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História Silenciosa Noite Veraneia - Contato Inesperado


Escrita por: AkazawaSG

Capítulo 5 - Contato Inesperado


O dia estava mais abafado do que o normal. A umidade era perceptível ao respirar em meio às brisas de ar quente e nuvens pesadas que acumulavam no horizonte não deixava duvida de poderia chover a qualquer hora daquele dia.

Uma típica e bem vinda tempestade de verão se aproximava e Naruto desejava mais e mais a sua chegada, ansiosamente.

Cumpria sua punição diária na horta do acampamento e, de alguma forma, a manhã ensolarada parecia influenciar a eficiência do loiro em seu trabalho: Estava suando as bicas a cada segundo exposto ao sol; sentia seus ombros doloridos a cada vez que erguia o enxadão para escavar uma terra batida que futuramente seria um novo canteiro; e a sede que apertava sua garganta parecia não ter fim, pois precisava parar a todo momento para beber um pouco d’agua e não duvidava que conseguiria tomar mais de 5 litros de uma vez facilmente;

Pelo menos, aprendera a lição sobre o vestuário de trabalho e, dessa vez, usava uma calça jeans mais velha que havia no fundo da sua mala, uma blusa de regata do tecido mais leve que encontrou, botas de trabalho que conseguiu com um dos inspetores e um boné que pegou emprestado com um dos amigos.

Naruto parou novamente e voltou-se para a garrafa d’agua a poucos passos de distancia. Bebeu um gole moderado e suspirou uma massa de ar quente pelo nariz, olhou a hora na tela do celular e viu que ainda faltavam 30 minutos para completar as 2 horas que sua punição deveria durar. Pouco tempo para concluir mais esse canteiro, mas tempo de sobra para morrer cozido ali, pensou.

A sensação térmica elevada o fazia odiar as botas e a calça que usava, as vezes o boné cozinhava sua cabeça junto ao suor e ele tinha vontade de jogar tudo para cima e ficar pelado para ver se conseguia aliviar o calor. Mas, claro, esse era apenas um pensamento idiota, pois sabia que, sem a devida proteção, sua tarefa seria ainda mais difícil.

 

Decidiu tirar ao menos a camisa, não conseguindo mais aguenta-la pingando de suor como estava. Tinha certeza de que se sentiria melhor por algum tempo antes do sol contra as costas nuas começar a incomodar, apesar de ainda ser muito cedo para os raios UV causar queimaduras.

Jogou o tecido encharcado num canto perto da garrafa d’agua e percebeu o outro frasco menor ao lado, do qual quase se esquecera completamente. Pegou-o, lendo o rotulo sem atenção, e abriu a tampa, cheirando o aroma agradável que tinha.

Era o mesmo que sentia ao se aproximar de Hinata.

 

O local, onde a morena passara boa parte da manhã trocando as mudas de alface dos vasos onde foram plantados para um canteiro permanente onde terminaria de crescer ate a colheita, era fresco e tinha boa sombra. Sendo assim, quando a Hyuuga soube que o loiro trabalharia exposto ao sol, ofereceu gentilmente um pouco do protetor solar que tinha trazido.

Naruto sorriu e observou-a trabalhando distraidamente. Estava usando aquela jardineira jeans, além de botas e um chapéu de palha que a velha Chiyo a emprestou. 

Estava tão linda quanto no ultima vez que se viram, mas é claro que Naruto preferia vê-la assim ao natural do que coberta por seu habitual casaco de moletom do qual nunca se separava. Embora ainda desejava vê-la nua ao natural, do mesmo jeito que a viu naquela noite de amor.

Ele bufou, desanimado pela certeza de que nunca realizaria tal fantasia e, decidido a voltar ao trabalho antes que a garota percebesse ser alvo de sua observação, começou a usar o protetor solar, esfregando-o no tórax, ombros e ate onde alcançou nas costas.

Não era a primeira vez que ele se perdia em pensamentos a olhando e imaginando coisas, mas Hinata parecia ter um sexto sentido e sempre notava as olhadelas do loiro, então ele teve que aprender a ser mais discreto.

Era divertido observa-la de vez em quando, pois, diferente de outras garotas, Hinata não demonstrava aqueles gestos de nojo tão comuns.  Durante todo o dia, ela escavou raízes, espalhou a terra, peneirou adubo, tudo como se fosse a coisa mais natural do mundo. Nem mesmo medo de minhoca ou de insetos ela demonstrava e isso intrigava o rapaz.

Ocupados ali, entretanto, os dois não tinham chance de conversar e Naruto sentia-se cada vez mais inquieto com essa situação.

Quer dizer, é claro que eles poderiam se falar enquanto trabalhavam, Chiyo ate mesmo incentivava essa interação, mas o que ele realmente queria conversar com Hinata não era assunto que deveriam tratar na frente da velha senhora, então acabavam não interagindo de nenhuma forma e isso era bem frustrante.

 

– Tudo bem. Já chega por hoje. – Chiyo falou. – Vocês podem guarda as ferramentas que usamos e então podem voltar as suas atividades do acampamento.

– Já? Mas nem deu a hora ainda. – Naruto falou, olhando novamente para o relógio do celular para conferir.

– Está tudo bem com a senhora? – Hinata perguntou, observando-a preocupada.

– Só está muito quente hoje e eu tenho problema de pressão. Não funciono direito nesse calor. – A idosa riu ao responder. – Eu vou ao refeitório beber algo para me refrescar, vocês podem guardar tudo no barracão e fechar a horta antes de sair, por favor.

– Pode deixar. – Naruto falou sem conseguir esconder o sorriso.

 

Chiyo saiu a passos lentos, ainda dando alguma orientações finais sobre não esquecer de fechar o registro da agua, o cuidado para com cada ferramenta que deveriam guardar e a forma correta de fechar o portão. E, quando ela finalmente saiu, os dois jovens ainda ficaram se encarando por alguns segundos antes de tomar qualquer iniciativa.

 

Hinata ignorara Naruto completamente e começou a juntar a espátula, a peneira e o gancho que usara assim como alguns dos vasos que agora se encontravam vazios. Obviamente não se sentia a vontade ficando sozinha com Naruto e, ao lhe dar as costas para levar suas ferramentas, teve medo dele tomar alguma atitude pervertida, porem, olhou-o de relance e o viu distraído tirando o excesso de terra agarrado ao enxadão que usou antes de guardar.

 

Respirando um pouco mais tranquila, chegou ao barraco onde os utensílios de jardinagem eram mantidos e percebeu que havia um lugar apropriado para cada um, mas ela não saberia dizer qual era de quem.

 

– Aqui! – Ouvir Naruto falar tão de repente e próximo que a assustou, mas logo viu ele lhe estender o frasco de protetor solar que o tinha emprestado. – Obrigado, foi bem útil. – Sorriu.

– Tudo bem, hoje você estava precisando mais do que eu. – Ela pegou o frasco de volta e colocou-o no bolso.

 

Naruto entrou para guardar seu enxadão em um canto especifico. O barraco, entretanto, era um lugar pequeno e não havia muito espaço para os dois jovens ali, que ao andarem acabavam se esbarrando e se encostando involuntariamente.

A tensão tomou conta do ambiente e Hinata ansiava por guardar as ferramentas rapidamente para poder se afastar, mas o nervosismo causado pela proximidade com o loiro atrapalhava se raciocínio.

Observou o rapaz de canto de olho novamente, se perguntando o porquê da demora em sair e, logo que o viu abaixado retirando o par de botas para calçar os tênis ao lado, se perguntou se não estava tentando provoca-la de proposito.

Ele, definitivamente, poderia vestir aquilo em outro lugar ou em outro momento! Depois que ela saísse, talvez?!

 

Ela tentou ignora-lo como tem feito nos últimos dias e ocupar sua mente da tarefa simples que deveria fazer, mas, dessa vez, não conseguiu...

 

– Tem outros vasos de planta lá fora... – Naruto se pronunciou em tom simples e desinteressado. – Quer que eu te ajude a trazer?

– Sim, por favor. – Ela aceitou a ajuda, falando quase que imediatamente.

 

Era justamente o que Hinata precisava, pois tinha certeza que o loiro demoraria um bom tempo para pegar os recipientes vazios. Assim que saísse, ela conseguiria se concentrar para terminar aquilo que tinha de fazer e, então, iria embora. O deixaria cuidar de todo o resto e escaparia sem precisar suportar essa tensão embaraçosa que havia na proximidade deles.

Seria um plano perfeito, não?!

Não, nem um pouco... Hinata conseguira guardar a espátula e o gancho que ficavam pendurados em pregos na parede, mas a peneira deveria ser posta no alto de uma prateleira, único lugar em que caberia, mas a morena de forma alguma conseguia alcançar aquela altura.

Além disso, Naruto voltou muito rápido, não deu tempo nem dela olhar em volta atrás de uma cadeira ou outra coisa para subir. O rapaz saiu e voltou em poucos segundos.

 

– Sabe... – Ele vinha carregando todos os vasos vazios de uma vez, presos a seu corpo em um grande abraço. – Esqueci de te perguntar o que achou do meu jogo.

– Que jogo?! – Hinata se fez de desentendida, enquanto tentava disfarçadamente recolocar a peneira na prateleira.

– Ora, o jogo de basquete. – Ele respondeu sorrindo, estava pondo vasos numa prateleira do lado oposto, ficando assim de costas para Hinata. – Aquele que você foi ver ontem, lembra?!

– Eu não fui ver nenhum jogo. – Ela disse e deu um pulinho para ganhar altura e acertar a peneira no lugar, mas não conseguiu. – Eu estava passando pelo pátio e, por coincidência, você estava jogando.

– Pode ser, mas percebi que você ficou assistindo ate o final, não é? Significa que gostou.

– É-é que eu estava com uma amiga... – Hinata respondeu nervosamente. – Ela queria ver quem ia ganhar e eu acabei fazendo companhia. 

 

A Hyuuga respondia por educação, pois não queria continuar conversando. Só queria guardar aquela porcaria e sair dali, mas não podia tentar pular mais alto, já que o lugar era muito apertado e, ao mínimo movimento, suas costas – ou braços – acabavam se esbarrando as com Naruto.

 

– Aquela loira era a Ino verdadeira, né? – Ele perguntou.

– Acho que você prestou mais atenção na plateia do que no jogo. – Hinata rebateu. – Por isso perderam daquele jeito.

– Ei, nós disputamos ponto a ponto, ok?! E eu fui o cestinha do jogo! – Ele se virou para ela com um sorriso sedutor, lhe direcionando um olhar penetrante. – Fiz ate uma cesta de costas, sabe...

 

Aquela indireta foi a gota d’agua para Hinata, que não conseguia mais lidar com essa situação tão estranha. Queria sair dali imediatamente, queria se distanciar daquele loiro o máximo que fosse possível, queria não ser alvo daquele tipo de olhar tão “faminto” nunca mais em sua vida.

Bufou, prendendo o aro da peneira firmemente em suas mãos e esticou-se toda para alcançar a parte alta da prateleira, pulou, mirando no local correto e, com muito custo, atingiu seu objetivo. Entretanto... Algo acabou dando errado.

Talvez ela tenha esbarrado em uma quina do móvel e moveu-o involuntariamente, ou então colocou força de mais no arremesso e acabou desestabilizando-o, ou, quem sabe, fora apenas a força natural gravidade querendo lhe pregar uma peça...

Ninguém saberia dizer ao certo o que aconteceu, mas... A prateleira, que guardava todos os tipos de ferramenta, simplesmente tombou por cima dos dois e tudo que Hinata conseguiu fazer foi se encolher, fechar os olhos e gritar enquanto sentia seu corpo sendo atingido pelas inúmeras peças metálicas.

 

– Calma, te peguei.

 

Só quando ouviu Naruto falar que teve coragem para abrir os olhos e entender como não fora esmagada, percebeu que o loiro amparara a enorme prateleira de madeira com o braço esquerdo de maneira protetiva, enquanto suas costas se apoiavam contra a outra parede, ganhando estabilidade.

O susto fizera Hinata tropeçar nos próprios pé, tombando para trás, mas o rapaz foi hábil o bastante para segura-la junto ao seu corpo para evitar a queda e seu braço direito ainda cercava firmemente sua cintura, assim como ela também o abraçara de volta, em um ato de reflexo involuntário.

Muitos dois objetos caíram sobre eles e agora estavam espalhados pelo chão, mas, por sorte, nenhum era pontiagudo ou muito pesado. Hinata acreditava que, se aquele móvel de madeira caísse sobre eles junto de todas aquelas outras ferramentas, eles poderiam acabar se ferindo de verdade.

 

– Vamos juntos, tá? – Naruto pediu em sussurro.

 

Então o rapaz se moveu, empurrando a prateleira de volta ao seu lugar de origem, fazendo com que a garota fosse junto dele em sincronismo, ate que o móvel estava seguro e firme onde nunca deveria ter saído.

A força que Naruto empregou no movimento fazia parecer mais fácil do que realmente era e, mesmo quando tudo parecia bem, ele ainda ficou encostado contra a madeira, respirando pesado.

 

– Você se machucou? – Hinata, observou-o, perguntando preocupada.

– Não, foi só o susto. E meus ombros já estavam doendo antes do mundo cair sobre nós. – Ele ergueu o olhar para ela e sorriu, evidenciando a piada e Hinata sorriu em resposta, não sabendo uma forma melhor de agradecer.

 

Foi só então que pareceram perceber o quão próximos realmente estavam.

A morena conseguia ouvir o coração acelerado do loiro e acreditava que ele ouviria o tambor alucinado que o dela também se tornara, pois sentir o calor do corpo dele contra o seu e tê-lo naquela proximidade despertou uma inesperada e prazerosa sensação.

Já Naruto, que ainda a segurava possessivo pela cintura, sorriu ao notar sua pele suada e ardida pelo trabalho daquela manhã tocar a de Hinata, um contato quente de tal intensidade que o inspirou inúmeros pensamentos.

Sem conseguir controlar o desejo, a muito latente, acabou puxando-a contra si, unindo ainda mais seus corpos e se apossando de seus lábios.

Hinata não conseguia pensar no que estava fazendo, apenas ouvia as respirações arfadas entre o contato de suas bocas, as batidas do par de corações frenéticos e o tinir dos objetos metálicos jogados ao chão quando seus pés se moviam.

Em um curto instante de sensatez, tentou afastar-se e recusar o beijo, mas sua fraca resistência foi vencida pela loucura que a dominou ao perceber o loiro gradativamente ganhando espaço com os movimentos hábeis de sua língua.

Sem se dar conta, passou a moldar seus lábios para recebê-lo, retribuindo a magnifica sensação que lhe era proporcionada, convencida de que deveria se concentrar unicamente em sentir o arrepio sobre sua pele em resposta à satisfação crescia em seu intimo com a temperatura elevada que geravam.

Era quente, úmido e voraz de um jeito que nunca havia sentido antes, nem mesmo na noite em que dormiram juntos. Aqueles beijos, ainda que incríveis, nunca chegariam aos pés deste... 

Naruto a apertou agora, fazendo-a se apoiar de costas contra a prateleira de madeira que foi a causadora de toda essa loucura, e deslizou as mãos pelas seu corpo: uma delas, a morena estava delirante de mais para saber qual, subia em direção a sua nuca, enrolando-se em seu cabelo; já a outra, desceu para apertar sua coxa com uma certa intensidade que a fez soltar o baixo gemido.

Hinata sentia-se no céu e no inferno ao mesmo tempo: tão leve que não duvidaria ser capaz de voar, tão quente que acreditaria estar queimando em magma; Talvez ela apenas aproximou-se de mais do Sol?

Sim, o Sol chamado Naruto Uzumaki... Que a faria voar para cada vez mais perto apenas para ter o prazer de vê-la ardendo em sua orbita.

A Hyuuga sentiu a pressão sobre o seu corpo e inconscientemente cercou-o com os braços também, sabendo o quanto seu corpo clamava por mais daquela sensação prazerosa.

Porem logo notou algo que a cutucava na altura do umbigo. Era duro e incomodo, mas em um primeiro momento não deu atenção. Apenas quando o loiro voltou a abraça-la com mais posse e ouviu-o gemer sob os seus lábios com aquele contato é que ela entendeu do que “aquilo” se tratava.

 

– Naruto... – Assustou-se e o empurrou pelos ombros, com toda sua força, para que se afastasse.

– Que foi? – Ele falara sorrindo, sem muita atenção ao que acontecia, dando apenas um misero passo para trás.

 

Hinata olhou-o de cima a baixo e, apesar do rapaz parecer tão delirante quanto a própria morena, a atenção dela foi exclusivamente para o volume extenso sob a calça jeans e o órgão latejante que quase fugia pelo zíper aberto...

Ele abriu a porra do zíper de proposito?!

Durante todo aquele alvoroço, ele estava apenas planejando seduzi-la?! 

Em meio aquele beijo magnifico em que ela não conseguia nem pensar de forma coerente, ele estava apenas se preparando para o “próximo passo”?!

O que ele imaginava que ela era para pensar que poderiam transar ali, naquele barraco velho, cheio de ferrugem e quinquilharia?

Quem ele pensava que era para achar que, com um simples beijo, iria convencê-la a dormir com ele de novo??

A raiva da garota estourou, sentindo-se manipulada, enganada e ofendida e, de supetão, decidiu desperta-lo de sua fantasia erótica à moda antiga. Encheu a mão e acertou-o com o tapa mais forte que conseguiu e tirou, definitivamente, aquele sorriso bobo de seu rosto.

 

– Seu... – Ela procurou algum xingamento apropriado, mas não encontrou nenhum. – Pervertido! – Falou e saiu batendo pé furiosa.

– Hinata, espera! – Naruto a seguiu. – Eu não tive nenhuma segunda intenção, acredite!

– Então sua língua foi parar na minha garganta por acidente? – Debochou enquanto andava sem olha-lo. Apesar da língua afiada, o tom rosado de seu rosto destacava a timidez que a raiva escondia.

– Ah, dá um tempo. Você me correspondeu e parecia estar gostando muito.

– Não tanto quanto você... – Ela virou-se para ele e fez um gesto com a cabeça para que rapaz olhasse para baixo.  – Ou o seu “amigo”.

– Oh, merda!

 

Naruto praguejou alto ao perceber o zíper aberto, fechando-o com uma expressão constrangida e de forma desesperadamente apressada. Era obvio que ele sentia a ereção, mas não imaginava que estava “exposto” daquela maneira. Agora entendia a reação tão alarmada da morena.

 

– Eu não reparei, desculpa...

– Boa tentativa. – Ela riu de nervosismo e voltou a caminhar em direção a saída.

– Hinata, eu sou homem. Esse tipo de coisa acontece.

– Usar cueca pra que, né?

– Tá achando que eu premeditei isso?! – Ele a segurou pelo cotovelo, fazendo-a parar para encara-lo.

 

Só então notaram que já estavam no portão da horta, na verdade quase saindo para os fundos do pátio. Se essa discussão fosse um pouco mais a frente, com certeza chamaria a atenção dos demais campistas. Aquilo tinha que acabar ali.

 

– E estou errada?

– Não, eu quis te beijar naquela hora, mas o resto foi mesmo só um acidente. – Naruto baixou o tom, sussurrando. – E o meu “amigo” aqui cria vida própria quando bem entende. Nem sempre dá para controlar.

 

Hinata, sentindo-se nervosa com o desejo crescente que a proximidade com o loiro lhe provocava, tentou puxar o braço de volta, mas não conseguiu desvencilha-lo do aperto do rapaz.

 

– Pode me soltar, por favor? – Pediu em um tom nada educado.

– Só se você admitir que gostou do nosso beijo, porque eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que foi o mais incrível que já provei. – Ele sorriu provocativo.

– Por que é tão difícil pra você me deixar em paz e cumprir o que prometemos sobre esquecer aquela noite? – Ela disse e puxou o braço com mais força, dessa vez o loiro não se opôs em solta-la.

– Por que sempre que te ouço falar assim, parece que é mais para si mesma do que para mim?!

 

Hinata não respondeu, puxou o ar para falar umas duas vezes, mas parecia que suas palavras não conseguiam passar pela garganta. Enquanto Naruto sorriu satisfeito, adorando a expressão confusa que ela tentava disfarçar, estaria pronto para beija-la a qualquer segundo.

 

– Meu amor! – Ouviram de repente.

– Toneri. – A morena empalideceu-se ao ver o namorado se aproximando.

 

O recém-chegado deu um aceno mínimo para o loiro e atingiu um selinho despretensioso nos lábios da namorada enquanto a pegava pela mão, sem parecer notar o clima de tensão que pairava ali.

 

– Eu vi a Chiyo no refeitório e pensei que você já estivesse livre.

– E estou, só falta...  Falta fechar o portão?! – Ela concluiu em um tom de pergunta.

– Que isso, tem um monte de outras ferramentas pra guardar ainda, Hinata. – Naruto cruzou os braços, falando potente e evidenciando sua presença ali.

– Vai demorar muito? – Toneri perguntou e logo se voltou para a morena. – Eu queria conversar um pouco antes de sair com meu grupo de trilha.

– Não, eu...  – Ela pareceu pensar.

 

Lembrou-se de todas as ferramentas que deveriam guardar, mas que agora estavam espalhadas por todo o chão do barracão, Chiyo brigaria se encontrasse aquela zona! Entretanto, de nenhuma forma, iria querer voltar lá para organizar as coisas junto de Naruto naquele cubículo, principalmente com Toneri por perto.

 

– Eu vou com você agora se quiser, Toneri. Naruto pode vai terminar por aqui sozinho.

– Eu o que? – O loiro exclamou de surpresa com a afirmação da garota.

– Oh, valeu, cara. – O Otsutsuki agradeceu com um jeito prepotente disfarçado com um falso sorriso amigável que fez os ouvidos do loiro apitar de raiva, enquanto envolvia seu braço ao da morena de forma cortês, guiando-a para longe.

 

Naruto sentiu a imensa vontade de arranca-la dele, afasta-la do contato daquele babaca e impedi-lo se aproximar-se, mas em nenhum momento Hinata relutou em seguir com ele, nem ao menos olhou para trás e isso deixou o loiro, inesperadamente, inseguro...

Quando se deu conta eles já estavam próximos do pátio central, onde uma cena de ciúmes não passaria despercebida por ninguém e percebeu que não haveria mais nada a se fazer.

 

Enrugou a cara em uma expressão de ódio e voltou para o barracão de ferramentas da horta, começando a juntar e guardar os objetos metálicos que espalharam pelo chão, descarregando todo seu ciúme e frustração acertando-os contra as prateleiras com força.

Praguejava e bufava como um touro enraivecido, não acreditando que levara outro fora de Hinata e que ela ainda acabara indo embora com outro, abandonando-o com o trabalho todo para si e... O pior de tudo...

Deixando-o sozinho de pau duro.



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