperavam interrogá-la para descobrir mais informações sobre a organização e a localização de mais bases.

Porém, o Uchiha tinha pedido que ele mesmo cuidasse disso, pois sabia bem fazer seus inimigos falarem quando necessário, mesmo sabendo que os interrogadores da inteligência eram muito bons.

Os presos de Konoha estavam sendo mantidos na penitenciária de segurança máxima, que ficava localizada há alguns quilômetros da aldeia. O local que tinha muros altos e cercas elétricas, para que assim pudesse evitar o máximo as fugas dos prisioneiros.

Sasuke caminhava pelo pátio que ainda estava molhado pela chuva da noite anterior, com o tempo ainda se mantendo nublado enquanto algumas trovoadas já anunciavam uma nova chuva em breve, mas nada que preocupasse o moreno, pelo contrário, era algo que gostava muito.

Logo que adentrou o edifício, viu a diretora se aproximar enquanto mantinha as mãos em ambos os bolsos de seu blazer.

Seu nome era Yode e tinha sido escolhida por Naruto para ocupar a direção do presídio depois de seu ótimo trabalho administrando uma outra prisão de crimes menores, além de ser uma ex-ANBU também.

- É uma grande prazer recebê-lo aqui, Uchiha-sama.

- Não há necessidade de tantas formalidades, diretora.

- Se assim deseja. — Ela estende a mão em direção ao elevador. — Vamos?

Ele balança a cabeça positivamente e logo caminha até lá, sendo acompanhado da mulher de cabelos loiros.

Adentraram no cubículo de metal e não demorou para que descessem alguns andares até chegar na ala dos prisioneiros mais perigosos, onde estavam os agentes capturados da lótus vermelha.

Sasuke só tinha ido até a prisão por duas vezes, em ambas investigava suspeitos que foram presos por terem informações da organização antes mesmo que ela se revelasse para o mundo, quando tudo não passava de especulações sobre se realmente a Lótus existia ou não, e que no final se confirmou como verdade.

Assim que as portas se abriram, os dois passaram a caminhar por um grande corredor pouco iluminado e onde um clima frio e sombrio pairava, um clima que o Uchiha conhecia bem e que tinha se livrado com a ajuda de Naruto há mais de vinte anos atrás.

Enquanto passava pelas portas das celas, onde somente algumas estava ocupadas, Yode explicou que alguns dos prisioneiros mais perigosos já tinha sido julgados e recebido suas devidas penas, sendo que a pena de morte era a com o maior índice de execuções.

Por outro lado, a pena perpétua era somente dado em casos raros e esses condenados eram levados até uma outra prisão que ficava bem próximo a fronteira com o país dos rios bem ao sul.

Enquanto caminhavam escutam uma risada vindo de uma das celas e isso os fazem parar enquanto Sasuke olha em direção a porta vendo que lá dentro Ateryk estava sentado sobre sua cama enquanto o encarava com um olhar sarcástico.

- Ora ora, quem diria que o grande vingador Uchiha estaria aqui. — Ele ri se levantando e indo até a porta da cela. — E aí, se sente em casa?

- Acha mesmo que pertenço a um lugar desses como você?

- Me responda você. — Ateryk recosta na parede cruzando os braços. — Não era justamente você que queria começar uma ditadura mundial matando os antigos Kages? — Ambos se encaram friamente. — Deveria estar aqui tanto quanto eu.

- Eu mudei. Assim como minhas ideias.

- Mas quem garante que não possa voltar a ser quem sempre foi? — O homem dá uma gargalhada. — Não é muito diferente de Yatemy-sama, Uchiha.

- Diga por você. — Sasuke dá um passo em direção a porta da cela, fazendo com que Yode fique atenta. — Não somos nada iguais e nunca seremos. Agora acho bom segurar a língua dentro de sua boca, ou farei questão de entrar aí e arrancá-la!

Dito isso, Sasuke se virando saindo dali enquanto ouvia a gargalhada estridente do agente da lótus vermelha, que falava que o Uchiha não podia fugir do que ele era e que uma hora ou outra todos iriam descobrir seu “eu” verdadeiro e que em breve ambos estariam juntos naquela prisão.

O moreno só ignorava toda e qualquer fala de Ateryk, percebendo que no final era apenas uma provocação para vê-lo perder a paciência de alguma maneira.

E para que Sasuke perdesse sua paciência, teria que ser algo bem mais do que simples palavras, afinal, ouviu coisas do tipo a vida inteira e já não faziam mais efeito em si.

Logo chegaram a ala onde ficavam as salas de interrogatório e se dirigiram até a última sala, onde no lado de fora haviam dois guardas com vestimentas bem pesadas, mostrando que aquela prisão exigia somente os shinobi mais bem preparados e fortes para lidar com os prisioneiros mais perigosos do mundo.

Yode abriu a porta e lá dentro estava Tayeko sentada de lado da mesa com ambas as mãos presas em algemas que faziam a contenção de chakra.

Mesmo que ela não fosse alguém que utilizasse de seu próprio chakra para lutar, era um modo de prevenir qualquer ação por sua parte e também uma regra para a realização de interrogatórios.

Vestida com o macacão avermelhado escuro e com os cabelos um pouco mais curtos, a mulher estava sentada enquanto haviam mais dois guardas atrás de si fazendo a proteção e isso de certa maneira incomodou o Uchiha, que sabia que Tayeko não era alguém de tanto perigo.

- Vou precisar falar com ela a sós.

- Nem pensar.

- Não há razão para toda esse exagero. — Sasuke encara a diretora. — Tayeko não é uma pessoa perigosa e eu sei me proteger.

Yode deu um longo suspiro apenas dizendo que qualquer coisa que acontecesse seria de total responsabilidade do Uchiha, que aceitou suas condições.

Estalou os dedos e os dois guardas que estava na sala saíram juntamente com os que estavam na porta, com Sasuke entrando em seguida fechando a porta.

Notou assim que se sentou em frente a agente que ela parecia perdida em seus pensamentos enquanto mantinha a cabeça baixa murmurando algo para si mesma.

Isso lhe chamou a atenção pensando o que se passava na cabeça da mulher, pensando que caso tivesse a habilidade de Ino em ler mente, seu trabalho ali seria bem mais fácil.

- Como se sente?

- O quer dizer? — Perguntou Tayeko erguendo a cabeça. — Me sinto como sempre, horrível.

- Nenhum sintoma da cirurgia? — A mulher balançou a cabeça negativamente. — Algo que queira reclamar?

- Só da comida.

- Certo. — Sasuke retira um pergaminho do bolso e o abre sobre a mesa, onde tinha anotações sobre o caso de Tayeko. — Nós te prendemos sem julgamento com a condição de que nos dê alguma informação sobre a lótus vermelha. Há algo que possa me contar?

- Não me lembro de muitas coisas, Uchiha-san. — Diz a mulher abaixando o olhar novamente. — Fui treinada longe da base principal e poucas vezes voltei lá. Mas desde que colocaram nossos chips de controle, muitas das minhas memórias antigas foram apagadas. — Ela dá um longo suspiro erguendo a cabeça. — Eu nem mesmo sei se Tayeko é realmente meu nome! Não sei se tenho uma okaasan ou otousan vivos! Eles... Tiraram tudo de mim!

- Sinto muito.

- É como se eu quisesse me lembrar, mas tudo não passa de um borrão. Nunca fui uma pessoa ruim, mas em Umigakure não tínhamos qualquer condição e quando Yatemy-sama chegou, tudo pareceu ser uma salvação.

- Então se lembra do que viveu no país do mar?

- Só tenho lembranças vagas de comer lixo nas ruas da aldeia. Nada além disso.

Sasuke encarou Tayeko a vendo começar a chorar enquanto tentava levar as mãos ao rosto, mas devido as algemas tudo que conseguiu foi baixar a cabeça até a mesa, encostando a testa nela.

De certa forma sentia a dor emanar da mulher, que antes demostrava ser perigosa e até mesmo lutando frente a si naquela missão ao país do relâmpago.

Porém, agora mostrava ser uma pessoa indefesa que tinha usada para fins maiores da Lótus Vermelha como um peão num imenso jogo de xadrez.

Sabia que ela não estava fingindo pois conseguia sentir suas emoções com o Rinnegan e notava os altos níveis de estresse e medo que emanavam do cérebro da mulher.

Sasuke entendeu que não conseguiria muitas informações apenas conversando e se deu por vencido já pensando que deveria pedir ajuda de um shinobi que pudesse resolver para essa questão e em sua mente só vinha um nome: Ino.

...

Novamente o dia tinha amanhecido debaixo de chuva e mesmo com que a preguiça obrigassem as pessoas a ficarem em suas camas, os comerciantes de Konoha abriam normalmente suas lojas para mais um dia de trabalho, pois mesmo muita opção tinham que garantir o sustento do dia.

O pronunciamento de Naruto na noite anterior avisando sobre o início de uma nova guerra mundial shinobi pegou a muitos de surpresa, mas que não foi o suficiente para assustar a população que continuava com seus trabalhos normalmente no dia seguinte.

Era claro que muitos temiam os próximos movimentos da grande organização, mas confiavam plenamente no Nanadaime Hokage e sabiam que com ele estariam protegidos de tudo.

Os cidadãos de Kumogakure e Kirigakure que viviam na aldeia, não demoraram a procurar suas respectivas embaixadas para saber mais sobre o que deveriam fazer, sendo apenas informados que civis estariam dispensados de retornar a aldeia de origem e apenas shinobis e kunoichis deveriam se apresentar para retorno imediato, afinal, estavam sendo convocados para fazer parte do exército do país.

Agentes da força policial da aliança também tinha sido dispensado de seus postos, assim podendo retornar a sua aldeia de origem sem mais problemas, com apenas alguns de Sunagakure, Iwagakure e Amegakure escolhendo ficar em Konoha por conta a aliança que ainda se mantinha entre esses três.

O policiamento dentro e fora da aldeia foi bastante reforçado e viagens para o país do relâmpago e da água estava limitado apenas a moradores de ambos os países que voltariam de forma definitiva.

Por outro lado, viagens até o país do vento, terra e outros que eram aliados a Konoha estavam acontecendo normalmente, com a exceção de haver uma necessidade especial para a viagem.

Na sala de videoconferência do edifício Hokage, Naruto estava reunido junto a Itachi, Izumi, Kakashi, Sai e seu conselho, que incluíam Shikaku, Minato e Gai.

Shikamaru ainda resolviam suas pendências em Suna e não tinha chegado ainda, o que fazia Itachi ainda se manter no cargo de principal estrategista de Konoha juntamente a ex-líder do clã Nara.

Juntos ali estavam em conferência via vídeo com Temari, Kurotsuchi e Kibō, que já não era mais o líder dos países menores dentro da ex-aliança shinobi e agia apenas como o líder de Amegakure e de Kusagakure, que ainda fazia uma aliança com alguns outros países que não tinham se juntado a Kumogakure e Kirigakure, sendo que ainda eram aliados dos outros.

Estavam em uma reunião para definir quais seriam os próximos passos que dariam com o início da guerra, pois tinha muito a ser feito e ainda não tinham preparado muito desde da cúpula da aliança.

O máximo que as aldeias tinham feito era anunciar a sua população sobre a guerra e organizar a retira de civis e shinobis de Kumo e Kiri, além das nações menores.

- Como estão indo a organização de equipamentos e pessoal por aí? — Perguntou o Hokage a Kurotsuchi. — Precisam de algo?

- Por enquanto temos pessoal e insumos para proteger as fronteiras do sul e sudeste. — Diz a mulher enquanto olhava uma relatório. — Só estamos com falta de alguns alimentos perecíveis, como legumes, verduras, frutas e vários tipos de carnes.

- Bem, acho que isso podemos ajudar. A maioria dos peixes e frutos do mar vinha de Kiri, mas fechamos uma parceira com Uzushiogakure para a importação dessa parte de alimentos e ficaríamos felizes em dividir com vocês.

- Já a questão de leguminosas e frutas, Suna possui um grande cultivo nessa área e muitos galpões estão lotados devido a última colheita. — Temari dizia encarando a câmera.

- Agradeço desde de já a vocês dois, Temari-dono e Naruto-dono. — Kurotsuchi abre um sorriso tímido fazendo uma reverência com a cabeça. — Saiba que caso necessitem de qualquer insumo militar, nossas fábricas de armamentos estarão a disposição!

- Não há o que agradecer, Kurotsuchi. — Diz o loiro. — Somos aliados nessa guerra, temos que ajudar uns aos outros com o melhor que tivermos.

- Concordo com o Hokage-dono.

- Já que acertamos essa parte, que tal falarmos do mais importante nesse momento. — Interrompeu Kibō mais sério. — Ainda faltam quadro bijūs a serem capturadas, incluindo você, Naruto. Acho nossa principal prioridade nesse momento seria encontrar os jinchūriki restantes e protegê-los a qualquer custo da lótus!

- Sabemos a localização de onde estão? — Temari pergunta.

- Consegui me comunicar e descobri onde está cada um deles. — Naruto responde recortando em sua cadeira. — Mahari junto a Isobu estão no país da neve escondidos em Yukigakure. — Os Kages iam anotando cada detalhe do que o Hokage dizia. — Hotaru e Saiken está em uma das ilhas do país do mar, enquanto Naki está com Chōmei no ártico sul. Todos estão em localizações isoladas do resto do mundo e creio que isso tenha sido uma grande vantagem para que não fossem capturados até esse momento.

- Você já sabia onde estavam, Naruto?

- De certa forma sim. Consegui sentir o chakra de cada uma das bijūs através da minha ligação com elas e quando se moveram de suas antigas localizações, tive uma noção de que estavam se escondendo ainda mais da lótus.

- Sabemos onde estão. — Diz a Tsuchikage. — O que faremos em relação a isso? Vamos mandar tropas para protegê-los ou para trazê-los para mais próximos de nós?

- O melhor seria mantê-los o mais longe possível de qualquer civilização. — Kibō sugeriu. — Podemos enviar um time para cada um dos jinchūriki para manter uma comunicação durante a guerra, assim saberemos o que fazer caso algum agente tente capturá-los e com um time junto, a chance de se proteger também aumenta consideravelmente.

- É uma ótima ideia, Kibō-dono!

- O que acha, Naruto? — Pergunta a Kazekage fazendo com que todos encarem o loiro. — Você é o líder dessa pequena aliança e a ligação com as bijūs. Considera este um bom plano?

Naruto abaixa o olhar por um instante pensando o por quê estavam todos colocando novamente a confiança sobre ele.

Tinha errado anteriormente ao fazer com que as bijūs, antes livres, ficassem presas novamente em jinchūriki com o objetivo de protegê-las, mas se provou como um plano estúpido que resultou na captura de quase todas.

As palavras de Reyka na cúpula da aliança ecoaram em sua cabeça enquanto a escutava dizer o quanto ele era responsável pela situação em que viviam no momento.

Achou que deveria assumir a culpa e dizer que tinha errado, mas vendo o quanto os demais se uniram a si em vez de criticá-lo o fez crer que talvez a Mizukage estivesse errada e ele não era o verdadeiro culpado de tudo.

Por isso, deu um longo suspiro erguendo novamente o olhar em direção a câmera enquanto todos esperavam sua resposta e mostrando uma expressão de confiança, tratou de falar:

- Vamos seguir o plano de Kibō-dono e encontrar uma proteger as últimas bijūs com o máximo que conseguirmos. Enviaremos times para ajudá-los e os manteremos afastados de nossas aldeias, pois sei que dessa vez a guerra não era em um campo de batalha como antes. — Ele dá mais um longo suspiro. — Eu fiz uma promessa quando assumi meu posto de Hokage que faria de tudo para proteger meu povo, que são a minha família acima de tudo e farei isso até meu último suspiro! Vamos juntos impedir qualquer plano da lótus e acabar com essa guerra como fizemos antes, juntos!

Os demais líderes sorriram concordando com as palavras do Nanadaime enquanto Temari dizia que em breve eles voltariam a se falar para formular o plano, que seria a operação “Fenikkusu”, ou Fênix, que representaria o renascer das cinzas da aliança shinobi entre os três países e também Amegakure.

Finalizaram a reunião com o Hokage afirmando que seus secretários e demais líderes militares entrariam em contato em breve para planejarem a colaboração de tropas, suprimentos e demais ajuda que fariam durante esse período, sempre priorizando evitar batalhas perto das aldeias.

- Itachi, Izumi reúna todos os shinobi de patente chūnin e jōnin para uma reunião amanhã pela manhã na academia. — Pediu o Hokage enquanto se levantava. — As aulas estão suspensas até segunda ordem e missões de todos os níveis também. Os times que estão fora de Konoha devem retornar imediatamente e devem estar de prontidão para possíveis batalhas.

- Entendido. — Respondeu o Uchiha já indo até a porta junto a esposa.

- Kakashi, reúna os agentes de todas as divisões da ANBU e peçam que encontrem e escoltem os times de gennins que estão em missão fora de Konoha de volta a aldeia. Tenham cuidado com tudo ao redor!

- Pode deixar.

- Sai, aumente o policiamento interno e externo da aldeia! Todos os agentes da força policial que estão de folga devem retornar imediatamente. Façam tudo sem nenhum alarde, não quero que a população entre em desespero!

- Tudo bem. — O Yamanaka se dirige até a porta e antes de sair é chamado pelo Hokage. — Sim?

- Reforce a segurança na estação do trem expresso e em todas as entradas da aldeia! Não quero saber de falhas e a possibilidade de invasão em Konoha!

- Farei o meu melhor, Naruto.

Fazendo uma reverência ele sai da sala deixando o Hokage juntamente com os três membros do conselho, que estavam visivelmente impressionados com a forma em que Naruto tinha resolvido tudo.

Minato principalmente estava orgulhoso em como o filho tinha crescido e evoluído não só como pessoa, mas também como Hokage.

Por outro lado, Naruto caminha até a vidraça que dava visão de grande parte da aldeia enquanto pensava que faria o impossível para proteger cada centímetro dentro daqueles muros.

Se lembrando de quando Pain invadiu e ele não estava ali para evitar a destruição total da aldeia, chegando somente depois que não havia mais nada em pé, a não ser pelo Monumento Hokage.

Agora, estaria ali para o que der e vier e estaria disposto a fazer o que fosse para que nenhuma vida fosse perdida durante a guerra e mesmo que tivesse que sair de seu escritório para lutar frente ao inimigo, agiria como um verdadeiro líder e herói, assim como Hashimara fez frente a Madara, como Tobirama fez frente a Ginkaku e Kinkaku, como Hiruzen fez contra Orochimaru, como Minato fez frente a Obito e Kurama e em como Tsunade fez quando houve a invasão de Pain.

Era sua vez de dar a vida a todos de Konoha e faria isso com o maior prazer de sua vida, afinal, seu lugar como Nanadaime Hokage não era apenas figurativo e merecia ser honrado e respeitado, e Naruto queria mostrar a todos o porque sempre quis estar ali, não apenas para realizar seu sonho, mas para proteger a aldeia que tanto amava.

...

Ayumi despertava aos poucos enquanto ouvia o som da chuva cair no telhado da cabana. Deu um bocejo enquanto tateava o lugar ao seu lado sentindo que não tinha nada lá, a fazendo erguer o corpo e vê que Shinachiku não estava deitado ao seu lado.

Notou que ainda estava nua e de imediato usou a coberta que a cobria para tapar seus seios enquanto ouvia um barulho vir do outro cômodo, o que atiçou sua curiosidade.

Mas acabou sendo surpreendida quando viu o Uzumaki aparecer na porta enquanto segurava uma pequena bandeja com duas canecas e um prato com biscoitos de arroz.

Ele estava sem camisa e isso fez com que a Uchiha corasse de imediato, o que foi notado por ele, que sorriu divertido com isso.

- Bom dia. — Diz o loiro se ajoelhando a frente da morena, deixando a bandeja sobre o colchonete. — Espero que tenha dormido bem.

- Melhor impossível. — Respondeu a Uchiha com um sorriso doce nos lábios. — Bom dia, amor.

Shinachiku sorriu corado e se aproximou dando um rápido beijo em Ayumi, que estava corada mesmo depois do que tinham feito na noite anterior.

- Espero que não se incomode com que preparei, mas não tinham muitas coisas aqui a não ser um chá de morango, que com certeza deve ser da Mahina, e esses biscoitos que devem ser da ChōChō.

- Não precisava se incomodar com tanto!

- Era o mínimo que podia fazer, ttebarō. — Shinachiku ri coçando a nuca, logo se sentando em frente a namorada, que já pegado um caneca enquanto segurava o cobertor, o que foi notado pelo loiro. — Oh, me desculpe! — Rapidamente pegou sua camisa que estava sobre uma cadeira e entregou a ela. — Pode usar.

Ayumi sorriu deixando a caneca sobre a bandeja e sem qualquer pudor, deixou com que o cobertor caísse assim revelando seus seios e fazendo com que o Uzumaki engolisse seco, o que a fazia rir internamente com isso, pensando que tinha achado uma maneira de “torturá-lo”.

Logo vestiu a camisa de seu namorado ainda mantendo o cobertor abaixo de sua cintura enquanto recostava na parede pegando novamente a caneca com chá e assoprando para esfriar o líquido.

- Espero que não esteja...

- Arrependida? — Ela olha em direção ao lençol do colchonete notando a pequena mancha de sangue e abre um pequeno sorriso. — Jamais.

- Fico feliz em ouvir isso.

- Foi uma ocasião especial para nós dois e por ter sido com você, ficará marcado para sempre na minha vida.

Shinachiku se senta do seu outro lado pegando a outra caneca juntamente com dois biscoito, mordendo um enquanto leva o outro a boca de sua namorada, que o morde.

Ambos sorriem novamente enquanto degustam daquele pequeno café da manhã, que não era um enorme banquete, mas era especial para eles.

Conversaram de coisas triviais enquanto aproveitavam o chá e biscoitos, trocando alguns selinhos enquanto sorriam felizes. Estando ali somente os dois, era como se o mundo não importasse mais e tudo que realmente importava era aquele momento, pois tanto para Shinachiku quanto para Ayumi, queriam parar o tempo somente para ficarem ali.

Mesmo que quisessem passar o dia ali, tinham responsabilidades a serem cumpridas e após ambos conversarem sobre o Shinachiku tinha feito na noite anterior com Naruto, ele entendeu que tinha errado nas coisas que tinha falado e que deveria procurar o pai para resolver as questões do que tinha ocorrido.

Agradeceu a namorada por ter lhe dado esse conselho e prometeu levá-la para um jantar especial em qualquer restaurante que ela quisesse, mas quando Ayumi apenas disse que ficaria feliz indo ao Ichiraku com ele, o Uzumaki soube que ela era a mulher da vida.

Foram até um rio que havia próximo a cabana e tomaram um rápido banho, logo retornando e vestindo suas roupas partiram dali juntos.

Shinachiku se sentia mais leve após ficar distante de seus problemas e estando ao lado de Ayumi soube que não precisava de muito para ser feliz, pois ela tinha lhe feito a companhia que precisava quando estava sozinho e jamais poderia lhe recompensar por tal ato.

Retornaram a Konoha e enquanto caminhavam pelas ruas indo em direção ao distrito Uchiha, os dois estavam de mãos dadas pela primeira vez em público.

Não tinha feito isso anteriormente devido aos contratempos de missões e a falta de tempo livre, então, oficializaram o namoro em público com aquele simples gesto.

Isso chamou atenção de alguns de seus amigos que estavam em uma lanchonete tomando café da manhã. Mahina, Sumire, Kasumi, Metal Lee, além de todo o time dez juntamente com Yodo observavam a cena dos dois felizes por saberem que ambos se mereciam.

Comentaram em si o quanto queriam viver aquilo também, com a Hyūga sonhando acordada imaginando ter um namorado que sempre cuidasse dela, assim como Shinachiku tinha com Ayumi e Shikadai com Yodo, que concordou dizendo o quão bom era tê-lo em sua vida.

Pouco distante do centro, Hinata limpava alguns móveis de casa enquanto cantarolava alguma canção popular, pensando que estava cansada demais de se preocupar com questões do hospital a se resolver e também o que faria no almoço, já que se dedicava tanto ao trabalho como iryō-nin quanto como dona de casa.

Estava distraída limpando uma das mesas próximo a uma janela quando viu Ayumi e Shinachiku no lado de fora da casa. Notou que ambos conversavam sorridentes enquanto trocavam alguns beijos, o que fez a matriarca Uchiha sorri feliz por ver os dois juntos.

Não demorou até que o visse se despedir e logo que o Uzumaki ia embora, a morena observava com um sorriso nos lábios, mostrando o quão apaixonada estava.

Logo que se virou e adentrou a porta da frente, Ayumi viu que Hinata a encarava com um sorriso de lado.

- Pelo visto a noite anterior foi muito boa, não é?

- É...

- Tá com cara de quem transou. — Diz a Uchiha mais velha dando uma risada enquanto via Ayumi corar por inteira.

- Kaachan!

- Certo, certo. — Hinata ri enquanto balançava as mãos para acalmar a filha. — Mas terá que me contar tudo! Detalhe por detalhe!

Ayumi ri meio sem graça enquanto sai acompanhada da mãe em direção a cozinha enquanto Hinata esperava as novidades sobre o que tinha acontecido entre a filha e Shinachiku, mais como uma pequena provocação do que realmente querendo constrangê-la.

As duas tinham uma ótima relação e eram confidentes uma da outra, sempre contando os segredos e unidas desde que Ayumi era uma criança e isso demostrava que sempre foram grandes amigas, afinal, não havia uma relação melhor do que mãe e filha que ambas tinham.

...

Longe de Konoha, Aya caminhava pelos corredores de uma das bases da organização enquanto era acompanhada por dois agentes no qual a seguiam um pouco mais atrás.

Para que a loira deixasse a base principal, envolvia resolver alguma questão em relação a problemas em outra base, já que era ela que sempre resolvia isso.

Desde que Yatemy tinha anunciado o novo “Império”, muitas mudanças tinham ocorrido e agora os agentes eram tratados como soldados de escalões diferentes, sendo que alguns eram nomeados como Tenentes, Capitães e Generais, sendo que esses últimos tinham ligação direta com Aya e com o novo imperador.

Chegaram a tal sala e assim que foi aberta, a mulher adentrou vendo um time de quatro pessoas enfileiradas lado a lado com roupas táticas, um pouco parecidos com as roupas que os agentes de campo utilizavam.

- Estão todos aqui? — Questionou Aya se colocando ao lado do cientista responsável pelo time.

- Sim, Aya-sama. — Respondeu o homem de óculos, que aparentava ter seus quarenta e poucos anos. — Todos estão treinados e prontos para a missão!

- Perfeito. — Ela dá um passo a frente. — Escutem bem! Serão responsáveis de uma missão de certa maneira simples. Próximo a Konohagakure possui uma espécie de bunker no qual estão algumas armas, equipamentos e outros espólios de guerra que possuem um grande poder! — Atrás dela uma tela é ligada mostrando a localização do lugar em um mapa, onde passam algumas outras imagens internas. — Não estou preocupada com as armas ou equipamentos, mas sim com uma coisa em especial. O Rinnegan de Uchiha Madara! Ele está selado em uma ala específica do bunker que precisará de bastante atenção para obtê-lo, então tenha cuidado com todas as possíveis armadilhas. Dúvidas? — Ninguém fez qualquer menção em perguntar algo, o que fez Aya entender. — Ótimo! Terão que ser rápidos para realizar a missão e espero que cumpram com sucesso! Estaremos de olho em todos os movimentos de vocês.

Todos fazem uma breve reverência e saem da sala andando enquanto Aya ficava juntamente com o cientista e os dois agentes que estavam a acompanhando.

Para aquela missão em especial, a mulher esperava que aquele time pudesse buscar o Rinnegan sem mais problemas, pois sem poder contar com Kiyomi, que não havia retornado a base, somente eles poderiam realizar aquela missão.

Ela ainda pensava o que tinha acontecido com a filha, que tinha desativado seu AIC e não respondia qualquer tentativa de comunicação.

Entendia que as vezes Kiyomi costumava “sumir” para reorganizar seus pensamentos e respeitava isso, pois entendia que a filha estava na adolescência.

...

Após ter deixado Ayumi em casa, Shinachiku seguiu para a residência Uzumaki afim de descansar um pouco devido ao cansaço que ainda tinha em seu corpo.

Um pouco era resultado do que tinha acontecido entre os dois na noite anterior, mas a outra parte era devido a sua recuperação da missão ao país do ferro, algo que tinha acontecido a pouco mais de dois dias atrás.

Sabia que hora ou outra teria que encontrar com seu pai e conversar sobre o que tinha acontecido no escritório ontem, onde tinha pensando bastante em um meio de pedir desculpas por ter exagerado demais ao falar sobre algo tão delicado como o passado turbulento entre seu pai e Sasuke.

Por isso, deveria agir como adulto e admitir os erros para enfim se entender com uma pessoa no qual tinha um grande respeito e admiração, onde jamais tinham tido uma briga de uma magnitude daquele tamanho.

Quando chegou em casa, notou que não havia ninguém e assim que foi até a cozinha viu um bilhete escrito especial para si, o que estranhou de imediato, mas logo o pegou para ler o que tinha sido escrito e sorriu ao ver que era de sua mãe aquela letra, que dizia:

“Bom dia, querido!

Sei o que aconteceu entre você e seu touchan na noite passada e fiquei bastante preocupada se estaria tudo bem com você.

Mas Ayumi me enviou uma mensagem dizendo que o encontraria em um lugar onde costuma ir quando está chateado e tê-la ao seu lado pode ser ótimo para que refresque seus pensamentos e volte melhor!

Arashi está com sua obaasan e Hanami está em missão, mas deve retornar até o horário do almoço!

Deixei um café da manhã especial para você.

Saiba que nós te amamos!

Com amor, Sakura.”

Shinachiku poderia dizer que estava emocionado com aquele simples bilhete principalmente pelas coisas que estavam escritas, era como se conseguisse ouvir sua mãe dizendo casa palavra daquela em sua cabeça e agradecia mentalmente por tê-la em sua vida.

Dobrou cuidadosamente o papel e o guardou no bolso de sua calça, logo indo até a geladeira e a abrindo, vendo uma bandeja com alguns pratos que tinha sido preparados por Sakura para si e sorriu feliz levando até a mesa na expectativa de comer aquele delicioso café da manhã, pois assim como o pai, aquele chá com biscoitos que comeu junto a Ayumi não foi o suficiente para matar sua fome.

Depois que comeu novamente o café da manhã, subiu até seu quarto e após um banho relaxante, se deitou e dormiu um pouco afim de descansar finalmente.

Seu corpo quase que implorava por aquilo e algumas horas de sono seria suficiente para que se revigorasse e estivesse pronto para qualquer coisa.

Quando o loiro acordou, já passava das cinco da tarde e foi difícil para ele levantar da cama, muito por conta da preguiça mas também por conta do frio do ar condicionado.

Pegou seu celular vendo que estava sem bateria e o colocou para carregar enquanto levantava da cama e ia até seu banheiro para jogar uma água no rosto para acordar de vez.

Logo vestiu uma roupa qualquer e desceu as escadas na expectativa de encontrar seus irmãos e seus pais, que devido ao horário já deveriam estar em casa, mas novamente encontrou tudo vazio e acabou acreditando que eles estavam tentando lhe evitar, o que o fez rir por acreditar nessa besteira de sua cabeça.

Assim que chegou ao jardim externo, viu que Naruto estava sentado em uma das espreguiçadeiras próximo a piscina enquanto lia um livro de Jiraya, o que fez Shinachiku achar estranho aquilo, afinal, nunca tinha visto o pai lendo qualquer livro em toda sua vida.

- Ah, finalmente acordou! — Exclamou o Hokage enquanto marcava a página do livro, o fechando em seguida. — Achei que acordaria só amanhã!

- Eu precisava de um descanso. — Shinachiku se aproximava devagar enquanto mantinha os braços cruzados. — Não deveria estar no escritório?

- Hoje é sábado, trabalho só meio período.

- Hum. — Ele para próximo ao pai enquanto dava um bocejo. — Cadê a Kaachan, a Hana e o Arashi?

- Sua Kaachan precisava fazer algumas compras para o jantar e levou seus irmãos para que não lhe incomodassem. — Naruto se levanta da espreguiçadeira indo até o filho que mantinha um certo olhar distante. — Aliás, eu precisava mesmo falar com você.

- Touchan...

- Não, antes de falar qualquer coisa, me acompanhe. — Naruto caminha em direção a entrada logo parando ao ver que Shinachiku não o acompanhava. — Confia em mim, só me segue.

O Uzumaki mais novo se dar por vencido se acaba seguindo o Nanadaime para dentro de casa e sem seguida saindo pela porta de entrada da residência.

Shinachiku não sabia bem aonde seu pai queria lhe levar, mas não queria brigar ou discutir mais uma vez e apenas o acompanhou enquanto saltavam sobre as casas e edifícios da aldeia em direção a saída norte.

Não demoraram até chegar a floresta do país do fogo, saltando entre os galhos das árvores o loiro mais novo pensava aonde estariam indo e se levaria uma bronca pelo o que tinha falado no escritório ontem, mas notando a expressão do pai antes, pensou que era só paranoia de sua cabeça.

- Pega a minha mão, assim chegaremos mais rápido aonde quero te levar.

- E aonde seria?

- Quer estragar a surpresa? — Naruto para em um dos galhos, com Shinachiku parando em outro bem a sua frente. — Sabe, você me tá lembrando a mim quando mais novo! Sempre querendo ser curioso demais.

- Então o senhor costumava ser assim?

- Na verdade, segundo sua Kaachan, eu era irritante e bem chato. — Ambos riem enquanto o Hokage coçava a nuca. — Mas acho que esse foi o meu charme especial para conseguir conquistá-la.

- A história que ela me contou é um pouquinho diferente.

- Vai queimar mesmo meu filme? — Novamente eles acabam dando uma risada enquanto o loiro mais velho salta até o mesmo galho onde estava o filho. — Eu queria ter tido uma amizade com meu pai quando tinha sua idade, mas infelizmente não tive a oportunidade. Só queria que soubesse que estou tentando o meu máximo para que possamos ter essa amizade hoje.

- Sei disso, touchan.

- Agora, vamos logo se não chegaremos tarde em casa!

Tocando o ombro do filho, Naruto usa o Hiraishin no Jutsu para teleporta-los até um lago bem distante de Konoha, no qual Shinachiku se assusta devido a rapidez que chegaram até lá.

Logo percebeu onde estavam e de imediato a lembrança de sua luta contra Akira à cinco anos veio a tona, pois era naquele lugar que se viram antes do Uchiha se unir a Lótus Vermelha.

Diferente daquela vez em que o lago estava inteiramente congelado, agora as águas estavam brilhantes e o contrate em que a tímida luz do sol batia na superfície faziam com que o brilho aumentasse ainda mais.

- Por que me trouxe aqui?

- Eu costumava achar que quando dois shinobi queriam se entender, eles costumavam lutar pois assim conseguiam ver dentro um do outro e enxergar o verdadeiro objetivo que cada um carregava. — Naruto dá alguns passos dando as costas para Shinachiku enquanto ia em direção ao lago. — Sasuke e eu costumávamos sempre nos entender somente assim, trocando socos e chutes. Mas de certa maneira funcionou e conseguimos resolver nossas diferenças, mesmo que fosse de uma maneira um tanto quanto dolorosa para ambos. — Ele toca seu braço enfaixado recordando-se da luta no vale do fim. — O que quero dizer é que, nós dois nunca fomos próximos o suficiente para confiar segredos um ao outro e conversar sobre qualquer assunto, mas achei que trocando alguns golpes podemos nos conectar um pouco mais.

- Você quer que eu lute com você?

- Claro. — O Hokage se vira sorridente para o filho. — Quero saber o quão forte meu filho se tornou depois do treinamento com Fukasaku-sama!

- Não vou lutar com o senhor, touchan. — Diz Shinachiku dando um passo atrás enquanto coçava o braço meio desajeitado.

- E por que não? Estamos só nós dois aqui e longe de qualquer civilização que possa se prejudicar em uma luta minha contra você!

- Primeiro, você é dez, vinte vezes mais forte que eu. Segundo, não tô muito no clima para uma luta.

- Ah, a Ayumi deve ter acabado com você ontem, né?

- Q-Quê? — Pergunta o loiro assustado e corado, enquanto via Naruto tentar esconder uma risada. — N-Não é nada do q-que tá p-pensando.

- Fica tranquilo, garoto! — O Hokage se aproxima levanta sua mão até os cabelos do mais novo. — Oficialmente já é um homem e eu estou orgulhoso de você! Agora para de frescuras e vamos trocar alguns golpes!

- Você não vai desistir, não é?

- Com licença, mas não me conhece por acaso? — Naruto dá alguns passos para trás enquanto mantinha o sorriso nos lábios. — Se tem uma coisa que não faço nessa vida, é desistir ttebayō!

Naruto salta até um lado do lago enquanto esperava que Shinachiku fosse até o outro lado para que assim enfim pudessem lutar.

E o Uzumaki mais novo sabia que não iria se livrar dessa e se deu por vencido enquanto balançava a cabeça negativamente pensando o quanto seu pai era ótimo em convencer as pessoas na conversa, entendendo sua fama mundo a fora por conta justamente desses discursos que costumava dar.

Tomou sua posição do outro lado do lago enquanto o Hokage dizia que ele não precisava se segurar na luta e que desse o melhor de si, afinal, estando ali ninguém além deles poderia se ferir e que o perdedor da luta pagaria o jantar no Ichiraku.

Shinachiku concordou com os termos e estralou os dedos e o pescoço, mostrando que levaria realmente a sério a luta e isso agradou Naruto, pois não queria que o filho se segurasse e conseguisse ver até onde iam sua força e poder.

Com o cair de folha sobre a água, ambos avançam um contra o outro em uma extrema velocidade e acabam se chocando no centro do lago, fazendo com que uma onda de choque faça uma grande quantidade de água se espalhar, enquanto rapidamente começam a trocar golpes de taijutsu.

Os dois tinham uma destreza invejável e conseguiam golpear ao mesmo tempo que defendiam e contra-atacavam de forma rápida, mostrando que o treinamento com a Kata dos Sapos realmente funcionava sem que ambos ativassem o Sennin Mode, demostrando que estavam em um nível parecido em questão de taijutsu.

Buscando tirar mais de seu filho, o Nanadaime acerta um chute em seu estômago ao mesmo tempo que se afasta criando três Kage Bunshin que logo avançam sobre ele o atacando pelos lados e pela frente, no qual Shinachiku é rápido para desviar dos golpes ao mesmo tempo que usa uma técnica para cuspir várias senbon nos clones e assim desfaze-los.

Saltando para trás se afastando de Naruto, ele faz alguns selos e tomando um pouco de ar usa técnica Katon: Gōkakyū no Jutsu, cuspindo uma grande bola de fogo em direção ao pai, que estava impressionado pelo filho saber usar técnicas de Katon, afinal, ele mesmo não conseguia fazer muitas técnicas elementais.

Logo estendeu o braço e usando o chakra de Kurama conseguiu segurar a bola de fogo com a mão coberta pelo manto de chakra, fazendo com que ela se dissipasse em uma cortina de vapor por todo o ambiente e isso acabou sendo uma ótima distração para Shinachiku, que avançou sobre o pai surgindo do seu lado esquerdo com um Rasengan pronto em sua mão.

Porém quando ia acertá-lo, o Hokage sorri de lado ao saltar sobre ele e o acertar com o punho de chakra, fazendo-o se desfazer no ar e assim mostrando ser um Kage Bunshin, assim como outro aparece de seu lado oposto tentando acertá-lo dessa vez com uma kunai, mas que é bloqueado quando o manto de chakra toma todo o corpo de Naruto e uma mão de chakra segura a arma no ar enquanto uma terceira o acerta, também se desfazendo.

- Esperto. — Murmurou o Hokage para si. — Ele é tão inteligente quanto a Sakura-chan.

- Pelo visto ele puxou só as coisas boas dela. — Diz Kurama em seu subconsciente.

- Ora sua...

Antes que completasse sua fala, Naruto escuta um assobio vindo do alto e ao olhar para cima vê que Shinachiku caía sobre si com o punho fechado e coberto de chakra enquanto dizia que ele deveria tomar cuidado e não se distrair em uma luta.

Quando estava perto de golpeá-lo em cheio, Shinachiku acaba acertando um potente soco em uma barreira feita por Naruto com a cabeça de Kurama, no qual percebe uma rachadura depois do golpe, vendo que o filho era bem mais forte do que Sakura e Tsunade, pois jamais tinha visto alguém conseguir causar se quer uma rachadura em sua barreira de defesa.

- Desse jeito fica difícil enfrentá-lo, touchan. — Shinachiku pousa no chão se afastando enquanto Naruto desfaz a barreira e desativa o manto de chakra. — Eu disse, você é mil vezes mais forte do que eu.

- Está enganado, garoto. Acabou de me provar que em questão de força bruta, você está a dez passos a frente de mim.

- Como assim?

- Deixa pra lá! Quero fazer um pequeno teste antes de finalizarmos. — Naruto estende a mão para o lado e um Rasengan começa a se formar, não demorando até tomar a sua forma. — Quero ver o quão forte está o seu Rasengan. Se estiver tão forte como o meu, prometo lhe ensinar uma técnica nova.

- Tem certeza disso? Quer dizer, quando dois rasengan se chocam...

- Eu sei o que acontece! Vamos logo!

Shinachiku dá um longo suspiro estendendo seu braço e começando a formar seu próprio rasengan, que assim como o de seu pai, tinha a cor azulada enquanto era rodeado por uma esfera de energia bastante potente.

Ambos sabiam dos riscos que poderia ocorrer quando as duas esferas de chocassem, mas era algo que fazia parte e Shinachiku sabia que poderia usar seu ninjutsu médico caso eles se ferissem mais gravemente.

Sendo assim, logo começam a correr em direção um ao outro enquanto controlavam seus rasengan e assim que se encontram, ambos batem um contra o outro e isso causa uma grande explosão que os arremessa para trás com uma grande força, fazendo com que as águas calmas do lago sejam balançadas para os lados devido a onda de choque.

Naruto acaba caindo sobre o gramado bem aos pés de um árvore enquanto dava uma risada pensando no quanto aquilo tinha sido de certa maneira divertido e fazia tempos que não tinha aquela sensação do momento.

Ergueu o braço direito vendo que as ataduras estavam queimadas e parte de sua pele tinha se ferido também, o que indicava que o Rasengan de seu filho estava mais forte do que imaginava e era um ótimo sinal, afinal, com a guerra chegando o quanto mais forte ele estivesse, melhor seria.

- Touchan! — Gritou Shinachiku chegando até ele enquanto usava o ninjutsu médico em seu braço, que só tinham alguns arranhões. — Está tudo bem?

- Bem? Eu estou ótimo! — Naruto se levanta batendo a poeira de sua camisa enquanto ainda sorria feliz. — Devo dizer que me surpreendeu, filho, está muito mais forte do que imaginei que estivesse.

- Obrigado, touchan. — Ele olha para o braço do Hokage vendo que os ferimentos estavam se curando de forma instantânea, mostrando o chakra curativo de Kurama fazendo efeito. — Acho que eu perdi, então o jantar fica por minha conta essa noite!

- Acha que teremos que explicar pra Kaachan o que estávamos fazendo?

- Se quiser levar um puxão de orelha fica a vontade! Eu negarei até a morte!

Naruto dá um tampinha em seu ombro enquanto começam a caminhar em direção a aldeia.

Shinachiku iria falar sobre a discussão na noite anterior, mas o mais velho apenas disse que isso era passado e tudo que eles tinham que resolver já ficou para trás.

Já em seu subconsciente, Kurama dizia que Shinachiku era a pessoa perfeita para a transferência de sua outra metade e que a luta tinha sido uma ótima maneira para que ambos pudessem identificar o que já sabiam, o Uzumaki mais novo sempre foi o sucessor do Hokage como jinchūriki da Kyūbi.

Naruto apenas diz que falaria com o filho sobre isso depois e que tudo tinha seu tempo, e o que queria naquele momento era aproveitar o tempo com sua família, pois já não sabia como seria o dia de amanhã com a guerra chegando e não queria perder nenhum momento com eles.