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História Silent Wings - Silent Wings (Único)


Escrita por: gimmethelight

Notas do Autor


Inspirado na música "Silent Wings", do duo Secret Garden.
Olá, people! Venho agora com uma one de um couple que eu me apaixonei, vulgo SaBriel. É curtinha e a fiz assim de propósito. Tem uma certa magia nela, não sei, mas quis manter assim hehe
Boa leitura!

Capítulo 1 - Silent Wings (Único)


Às oito e trinta da noite, um longo suspiro fora ouvido.

Sam Winchester estava em frente ao espelho pela décima quinta vez, se certificando que seu cabelo estava arrumado e a roupa bem arrumada. Com as velas acesas, enfim respirou fundo e seguiu até Dean, que estava preocupado com sua escolha. Não seria algo fácil, mas também tinha ciência de que não poderia fazer o mais novo mudar de ideia.

Havia uma tensão triste no ar há alguns dias, e os irmãos sabiam bem sobre os motivos para tal situação. Dean tentou e tentou, pediu ajuda para Castiel e até mesmo Garth, mas ninguém fora capaz de animar ou ajudar seu irmão. Sam, por outro lado, queria que entendessem que tal sentimento não era fácil de lidar, e muito menos ser resolvido com a facilidade que gostaria.

Já fazia alguns meses que os irmãos não caçavam e cada um vivia sua vida. Moravam perto um do outro, cada um na sua casa e com seus planos de vida e empregos comuns. Porém, Dean seguira em frente com Castiel ao seu lado e uma oficina mecânica. Estava bem, quase não falava em caçar e, para falar a verdade, nem queria saber muito do sobrenatural – a não ser que fosse extremamente necessário como o momento atual.

Sam, no entanto, ficara preso num passado que demorou a conseguir esquecer. Jamais o fizera, sendo sincero, e agora estava quase enlouquecendo. Haviam coisas do passado que deveriam ficar no passado. Voltou a estudar em Stanford, estava indo bem e conseguia ver sua vida voltar aos trilhos lentamente. Tinha emprego, um teto, era regularmente chamado para palestrar e podia dormir por várias noites seguidas em seu próprio quarto. Estava indo quase que totalmente bem e tinha, enfim uma vida normal.

Isto é, claro, se não fosse por um único detalhe que ainda o atormentava.

- Você realmente tem certeza? – Dean perguntara sério, guardando o punhal e a arma em locais de fácil acesso. Sam enfim esboçou um sorriso e afirmou que estava bem. – Qualquer coisa, me liga, estarei por perto se precisar.

O mais novo agradeceu e o abraçou sincero. Ao ver Dean sair, ainda esperou por uns cinco minutos e pensou bem em como faria aquilo. Enfim, Sam começou a se concentrar e tomou uma atitude. Em frente a um pequeno oratório e com um terço em mãos, sentiu os olhos ficarem marejados. O coração tinha tanta coisa para dizer, mas como colocaria tudo para fora?

Há quanto tempo estava tentando? Não tinha a menor ideia. Algumas lágrimas insistentes já escorriam por seu rosto, o deixando um pouco mais aliviado. Organizar-se era tudo o que precisava – e, mesmo assim, a parte mais difícil. As cenas tristes das últimas vezes o rondavam e se repetiam com clareza em sua mente. A imagem do outro sempre vinha carregada de muita dor e, ao mesmo tempo, de muita esperança.

- Ei, Gabriel... pode me ouvir? – Sam enfim iniciou sua oração. Respirou fundo algumas vezes e, antes que pudesse começar a chorar de vez, continuou. – Já faz tanto tempo, eu não sei mais o que fazer.

Sentia o ritmo cardíaco um tanto quanto intenso. Engolia o choro por diversas vezes, sem saber o que fazer para ficar bem e chamar a atenção do outro. Sentia dor, muita dor – e era muito além do corpo físico. Doía e sangrava por dentro, algo que jamais pensou que seria possível sentir. O desconforto era enorme, e só queria que esse inferno terminasse o quanto antes.

Manter a concentração era tão difícil! Como poderia manter-se calmo em meio ao seu pequeno inferno particular? Por mais que tentasse se manter feliz e focado nos seus objetivos pós vida de caçador, ainda haviam assuntos não resolvidos a serem tratados. E, por maior que sua fé fosse, sentia a mesmo se esvaziando de seu peito aos poucos, o deixando cada dia mais nervoso e triste consigo mesmo.

Perdia, aos poucos, a inocência de que tudo fosse se resolver.

- Tem sido tão difícil aqui sem você. Me sinto desprotegido e é como se eu estivesse morrendo sem a tua presença. – Sam dissera baixo, quase inaudível. – Eu sinto muito se eu o magoei, Gabe, por favor, eu preciso te ver de novo.

O Winchester tinha prometido a si mesmo a caminhar com uma oração que havia criado única e exclusivamente para o Arcanjo Gabriel, o qual era devoto e, porque não, amante. Tinha escrito e reescrito por diversas vezes. Mas o seu coração queria falar de forma ainda mais sincera, falar umas verdades e ser ouvido em sua essência. Toda a culpa que residia em si deveria sair, até que houvesse alguma resposta de seu anjo da guarda.

Mesmo que, mais uma vez, fosse o seu silêncio.

- Será que você sabe da minha vida agora? Eu poderia te caçar do jeito de antes, mas eu não sou mais assim. – O jovem dissera. As velas pareciam estar mais vívidas, com suas chamas dançantes e coloridas. – Eu queria tanto que você viesse em paz, eu preciso de você aqui, Gabe.

Sam não conseguia mais continuar sua oração. Desabou finalmente, com o coração pesado e a alma triste. Quis, ao máximo, se manter firme até obter uma resposta. O vento frio que entrava pela janela apenas o deixava com a sensação de abandono ainda maior, mesmo com as velas ainda acesas. Porém, lá no fundo, sentia que havia um fim muito próximo para suas dúvidas.

Mesmo que fosse por desistência de procurar por respostas.

Com o tempo, foi se acalmando e secou suas lágrimas, respirando fundo e se recompondo. Era como se, de repente, as chamas lhe dissessem que ia ficar tudo bem, e a culpa enfim foi saindo de dentro de si e o deixando mais leve. O local pareceu ficar mais confortável, Sam não tremia mais de frio e pôde sentir se acalmar e se sentir abençoado sem nem saber o porquê.

Então, o ruflar de asas enfim fora ouvido.

O jovem tremia um pouco novamente e, mesmo sabendo de quem se tratava, virou-se bem devagar para poder ver a imagem angelical atrás de si. O sorriso enfim apareceu em seu rosto ao ver o outro tão belo e radiante. Gabriel estava ali, perfeitamente são e charmoso como sempre. Sam se levantou e foi até ele, finalmente o abraçando, ainda incrédulo com o que via e em como ele parecia estar tão bem.

- Eu adoro quando você me chama de Gabe, eu não resisto. – O arcanjo dissera ao ser abraçado, se aninhando nos braços do outro. – Como vai meu protegido favorito?

Sam Winchester mal podia acreditar no que via ali. Gabriel estava lá, como se nada tivesse lhe acontecido e do jeitinho em que se lembrava: loiro, dos olhos castanhos e o mesmo jeito brincalhão de sempre. Era um misto de emoções e mal sabia como começar a conversar com ele, mesmo com tantos assuntos a tratar.

- Não muito bem, se quer saber. – Sam respondera simplesmente, com os olhos marejados e a voz novamente embargada. – Eu pensei que você estivesse morto, caralho.

Gabriel ponderou. Mesmo com um sorriso no rosto, ainda tinha preocupações dentro de si em relação ao Winchester. Podia compreender o que o adorado humano dizia. Deslizando os dedos gentilmente por seu rosto, quis lhe passar alguma segurança. Sam sorriu minimamente, e isso melhorou um pouco a situação.

Ainda unidos num abraço confortável, ficaram em silêncio até poderem sentir os corações batendo quase no mesmo ritmo. Haviam tantas palavras a serem ditas e expressadas, mas como e quando? Sam estava finalmente confortável, como há muito tempo não se sentia. Era como se Gabriel estivesse lhe curando as feridas que há muito estavam abertas.

Pouco se passou quando Sam o convidou a ir até a sacada de seu quarto. Sentados ali e enrolados numa coberta, admiravam o céu limpo e as estrelas. O brilho da lua lhes fazia companhia, e deixava tudo menos tenso que antes. O Winchester deitou-se em seu colo, ganhando doces afagos em seu cabelo. Havia brilho em seus olhos, algo que há muito tempo não sentia – e era incrivelmente especial.

- Sei que você deve estar um pouco cansado de observar a natureza. Que você é tão... antigo quanto tudo isso. – O humano dissera, o fazendo rir. – Mas é que é assim que eu me lembro de você, que eu me mantenho conectado a você, consegue me entender?

Gabriel sorriu. Logo, unia sua mão a do outro, sentindo-se confortável em ser ele mesmo. Um pouco menos angelical, um pouco mais brincalhão. Já não sentiam mais frio, e o clima estava cada vez mais agradável entre os dois. Por mais dúvidas que tivessem, nada era mais importante que a paz que sentiam. Sam agradecia a si mesmo por ter conseguido manter o irmão afastado, ou o mesmo estaria interrogando o arcanjo neste mesmo instante.

Um pouco de conversa cairia melhor do que violência gratuita.

- Eu não fui totalmente embora, tens consciência disso, não?

A voz doce de Gabriel ecoou ali, fazendo Sam o observar um pouco confuso. Agora sentado de frente para seu anjo da guarda, o Winchester queria tentar entender o que se passava na mente dele. De mãos dadas, a conexão só fez aumentar. O garoto, aos poucos, começou a pensar nas muitas vezes em que pensou ter sido observado ou ter ouvido vozes.

- Eu guio você, de onde quer que eu esteja. – O sorriso do arcanjo voltou. – Jamais que eu te deixaria só, você é o meu grande amor. Estou sempre aqui por você, para lhe proteger.

- Então, por que eu não via você? – Sam indagou, um pouco chateado. – Senti sua presença, mas sempre que eu ia procurar, não tinha nada lá.

Gabriel se calou. Ao invés de discutir, pousou dois dedos na testa de Sam. Logo, o humano via imagens que jamais imaginou – situações as quais havia vivido, porém, de outra perspectiva. As últimas situações perigosas enquanto caçava, viagens longas noite afora, os riscos de se machucar ou ter algum problema alimentar – o que era um pouco comum nos últimos tempos.

No fundo, lembrou-se de ter ouvido a voz do arcanjo em alguns desses momentos. Pensou estar falando sozinho, mas sempre tinha alguém lá para ele. Lembrou-se de todas as vezes em que se sentiu no fundo do poço, mas que logo tirava isso da mente e seguia em frente. Quando voltou à realidade, tinha os olhos marejados, enfim entendendo muito do que passara consigo desde a última vez em que o vira.

Enfim compreendia os momentos de falsa solidão. Não estava só, Sam é quem não havia prestado atenção o suficiente à sua volta. Algumas lágrimas escorreram de seu rosto, que foram limpas pelo anjo. Tentou evitar olhar em seus olhos, tinha uma certa vergonha de si mesmo agora que descobrira a verdade.

- Me desculpe por ter sido tão mesquinho com você. – O Winchester dissera ao voltar do transe, esboçando um sorriso sincero. – Eu deveria lhe dado mais valor.

- Shh, está tudo bem, grandão. – O anjo dissera, o fazendo rir. – Você só estava confuso.

Sam sorriu. Gabriel tinha razão. Sabia que, com o tempo, as coisas melhorariam entre os dois, era só esperar. O arcanjo sorria, deslizando os dedos por seu rosto novamente. O silêncio se fez presente. Em dado momento, enfim, o anjo mirou seu olhar na lua cheia e no céu tão limpo e tão calmo, como há muito tempo não via. Sam notou, e fez o mesmo. Por mais que não o entendesse, sabia o quanto aquilo era importante.

- O Paraíso estava um caos total. – Gabriel enfim voltou a falar, pensativo. – Deus ficou longe por tempo demais, e até que tudo se resolvesse, levou um bom tempo. Eu estava lá, ajudando.

O Winchester sorriu. Enfim a paz voltou em seu coração, e Gabriel sabia disso. Sam não precisou dizer, era quase palpável o orgulho que sentia do seu amado anjo. Mesmo que fosse parte disso tudo, agora tinha a certeza de que a ausência do amado não era em vão. Pouco a pouco, a distância foi diminuindo. O Winchester fez questão de fazê-lo, selando seus lábios num beijo calmo, porém, cheio de saudade.

O tempo longe só fez ser esquecido. Num abraço carinhoso, o beijo pareceu durar uma eternidade, curando todas as dores que um dia existiram. Sam agora tinha toda a certeza de que tinha feito a coisa certa em o chamar do modo tradicional e pacífico, com muito amor. Gabriel, por sua ver, conseguiu se perdoar pela culpa que sentia por seu sumiço temporário. Mas isso tudo virou passado, e o casal queria mesmo era só pensar no futuro.

Era como se o mundo tivesse parado para os dois. Não haviam mais obrigações ou mais ninguém, nada entre aquele amor tão simplesmente puro e cheio de carinho. Sam amava olhar nos olhos de Gabriel, e vice-versa. Fosse o ar angelical e paz, amor ou que quer que fosse – era bom, e a sensação de abandono já não existia mais ali.


Notas Finais


Para conhecer a música: https://www.youtube.com/watch?v=5mhBtPzKo8M
Obrigada pela sua leitura, comentário e favorito ♥


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