História Silence - Kim Taehyung - VI - Seis.

Good reading!

  Ela andava ao meu lado em silêncio, parecia pensar em alguma coisa pois de vez em quando via seus lábios se curvarem em um mínimo sorriso.

— Porque você não está no grupo da turma? — ela pergunta repentinamente.

  A mochila parecia ter ficado subitamente mais pesada. O que exatamente eu deveria dizer, sem que aquilo me magoasse novamente?

🌸

• S/n On •

  O olhando pelo canto do olho vi ele fazer menção de me responder por diversas vezes, mas parecia não saber exatamente o que falar. Estava sendo entrometida demais, ele é só o meu parceiro em um trabalho escolar, e não meu namorado.

— Não precisa responder... se não quiser. — olhei para ele e sorri minimamente.

  Deveria ser mais direta e pedir de uma vez o número dele?

— Eu sai. — ele responde como se aquelas palavras fossem pesadas demais — N.n..não gosto d.de grupos.

  Tive que desviar meus olhos dos dele, pois senti um calor percorrer o meu corpo e um desconforto estranho surgir entre minhas pernas. Eu estava envergonhada. Envergonhada por não conseguir me controlar perto dele, por me sentir atraída com algo que possivelmente o deixa desconfortável. Afinal, o que estava acontecendo comigo?

  Cruzei os braços em frente ao meu corpo por instinto, tinha medo que de alguma forma ele percebesse o que acabou de acontecer.

— V.você está? — ele pergunta sem olhar para mim.

  Era tão errado assim achar atraente a maneira como eu o deixo nervoso? O jeitinho como ele bagunça os cabelos quando não sabe o que falar? Ou seu jeito certinho e impecável? É mesmo tão errado me sentir assim?

— Uhum. — confirmei tentando disfarçar tudo que se passava em minha mente — Jungkook me colocou.

— Você fala com ele? — ele parecia agora um tanto apreensivo.

— Com Jungkook? — ele assenti — As vezes. — deixei meus braços relaxarem ao lado do meu corpo. — Porque?

  Ele nega e volta a encarar seus sapatos que faziam barulho contra a calçada.

🌸

  Tirei meus sapatos e coloquei as pantufas que ele me deu. O cheiro de biscoitos de chocolate foi a primeira coisa que consegui notar no ambiente.

— Cheguei! — ele chama a atenção do homem que estava em frente a tv.

  Tratei de arrumar minha postura e o cumprimentei. Assim que voltei a minha posição inicial vi os olhos pequenos do senhor que sorria em minha direção.

— Sentem! Sentem! — ele desliga a TV e indica o sofá antes ocupado por ele.

  Assenti e me sentei onde ele indicou.

— E.eu vou pegar o notebo..book. — Taehyung coloca a mochila ao meu lado e depois do meu consentimento ele sobe as escadas correndo.

  Me senti envergonhada por ser deixada ali sozinha, sem saber o que falar ou o que fazer.

— Taehyung nos disse que você é nova na cidade. — O homem tenta puxar assunto e senta ao meu lado.

  Ele parecia simpático, brincalhão e até mesmo compreensivo.

— Não faz nem dois meses. — sorri e tentei relaxar um pouco. — Mas estou me adaptando bem.

  Taehyung senta ao meu lado e encara o homem com um olhar desconfiado. Como ele chegou tão rápido? Coloca o notebook na mesinha de centro e voltou a se encostar no sofá.

— Vou deixar vocês estudarem.

  O homem levanta e se vai. Taehyung volta a pegar o notebook e o apoia em seu colo.

— Vamos começar os slides? — perguntei tentando descontrair o clima estranho que senti.

— Uhum! — confirma sem olhar para mim.

  Tiro meus cadernos da mochila e os abri nas nossas anotações dos dias anteriores.

— Desculpa atrapalhar! — a mãe de Taehyung sorridente deixa uma bandeja repleta de biscoitos sobre a mesa.

— Ah! Então era daí o cheiro tão bom! — sorri e me curvei em agradecimento.

— Obrigada! — sorri modesta — Taehyung me disse que são os seus preferidos.

  Olhei de relance para o garoto e o vi gesticular discretamente para que a mulher se calasse.

— Ele praticamente me implorou para que os fizesse pra você. — a mulher sorri enquanto Taehyung cobre o rosto com mãos e abaixa a cabeça. Aquilo involuntariamente me fez sorrir também.

  Tão fofo! Senti minhas bochechas arderem e meu pescoço enrubecer. Ele estava mesmo tentando me agradar? Se o seu objetivo era mexer com meus sentimentos, ele estava realmente conseguindo. Não só com meus sentimentos, mas cada célula do meu corpo reagia violentamente a ele. Desde o momento em que o vi, estava impossível pensar em outra coisa que não fosse ele, morreria se soubesse que ele também se sente assim.
 
  A mulher se foi, deixando um garoto envergonhado para trás.

— Obrigada. — olhei para Taehyung que evitava a todo custo me olhar agora.

— Uhum.

🌸

• Kim Taehyung On •

○ Duas semanas depois ○

  Conferia meus livros na mochila para a aula de hoje, mas as imagens da noite passada não me deixavam prestar atenção em nada. Eu havia sonhado com ela, como em tantas outras noites. Mas dessa vez foi diferente, foi especial. Eu a toquei, a toquei como homem. Era irrealista, mas, havíamos feito amor. Que droga! Eu sou um idiota!

  Meu peito doía ao lembrar dos detalhes, estava ansioso para vê-la mesmo estando envergonhado demais por meu atrevimento.

  Peguei a caneta que ela havia esquecido na última vez que esteve aqui e a guardei na mochila também. Já era para eu ter devolvido, mas acabei ficando um tanto possessivo com aquilo.

  Quinze minutos depois eu já estava na escola, geralmente era um dos primeiros a chegar e hoje não foi diferente. Estava ansioso para ver Jimin e Namjoon também, queria muito contar a alguém o sonho que tive, mas é óbvio que não contarei a eles, só quero ter algo que tire ela dos meus pensamentos por um segundo. Não é pedir muito.

  Mas como que por obra de um destino infeliz, ela resolveu aparecer mais cedo, não apenas ela, mas sua amiga também. Ela estava me torturando silenciosamente sem saber, e eu gostava.

  Como se soubesse que eu a observava ela repentinamente olha na minha direção e acena minimamente com um sorriso tímido e encantador nos lábios, estava visivelmente empolgada. Mas antes que eu pudesse devolver o cumprimento, Dylan parou na sua frente atraindo a atenção da garota toda para si.

— Iiih! — Namjoon aparece subitamente ao meu lado com uma latinha de refrigerante em mãos — Acho bom você se apressar. — o deboche escorria em suas palavras. 

  Eu sabia do que ele falava, mas fingi está desenformado. — Me assustou. 

— Quando vai falar com ela? — ele dá um gole na bebida. 

— Refrigerante a essa hora? — não era óbvio que esse era um assunto em que eu não queria tocar, ainda mais com ele?

— Eu acho que ele chamou ela pra sair. 

— Se ela quiser nada a impedi. — não estava mais aguentando suas provocações.

— Mas ela não quer. 

— C.como sabe disso? — retruco.

— Por que ela não para de olhar pra cá. — acompanhei seus olhos e me voltei a garota. 

  Ela desvia os olhos de mim e volta a prestar atenção no que o garoto dizia. O sorriso que ela esboçava mostrava o quanto estava desconforta. Aquilo por si só nem podia se chamado de sorriso, pois de longe notava-se a ausência das marcas de Duchenne. Ela não o queria, mas isso não quer dizer que queira a mim. 

— Não precisa dizer que gosta dela assim do nada. — ele bebe mais um gole — Começa respondendo a pergunta que ela te fez a um tempo, se você acha ela bonita. 

— Hyung!! — resmunguei angustiado. — Olha pra ela...

— Eu já vi, ela é gostosa. — não pûde evitar a ardência que me corroeu por dentro, ele era bom em me tirar do sério — Tenta.

— Tá, eu acho.

• [ Continua? ]