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História Sweeten - Taekook - No Presure


Escrita por: coppi_tk

Notas do Autor


OIE PESSOAS TUDO BOM?
Eu voltei \o/
Já estava com saudades
Eu fiz minhas provas e pego os resultados semana que vem.
Estudei pra caramba espero que tenha valido a galinha porque a pena é pouco kkkkk isso foi péssimo.

BOA LEITURA E ESPERO QUE GOSTEM ^^

(notas de 2017 que não quero apagar)

Nome do Capítulo: Sem pressão

Capítulo 6 - No Presure


Fanfic / Fanfiction Sweeten - Taekook - No Presure

Despertei com os raios de sol iluminando o meu rosto naquela manhã, e abri os olhos percebendo que ainda estava na mesma posição que havia adormecido. Meu nariz roçou involuntariamente no pescoço de Taehyung, e senti o seu cheiro misturado com o meu. Me afastei um pouco do seu corpo quando percebi o que estava fazendo e o encarei.

Suspirei aliviado quando percebi que ele finalmente havia conseguido dormir naquele dia, sua expressão denunciava que ele havia se esquecido das preocupações que o atormentava, e finalmente havia caído no sono.

Eu ainda estava próximo o suficiente para sua respiração roçar levemente em minha pele, e observei o rosto bonito, admirando cada detalhe. Seus lábios agora estavam quietos, serenos e vermelhinhos devido aos momentos que ficaram tão perto dos meus. Seus olhos fechados eram protegidos pelos cílios longos e escuros, me deixando mais seguro para observá-lo por mais um momento. Contei as pequenas pintinhas que pontilhavam suas bochechas, lábio e nariz. Cada uma delas sendo memorizada por mim, enquanto eu tentava conter a minha vontade de depositar um selar demorado em cada uma.

Preocupado em ser pego no flagra o admirando daquela forma, comecei a me afastar de si. Com cuidado, me desvencilhei dos seus braços que rodeavam a minha cintura, evitando acordá-lo, e saí do quarto com passos leves.

Me dirigi ao banheiro para realizar minha rotina matinal de higiene, tentando não pensar demais nas cenas que aconteceram em meu quarto. Depois de lavar o rosto e escovar os dentes, fui preparar algo para comer. Meu estômago roncava, lembrando-me de que eu não havia me alimentado bem durante aquela noite.

Enquanto eu preparava o meu café da manhã, ouvi o som da porta do meu quarto sendo fechada, e me aproximei da entrada da cozinha, observando quando Taehyung chegou na sala esfregando os olhos sonolentos e olhando em volta, ainda despertando. 

Namjoon, que estava na sala lendo um livro, lançou-me um sorriso malicioso quando percebeu Taehyung saindo do quarto. Eu podia sentir o calor subir ao meu rosto enquanto me perguntava se ele havia notado algo. 

— Bom dia, Taehyung. Não sabia que estava aqui ainda — Namjoon disse suavemente.

— Bom dia, hyung… É, eu acabei pegando no sono. — A voz de Taehyung soou rouca.

Voltei a minha atenção para a frigideira quando Namjoon permaneceu alternando olhar entre eu e Taehyung com um sorriso malicioso, parecendo ter entendido o que havia acontecido durante a madrugada.

Depois de alguns minutos, Taehyung entrou na cozinha. Ele ainda parecia um tanto sonolento, e sua expressão era neutra. Cumprimentou-me com um simples "bom dia" e se aproximou da geladeira, buscando pela jarra de água.

— Bom dia. — Respondi, observando-o. — Estou fazendo alguns sanduíches para comer.  Quer que eu prepare para você também? — Perguntei, apesar de já ter preparado um recheio suficiente para nós dois.

Taehyung parou e olhou em minha direção, como se a pergunta o tivesse pego de surpresa. Depois de um momento de hesitação, ele sorriu brevemente e respondeu:

— Não, não precisa, Jungkook. Eu já vou voltar para o meu dormitório. Não quero atrapalhar você. — Seu tom era gentil, mas também continha uma certa distância. Era como se ele quisesse manter uma certa barreira entre nós naquele momento.

Balancei a cabeça, respeitando sua decisão, também não queria deixar evidente que esperava que ele tomasse café comigo naquela manhã, até porque ele já havia anunciado que iria voltar para o dormitório.

— Tudo bem, se mudar de ideia, é só me avisar. — Respondi tentando manter o mesmo tom, voltando a minha atenção para os sanduíches.

Enquanto permanecíamos na cozinha, uma mistura de embaraço e expectativa pairava no ar. Eu sabia que algo havia mudado entre nós dois, mas ainda não estava certo sobre o que aquilo significava, e aquela pequena tensão no ar me fazia ter uma sensação estranha sobre tudo.

 

Nos dias que se seguiram após o nosso encontro noturno na cozinha e à troca de beijos intensos que compartilhamos em meu quarto, não podia deixar de sentir que frequentemente as coisas mudavam na dinâmica entre Taehyung e eu. A proximidade e a intimidade daquela noite, que foram tão mágicas, pareciam ter criado uma complicação em nossa comunicação.

Taehyung, que antes parecia à vontade ao meu lado, agora se tornara mais reservado. Ele agia como se houvesse uma barreira invisível entre nós. Seu sorriso era menos frequente, substituído por momentos de silêncio e olhares esquivos. Às vezes, ele parecia tímido, como se estivesse incerto sobre como agir perto de mim.

A situação me deixou desapontado, criando uma sensação amarga no peito. Cada vez que eu acreditava que havíamos finalmente derrubado aquela barreira que existia entre nós, era como se tudo fosse reconstruído, e voltássemos à estaca zero, como se tivéssemos voltado para aquele dia na calourada, com todos os seus receios e incertezas. Era uma dança dolorosa, avançando um passo e retrocedendo dois, com nossos corações emaranhados em sentimentos complexos e palavras não ditas.

A alegria e a cumplicidade que compartilhamos pareciam ter sido substituídas por um espaço vazio, e isso me desmotivou em continuar tentando me aproximar dele. Às vezes, eu me perguntava se Taehyung também estava tão confuso quanto eu em relação ao que havia acontecido entre nós.

O dormitório parecia ter uma atmosfera diferente, normalmente parecia tranquilo e acolhedor, mas quando  ocupávamos o mesmo ambiente, de repente o local ficava preenchido com uma tensão sutil, e nossos hyungs, que normalmente eram agitados e cheios de energia, agora percebiam a tensão entre nós. Eles não comentavam diretamente, mas seus olhares inquisitivos eram perceptíveis, como se estivessem tentando decifrar o que havia acontecido.

Nesse ambiente de incerteza e mudança, eu lutava para entender a razão pela qual Taehyung parecia manter uma certa distância. Eu desejava que as coisas pudessem voltar a ser simples, como na noite em que compartilhamos nosso terceiro beijo e todos os outros beijos que vieram em seguida, mas agora parecíamos presos em um impasse, e eu não sabia como superá-lo.

[...]

Enquanto os dias se arrastavam lentamente, percebi que eu estava mal acostumado com a presença dos hyungs. Quando não estávamos todos reunidos, eu me sentia entediado, como se algo crucial estivesse faltando em meu dia. Era uma sensação estranha, especialmente porque eu havia passado tanto tempo ansiando por momentos de paz e “solidão”. No entanto, essa sensação de vazio parecia desaparecer sempre que estávamos todos juntos.

No último domingo antes de começar as aulas na universidade, os hyungs decidiram que iríamos sair durante à noite para aproveitarmos o último dia das férias. O dia passou arrastado, e eu não conseguia evitar a crescente expectativa de que a noite logo chegaria.

Durante a manhã, Namjoon e eu tínhamos arrumado a bagunça que havíamos criado naquela semana no dormitório,  e recorremos ao serviço de delivery para o almoço, uma vez que ainda não havíamos feito as compras do mês e os mantimentos estavam começando a se esgotar.

Antes de anoitecer, Jimin e Hoseok foram para o nosso dormitório, também sentindo o tédio e a necessidade de fazer algo para passar o tempo. A cada minuto que passava, eu ansiava mais pelo momento em que finalmente deixaríamos o dormitório.

Quando começou a anoitecer fui tomar um banho. Lavei o meu cabelo pela segunda vez naquele dia, como se estivesse buscando uma sensação de renovação. No entanto, mesmo no chuveiro, Taehyung não saía dos meus pensamentos. Imagens da noite que passamos juntos em meu quarto sempre vagava em minha mente, me fazendo morder os lábios ao lembrar do beijo, da respiração ofegante, dos gemidos, e daqueles momentos intensos.

Terminei o banho às pressas, percebendo que aqueles pensamentos estavam me afetando de uma maneira que eu não esperava, parecia que quanto mais ele me evitava mais eu pensava nele.

Pensar naquela situação com Taehyung me lembrava de uma experiência que eu havia passado há alguns anos antes, quando eu ainda estava no ensino médio, embriagado e confuso. A primeira experiência que tive com bebidas alcoólicas ecoava como uma lembrança embaçada de um filme antigo. Há alguns anos atrás, em uma festa com meus colegas do ensino médio, eu estava mergulhado na atmosfera de música alta e risos quando o álcool começou a fluir.

Jihan, meu melhor amigo na época, era o autor de muitas risadas naquela noite. Ele preenchia nossos copos com tequila e doses de soju enquanto nos envolvia em conversas animadas com outros amigos. Ele era o epítome da diversão, e eu o seguia naquela jornada com uma sensação crescente de euforia.

No entanto, houve um momento específico entre nós, que parecia apenas uma memória de um sonho em minha mente. Depois de uma conversa que se arrastou até um ponto indefinido, Jihan se aproximou de mim, seus dedos enrolaram em meu cabelo, e seus lábios encontraram os meus em um beijo.

Depois seguimos para algum lugar afastado daquela região, e até hoje não tenho certeza sobre o que aconteceu. No dia seguinte depois de me recuperar daquele porre perguntei porque ele havia me beijado e o que aconteceu depois daquilo.

“— Por que você fez aquilo? — Eu questionei ousadamente a Jihan, na esperança de entender o que tinha acontecido entre nós naquela noite turva.

— Eu estava fora de mim, Jungkook. Na verdade, não me lembro bem do que aconteceu ontem, e talvez seja melhor para a nossa amizade nós dois esquecermos. — ele disse, sua expressão se tornando mais séria antes de ceder novamente ao riso quando percebeu meu silêncio.”

Eu segui seu conselho e enterramos o que havia acontecido naquela noite e nunca falei sobre aquilo para ninguém, mas, inevitavelmente, o destino havia planejado que Taehyung e eu acabássemos explorando um terreno semelhante, desperto e consciente. Aquilo era como um lembrete constante de que a vida tinha um jeito engraçado de desenterrar as lembranças e nos forçar a confrontá-las ou a enterrá-las novamente.

Talvez Taehyung quisesse fazer o mesmo que Jihan, e por isso estava me tratando daquela forma.

Dei uma rápida olhada no espelho, tentando afastar os pensamentos intrusivos, e comecei a me vestir. Escolhi uma roupa mais simples, que poderia servir para uma ocasião mais informal: Uma calça jeans rasgada nas coxas, uma regata preta e uma jaqueta jeans quase branca, com um tênis branco nos pés. Adicionei alguns acessórios e uma colônia leve.

Quando terminei de me vestir, fiquei esperando Namjoon na sala. Ele estava demorando mais do que o usual. Quando ele finalmente apareceu, meu olhar o encontrou e, como sempre, ele estava impecável, fazendo-me sentir um pouco intimidado pela sua presença.

Seokjin nos aguardava encostado em seu carro. Taehyung e Jimin já estavam acomodados no banco de trás, com os seus sorrisos radiantes, especialmente o de Taehyung, que parecia acelerar as batidas do meu coração. 

Namjoon optou por pegar um táxi, acompanhado por Hoseok e Yoongi. Seokjin ocupou o assento do motorista, enquanto Suzy se acomodou ao seu lado. E então, ocupei o último espaço do banco de trás, me sentando ao lado de Taehyung, sentindo as tensões invisíveis circulando entre nós.

O banco do carro era pequeno demais para a complicação que existia entre eu e Taehyung. Ele estava posicionado no meio, mas parecia inclinado a evitar qualquer contato visual ou diálogo comigo.

O que antes havia sido um silêncio incômodo, agora se assemelhava a um fosso emocional que eu hesitava em atravessar. A sensação era que havia uma barreira invisível, mais sólida do que qualquer parede física, separando-nos.

O Kim mais novo estava inclinado para o lado de Jimin, conversando e rindo com ele de maneira despreocupada. Pareciam tão à vontade, e eu me sentia como um intruso no mesmo espaço, mesmo que só estivesse fisicamente presente.

Cada vez que meu olhar se dirigia a Taehyung, eu encontrava seu olhar desviado, fixado em algum ponto indistinto à nossa frente. Ele evitava me olhar, e a falta de comunicação pesava como uma âncora em meu peito. As palavras que queria dizer, as explicações e sentimentos que ansiava compartilhar, pareciam presos na garganta.

O silêncio era quebrado ocasionalmente pelo som da música vinda do rádio do carro. Era uma tentativa de escapar do peso esmagador da situação. Mas nem mesmo a música podia dissipar completamente a tensão.

Finalmente chegamos ao nosso destino, que parecia uma casa de festa noturna. O ambiente em torno de nós era uma mistura de luzes cintilantes e batidas sincronizadas, uma festa em pleno vigor. As pessoas riam, dançavam e conversavam ao redor, formando uma corrente de energia vibrante que contrastava com o turbilhão de emoções dentro do carro.

Taehyung parecia desanimado quando finalmente se virou para mim, e a troca de olhares que tivemos transmitiu um turbilhão de sentimentos não ditos. Toda a tensão, a estranheza e a distância que pareciam crescer entre nós estavam implícitas naquele olhar fugaz. Eu queria que ele dissesse algo, que me desse algum sinal sobre o que estava acontecendo, mas suas palavras permaneceram presas, como se algo o impedisse de se expressar.

Enquanto as portas do carro eram abertas, liberando-nos para a boate, o sentimento de desconexão e incerteza me envolveu completamente, como uma névoa que obscurece a visão. O local estava repleto de pessoas, uma multidão pulsante e enérgica. No entanto, aquela sensação de deslocamento persistia, e eu me perguntava como as coisas haviam chegado a aquele ponto.

Encarei o nome da boate em neon piscante: "No Pressure". Um nome irônico, dado o turbilhão de emoções que eu estava sentindo. 

Inconscientemente, li o nome em voz alta, e Jimin ao meu lado respondeu: 

— O melhor lugar para nos despedirmos das férias, com direito a open bar.

Um sorriso irônico escapou dos meus lábios enquanto me perguntava se era exatamente o que eu precisava. Ignorar os sentimentos conflitantes que Taehyung estava causando em mim parecia ser uma missão impossível, mas ali, com o nome "No Pressure" em mente, eu estava determinado a tentar.

Assim que entrei na boate, fui recebido por um mar de luzes coloridas, uma enxurrada de música alta e a energia contagiante da multidão. O ambiente era hipnotizante, um labirinto de pistas de dança, áreas de estar aconchegantes e bares movimentados.

Decidi que a melhor maneira de lidar com meus sentimentos complicados era afogá-los na diversão. Ignorei os olhares e as conversas intermitentes de Taehyung, concentrando-me em Yoongi e Hoseok, que pareciam estar decididos a se divertir ao máximo.

Peguei uma bebida, e então outra, e mais uma. O álcool fluía, aquecendo meu corpo e removendo gradualmente as barreiras que a tensão havia erguido. Comecei a dançar, me movendo com a batida da música, entregando-me à euforia da pista de dança junto com Hoseok.

A música, alta o suficiente para vibrar em meus ossos, me envolveu completamente, tornando fácil esquecer a confusão emocional que havia trazido comigo para aquela boate. Risadas, danças e cores vibrantes se misturavam enquanto eu me entregava à atmosfera da boate. Minha mente estava momentaneamente livre de pensamentos intrusivos. 

Com um sorriso nos lábios, eu conversava e dançava com estranhos, aproveitando a oportunidade de viver uma noite sem medos. O álcool escorria nos copos e nas gargantas sequiosas, e, sem me preocupar com o amanhã, aceitei mais uma  bebida que um dos estranhos ao meu redor me ofereceu. O drink desceu refrescante pela minha garganta, e a sensação de calor e euforia se espalhou ainda mais por todo o meu corpo.

O ritmo frenético da música me embalou por mais algum tempo, e eu continuei dançando na pista com entusiasmo. No entanto, meu corpo começou a protestar contra a maratona de movimentos. Cada passo e giro me faziam sentir um cansaço crescente, como ondas suaves de exaustão que se aproximavam.

Com a música ainda pulsando ao meu redor, decidi que era hora de dar uma pequena pausa. Eu estava cercado por luzes coloridas e pessoas dançando, todas em seu próprio mundo de alegria e diversão. Em busca de um refúgio temporário, comecei a procurar por um lugar tranquilo na boate.

Encontrei uma mesa recuada em um canto, onde a agitação da pista de dança não chegava com tanta intensidade. Era um oásis de calma em meio ao furacão de luzes e som. Com passos cansados, me dirigi a ela e sentei. Era um breve momento de descanso, apenas o suficiente para recarregar as energias antes de voltar à dança e ao frenesi da noite.

Sentia minha garganta voltar a ficar seca, enquanto eu observava a multidão dançando com os rostos embalados pelo álcool e pela música, uma sinfonia caótica de movimentos e emoções. 

Minha mente estava turva, como se as bebidas tivessem criado uma névoa em meu pensamento. Os sentimentos confusos e as dúvidas que eu havia tentado deixar para trás ressurgiram, mas eram distantes, como se fossem de outra pessoa.

A euforia da música foi interrompida quando vi Taehyung cambaleando até mim. Seus olhos estavam vidrados e um sorriso desequilibrado enfeitava seu rosto. Ele parecia alterado pela bebida, o que me deixou surpreso, já que ele parecia controlado quando chegamos.

Percebi que ele segurava uma garrafa de água quando ficou próximo o suficiente de mim, já me oferecendo. Peguei a bebida da sua mão, surpreso com o gesto sem saber o que dizer.

— Desculpa se estiver quente, Hobi hyung falou que você ficou dançando na pista de dança, então imaginei que quando você terminasse de dançar iria querer beber um pouco de água… — Ele disse enquanto se sentava ao meu lado. — Mas não imaginei que você demoraria quase duas horas para enfim se cansar.

Eu sorri com a sua fala, enquanto abria a garrafinha lacrada para beber um pouco da água.

— Está ótima, obrigado. — Respondi, sem palavras melhores para me expressar.

O ambiente na boate continuava animado com a energia da música e das luzes coloridas, mas ali naquela mesa, um estranho silêncio havia se instalado entre nós. Taehyung me olhava de maneira intensa, sua expressão carregada de alguma emoção indecifrável. Eu podia sentir o peso de seu olhar.

Intrigado e inquieto com os olhos castanhos presos em mim, decidi perguntar:

— Taehyung, por que você está me olhando assim?

Ele piscou, como se despertasse de algum devaneio e sorriu, um sorriso tímido que ao mesmo tempo carregava uma pitada de malícia.

— Não é nada, é só que... você... você está incrível essa noite — Ele começou, com as suas palavras tropeçando — Quer dizer, você é sempre incrível, mas esta noite… — Taehyung parecia tentar se concentrar nas palavras, por isso o seu tom soou mais suave e seu olhar sincero, embora estivesse claramente alterado pelo álcool.

Fiquei surpreso com sua resposta, e o encarei, incerto sobre o que dizer. Taehyung estava claramente bêbado, mas algo em seu tom confuso e inibido mexeu comigo.

— Taehyung, parece que você bebeu bastante enquanto eu dançava… — Falei, embora eu não estivesse diferente, mas sentia o efeito do álcool sendo um pouco neutralizado pela água, mas ainda precisava falar com calma para que minha voz não saísse embolada.

— Isso não anula o que estou dizendo — ele respondeu com um sorriso astuto, olhando-me profundamente. — Eu sei que deve estar chateado comigo, com minha falta de ação…

Cada palavra que ele pronunciava ressoava em meus ouvidos, fazendo meu coração acelerar.

— Taehyung, você está bêbado. Talvez devêssemos falar sobre isso quando… 

— Não, não. Preciso te dizer, antes que eu me arrependa. — Ele fez uma pausa, sua expressão um misto de coragem e apreensão. — Eu não consigo tirar você da minha cabeça, Jungkook. Fico completamente desconcertado quando estamos juntos, até mesmo agora eu sinto o ar faltar. E... eu não sei como lidar com isso. 

Quando Taehyung soltou aquelas palavras, meu mundo pareceu congelar por um instante. Cada uma de suas palavras se entrelaçou com o som distante da música, e eu estava completamente imerso naquele momento.

A intensidade de suas palavras ecoavam na minha mente, fazendo meu coração martelar. Era como se o som ao nosso redor diminuísse, e fossêmos os únicos naquele canto da boate. Sua confissão inesperada era uma lufada de ar fresco, mas também um vendaval de emoções que eu não sabia como processar.

— Eu odeio essas bebidas alcoólicas, odeio todos esses gostos amargos — Ele confessou. — Mas eu queria pelo menos um minuto de coragem insana para falar com você.

Minhas próprias emoções eram um turbilhão, um misto de surpresa, confusão e talvez um toque de esperança. Mas, embora quisesse responder, as palavras pareciam fugir de mim. Talvez fosse o efeito do álcool em meu sistema, ou talvez fosse o próprio choque da revelação.

Naquele momento, eu simplesmente não tinha certeza do que sentir ou do que dizer, então permaneci em silêncio. Era uma situação que exigia reflexão e consideração cuidadosa, algo que não era fácil de realizar no meio de uma boate barulhenta e movimentada.

Observando-o, pude ver a autenticidade em seus olhos enevoados pela bebida, uma honestidade que se atrevia a quebrar mais uma vez as barreiras cuidadosamente construídas. Eu não tinha como negar que algo similar me consumia, algo que eu queria desesperadamente manter selado em meu interior.

A música continuava sua sinfonia crescente, as luzes dançavam ao nosso redor, enquanto nós dois, imersos em um mar de incerteza, estávamos ali, sós no meio da tempestade. 

E, no auge de nossos sentimentos à flor da pele, um ruído estridente de risadas altas nos arrancaram de nossa bolha emocional. O nosso grupo de amigos, embriagados e risonhos, nos cercou, aparentemente alheios ao drama silencioso que se desenrolava entre Taehyung e eu.

— Ei, vocês dois! O que estão fazendo aqui sozinhos? — Yoongi, com uma lata de cerveja na mão, questionou, seu sorriso sugestivo mostrando que ele percebeu algo que Taehyung e eu talvez nem soubéssemos que estávamos transmitindo.

Taehyung bebeu um pouco da água da garrafa que ele me deu, como se tivesse uma desculpa para não responder e eu permaneci em silêncio sem saber o que dizer. Como nenhum de nós respondemos, Yoongi, Hoseok e Jimin nos encararam desconfiados.

Eu não sabia como reagir, meu cérebro ainda girava com as palavras de Taehyung. Talvez fosse apenas o efeito do álcool, pensei, uma conversa de bêbados que logo seria esquecida na névoa da noite.

Uma nova música pulsava, o ambiente da boate tremia com a batida e as luzes piscavam em um frenesi hipnotizante. Taehyung, com um sorriso brincalhão nos lábios, estendeu a mão em minha direção, os olhos brilhando com uma chama que eu já conhecia bem. 

— Vem, Jungkook, vamos dançar… Só nós dois. — Sua voz soou por cima da música alta, suave como um convite íntimo.

Não consegui resistir ao convite, a aquela chance de ter um momento a sós com Taehyung. Com um sorriso que mal pude conter, aceitei sua mão, permitindo que ele me guiasse de volta para a pista de dança, longe dos olhos curiosos dos seus amigos.

Lá, no meio da multidão que dançava e se contorcia ao ritmo da música, fomos absorvidos pelo pulsar da batida. Taehyung e eu dançamos, nossos corpos se movendo em harmonia, como se estivéssemos seguindo uma coreografia secretamente ensaiada. Seu toque era suave e firme, os olhos fixos nos meus, revelando uma intensidade que queimava profundamente.

O mundo lá fora desapareceu, substituído apenas pelo som da música e pela eletricidade que passava entre nós. Eu sentia seus dedos escorregando gentilmente pelos meus, sua mão na minha cintura, uma ligação que transcendia a dança.

Enquanto a música tocava em um ritmo incessante, eu me encontrava cada vez mais envolvido na dança com Taehyung, mas de repente comecei a sentir uma leve sonolência, provavelmente devido a quantidade de horas que haviam passado. Ignorando aquele pressentimento, concentrei-me em cada passo, na sensação das mãos de Taehyung em minha cintura e seus olhos fixos em mim.

Nossos corpos se moviam em harmonia com a batida da música, e o sentimento de confusão e sonolência se intensificava ligeiramente. Minha visão parecia embaçada, e eu comecei a sentir uma vertigem leve, mas tentei disfarçar para que Taehyung não percebesse, porque queria continuar ali com ele, e por esse motivo permaneci dançando.

Cada momento a sós era precioso, uma fuga de nossas realidades, onde podíamos nos perder um no outro. Em seus braços, as palavras se tornaram desnecessárias, pois nossos corpos falavam a mesma língua.

À medida que a música continuava, percebi que o que quer que estivesse acontecendo entre nós era mais profundo e complexo do que qualquer coisa que eu já havia experimentado. Nossos olhares se entrelaçaram em meio à música e, antes que pudéssemos pensar muito, nossos lábios se encontraram num beijo desengonçado e necessitado. Foi como um ato de pura impulsividade, uma explosão de sentimentos que não podíamos mais conter.

O beijo que compartilhamos, repleto de urgência e paixão, deveria ter dissipado qualquer resquício de sonolência ou confusão que eu estava sentindo, mas, ao invés disso, esses sentimentos se aprofundavam. E eu começava a me arrepender por ter ingerido uma combinação de bebidas que provavelmente não poderiam ser misturadas.

O gosto de álcool nos nossos lábios se misturava ao calor do momento. Enquanto nos beijávamos, a sensação de enjoo e confusão se tornava mais presente. Ao nosso redor formavam um cenário quase alucinatório, quase como se eu estivesse vivendo em um sonho nebuloso. 

Enquanto dançávamos e nos beijávamos, os olhares curiosos da multidão ao redor pareciam distantes e irrelevantes. No entanto, aquele sentimento de vertigem e sonolência tornava tudo mais difuso. Tentei me concentrar nas emoções ardentes que fluíam entre nós, mas minhas pernas estavam começando a fraquejar.

As mãos de Taehyung deslizaram pelas minhas costas, puxando-me para mais perto, enquanto o beijo se aprofundava, e os efeitos do álcool se misturavam às sensações estranhas, criando uma experiência quase surreal, me fazendo esquecer das coisas ao meu redor.

Enquanto nossos lábios se afastaram brevemente, um olhar de urgência e desejo permaneceu nos olhos de Taehyung. Ele queria mais, e a minha hesitação estava ficando cada vez mais difusa, obscurecida pelos efeitos do que eu acreditava ser das bebidas.

O loiro pareceu falar alguma coisa, mas eu não consegui ouvir, suas palavras pareciam desconexas, e eu sequer conseguia me ver aonde estávamos, tudo o que eu conseguia ver e reconhecer era ele. Todo o resto se tornou indecifrável devido às alucinações, à sonolência e ao enjoo. Meus pensamentos se tornaram um borrão indistinto, e eu lutei para manter a consciência enquanto Taehyung parecia falar sobre algo importante, sua expressão era séria, e poderia dizer que ele também parecia preocupado, mas tudo parecia tão confuso.

Em meio a um turbilhão de sensações e pensamentos fragmentados, uma escuridão começou a se aproximar. Foi nesse estado de confusão que, hesitante e incapaz de reunir pensamentos coerentes, me vi incapaz de me manter em pé, minha visão estava distorcida pelas alucinações e a sonolência pesava sobre mim como uma manta sufocante. A música, antes ensurdecedora, se distanciava. A última coisa que percebi foi a expressão aterrorizada nos olhos de Taehyung.

Eu cambaleei, com a minha visão escurecendo, e depois, tudo se desfez em um borrão. Eu não tinha controle sobre meu corpo, até que os meus joelhos cederam e caí em direção à escuridão iminente.

Foi nos braços de Taehyung que tudo desapareceu. A última coisa que ouvi foi o eco distante da música e o som preocupado de sua voz chamando meu nome.


Notas Finais


Muito obrigada por ler até aqui, e muito obrigada pelos comentários e favoritos!!!

Estou super ocupada com o trabalho e a faculdade, mais vou continuar tentando postar toda semana e responder os comentários.

Inclusive, quero muito saber as teorias sobre o que aconteceu com o Jungkook, porque a parti do próximo capítulo terá algumas mudanças nessa dinâmica dos Taekook

Tag da fic: #sweetentk

Meu twitter e instagram: @coppi_tk

Até a próximo capitulo!


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