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História Show Me How - Michaeng - Epílogo


Escrita por: hiraivodka

Capítulo 45 - Epílogo


MYOUI MINA

Alguns meses se passaram de forma agradável.

Em uma reunião, o destino da antiga família Real foi decidido. A mãe de Chaeyoung, uma vez separada de seu marido por finalmente abrir os olhos, se ofereceu a ajudar minha mãe, agora disfarçada, morando numa casa de campo, diante dos rebeldes raivosos. Eu sabia que, no fundo, minha mãe não era como meu pai. O pai de Chaeyoung, uma vez solto, voltou para sua vida pacata, e fomos visitá-lo uma vez. O homem tinha muito mais rugas do que antes e parecia ter envelhecido anos em meses, mas no final das contas pediu o número de sua filha para manter contato após Chaeyoung dá-lo um celular - eu agora tinha um, também!

Meu pai e Ichiro tiveram o destino que mereciam. E não, esse destino não era a morte. Nas celas que antes Chaeyoung, Tzuyu e Jihyo ficavam, convenci os outros a deixá-los lá, mas deixá-los até que suas piores memórias se tornassem as coisas horrendas que fizeram com sua população. Eu achava que, de alguma forma, isso era pior do que a morte, enquanto durasse e, talvez, fosse capaz de torná-los pessoas melhores ou mais decentes.

Tzuyu, no momento, continuava a lidar com todos os problemas que eu nunca saberia lidar, como a crise entre nosso país e Huangia Tudi, após descobrirem que seu príncipe foi morto em nosso Palácio. Tzuyu alegou que ele soube onde estava se enfiando, vindo para o país durante uma manifestação rebelde, e deixando o abrigo de segurança enquanto um ataque ocorria. Disse apenas que ele morreu em guerra, não revelou que havia sido pela arma de Hirai Momo - isso traria problemas para ela.

Apesar de tudo, Tzuyu estava levando tudo de forma mais leve. Estando no Palácio, costumava vê-la sorrindo mais pelos corredores embora ainda tentasse se acostumar com tal ato, e parecia permitir muito mais a aproximação de Sana. Além de que, ter seu irmão de volta havia elevado sua aura. Tzuyu atingiu seu objetivo de vida e recuperou seu irmão. Eu sempre a via com ele, também, e o rapaz parecia estar ganhando cor novamente.

Ele contou como foi torturado fisicamente - as cicatrizes em seu corpo provavam isso, até começarem a usá-lo como cobaia para o capacete de memórias. Agora, ele parecia revigorado e agia como se a vida tivesse o dado uma nova chance, e Yoo Jeongyeon fazia muito mais visitas ao Palácio do que o normal. Eu torcia para que agora ela abrisse seus sentimentos com o rapaz, sem medo, como havia me contado que tinha da primeira vez.

Eu sabia que ela continuava com seus grafites pela cidade sem abandonar sua identidade com siot, mas eles eram muito mais alegres e coloridos agora. Apesar de tudo, ela também merecia ser feliz.

Sana, por sua vez, se provava de extrema eficiência. Auxiliava Tzuyu e Nayeon em todas as reuniões que faziam parte e mostrava que sua inteligência era, de fato, subestimada. Na outra parte do tempo, ela havia voltado para a Mina’s Nightclub - que agora era a boate mais famosa do país, e servia como sede de uma pequena empresa filantrópica em dias que não funcionava, para auxiliar pessoas a começarem a sair de suas situações horrendas de vida.

Com Nayeon agora trabalhando de forma fixa e remunerada, ela e Jihyo haviam saído da casinha de madeira que rangia a cada pequeno sopro. Nayeon queria morar sozinha, mas Jihyo a proibiu, achou que elas já tinham passado tempo demais separadas e queria ter sua gêmea logo debaixo de seus olhos. Apesar de que isso não adiantava muito: Nayeon passava a maior parte de seu tempo no Palácio, com Tzuyu, e Jihyo agora trabalhava em um hospital.

Jihyo havia contado que queria terminar as pesquisas para retomar os movimentos de sua irmã, mas Nayeon a ameaçou. Disse que se continuasse a gastar tempo com isso ao invés de gastar com si mesma, a atropelaria com sua cadeira de rodas. Jihyo disse que assim Nayeon estaria jogando todos os anos de estudo de Jihyo no lixo, e Nayeon realmente quase a atropelou, Sana teve que agarrar sua cadeira.

Nayeon disse que foi pelos estudos de Jihyo que ela conseguiu desenvolver o dispositivo para entrarmos em contato umas com as outras e arquitetar a revolução e destronamento do Rei. Disse que, se não fosse por isso, talvez ela ainda estivesse se doendo para bolar algo. Jihyo aceitou com muito custo.

Já Momo… eu não via Momo fazia alguns meses, embora meu celular estivesse lotado de fotos dela.

Ela e Kim Dahyun trabalharam de forma árdua para Tzuyu nos primeiros meses após nossa liberdade, e aparentemente juntaram dinheiro o suficiente para saírem e conhecerem alguns pontos do mundo. Disseram algo sobre uma promessa feita nos dias de Haeyoung, e Momo disse que só voltaria para Tsuyoitochi quando alguma pessoa estrangeira aceitasse casar com ela, gerando comentários chocados de Dahyun que disse que a manteria bem sob seus olhos repetidas vezes.

Já eu e Chaeyoung…

— No que tanto pensa, princesinha?

O vento batia em meu rosto, ventando meus cabelos agora inteiramente pretos para trás, trazendo o cheiro salgado junto e me fazendo suspirar.

— Não posso acreditar que estamos aqui — falei, baixo demais, olhando para ela e dando um pequeno sorriso. Chaeyoung havia deixado seus cabelos escuros na altura de seus ombros, e estava linda em excesso. Não que ela não fosse linda antes, é apenas que… qualquer coisa que ela fizesse, eu não poderia parar de olhá-la. Não me cansava de sua beleza. Não me cansava de acordar, todo dia ao seu lado, e a encarar, me perguntando como poderia estar ainda mais bonita do que quando fomos dormir, na noite anterior.

— Pois estamos — ela disse, e enfiou os dedos nos meus, apertando nossas mãos na areia úmida. — Já falei diversas vezes, estamos. E nunca vamos sair.

Maldição. O jeito que as palavras escorregavam pelos seus lábios… Era incrível como a cada dia eu a desejava mais e meu coração batia cada vez mais forte por ela. Se algum dia achei que o amor poderia ser um sentimento escasso, agora tinha certeza que estava enganada.

Amor esse que, infelizmente, não havia ficado de maneira privada. Algum rebelde fofoqueiro havia aberto a boca sobre nós, e Tzuyu nos mostrou alguns artigos de jornais ao redor do mundo sobre um casal LGBTQ+ fazendo história em Tsuyoitochi, de forma que nossos nomes com certeza seriam estudados nos livros de história das crianças de nosso país, para sempre. Por tal motivo, a imprensa trabalhava furtiva atrás de nós, e era quase impossível conseguirmos momentos como aquele quando nossas faces eram as mais conhecidas do país.

— Porque me trouxe à praia? — Perguntei, olhando para a frente mais uma vez, sabendo que aquele local estar tão vazia apenas poderia ser obra de Tzuyu.

Chaeyoung riu baixinho.

— Momo me ligou outro dia. Falou que, alguns dias antes de você fugir, vocês estavam conversando sobre você nunca ter conhecido a praia. Achei que poderia gostar.

Me lembrei bem da cena. Momo na piscina, e eu fora porque não poderia sujeitar meus cabelos àquelas águas, porque meu casamento se aproximava. Não poderia acreditar que estava ali, com Son Chaeyoung, naquele momento.

— Quero entrar no mar.

— Não tem medo, princesinha?

— Vai segurar minha mão?

Olhei para seu rosto e vi suas bochechas tomarem cor, o que fez meu coração sacudir como um louco dentro do peito.

— Sim. Sempre segurarei sua mão.

— Então nunca terei motivos para ter medo.

Chaeyoung grunhiu e se levantou, me puxando para cima e enlaçando minha cintura com o braço. Ela tinha uma cicatriz na altura da cintura, agora, exposta porque usava apenas biquínis. Minha cicatriz na coxa combinava com a dela.

— Achei que tínhamos conversado sobre você precisar parar de fazer isso.

— O que?

— Agir dessa forma! Toda bobinha. Sabe que eu tenho um negócio toda vez que faz isso — ela segurou minha mão e repousou sobre seu peito, me fazendo sentir seus batimentos e rir, afundando a cabeça em seu pescoço.

— Son Chaeyoung.

— O que?

Afastei meu rosto de sua pele e olhei em seus olhos.

— Eu te amo.

Aproximei o rosto do dela e Chaeyoung me olhou de perto demais, e eu senti seus batimentos ficarem loucos contra meus dedos pressionados sobre seu coração. Nossos lábios se tocaram, eu dei uma pequena risada nasal.

No instante seguinte, apenas sai correndo em direção ao mar.

— Myoui Mina! — Ela esbravejou, e olhei por cima do ombro, a vendo me encarar com fúria antes de começar seus passos fortes atrás de mim. Eu gargalhei e senti a água geladinha do mar contra minha pele, andando cada vez mais e entrando cada vez mais - não tinha grandes ondas, caso contrário, eu estaria agarrada ao braço dela.

Quando a água estava em minha cintura, vi Chaeyoung perto demais, e empurrei água na direção dela, que agarrou meu braço e me puxou para perto antes de encher meu rosto de água. Eu tossi rapidamente e ri.

— Por Deus, é salgada. Salgada demais.

Chaeyoung então gargalhou e me puxou para perto pela cintura.

— Achou que o oceano era o que, princesinha? Doce?

Apesar de tudo, a sensação de seu corpo contra o meu era o suficiente para me distrair de qualquer provocação que ela tentava fazer com suas palavras bobas. E ela percebeu que eu me distraía em seus lábios, porque sorriu abertamente, e eu suspirei. Chaeyoung firmou as duas mãos na minha cintura e eu entrelacei minhas pernas na dela.

— Tem noção do quanto é bonita, Myoui Mina?

Sacudi a cabeça e não pensei muito antes de colar meus lábios nos seus, sentindo Chaeyoung rir contra o meu beijo e acreditando que naquele momento meu coração facilmente serviria de motor para dar a volta no mundo pelo mar.

Sua língua contra a minha, meus dedos em seus cabelos, os seus nas minhas coxas e o contraste engraçado da água gelada com nossos corpos quentes fizeram aquele momento parecer irreal.

Está tudo bem, tempo. Pode parar aqui, não há problema algum. Sou feliz agora. 


Notas Finais


bom, agora a fanfic está encerrada!
apesar disso, se gostam mesmo da obra, peço para que por favor me acompanhem no twitter (hiraivodka), tem coisas boas vindo por aí.
e, em breve, vou disponibilizar aqui no spirit um spin off das satzu daqui! vai contar a história romântica delas, desde o passado até o futuro, então fiquem atentos para não perderem.
obrigada por acompanharem!!


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