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História Sign Of The Times - Tomarry. - O Retorno.


Escrita por: xx_lcy

Notas do Autor


⊡ 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎 𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋 ᕤ

⊙ Pela primeira vez, Tom fará um teste de herança, mas não esperem nomes normais do mundo bruxo da J.K., eu utilizei casos reais de bruxaria para representar seu “sangue antigo”. São os seguintes:

• Bishop: Bridget Bishop, uma das primeiras pessoas a ser julgada e executada no caso das Bruxas de Salém. A professora de feitiços, Guinevere Bishop, também é descendente de Bridget.

• La Barthe: Angèle de la Barthe, acusada de ter mantido relações sexuais com o Diabo e assim ter dado à luz a um bebê monstro. Foi queimada viva.

• Waterhouse: Agnes Waterhouse, Primeira pessoa executada por bruxarina na Inglaterra, foi acusada de bruxaria junto com outras duas mulheres. A acusação consistia num possível encantamento de William Fynne, que resultou em sua morte. Agnes foi enforcada.

• Blanca: Blanca Severo Luna Barrientos, Blanca foi acusada de ter visões, falar com os mortos e fazer previsões, assim como suas três filhas que conseguiram fugir. Segundo seus vizinhos era constantemente visitada por demônios e fazia poções para finalidades de sedução, cura e morte. Confessou sob tortura que duas das filhas eram de um demônio, foi condenada ser queimada viva.

Capítulo 18 - O Retorno.



Tom tentava se concentrar falhamente na aula de Eliphas Agrippa, afinal sua mente não conseguia sair de Hadrian. Há alguns dias atrás, Sirius detectara sinais de magia vinda de seu Mestre, mas eram breves demais, e ele parecia estar muito fraco. As localizações eram incertas, mas todos os dias Tom usava uma das passagens secretas dada por Hermione – a Bruxa de Um Olho Só –, andava até Hogsmeade, e aparatava para onde Sirius sentia sinal de magia.

Ele nunca o achava, e aquilo estava deixando seu humor mais sombrio.

Seus Cavaleiros de Walpurgis tinham missões cada vez mais adultas (funções no ministério, influências em jornais e nas causas deles), e quando algum deles falhava, caía em um cruciatus violento aos pés do Riddle. Às vezes, a cobra – Sirius –, que agora estava fielmente com ele por onde ele ia, tinha que intervir, porque seus castigos estavam brutais demais.

Arrepiava aos seus Cavaleiros quando seu rosto bem esculpido sequer arrependido parecia estar.

No meio da explicação sobre Runas abolidas, Sirius entrou na sala, silvando furiosamente, parecendo urgentemente desesperado, mas sem conseguir descrever o que ele queria.

— Senhor Riddle, faça o favor de controlar sua serpente! — O professor brigou, e Tom fez uma careta, aproximando-se da serpente.

Meu bebê, o que aconteceu? — Ele perguntou, deixando a sala sem pedir licença.

Eu o senti! Eu senti Hadrian, Tom. Eu o senti!

— O que você está dizendo, Sirius?

— O sinal foi forte, eu sei dizer exatamente onde é, mas ficou fraco repentinamente, parece que ele perdeu suas forças!

— Eu vou chamar os Cavaleiros!

— NÃO! — A Serpente parecia estar em pânico. — Não dá tempo, Tom!

— Está bem, meu bebê, apenas me guie.

— Vamos salvar nosso Hadrian, Tom.


Hadrian desmaiou assim que chegou na sala onde antes tinha se tornado o Companheiro da Morte. Mesmo se tornando seu companheiro, ele só possuía um pouco de poder, e a tortura constante de antes não seria algo que sumiria de uma hora para outra. Seu corpo estava gravemente traumatizado, e sua mente estava em um curto-circuito.

Seu núcleo estava estabilizado agora, desde o momento da morte de Grindelwald, quase como se tivesse subjulgado o núcleo do Lorde das Trevas. Hadrian sentia seu núcleo agitar-se intensamente, quase como se estivesse em um processo de centrifugação, misturando sua magia com a magia de Gellert.

Aquilo o assustava. Era como se houvessem dois núcleos mágicos dentro de si. Seu corpo não parecia estar aguentando, considerando sua temperatura aumentando, e sua visão começando a turvar.

Ele sabia que logo os partidários do Lorde morto chegariam ali, quando investigassem o silêncio das masmorras (sempre cheias com os sons dos pesadelos de Hadrian), e vissem no lugar dele um cadáver do que um dia fora Gellert Grindelwald, o genial bruxo que caíra na armadilha da Morte, ambicioso para se tornar seu mestre, mas tolo para confiar na possível rendição sexual de seu cativo.

Hadrian estava com tanto nojo.

Então as portas se abriram, e ele se arrastou o máximo que seu corpo permitiu, olhos arregalados para os bruxos apoiadores do Lorde das Trevas morto. O olhar deles era recheado de ódio, e por alguns segundos ele temeu que o torturassem.

Ele era imortal, graças às Relíquias, então ele fingiria estar morto no primeiro Avada.

Contando que não tentassem esquartejá-lo...

Então, alguém apareceu no meio de todos eles repentinamente, como em uma aparatação, e feitiços começaram a voar para todos os lados. Hadrian ficou ainda mais tonto, mas piscou, mantendo teimosamente a consciência, torcendo para que fosse um salvador, não uma briga interna sobre quem o estrangularia primeiro.

Os sons dos duelos estavam ficando baixos, sumindo à medida que seu corpo parecia mais quente.

A briga parou, e alguém se abaixou ao seu lado. Ele se encolheu, mas não conseguiu se mover muito. A pessoa parecia seriamente machucada, afinal estava mancando e tossindo, mas quando falou, foi com ternura:

— Ele está morto?

— Sim — Sua voz suave e fraca sussurrou, e ele notou que estava delirando, a temperatura cada vez mais alta. — Eu torturei ele todinho, sabia? Arranquei cada pedacinho de sanidade dele. — Hadrian riu, insano pela quentura que tomava seu corpo. — Você precisava ouvi-lo gritando, Rony, ele estava implorando para morrer. Está ouvindo o que eu fiz, Neville?

A pessoa o pegou no colo, e Hadrian gritou de dor.

— Merlin, você está ardendo em febre — A pessoa sussurrou, praticamente em pânico.

— Pare de brincar com isso, Ginny! — Hadrian começou a chorar. — Pare de imitar a voz de Tom, por favor pare! Eu sinto tanta a falta dele, Ginny, pare com isso!

A pessoa parou, e Hadrian sentiu seu corpo ser apertado. Ele gemeu de dor, e riu, alucinado.

— Se você tocar em mim novamente, Cedrico, eu arranco seu nariz do lugar. Apenas Tom pode me tocar — Ele adquiriu uma expressão sonhadora, e sussurrou, apaixonado: — Tom... Meu adorável Lorde Voldemort.

A pessoa parou novamente, parecendo arquejar de maneira estrangulada. Houve um silvo raivoso de serpente, e a voz de "Ginny imitando Tom" disse:

— Eu entendo, vou levá-lo para os duendes.

— Meu Merlin, uma cobra! Inferno, Hagrid, é Nagini!

Seus delírios e divagações sumiram no ar, em uma aparatação, deixando para trás uma pilha de corpos mortos, alguns até mesmo rasgados ao meio por maldições que Merlin teria medo.

(☯)

Hadrian suspirou na cama, e Riddle correu para ele, segurando sua mão. O Peverell gritou estrondosamente em seus pesadelos com o toque, e Tom se afastou imediatamente, olhando assustado para o menino que ele deitara naquele lugar há apenas alguns minutos.

Ignorando seu corpo literalmente tremendo de dor, ensanguentado e exaurido magicamente, Tom fixou seus olhos âmbar em Peverell, completamente à mercê de sua preocupação, desejando como nunca que ele acordasse, para se abraçarem novamente.

— Não o toque ainda — O duende, Mobarack, orientou, preocupado. — Há muito a ser revertido no sistema dele. Uma poção do morto-vivo será aplicada em seu corpo, ele entrará num estado de sono profundo, e enquanto isto nossos curandeiros vão resolver seus problemas.

— Pode relatar para mim o que ele tem? — Riddle pediu, se sentando numa poltrona à frente da cama de Harry. Ainda assim, suas pernas não pararam de tremer, e sua mente girou.

— Uma série de compulsões gravíssimas, todas que o submeteriam a Grindelwald, além de supressões sérias que quase destruíram seu núcleo mágico, em um processo estranho de fusão. Seu núcleo mágico está agindo de maneira estranha, ainda não identifiquei o que é. Há muita magia sombria em seu organismo, e algumas partes de seu corpo exigem reposição urgentemente. Após todos o tratamento, eu sugiro um psicomago.

— Compreendo. — Tom disse, sentindo sua própria garganta arder. — Quanto tempo vai durar o tratamento?

— Cerca de um mês, talvez na metade de Março. Você poderá visitá-lo, se for de seu interesse.

— É totalmente do meu interesse, conte comigo — Tom disse, sua voz saindo sem emoção. — Vou entrar em contato com alguns jornais, e tentarei adiar a cerimônia de gratificação para daqui um mês.

O duende sorriu, os dentes pontiagudos brilhando maldosamente.

— Senhor Riddle, você e Hadrian possuem Ordens de Merlin. Ordens de Primeira Classe, entenda que muita coisa estará definitivamente mais acessível aos dois agora.

— Imagino que sim. — Riddle disse, desanimado. Ele jurou que não comemoraria nada, pelo menos até que Hadrian estivesse bem. — No momento, eu apenas desejo fazer um teste de herança.

— Acredito que, primeiramente, você deveria remover todas essas maldições em seu corpo. Está muito ferido, Senhor Riddle. — O duende sugeriu, e Riddle acatou seu pedido, não querendo irritá-lo. 

O seu processo de cura durou apenas um dia e uma noite, e interiormente, Riddle se viu agradecendo. Pessoalmente, ele nunca tivera muito tempo para cuidar de sua própria saúde, afinal sua imunidade era boa, e mesmo se ficasse doente, os recursos médicos eram estupidamente pequenos para atender órfãos ou pobres.

Entretanto, na noite que ele se deitou para descansar seu corpo dos traumas de um duelo feroz, ele sonhou com algo estranho. Antes de fechar as pálpebras, ele teve a sensação de que a sala estava esfriando, como se estivesse sendo congelada lentamente por algum feitiço gélido.

Então ele estava caindo em um abismo estreito, negro como o céu noturno, sem fundo e sem fim. Seus gritos foram involuntários, não havia como ele possuir uma gota de pudor ou orgulho, não quando tudo parecia ser tão real, que o frio parecia agarrar-se ainda mais em seu pulmão.

Então o abismo acabou, e ele se viu gritando igual um idiota, parado no começo de uma ponte de ferro negro, com padrões arcaicos de desenhos. Ele fechou a boca, constrangido, e novamente sentiu algo congelar sua nuca.

Ao olhar para trás, apenas na intenção de conferir, teve que apertar seu maxilar com força para não berrar de puro susto. O rosto de Grindelwald o olhava de volta, completamente mutilado, branco e sem vida, olhos azuis perdidos. O corpo dele, entretanto, não possuía uma forma concreta, era apenas alguma coisa preta esvoaçando, como um véu em um vendaval.

— Você está preparado? — Perguntou Grindelwald, mas sua voz não soou como o Lorde das Trevas, e sim como algo ancestral.

Tom engoliu em seco novamente, piscando algumas vezes para tentar entender o que diabos estava acontecendo ali, até lembrar a si mesmo que aquilo era um sonho. Não tinha porque ele dar alguma atenção a coisas tão-...

— Não é um sonho — O corpo esvoaçante se moveu, parando ao lado de Tom. O Sonserino engoliu em seco, sentindo o frio praticamente queimar sua pele agora. — É uma manifestação leve minha, você não possui nenhuma das Relíquias, seria apenas um deslize para que eu o matasse sem realmente desejar.

Riddle quase engasgou agora. Relíquias...

— Morte? — Ele perguntou, estupefato, sem querer falando no idioma das serpentes.

— De certo que sim — O olhos azuis perdidos voltaram-se para o âmbar. — Você está preparado?

— Para o quê? — Tom perguntou, a voz não mais alta que um sussurro.

— Seu futuro pode ser glorioso, Tom Riddle, mas isso depende exclusivamente de você.

— Você está aparecendo para mim — Disse o menino, ainda assombrado, mas de alguma maneira metendo sua compostura, e aquilo agradou o ego da Entidade. — Morrerei em breve?

— Você acredita em mim, quando eu digo que a morte de vocês, almas mortais, é culpa exclusivamente de vocês, tolos humanos?

— Como poderia? — Tom perguntou, a voz em um fio pequeno de coragem.

Ele desviou os olhos para o Rio lá embaixo, não se surpreendendo quando o viu negro. Alguns objetos flutuavam nas águas escuras, afundando vez ou outra de acordo com a força da água. Diplomas, bonecas bonitas, coroas. Todos estragados ou destruídos de alguma forma.

— Sonhos — O ser ao seu lado disse, a voz sombria sem qualquer empatia. — Sonhos que eu destruí ao ceifá-los deste plano, para a próxima encarnação. Há algo sombrio que o aguarda, Tom Riddle, uma faca de dois gumes que o forçará a escolher entre o que é fácil, e o que é correto. Correto para si mesmo, e para todos aqueles que o amam.

— Que escolha? — Tom perguntou, quase como um homem sedento por água no deserto.

— Uma escolha que o tornará um Lorde das Trevas pior que Gellert Grindelwald, ou que o tornará o Lorde dos Bruxos mais admirado e amado de todos os tempos.

— Como sei qual escolha-...

— Isso nos leva à minha segunda pergunta, Tom Riddle. Sua morte é única e exclusivamente culpa sua, decisão sua, responsabilidade sua. Suas escolhas definem sua ruína ou sua glória, definem o seu futuro.

Riddle manteve-se em silêncio desta vez, o coração acelerado, machucando seu peito, enquanto sua mente acelerava em bilhões de possibilidades, uma mais pessimista que a outra.

— Você morre sendo atropelado por um veículo trouxa, como isto é sua culpa? — Perguntou o ser, despreocupado quanto ao pânico do jovem. — A pergunta é: porque você saiu de casa naquele dia? Você olhou para os dois lados da rua? Você tentou se defender?

— Isso não faz sentido, é cruel e idiota! — Riddle reclamou, de repente ignorando sua autopreservação sonserina, apenas por estar furioso demais com toda a situação.

— Eu sou cruel, menino. — O rosto cadavérico do Lorde sorriu para Riddle, e ele tropeçou para trás, em um torpor de puro medo quando a carne se tornou levemente translúcida, mostrando a parte óssea do crânio de Gellert. — Cuidado com suas escolhas, Tom Riddle, pois algum dia pode ser o seu rosto aqui, — Morte sorriu mais largo, abrindo um rasgo no canto dos lábios, sussurrando suavemente: — enfeitando-me.

(☯)

Na manhã seguinte, não precisava que ele sequer dissesse que tivera uma noite sombria. Seus olhos estavam fundos, olheiras intensas contornavam suas orbes, e sua expressão estava perdida, pensando profundamente em suas escolhas, e em como tomara decisões erradas nos últimos anos.

Quer dizer, torturar e matar levianamente? Deitar-se com pessoas em buscas de respostas, influências e prazer próprio, machucando-as a bel prazer, colocando-as em suas garras ensanguentadas apenas como mais um de seus troféus.

Ele moveu-se na cama, após suas higienes matinais, sentando-se para observar a parede. O ritmo de seu coração agora era lento, contradizendo o ritmo da noite anterior, e a velocidade atual de seus pensamentos. Ele pensava e pensava, raciocinando e planejando profundamente com base nas coisas ditas pela Morte.

Ele tinha a noção que a visita dela a ele na noite anterior fora um privilégio, afinal a Morte não aparece para as pessoas, e a orientam sobre seus destinos na cara dos deuses. Não. Havia algo por trás disto, e, se a própria Morte estava o alertando sobre a periculosidade de um caminho errado, Riddle se arrepiou ao pensar no que, exatamente, ele viria a se tornar.

Certamente, ele seria algo tão maldoso e nauseante, que até mesmo a Morte sentira antipatia por si. Respirando fundo, ele se decidiu.

Lutaria contra seu destino. Lutaria para seguir o caminho correto: o Lorde dos Bruxos, aquele que traria a glória para os bruxos, não apenas para si mesmo. Ele lutaria avidamente para não se tornar algo ruim, seguiria pelo caminho correto, pelo caminho destinado a ele.

Sentindo seu estômago embrulhar, Riddle ignorou o café da manhã, e pulou da cama, se levantando na intenção de caminhar até o escritório de Magnodum, o Lorde dos Goblins, onde ele faria seu teste de herança o mais rápido possível, independente de estar bom ou não.

Ele só queria começar a lutar por suas causas logo, aproveitando seu recém-adquirido título e Ordem de Merlin, dedicaria cada segundo de sua vida até alcançar o topo.

Então, ao se sentar na frente da mesa do duende, ele apenas tratou de fazer imediatamente seu teste de herança, prestando atenção a possíveis detalhes que poderiam lhe causar dúvidas ou benefícios futuros.

ᘛᕐ

Nome: Thomas Marvolo Riddle

Mãe: Mérope Marvolo Riddle

Pai: Thomas II Riddle

Mãe por adoção de sangue: -

Pai por adoção de sangue: -

Estado Civil: Solteiro

Cônjuge: -

Herdeiro de sangue: -

Herdeiro por adoção: -

Ascendência Familiar:
• Slytherin
• Peverell
• Bishop
• Gaunt
• La Barthe
• Waterhouse
• Blanca

Habilidades (por descendência):

• Slytherin: a língua das serpentes, tendência à liderança, memória eidética, frieza, alto índice de magia, sabedoria e controle mágico. (Desbloqueado)

• Peverell: a língua da Morte. (97% Bloqueado)

• Bishop: facilidade com duelos, magia e feitiços; tendência à Magia Negra, facilidade com feitiços obscuros e poções. (Desbloqueado)

• Gaunt: a língua das serpentes, facilidade com Parselmagic. (Desbloqueado)

• Lá Barthe: beleza estonteante, sedução natural, compartilhamento intenso de magia através de atos carnais. (Desbloqueado)

• Waterhouse: facilidade com encantamentos, homicídio e elegância natural. (Desbloqueado)

• Blanca: vidência, necromancia, proteção natural aos seus entes queridos. (34% desbloqueado)

ᘛᕐ

Dizer que Tom ou Magnodum estavam surpresos seria eufemismo. Havia tanto sangue antigo em seu teste, que ele se sentia literalmente como uma lenda viva, e isso era assustador.

Sussurrando um "aguarde" ao goblin, ele segurou o papel em sua mão, e começou uma análise profunda a cada uma das habilidades que ele herdara de seus antepassados. Aquele detalhe era uma surpresa para ele, afinal o sonserino não fazia ideia que era possível herdar habilidades tão específicas como heranças.

Slytherin e Gaunt não eram surpresa para Riddle, e o fato de que a habilidade completa das duas famílias fora herdada com tanta maestria por ele era um ato que o deixava extremamente satisfeito consigo mesmo. Por outro lado, ser um Peverell fora uma surpresa e tanto para o monitor, que passou a pensar seriamente sobre aquilo, imaginando até que ponto ele e Hadrian eram iguais, com base em seus antepassados.

Ele sentiu uma satisfação gostosa na barriga, ao pensar em compartilhar algum laço sanguíneo com seu amigo mais baixo.

Bishop era surpreendente também, por conta de sua professora de Feitiços, Guinevere. A mulher era gentil, mas pouco influenciável e melancólica, apesar de usar uma máscara de alegria; Tom usaria seu grau de parentesco com ela para se aproximar, ganhar a confiança e o apoio da jovem feiticeira. O talento Bishop, entretanto, era algo extremamente natural aos seus olhos, afinal eram habilidades tão simples quando piscar, para ele.

La Barthe não era uma família que ele possuía conhecimentos, então imaginou que, como os Shafiq, eram uma família que encontrara seu fim. Lembrava-se brevemente de aulas sobre eles em História da Magia, mas não se importou com isso no momento. As características em si não o surpreendiam, apenas uma única coisa.

Compartilhar magia através de atos carnais.

Agora ele entendeu porque seus parceiros de cama pareciam tão diferentes no dia seguinte, até mesmo na hora do ato. Pareciam mais fortes, poderosos, quase como ancestrais, pelo menos por um segundo.

Por alguns segundos de torpor, um calor desejoso se instalou em seu baixo ventre, quando ele imaginou aproveitar aquela herança com Hadrian. Seria maravilhoso se afundar profundamente no corpo pequeno e sensual, os dois compartilhando suas magias estrondosas, provavelmente destruindo e quebrando tudo ao redor deles.

Tom nunca sentira nada vindo de seus parceiros antes, mas tinha certeza que sentiria caso algum dia se deitasse com o Peverell. Hadrian era mais poderoso que qualquer outro que ele conhecera antes, e, como sempre, tudo sobre Hadrian era diferente.

O que mais o deixara chocado, definitivamente era a descendência Blanca. Tantas coisas ao seu dispor, coisas que pouco importavam para ele antes, mas que agora ele faria questão de pesquisar profundamente apenas para se tornar mais forte, usando e abusando de seus benefícios como descendente de famílias tão antigas.

Sobre a família Waterhouse, Tom se divertiu verdadeiramente com a parte "facilidade com homicídios". Entretanto, uma breve imaginação fértil desenhou seu rosto morto no lugar de Grindelwald, mascarando a Morte, e Tom engoliu em seco, mudando a rota de seus pensamentos para algo mais seguro.

Quando Tom depositou o papel das heranças na mesa, levantou os olhos para o Chefe Goblin, que entendeu como uma deixa para começar a falar.

— Um bruxo como o senhor é raridade, senhor Riddle. Mesmo a nós, Duendes. Gostaria de oferecer nossa amizade a você, vejo que possui o carinho e o respeito por senhor Peverell, assim como ele também o possui. Pessoas como você são raras, gostaria de tê-lo como aliado.

Riddle não era tolo, ele sabia que seu sangue antigo chamara bastante a atenção do duende, mas não se importou, não quando poderia ter um aliado tão importante quanto ele em seus planos, não quando Tom também desejava usá-lo da mesma maneira que seria usado.

— Seria um prazer gigantesco tê-lo como aliado, Chefe Magnodum. — Riddle disse, sorrindo polido. — Agora, diga-me, eu poderia reinvindicar o senhorio destas famílias, como seu descendente?

— Receio que sim, considerando que seus antepassados são linhagens há muito mortas. Algumas, entretanto, eu temo que você não possa reinvindicar. Bishop, por exemplo, há uma descendente direta de Bridget que você conhece, a excelentíssima Senhorita Guinevere.

— Compreendo, eu gostaria de testar quais famílias me aceitariam como seu senhor.

— Será feito, senhor Riddle. Inclusive, sobre este seu sobrenome trouxa: você aceitaria uma dica pessoal?

Tom fez uma careta imperceptível, mas assentiu assim mesmo.

— Mantenha-o. — O duende o olhou de maneira sábia, olhinhos pequenos brilhando em puro conhecimento. — Você vai possuir uma influência ainda maior entre os bruxos, eles não vão esperar algo de maligno ou errado do mestiço que derrotou o exército de partidários de Grindelwald.

— Você acha que mostrar à Grã-Bretanha minha situação sanguínea vai...? — Tom perguntou, descrente, claramente insatisfeito.

— Favorecê-lo intensamente, é claro. As pessoas temem outro Lorde das Trevas, e o cuidado delas para com os bruxos sangue-puro vai ser quase extremo. Hadrian é um caso à parte; mesmo sendo sangue-puro, descendente de uma antiga linhagem, ele e seus antepassados são conhecidos por lutar contra as forças sombrias.

— De fato. O nome Slytherin, portanto, é um interesse pessoal meu de mantê-lo também como meu sobrenome. — Tom disse, em um tom de negociação.

— Ele vai chamar a atenção dos tradicionalistas puro-sangue, isso é fato.

— Maravilhoso, muito obrigado, Magnodum. Agora, se não for demais, gostaria de reinvindicar meu senhorio, além de um processo de emancipação. Dippet é um bom guardião mágico, mas eu quero andar com minhas próprias pernas.

— Eu compreendo, senhor Riddle. Se me aguardar um instante, eu já estarei de volta com o teste de senhorio.

— Leve o tempo que precisar.

Enquanto ele se foi, Riddle pensou na escola.

Ele ficaria fora por um tempo, esperando que Hadrian ficasse bem, e, se o mais jovem decidisse voltar, ele voltaria junto. Entretanto, eles voltariam quase no período das provas. Não seria algo preocupante, ambos já possuíam conhecimento o suficiente para completarem os N.I.E.M.'s. 

Ainda assim, seria tedioso voltar para Hogwarts depois de tudo. Principalmente quando Tom estava tão empenhado em dedicar cada segundo de sua juventude ao seu sonho.

Sirius estava adormecido desde o resgate de seu mestre, ainda enrolado confortavelmente em seus ombros. Riddle adorava a serpente, e se viu tentado a perturbar Hadrian, quando ele acordasse, sobre como ele iria roubar seu Familiar.

Era algo bobo, é claro, mas Tom se viu em uma confusa encruzilhada, quando o assunto era seu gnomo particular. Ele não era tolo, sentira de longe a magia de Grindelwald pingando de Hadrian, além de marcas escuras na pele do Peverell, deixando explícito o que tinha acontecido entre os dois. Intimamente, Riddle sentiu uma dor estranha em seu peito, quando pensou na possibilidade de que esse tempo longe tinha afastado-os definitivamente, e agora o relacionamento deles ruíra de vez.

Engolindo em seco, Tom pensou em como jamais seria alguém como Gellert Grindelwald. Em contrapartida, veio sua autopreservação sonserina, o lembrando do que Abraxas lhe dissera: o cheiro de Tom na amortentia de Hadrian.

Ainda assim, Riddle se viu pensando intensamente se a situação não teria mudado.

— Eu lamento se demorei um pouco, Thomas. — O duende disse, entrando na sala novamente, se sentando na cadeira alta outra vez.

Tom sentiu um calafrio de desagrado ao ser chamado de Thomas, mas deixou passar, afinal estava mais ocupado analisando a folha cor pastel que o duende colocava agora em sua frente.

— Corte a palma da mão, deixe molhar o papel até que comece a escrever. — Magnodum orientou, lhe oferecendo uma adaga simples, espelhada e prateada.

Tom cortou a palma de sua mão, ignorando a dor que queimou do corte, e apertou o punho por cima do papel, na intenção de acelerar o processo. Alguns segundos com seu sangue pingando, algo começou a deslizar pelo papel, como mercúrio líquido, e o duende cantarolou em uma língua antiga que Tom não entendeu.

Sua mão curou com o cântico da magia, e o papel parou de exibir linhas.

Magnodum tocou a folha com a ponta afiada de suas longas garras, e ela se dividiu em duas. Uma cópia para Tom, outra para ele. Ansioso, Tom pegou o papel.

ᘛᕐ

• Slytherin: autorizado.
Senhor da Casa Slytherin: Tom Marvolo Riddle.

• Peverell: negado.
Senhor da Casa Peverell: Hadrian Gryffindor Peverell.

• Bishop: negado.
Senhora da Casa Bishop: Guinevere Bishop.

• Gaunt: autorizado.
Senhor da Casa Gaunt: Tom Marvolo Riddle.

• La Barthe: autorizado.
Senhor da Casa La Barthe: Tom Marvolo Riddle.

• Waterhouse: autorizado.
Senhor da Casa Waterhouse: Tom Marvolo Riddle.

• Blanca: autorizado.
Senhor da Casa Blanca: Tom Marvolo Riddle.

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O olhar de satisfação do duende para ele foi minimamente agradável e ambicioso. Tom não se importou, afinal passou o resto do dia ocupado com a política sobre propriedades, cofres e emancipação.


Notas Finais


Um capítulo unicamente feito para o nosso príncipe Sonserino, após tanto tempo sem ele ♡

O que acharam da decisão da Morte? Acham que foi importante sua aparição, e que o verdadeiro objetivo de sua visita foi concluído? Quer dizer, foi verdadeiramente a intenção da Entidade desviar nosso Tomtom do caminho maligno para o caminho político?

E sobre as decisões de Tomtom? Ele está indo pelo caminho certo, aos seus olhos? Haha!

diga-me o que acha.


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