Todos os alunos já estão fora de sala e eu sou o único que continuo sentado. A professora Luiza tenta (em vão) trazer todos de volta a sala. As pessoas estão agitadas, umas gritam em uma tentativa de ir embora. Luiza desiste e se senta na sua mesa.
- Cansei./ Fala Luiza balançando a cabeça.
-Será que isso é mesmo verdade professora? Será que isso vai realmente acontecer?/Pergunto olhando diretamente nos olhos castanhos dela.
-Provavelmente sim. Infelizmente. Acredito que essa primeira prova tenha sido apenas um começo, um fraco começo por sinal./Responde Luiza desligando a televisão.
-Será que vamos ser liberados? Porque o horóscopo inteiro deve estar correndo para tentar responder isso./Falo tentando pensar em uma resposta razoável para a charada.
-Provavelmente sim. Ah o portão acabou de ser aberto./Fala Luiza apontando para a multidão que nesse momento sai correndo.
-Nossa. Professora, você acha mesmo que o horóscopo de Capricórnio lançou esse torneio assim de mão beijada?/Pergunto.
-Claro que não o que esse maldito horoscopo realmente quer é../Fala Professora Luiza e para. Ela olha pra mim com um olhar fundo e começa a tossir, ela passa um tempo tossindo até que começa a sair sangue pela sua boca.
-Professora.../Falo e tiro um pano da bolsa e dou para ela enxugar.
-Obrigado.. Edua- edua- rdo/Fala Luiza e enquanto ela fala meu nome tosse três vezes e mais sangue sai.
Eu a ajudo e levanto sua cabeça, com cuidado a ajudo a sentar e ela melhora. O sangue para e ela fica menos pálida.
-Droga! Preciso ir pra casa Edu. Vemos-nos na próxima semana./Fala Luiza de modo rápido enquanto recolhe suas coisas.
-Professora espera./Falo quando ela já está na porta. – preciso da sua opinião. Você acha que eu deveria participar?
-Olha Eduardo se você realmente estiver capacitado, sim. Mas fique ciente que eles podem fazer qualquer coisa../Fala Luiza e tosse novamente, porém dessa vez não vem sangue. E ela sai de sala. E fico sozinho na sala.
Saio do colégio e atravesso a rua em direção ao ponto de ônibus (como era de se esperar o ponto de ônibus daqui também está acabado. Só existem duas madeiras segurando uma plataforma de plástico azul).
E espero o ônibus. Não há ninguém na rua, as pessoas correram rápidas. Até mesmo Lucas, aquele maluco me deixou sozinho. O ônibus chega e eu entro.
-Para onde?/Pergunta o Motorista, que possui umas bochechas grandes.
-Rua Esmeralda./Falo já indo pra o final do velho ônibus.
E o ônibus segue, passando por algumas ruas e enquanto ele vai andando penso em o que poderia significar a minha vitória. Provavelmente eu iria escolher algum horóscopo bem sucedido, mas pra isso tenho que pesquisar mais. Mas o que realmente importa é que eu teria que deixar minha família para trás e eu não quero isso, por mais que vivamos em uma situação deplorável eles continuam sendo minha família.
-Talvez eles possam me deixar leva-los./ penso.
Mas pra isso eu preciso ganhar.
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