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História Side By Side - NaruSaku - Dois


Escrita por: EvilHope

Notas do Autor


Oi gente, como prometido, voltei <3

Novamente agradeço a todo o apoio de vocês. Os seus comentários lindos me agradecendo por voltar aqueceram o meu pobre coraçãozinho. Estou muito feliz.

Como eu disse, não estou fazendo nenhuma mudança nos capítulos, apenas correção (e se eu deixar passar algum erro, relevem haha). Mas caso eu mude algo, os avisarei, ok?

Eu tava pensando e acho que só vou começar a mudar a partir do cap 20 porque foi quando a fic decaiu muito de qualidade da outra vez. Eu lembro que foi a época que tudo aquilo explodiu e eu estava escrevendo meio que forçada por mim mesma. Então eu com certeza irei melhorar aquilo.

No mais, é isso! Beijão ❤️

Capítulo 2 - Dois


Fanfic / Fanfiction Side By Side - NaruSaku - Dois

– Não é justo que ainda me culpem por isso. – Espalmou a mão sobre a bancada metálica da pequena e antiga tenda do Ichiraku. – Eu só queria pegar um pergaminho, como poderia imaginar que todos os outros cairiam pela sala? – Indagou limpando a lágrima no canto do olho, que insistiu em aparecer diante do ataque de riso.

– Naruto, não era nem para você estar naquela sala. – O homem acompanhava o estado de Naruto, com exceção de que suas reações eram menos escandalosas. Aquela interação trouxe a eles boas memórias e sensações.

Iruka Umino, um dos nomes que Naruto passaria o resto da vida guardando no coração. O homem, embora fosse conhecido pelo coração mole, nunca deixou de ser severo na medida certa e, por muitas vezes, foi quem conseguiu disciplinar o menino Naruto. De algum modo, ele conseguia enxergar uma criança carente por trás de todas aquelas travessuras e, sem julgamentos, o fez entender muitas coisas sobre a vida. Era um homem sábio. Não é à toa que vinha sendo o diretor da Academia Ninja de Konohagakure desde que Naruto era uma criança, deixando apenas de lecionar como fazia na época.

Naruto observou-o bem enquanto comia seu terceiro Rámen. Iruka não era tão mais velho que Naruto comparado a Kakashi. Enquanto o Uzumaki estava nos seus trinta e dois anos, o homem não passava de quarenta e dois, portanto, o relacionamento que ambos tinham se equiparava ao de irmãos.

De qualquer modo, era muito nostálgico estar ali junto a ele, mesmo que as circunstâncias não fossem as mesmas. Naruto não era mais o menino problemático de antes e Iruka não estava ali para analisar sua evolução como ninja.

Eram somente amigos de longa data e isso já bastava para os dois.

– Mas me conta, esse olhar triste de minutos atrás é por causa de algum assunto de Kages? – Bebeu o saquê com os olhos sobre o outro homem. – Ou minhas suspeitas estão certas e tem algo acontecendo com você?

Naruto pousou a testa no balcão e suspirou firme. Suas costas doíam como as de um velho e seus olhos ardiam pelo cansaço. E ele sabia que a fadiga não se dava somente pelo trabalho em demasia. Sua cabeça parecia um ninho de aves raivosas, brigando para sobreviver.

Ele estava no fundo do poço e não sabia se poderia sair dele tão cedo.

– Boruto. – Levantou a cabeça e olhou para o homem ao lado, que esperou paciente pela sua história. – O meu filho me odeia. E com razão.

Iruka parou e pensou por um momento, absorvendo a informação dada pelo loiro. Era um motivo plausível para estar naquele estado, mas, ainda assim, não parecia o suficiente para derrubar Naruto Uzumaki. Ele passou por muitas coisas nessa vida e ser odiado foi uma delas. No entanto, ao invés de se deixar levar pelo sentimento ruim, ele corria atrás de provar o seu melhor.

Claro que, por não ter filhos, ele não poderia reconhecer a dor de Naruto com exatidão, mas ainda assim buscaria entender. Só então conseguiria imaginar alguma solução para o amigo.

– E por que ele te odeia? – Indagou olhando o rapaz de rabo de olho enquanto comia o seu rámen.

– Porque eu sou um péssimo pai. – Deu de ombros. – Eu não vi os meus filhos crescerem, não ensinei nada a eles. Eu ao menos sei como é a personalidade deles. Não sei do que gostam, qual é a comida favorita dos dois ou como eles se sentem.

– Isso não me parece motivo suficiente para um filho odiar o pai. – Por mais duro que fosse, Iruka nunca foi de ter papas na língua ao exprimir suas opiniões quanto a Naruto.

Chegou até a lembrar de quando ainda era sensei do nanadaime. Mesmo que carregasse um carinho grandioso pelo Uzumaki e fizesse vista grossa sobre algumas coisas, nunca deixara de ser severo com ele quanto ao seu desenvolvimento. Inclusive, chegara a reprova-lo como genin e não se arrependia disso. Foi um teste pelo qual Naruto mereceu passar, provando que poderia sim se tornar um grande ninja. Como realmente se tornou.

A questão é que ele não deixaria de por verdades na mesa e sabia que sempre seria essa a razão pela qual Naruto tanto o respeitava. Mesmo com o seu jeito manso de ser, Iruka sabia ser inquisitivo quando assim desejava, o que rendeu para ele um cargo tão importante na Academia, mesmo que tivesse chegado somente à patente de chunnin.

Olhou para Naruto com um olhar analítico, pescando a confusão do homem ao escutar suas palavras. É claro que ele não iria entender de cara. Naruto quase nunca entendia nada de imediato, afinal.

– Naruto, me responda com sinceridade. – Rodou o banco em direção ao Uzumaki, ficando de frente para ele. – Você já feriu seu filho? – Naruto negou ainda duvidoso. – Já matou alguém que seu filho ama? – Respondeu assustado com a pergunta do homem. – Então me diga, por que seu filho poderia ser capaz de odiá-lo?

– Iruka-sensei, eu já disse. Eu sou um péssimo pai pra ele e Himawari. – Mordeu o lábio inferior encarando as próprias mãos sobre o balcão. – Por isso ele me odeia.

– Você mais do que ninguém sabe como é ser odiado, Naruto. E não me entenda mal, não estou diminuindo o peso dos seus erros quanto a criação dos seus filhos. – Pausou por um momento, para que o outro absorvesse sua fala. – Mas não são graves o suficiente para que seus filhos te odeiem.

Iruka estava certo, assim como em milhares de outros momentos e Naruto sabia bem disso. Ele sentiu na pele como é ser odiado e talvez tenha sido por isso que ficou tão chocado quando teve essa impressão quanto ao filho. Ser odiado por pessoas que sequer conhecia era uma coisa, mas pelo próprio filho é incomparável.

Além disso tudo, tinha o peso do ódio em ambas situações. Essas pessoas que o odiavam, faziam isso por serem ignorantes e por terem medo do que Naruto poderia fazer a todos caso surtasse com a besta dentro de si, mas, no segundo caso, o ódio vindo de Boruto se daria por erros do próprio Naruto. Erros os quais ele teve a opção de cometer ou não.

Nessa situação, não foi algo que estava fora de seu controle – como um Jinchuuriki –, e sim, as consequências de sua ausência como pai.

– Mesmo que não seja ódio. Eu não o julgo por não gostar de mim. – Fungou evitando que as lágrimas, que faziam seus olhos arderem, descessem. – Eu sou um péssimo pai.

– Não é culpa sua isso, Naruto. – Pousou uma mão sobre as costas do menino em forma de homem. – Pensa bem, você nunca teve um pai. Como saberia agir como tal?

– Isso não justifica nenhum dos meus erros, Iruka-sensei.

Naruto já estava convencido de que o sentimento de seu filho por si não era ódio. Seu antigo sensei estava certo e ele não poderia contrariá-lo quanto a isso, mas, em contrapartida, não poderia entender como os seus erros viriam a ser justificados desse modo. Mesmo que não tivesse o exemplo de um pai ou de uma mãe, jurou que isso seria motivo o suficiente para que desse toda a atenção que pudesse aos filhos para que não passassem pelo mesmo que ele no passado.

Quando Boruto nasceu e ele o pegou pela primeira vez nos braços, se sentiu feliz como nunca. Observou cada detalhe do menino tão parecido consigo e apertou-o junto a si, prometendo que seria o melhor pai do mundo. Faria de tudo pelo filho. Não deixaria que ele passasse fome como ele passou, ou que o humilhassem do mesmo modo que fizeram consigo. Seu filho teria tudo que ele não teve e, por isso, não sofreria como ele sofreu.

Nesse ponto, sabia que não havia cometido qualquer erro. Deu tudo que seu filho poderia precisar e um pouco mais, mas, como sabia bem, deixou a desejar na atenção.

– Não quero ofendê-lo de modo algum, Naruto, mas sabe que sempre fui sincero com você. – Empurrou a tigela de rámen vazia e apoiou os cotovelos sobre a mesa metálica. Iruka sabia que, para um pai, não é fácil escutar que errou com o filho. Mas Naruto já passou dessa fase, sendo ele mesmo o seu próprio inquisidor. Não faria mal escutar o que ele viria a dizer. – O seu erro não foi o que fez de menos, mas sim o que fez a mais.

Para um bom entendedor, meia palavra basta. O que não foi o caso de Naruto.

Não era novidade pra ninguém a sua lerdeza quanto a metáforas ou analogias e, por muitas vezes, foi julgado por ser uma pessoa dependente de explicações objetivas e sem rodeios. Mas o que ele poderia fazer se ninguém explica as coisas direito? Deixam palavras subentendidas em tudo que dizem e esperam que ele as descubra.

Mesmo depois de todo o seu desenvolvimento intelectual para que chegasse a ser Hokage, haviam coisas que ele continuaria a ser incapaz de entender, principalmente as coisas da vida. Poderiam lhe por frente a frente a um impasse com inimigos, ou até, planejamentos para investimentos na vila, mas a situação ali era bem diferente.

Na verdade, ele deveria esperar isso de Iruka. Os conselhos do homem nunca foram muito claros. A princípio, Naruto chegou a pensar que fosse alguma brincadeira dele, ou então, que não soubesse de nada e quisesse bancar o espertalhão, mas com o tempo entendeu as atitudes do homem. Ele não dava respostas diretas aos problemas do Uzumaki, mas sim dicas para que ele entendesse as coisas por conta própria e, não diferente de antes, era o que ele estava fazendo naquele momento.

Pelo visto, Naruto precisaria continuar a se esforçar para compreender as coisas.

Só não sabia como.


[...]


– Como foi a missão, filha?

Sarada não tinha notado a presença de sua mãe na cozinha até então. Chegou tão inerte em seus pensamentos que se esqueceu do seu redor. Subiu os óculos pelo osso do nariz e finalmente olhou para a mulher, vestida com um avental e luvas emborrachadas amarelas, molhadas de água e sabão.

Para Sarada, sempre foi impressionante a beleza natural de sua mãe. Nunca a viu usar algum tipo de maquiagem além de um batom neutro, nem mesmo joias ou artigos de luxo. Mas, mesmo assim, poderia ser considerada a mais bela de toda a vila. Se questionou se conseguiria ser assim como ela quando crescesse.

Uma mulher forte, inteligente e bela.

– Foi bem.

Sakura, diferente da filha, percebeu a sua presença cabisbaixa desde que a viu chegar e se sentar na mesa, sem nem mesmo guardar seus pertences. Assim como a mãe, a menina é extremamente organizada e dedicada. Vê-la agir deste modo foi um tanto quanto preocupante.

Seu instinto de mãe não mente, havia algo errado com sua menina.

– Se foi bem, por que o meu bebe está assim? – Sabia o quanto a filha odiava esses tipos de apelidos. É filha de Sasuke, afinal. Mas nem mesmo com isso a filha pareceu se importar. – Sarada, meu amor. Me conta o que aconteceu.

Se sentou ao lado da menina e pegou sua mão em cima da mesa, como se isso fosse capaz de lhe dar forças para falar. A derme fria da menina fez Sakura apertar sua mão com a sua que estava quente.

– Eu só estava pensando... – Olhou a mãe nos olhos e pensou bem antes de perguntar aquilo. Sabia bem o quão chateada Sakura ficava por falar sobre aquilo, mas não poderia viver no branco para sempre. – Por que o papai não voltou mais?

– Sarada – começou, mas se calou. Não iria brigar com a filha mais uma vez por isso. Sakura tinha ideia de que, assim como foi confuso para ela na juventude ver o seu amado ir embora, para uma filha ver o pai partir e não retornar viria a ser muito pior. Mas, mesmo com tal experiência, não saberia como aconselhá-la, visto que nem ela foi capaz de superar essa dor por todos esses anos.

– Não, mãe. – Bateu as mãos na mesa assustando a mulher. A menina sempre foi muito calma e isso contrastava com a personalidade estourada da mãe. Talvez fosse a recém ativação de seu Sharingan, ou então efeito da puberdade, mas Sakura já não a reconhecia mais em algumas atitudes. Aquela não parecia a menina que ela criou sozinha por mais de dez anos. – Eu já estou cansada disso. Enquanto eu ainda era mais nova você até tinha algum tipo de desculpa para não me contar, mas agora...agora eu tenho o direito de saber.

Toda aquela cena lhe cortou o coração, tanto por saber que a filha estava certa, quanto por vê-la se derramar em lágrimas. Para uma mãe que ama o seu filho, a dor dele é como se fosse sua e o mesmo serve para os medos e frustrações. Não era só Sarada que sentia pela ausência de Sasuke. Sakura também sentia e muito, mas não poderia fazer nada quanto a isso, além de enrolar a filha o quanto pode e esperar que um dia ela supere isso.

E é claro, ainda tinha a decisão que tomou na sala de Naruto. Não queria ver Sasuke novamente. Não poderia suportar vê-lo aparecer de repente e ir embora como se fosse um desconhecido qualquer. Ele tem noção de que está deixando uma família para trás, que tem uma filha e responsabilidade para com ela. Se não se importa com isso, o que Sakura pode fazer?

– Ele não vai voltar. – Soltou tentando parecer o mais calma possível, por mais que, por dentro, o seu coração batesse descompassado. Com a sua resposta, viu Sarada negar com a cabeça nervosa. Ouvir aquilo deveria ser bem doloroso, mas como aprendeu durante a vida: a verdade dói. Antes que ouvisse um grito raivoso vir de sua filha, se adiantou. – Não se deixe enganar, filha. Por todos esses anos. Por todos esses dez anos ele não voltou uma vez sequer até aquele dia em que você o conheceu. E não por estar muito ocupado, nem mesmo por não saber o endereço. Foi escolha dele e nós duas jamais seremos capazes de mudar isso.

– Você fala como se o meu pai fosse o vilão da história. – Tentou negar, não era isso que estava querendo dizer. Sasuke estava errado em agir deste modo, mas não é como se fosse o vilão. No fundo, Sakura entendia os motivos dele estar longe, mesmo que não concordasse com nenhum deles. Uma pena que não saberia como explicar isso a Sarada sem machucá-la ainda mais. – Mas a errada aqui é você, mãe!

Cuspiu suas últimas palavras e saiu do cômodo, deixando a rosada mais aturdida do que nunca. Ela não poderia entender. Não conseguiria compreender a opinião de sua menina mesmo depois de tudo o que fez por ela. No entanto, sabia que, no fundo, ela tinha sim um pouco de culpa nisso tudo.

Sakura foi culpada por não impor limites no casamento e por não ensinar a filha desde cedo a lidar com as perguntas sem respostas, mas o que poderia fazer? Não é como se alguém, em algum momento da vida, tenha permitido que ela tivesse autoridade sobre algo.

Claro, parte disso era culpa dela. Como poderiam lhe dar um voto de confiança se nem mesmo ela fazia isso consigo mesma?

Nem Sakura acreditou em si mesma por um longo período de sua vida.

Nas vezes em que Sasuke escolheu como iriam se encontrar, ela não opinou; quando ele decidiu como iriam se tocar, ela não se opôs; no momento em que ele achou que ela deveria largar seus métodos anticoncepcionais mesmo que ainda achasse cedo demais, não negou. Ela abaixou a cabeça e aceitou tudo o que lhe foi dito por medo de errar e afastar tudo que tanto demorou para conseguir.

Não que julgasse o relacionamento como abusivo. Sabia que Sasuke jamais lhe forçaria a algo e ele mesmo lhe deixou claro isso em muitos momentos, mas o fato de ter sido muito passiva, foi como se dissesse a ele que qualquer coisa que decidisse, seria bom para ela. E então ele se acostumou com isso. Se acomodou ao fato de que teria uma sombra que concordaria com tudo que dissesse e, por tanto, tomou todas as iniciativas possíveis a seu favor.

Sasuke fez do relacionamento uma missão com objetivos a serem cumpridos e Sakura não fez questão de mudar isso. Se contentou com o pouco que teve com a desculpa de amar incondicionalmente, acima de tudo.

Enquanto Sakura foi a única a amar, ele foi o único a fazer.

Sakura não deu o primeiro beijo, fora ele. Nem mesmo a primeira vez em que se deitaram foi ela a tomar alguma iniciativa. Para todas as coisas que tangiam seu relacionamento, foi Sasuke a realizar. E ela sabia que, nesse ponto, jamais deixaria de ser culpada.

E pensando bem, como seria se fizesse tudo diferente?

Teria ensinado ele a amar? Se tivesse sido uma esposa mais ousada, teria o prazer de desfrutar dos toques de Sasuke por toda a vida?

Tantas perguntas, mas nenhuma resposta.


[...]


– Meu Deus, testa! – Espalmou as duas mãos uma em cada lado do rosto da amiga, como se quisesse analisá-la de perto. – Eu posso jurar que você envelheceu uns vinte anos da semana passada para hoje.

Olhou feio para ela e escapou de seu toque, dando a volta na mesa para se sentar e tentar voltar ao trabalho. Por mais que as coisas no hospital fossem tão bem organizadas ao ponto de não haver nada para se fazer em alguns momentos, Sakura continuaria sendo dedicada enquanto pudesse.

De qualquer modo, toda aquela organização e o excelente funcionamento do hospital dependia dela. Portanto, não poderia falhar e deixar o seu posto como diretora.

– Se você tivesse um terço dos meus problemas, não implicaria tanto comigo.

Foi a vez de Ino olhar feio para ela. Sakura não é uma pessoa egoísta de propósito. Quanto a isso não poderiam julgá-la, mas às vezes ela se esquece de que as pessoas a volta dela também passam por problemas e, mesmo que não seja de sua índole diminuí-los, por vezes, os considera inexistentes.

– Sakura. – Ser chamada pelo nome a fez retrair na cadeira. Ino só o fazia quando o que tinha para falar fosse realmente sério. – Você se esqueceu que eu também tenho um filho? Que eu trabalho em dois lugares e ainda preciso cuidar de um clã?

– Ino, eu não estou dizendo que sou a única a sofrer aqui, mas também não é como se os meus problemas fossem simples de se resolver como gerenciar uma floricultura.

Ela sabia que isso é um modo bem injusto de se pensar, mas não conseguiu fazer diferente. Ino tinha sim suas dificuldades na vida como uma pessoa qualquer, mas, mesmo que fosse uma amiga compreensível com ela na maioria das vezes, não poderia entender tão bem todo o drama na vida de Sakura.

– Você acha que esse é o meu maior problema? – Riu descrente. – Sakura, eu também sou mãe. Eu também me preocupo com a segurança do meu filho. Eu trabalho no hospital, gerencio a floricultura e ainda sou líder do meu clã. Eu, mais do que ninguém, sei como é ter tudo e todos a sua volta dependendo de você.

Respirou fundo e tentou manter a calma. Por mais que para qualquer um que olhasse de fora aquilo parecesse uma briga, não era. Ainda que se sentisse ofendida com o ponto de vista da amiga, sabia que tudo não passava de fragilidade e que, na verdade, Sakura só queria um ombro amigo.

– Escuta, eu te entendo. Eu sei como é esse sentimento que tanto te aflige, Sakura.

– Não, Ino. – Exclamou irritada. – Você pode sim ter noção do que eu passo, mas não é como se pudesse entender. – Levou as mãos até o rosto e tentou se acalmar. – Você tem o seu filho, tem o seu clã e o Sai para te apoiar. Mas eu, eu não tenho ninguém. – Uma lágrima desceu pelo seu rosto, mas foi interrompida antes que chegasse à altura do seu queixo. – A minha filha me odeia e o Sasuke...esse nunca realmente esteve comigo.

Ino estendeu a mão por cima da mesa e acariciou a cabeça abaixada da amiga. Anos se passaram e as reclamações dela nunca deixaram de ser as mesmas. A solidão.

Não solidão por estar só. Isso não acontecia. Sakura sempre teve muitas pessoas ao seu redor para lhe amparar caso caísse. Nesse caso, a solidão que a aflige é não ser compreendida.

Quando era mais nova, sonhou em se tornar uma ninja. Se matriculou na academia e não teve o apoio dos pais, mesmo que estes continuassem a cuidar dela como sempre fizeram; mais tarde, apaixonou-se por Sasuke e Ino, sua melhor amiga, fez dela sua rival, ofendendo-a como pôde. No Time sete, era considerada a mais fraca, mas ninguém nunca ergueu um dedo para ajudá-la a evoluir.

Em todos esses momentos, por mais que não estivesse só, pareceu que ela fora a única a zelar por si mesma. Desde se tornar ninja até ser nomeada como diretora do hospital de Konoha. Se ela venceu na vida, foi porque ela mesma tomou a iniciativa de correr atrás.

Sakura nunca teve a sorte de ter nascido em um clã, nem mesmo de ser a mais apaixonante das meninas na época em que eram jovens. Ela nunca teve facilidade para nenhum jutso além do de cura que, mesmo assim, exigiu muito esforço seu para ser dominado e nem mesmo foi abençoada com algum doujutsu ou chakra de uma besta. Quanto ao seu casamento, precisou passar por humilhações e decepções para que Sasuke a notasse e mesmo assim, não obteve tanto sucesso nisso. Para todos os seus feitos, ela precisou se sacrificar o máximo que pôde e, por mais honroso que pareça ser na teoria, na prática é bem cansativo.

E foi aí que Ino se deu conta de que a amiga não era a única a agir de modo egoísta. A Yamanaka teve sim suas doses de sofrimento, como quando perdeu o pai na guerra ou muitos outros empecilhos em sua vida, mas, ainda assim, ela jamais poderia se lamentar de suas origens. Nasceu em um clã renomado, que domina técnicas perigosíssimas e de extrema importância para o País do Fogo; sempre foi muito segura de si e autoestima nunca esteve em falta; seu esposo é um excelente parceiro e seu filho um menino doce e tranquilo de se lidar. Claro que ainda há muitas questões que tiram sua paz, principalmente quando o assunto é liderar um clã, mas ela também não poderia reclamar de barriga cheia.

Ela sempre apoiaria a amiga e Sakura sabe bem disso, mas, no fundo, sente que não é somente de uma amiga que a Haruno precisa. Se Sasuke fosse um homem de verdade e cumprisse os juramentos de estar com ela na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, como um casamento exige, as coisas seriam bem diferentes.

– Com licença. – Batidas foram ouvidas da porta, que se abriu devagar.

As duas olharam para a porta em busca da voz que as tiraram dos pensamentos. Uma enfermeira de meia idade sorria simpática, esperando uma confirmação para falar. Sakura o fez e ela entrou um pouco mais no escritório.

– Haruno-sama. – Curvou-se levemente. Mesmo sabendo que a chefe odeia esse tipo de cordialidade, todos os funcionários do hospital se sentem na obrigação de tratá-la assim por respeito. – Eu sei que a senhora não atende mais em plantão desde que se tornou diretora do hospital, mas, pelos regulamentos, esse paciente só pode ser atendido pela senhora.

Por um momento, pensou se tratar de alguém que exigisse uma cirurgia feita exclusivamente por ela, ou então um caso grave sem solução, mas abandonou essa ideia quando o avistou entrar pela sala, com um sorriso envergonhado e a mão atrás da nuca. Mesmo depois de anos ele ainda tinha essa mania.

– Aconteceu alguma coisa grave, Naruto? – Sua falta de formalidade pareceu incomodar somente a enfermeira, que havia se esquecido que os dois eram parceiros de equipe quando eram mais novos. A distância dos dois nos últimos anos não afetou somente a eles, como também, todos em sua volta, que não se lembravam do fato deles terem sido próximos em algum momento da vida. A amizade ficou esquecida.

– Não é nada demais, Sakura-chan – respondeu ainda constrangido. Mesmo que fosse uma pessoa inconveniente, no passado, com o passar do tempo começou a não gostar de incomodar os outros com suas necessidades. – Eu só vim em busca de algum remédio para dor de cabeça, mas eles disseram que o Hokage só pode ser atendido pelo médico mais experiente do Hospital. Realmente não há necessidade de te fazer sair de sua função, eu posso ser atendido por outra pessoa.

– Que isso, Naruto! – Ino levantou e puxou o loiro pelo braço até onde ela estava sentada. A presença dele ali naquela sala pareceu uma resposta do universo para os pensamentos que lhe atingiram minutos atrás.

Por mais que Ino fosse a melhor amiga de Sakura e fosse para ela que a rosada desabafasse, a Yamanaka jamais negaria que Naruto vinha a ser mais importante que ela na vida da Haruno. Eles foram parceiros de equipe, salvaram um ao outro da morte por mais de uma vez e juntos compartilharam a dor de perder um amigo para a escuridão.

Mesmo que estivessem longe um do outro por causa das consequências da vida adulta e suas ocupações, Ino sentia que nos dois ainda haveria aquela mesma ligação de sempre. Talvez ela estivesse errada, mas ter Naruto de volta na vida da rosada poderia ajudá-la a se reerguer.

Torceu para que eles voltassem a ser amigos como antes e não deixaria de dar uma mãozinha para que isso acontecesse caso fosse preciso.

– Não vou atrapalhá-los, tenho pacientes para consultar agora. – Puxou a enfermeira para a porta junto a ela e, sem se despedir, saíram deixando os dois sozinhos.

Naruto ainda estava constrangido por incomodar a amiga com suas besteiras. Ele não estava tão mal assim. Era somente dor de cabeça e nas costas por causa do trabalho e tudo que quis foi somente algo que o aliviasse para que pudesse voltar a trabalhar.

–Me diga, Hokage-sama. Como posso ajudá-lo? – Brincou fazendo-o ficar ainda mais constrangido e diminuir de tamanho na cadeira em frente a ela.

Naruto não sentia vergonha do título, era até bem prazeroso ser chamado desta maneira diante de todos os apelidos ofensivos que carregou durante a vida. No entanto, ouvi-lo da boca de Sakura o deixou envergonhado.

– Como eu disse antes, não é nada demais. – Endireitou sua postura sobre o assento. Na perspectiva de Sakura, por mais que fosse ele a estar envergonhado ali, ela que deveria se sentir assim. Naruto se tornou um homem grande e corpulento, fazendo-a se sentir uma criança diante dele naquela mesa. – O estresse do trabalho tem me feito ter dores de cabeças e a coluna dói por ficar sentado por horas. É só isso.

Ela quis julgá-lo por isso, mas sabia que estaria sendo hipócrita. Sakura, assim como Naruto, entrava de cabeça no trabalho e, por muitas vezes, deixou de se cuidar mesmo que fosse médica. Além disso, ele era o portador da Kurama e suportaria tensões muito maiores que somente o trabalho. Sentiu que esse não poderia ser o único problema de Naruto.

– Tem certeza que é somente por causa do trabalho? – Ergueu uma das sobrancelhas e analisou a postura do homem. Todo o corpo dele parecia exalar tensão.

A postura cansada e o olhar caído. Qualquer um que não o conhecesse poderia jurar que é uma pessoa que passa por muitas turbulências na vida, o que não poderia ser verdade. Naruto havia conquistado todos os seus sonhos, tinha uma família linda e todos naquela vila, e no mundo a fora, o amam.

–Tenho sim, Sakura-chan. – Assentiu com a cabeça, como se isso desse ainda mais intensidade a sua afirmação, mas o olhar questionador e duro de Sakura a sua frente o fez querer desabar.

A quem ele queria enganar? Estava um lixo.

Sua vontade naquele momento foi a de chorar todas as suas dores, de por para fora todos os seus demônios e aflições, mas isso não seria justo. Sakura não merecia escutar dele tantas besteiras, afinal, se ele sofria é porque não é uma boa pessoa. Se ele não é feliz, é porque não sabe valorizar o casamento que tem e nem se importa o suficiente com os filhos para fazê-los amá-lo. Portanto, se limitou a sorrir tímido em uma falsa tranquilidade.

–Ah, sabe como é... – Assim como fez ao entrar na sala, levou a mão até a nuca sem graça. – Eu tenho uma vila para governar e...

– Naruto – o interrompeu antes que terminasse de se explicar – eu não nasci ontem.

O analisou mais uma vez, como se pudesse enxergar além de sua derme. Conhecia o amigo o suficiente para saber que, para deixá-lo nesse estado deplorável, não poderia ser qualquer coisa. 

– Realmente não é nada que precise se preocupar, é só que – mordeu o lábio inferior e passou o olhar por toda a sala antes de encontrar as duas íris verdes vibrantes – eu estou tendo problemas com meu filho.

A resposta deixou Sakura aturdida. De repente, Naruto já não era mais uma figura muito maior que ela ali na sua frente. Na verdade, ele passou a ser o seu espelho, o que a fez crer que era isso que Ino tanto criticava sobre si mais cedo. Se Naruto estava nesse estado deplorável, ela também deveria estar.

Não poderia ter noção do motivo pelo qual Naruto tem problemas com o filho, mas poderia dizer que o entende. Ela estava passando pela mesma situação.

– Você quer desabafar sobre isso? – Percebeu a hesitação dele entre afirmar ou negar. Seja o que for, é algo que o deixou envergonhado.

Por mais que sempre tenha sido bem aberto a falar sobre seus sentimentos e ter grande dificuldade em guardar segredos, Naruto agia de modo diferente quando o assunto envolvia alguma vergonha sua. Sakura percebeu essa sua mania quando ainda eram genins no Time Sete. Ele era sempre muito falante, mas quando algo que ele não pudesse compreender o chateava ao ponto de o deixar constrangido, ele passava o dia calado em seus próprios pensamentos.

E pensando bem, ela mesma tinha vergonha do problema que enfrentava com sua filha. Não por achar ele fútil demais para ser levado a sério, mas sim por ter noção de sua culpa quanto a ele, além da ideia de perder a autoridade que sempre teve quanto a menina.

Sarada já não conversava tanto com ela, nem mesmo obedecia a algum pedido seu. Talvez fossem os efeitos da pré-adolescência, ela não sabia. Mas a menina sempre tão comportada e obediente estava agindo como uma criança rebelde.

– Se isso te tranquiliza, eu também tenho problemas com a minha filha.

– Eu não estou falando de problemas como esses que você deve ter, Sakura. – O tom dele, embora fosse calmo, pareceu um pouco irritado. Sakura percebeu que ele estava agindo como ela minutos atrás  com Ino, diminuindo os problemas alheios. Ele nem mesmo sabia do que ela estava falando ao ponto de ter o direito de agir assim. – A sua filha é uma menina tranquila e obediente, além de muito educada. Garanto que qualquer coisa que ela fizer não será tão grave quanto as que o Boruto faz.

– Você acha que eu falo disso? – Esbravejou irritada. – Naruto, Sarada é uma menina muito boa, mas você sabe de quem ela é filha. É tão difícil de se levar quanto Sasuke.

Tocar no nome do Uchiha fez com que a voz dela soasse mais baixa que antes e Naruto logo se deu conta de que aquele seria um caminho pelo qual não gostaria de seguir naquele momento. Ainda que Sasuke fosse um assunto pendente entre os dois, diante do pedido de Sakura na sala dele dias atrás, não estava tão bem de cabeça para tentar resolver um problema do tipo.

E, além disso, escutar o nome do amigo o fez crer que talvez Sakura não estivesse exagerando ao reclamar sobre a filha. Assim como ela deve estar mal com a ausência do esposo, Sarada deve sofrer dez vezes mais. Ele sofreria tanto quanto em seu lugar.

– Eu entendo – respondeu baixo. Já não havia mais rubor em seu rosto, somente um olhar triste e cansado. – Acho melhor eu ir logo, você deve estar ocupada.

Apoiou os dedos na mesa e os impulsionou para se levantar da cadeira, mas antes que pudesse se virar para seguir seu rumo, sentiu sua mão ser amparada por uma outra. Assim como ele, Sakura havia se levantado e dirigia um olhar preocupado em sua direção.

– Mas você ainda está mal. Me deixe te tratar, ok?

Sabendo que continuaria a sofrer pelas dores irritantes e que Sakura não o deixaria sair dali sem ser tratado por ela, assentiu e se deixou ser guiado para a cadeira que sentava antes, mas que agora estava virada de costas para a mesa da Haruno.

Sakura se colocou à sua frente e passou a analisá-lo com olhar especialista. Ele havia dito que sentia dor de cabeça e isso explicou a testa franzida e o olhar baixo. Quanto às dores nas costas, se deu conta da má curvatura de sua coluna. Por ter o dom de se regenerar rapidamente por causa da Kurama, qualquer que fosse o dano que causara a sua coluna por má postura, deve ter sido regenerado deste mesmo modo por causa do seu chakra e metabolismo rápido, fazendo com que sua coluna torta parecesse normal para seu corpo. Mas isso não dispensaria as dores. Essa, o seu cérebro continuaria a captar.

– Receio que a dor de cabeça seja pelos problemas pessoais e o trabalho, mas suas costas, Naruto... – O olhou como se estivesse decepcionada com ele, que se encolheu na cadeira diante de seu olhar julgador. – Você como ninja deveria saber como manter sua postura reta sem prejudicar sua coluna.

– Não me julgue por isso, eu preciso passar horas de cabeça baixa assinando coisas – respondeu como uma criança assustada justificando seus erros para a mãe. Sakura se lembrou das vezes em que precisou interrogar Sarada por alguma bagunça que ela havia feito e a viu ter o mesmo olhar assustado e envergonhado de Naruto. Sentiu vontade de apertá-lo num abraço, mas se limitou a passar a mão em sua cabeça. Já não tinham mais esse tipo de intimidade há anos.

– Escuta, o que eu vou fazer agora vai doer.

– Sakura-chan e já aguen... – Não pôde terminar de explicar. Não depois de sentir seus ossos se quebrando com a torcida que Sakura deu em seu tronco. A dor que sentiu foi semelhante aos socos que já recebera dela durante a vida, mas bem mais profundo do que estava acostumado.

Assim que o susto passou, sentiu uma sensação aconchegante se apossar de seu ser. Sakura, emitindo a conhecida luz verde em suas mãos, curou os ossos que ela mesmo quebrou, endireitando-os como deveriam ser. Depois de alguns minutos nesse processo, curou a dor de cabeça do homem com a mesma técnica.

Aquele método estava longe de ser o mais agradável e indicado por médicos e ela o faria por meio de uma cirurgia, mas conhecendo o metabolismo de Naruto, alimentado pela Kurama, aquilo ali foi o mais efetivo e rápido que pensou.

Embora sua mente ainda estivesse cansada e seu coração doesse por dezenas de motivos, Naruto se sentiu renovado. Ter escutado o conselho de Shikamaru para ir até o hospital em busca de alívio para suas dores foi uma excelente ideia. Talvez devesse ouvir mais o seu conselheiro quando o assunto vai além do que fazem no trabalho.

– Mesmo que por fora pareça saudável, não é difícil ver que a sua saúde está funcionando por migalhas, Naruto. Tem se alimentado direito?

Ele não quis negar porque estaria mentindo para Sakura, mas também não quis afirmar. Sabia que isso lhe causaria dor de cabeça e ele havia acabado de sair de uma bem intensa. Mas Sakura nunca foi ingênua. Conhece muito bem Naruto para saber que aquela desviada de olhar para um ponto qualquer atrás dela e as mãos inquietas sobre o colo, só poderiam indicar uma coisa: Naruto se tornou um alguém negligente quanto a si mesmo. Fosse a cabeça enfiada no trabalho, a má postura ou alimentação desregulada, ele não estava nada bem.

– Quantas vezes ao dia você come? – Ainda como uma criança envergonhada diante de uma mãe interrogadora, ergueu o dedo indicador, indicando o número que daria a resposta a pergunta dela. – Uma, Naruto? Eu não acredito. – Levou as mãos até o rosto e o esfregou tentando se acalmar, ela não poderia brigar com um homem adulto do mesmo modo que costuma fazer com a filha. – Por favor me diga que pelo menos é o almoço.

Ele negou devagar com a cabeça e ela quis bater nele assim como fazia na juventude. Como Naruto poderia ser tão displicente com a própria saúde?

É claro, ela também agia de modo negligente consigo mesma em alguns momentos e por isso não teria tanta autoridade para criticá-lo, mas Naruto também não estava ajudando. Uma refeição ao dia e que não fosse o almoço, só poderia indicar que ele come ou o café da manhã ou o jantar. Isso se não fosse somente um lanche durante a tarde. Hinata como esposa deveria gerenciar bem a alimentação do marido. Seus filhos são tão saudáveis e porque que o marido não?

– Olha, eu não quero saber a razão para você não estar comendo, mas se eu souber que você pulou mais um almoço no dia de amanhã, terá que me visitar na prisão por agressão ao Hokage.

Naruto tentou questioná-la e talvez contornar a situação, mas logo soube que isso não seria uma tarefa fácil. Assim como ele nunca foi bom em tirar uma ideia da cabeça, Sakura se tornou uma pessoa rígida e insolúvel.

Mesmo que estivesse constrangido, assustado e até um pouco irritado, no fundo quis sorrir. Ver Sakura brigando com ele por algum erro e querendo cuidar de sua saúde, o fez se sentir como se ainda vivesse aquele período bom da sua vida na juventude.


E ele amou esse sentimento.


Notas Finais


Galeeera, eu lembro que na época que escrevi isso muita gente veio brigar comigo porque o tratamento de Sakura pareceu muito sem sentido. Eu juro que na época fez sentido na minha cabeça kkkkk, mas não mudarei. É isso que ela decidiu fazer e ela sabe melhor que nós kkkkkkk


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