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História Shot - Automedicação - Capítulo Único.


Escrita por: TIBMatt

Notas do Autor


Eu queria escrever, escrever qualquer coisa. Tudo o que sei foi que saiu isto, e espero que no minimo não te faça acreditar que perdeu seu tempo.
Vou utilizar dessa one-shot para também esclarecer o caso de Fast. To Take a Long Time.
Bom, meu celular foi tirar umas férias e os últimos dois capítulos se encontravam nele, esperei por alguns meses na esperança de conseguir o conteúdo de volta, mas às vezes é necessário acordar pra vida.
Diante disso decidi que irei, de uma vez por todas, reescrever ambos os capítulos e decidir o que fazer com a minha outra estória pendente.

Você pode deixar o seu desgosto pelo one ou minha procrastinação ai nos comentários, adoro ler todos eles. Críticas construtivas também são sempre muito bem-vindas.

Capítulo 1 - Automedicação - Capítulo Único.


Fanfic / Fanfiction Shot - Automedicação - Capítulo Único.

Eu desenvolvi essa tendência perigosa de criar expectativas excessivamente grandes em cima de coisas pequenas, e o mais engraçado é o fato de que minha mãe nunca me deu o sinal de que eu deveria parar. Você sabe como funciona não é, Stan? Quando crianças choram em público ou pegam brinquedos que não lhes pertencem têm a tendência de ganharem de suas mães a advertência de "Pare com isso" ou "Solte, isso não lhe pertence". Mas a verdade é que eu nunca estive dentro desse grupo de crianças, em realidade, acredito que durante maior parte da minha vida eu tenha sido a minha própria mãe, ditando (eu sei o quão horrível a palavra "ditando" soa, mas é ótima para expressar a verdade) coisas que eu deveria ou não fazer.

Acredito que eu tenha sido um ótimo tirano, me inibindo de fazer coisas que teriam fodido a minha vida. Sim, eu de fato fui (e ainda tento ser) um ditador excelente que conseguiu se manter vivo durante dezessete anos graças a si próprio. Mas eu também admito que falhei em aspectos simples, como por exemplo: não ser capaz de inibir essa tristeza idiota que toma parte da minha cabeça cada vez que você não diz as palavras que eu gostaria de ouvir.

Eu sou um ditador, Stan.

Mas também sou um jovem mimado.

Eu preciso de mais do que posso ter, essa é a regra, sabe?

 

A verdade sobre as minhas perigosas expectativas caíram por terra quando eu percebi que a raiva que me tomava cada vez que você dizia "vai ficar tudo bem" ao invés de "eu vou estar aqui com você, então não se preocupe", era irracional. A maioria das pessoas diriam que é irracional porque ambas as frases têm quase o mesmo sentido, bom, isso só deve ser verdade para pessoas que não são adolescentes de dezessete anos vivendo um romance platônico. Para mim ela só é irracional porque eu sei que sou o único responsável por essa raiva. Afinal, quem esperava qualquer outra coisa era exclusivamente eu. Somente. Apenas. Ninguém mais.

Eu sou o único responsável por muita coisa: cuidar da minha sanidade; fazer compras no supermercado à noite; formatar os trabalhos escolares enquanto todo o resto do grupo entra em um vício por bebidas e um maço ordinário de maconha. E principalmente, o único responsável por ter me deixado cair nessa paixão estranha que desenvolvi por você. Não vou mentir, te agrego grande parte da culpa cada vez que penso nisso. Afinal, ninguém deveria ser permitido a ter o seu gosto peculiar para música que me encanta, ou ser permitido a ter a voz mais cativante da cidade. Você é alguém perigoso, Stan, e eu deveria ter dito para mim mesmo ficar longe de toda essa periculosidade. A parte humilhante e engraçada da história que criei em minha mente é que em nenhum momento me arrependo disso. Não me arrependo de te desejar e todas as lágrimas que derramei por frustração não significam nada, serão apenas pequenos contos que contaremos para os nossos dois cachorros que fantasiei. Nós dois, velhos e enrugados contando aos cachorros como eu era um garoto inseguro em relação ao amor e como tudo acabou bem, com um pedido de namoro e um casamento sem filhos.

Eu sou um realista, Stan.

Mas também sou um jovem que gosta de fantasiar.

Eu apenas matarei minha fantasias depois como uma amarga lembrança de que isso não será real. Apenas estou prolongando a morte dessa fantasia, sabe?

Por que, depois de tudo, como eu poderia matar minhas expectativas quando toda vez que me machuco você é o primeiro a correr até mim para perguntar se eu estou bem? É impossível deixar as esperanças de lado sabendo que toda vez que uma garota me rejeitar você vai estar lá para sorrir para mim e dizer que eu sou muito mais do que elas pensam, que sou alguém incrível.

É, você tem sim culpa de toda essa bagunça que acontece na minha cabeça. E eu não me desculparia por te desejar tanto.

 

Então aqui vai uma lista de o que não fazer para que eu possa enfim parar de ter sonhos esquisitos com você:

 

1° Entenda que você não pode ser a pessoa mais atraente da cidade;

Eu sei que é tentador, mas isso acarreta problemas pra outras pessoas. Problemas que elas não querem ter que lidar.

2° Saiba que o seu carisma é irritante;

Eu enfiaria uma faca na sua costela se isso fizesse você entender que ser tão carismático assim me é uma verdadeira dor de cabeça. Pare.

3° Aprenda a fazer as coisas da forma certa;

Caso algum dia você pare de depender tanto de mim eu possa te ver com menor frequência, se esse for o caso, eu tenho quase certeza de que minha paixão adolescente por você cairia de forma descomunal.

4° Seja mais heterossexual (isso é quase uma piada);

Às vezes você olha para mim da mesma forma que parece olhar para toda e qualquer garota, isso é assustador e faz meu coração pulsar, acho que você deveria deixar esse mau costume de lado.

5° Pare de beber;

Talvez dessa forma você não me diga coisas tão vergonhosas como normalmente faz. Além do mais, isso lhe evitaria um (nada surpreendente) câncer no fígado.

Claro, são dicas que eu dou há você, mas eu possuo uma lista muito maior para mim mesmo.

 

Pare de fantasiar com ele, Kyle.

 

Pare de olhar para ele, Kyle.

 

Pare de ser tão compassivo, Kyle.

 

Pare de esperar algo, Kyle.

 

Pare de ser idiota.

 

Pare de ser prepotente.

 

Caramba, só para.

 

Mas claro que estas são apenas algumas das várias dicas que coloquei no meu próprio tutorial de como sobreviver à Stan Marsh. Claro, eu devo ter colocado fogo nele logo em seguida. O cruel de toda essa história é que eu não contaria nada disso a você, sequer deixaria você imaginar. Eu tenho me preparado para uma rejeição unilateral também, entende? Pensando em como eu me divertiria muito mais com seus futuros filhos do que com dois cachorros. Os cachorros só são mais importantes porque depois de tudo eles ainda seriam somente nossos. Mas está tudo bem. Eu vou sobreviver, ficar bem, e ter dois cachorros que brincarão com as suas filhas.

Apesar de ter desenvolvido tendências perigosas durante toda a minha vida, eu também aprendi a lidar com elas da forma menos destrutiva possível.

Eu sou um cretino, Stan.

Mas eu também estou tentando.

Eu só preciso de um pouco mais de tempo para respirar. 


Notas Finais


A última coisa que eu irei fazer é julgar Kyle Broflovski por suas tendências, porque eu também desenvolvi algumas, entre elas esta essa minha mania de fazer estórias românticas potencialmente infelizes.
Você pode deixar nos comentários algumas das suas tendências autodestrutivas ou toscas, assim como também pode comentar sobre o que achou.


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