Você e Chifuyu se olharam com uma tensão preocupada e começaram a rir alto. Yuzuha também riu e vocês três riram mais ainda porque ela estava toda suja entre os cabelos.
Para não pegar nos seus pés a amostra, você ficou parada como estátua.
— Yuzuha, eu já vou te ajudar. — você falou, com a voz rouca de tanto rir.
— Mas que porra é essa? — Mitsuya entrou na cozinha junto com Emma.
— O vovô vai me matar. — Emma correu para ajudar Yuzuha. — Ele vai. Ele vai matar hoje.
— Fique calma. — Mitsuya olhou para Emma com tranquilidade. — Ah, [seu nome], segura a minha mão que eu te puxo, assim você não se suja.
Você olhou para Chifuyu que olhava para Mitsuya seriamente.
— Ei, [seu nome]. — Chifuyu se aproximou um pouco. — Pule nas minhas botas. Você está mais perto de mim.
— Ah, hum... — você olhou para Mitsuya. — Tudo bem!
Chifuyu estendeu as mãos para você, você as segurou com força enquanto tirava seus dedos das sandálias. Você ria muito. Olhou para Yuzuha rapidamente e agora ela estava quase dormindo com a caneca de café na mão. Emma prendia seus cabelos e a abanava com um papel dobrado.
— Vem. — Chifuyu chamou a sua atenção.
Você pulou descalça nas botas de Chifuyu. Quando percebeu que ia se desequilibrar, ele passou uma das mãos por sua cintura fortemente enquanto andava para trás e puxou seu corpo contra o dele. Você segurou o fôlego e mesmo que estivessem com outras pessoas na cozinha, sentiu sua temperatura aumentar.
— Ah, meu pai. — você mais gemeu do que suspirou.
— Desculpa, eu te machuquei?
— Se eu falar mais do que isso, provavelmente não vou querer olhar para sua cara amanhã. — você olhava para seus pés em cima das botas de Chifuyu.
Desceu de seus pés, suas mãos desfizeram-se do entrelaço. Seu corpo vibrou com aquele contato físico, provavelmente ainda mais descontrolado pelo álcool que havia bebido.
— Emma. — Mikey entrou na cozinha e quando olhou para o chão arregalou os olhos. — Quem fez...
— Yuzuha. — Emma respondeu.
— Tá. Então, eu sei que pareço muito calmo, mas... o vovô tá voltando pra cá e só agora que ele me ligou para avisar! Tipo, a gente tem umas duas horas ou três horas para deixar tudo nos eixos. — Mikey olhou para todos com uma voz de medo.
— O vovô tá voltando? Mas, espera, agora que são uma da manhã!
— Cara, você acha que o vovô liga para o horário?
Você e Chifuyu estavam encostados na bancada da cozinha.
— Ei, o que o avô deles foi fazer, você sabe? — você sussurrou.
— Pescar com uns amigos. Eles saíram por volta das 18h para pescar às 6h da manhã em um lago de uma cidade vizinha. — Chifuyu sussurrou de volta.
— E aí, Chifuyu, você pode fazer isso? — Mikey interrompeu a fofoca de vocês.
— Claro, Mikey. Espera, fazer o quê?
— Desmontar as luzes lá do quintal e guardar os peixinhos da piscina. — Emma levantou, tirando a caneca vazia de Yuzuha.
Mitsuya passou por vocês com panos limpos e junto com Hakkai começaram a limpar a cozinha.
— Eu ajudo você, Chifuyu! — você o puxou para irem até o quintal.
Senju já enrolava alguns fios das luzes. Ao olhar para vocês, abriu um sorriso.
— Mikey mandou vocês arrumarem a casa dele também? É um preguiçoso. Aposto que quando entrarmos e ele vai estar dormindo no sofá. — ela riu.
— Eu não ficaria surpreso com isso. — Chifuyu foi para o lado de Senju e juntos começaram a desfazer e desligar as luzes das árvores.
Você foi até a piscina inflável e se ajoelhou, começou a colocar os peixinhos caídos do lado de fora e dentro em uma caixinha. Quando olhou para Chifuyu e Senju, viu que ele ria alto de algo que ela disse. O clima entre eles agora era diferente de mais cedo, pareciam amigos de longa data, mais descontraídos e próximos. Você pensou que eles ficavam bem juntos, mas de repente essa ideia a deixou meio mal e você desviou os olhos com algum sentimento de culpa.
Mordeu os lábios. Olhou para uma garrafa meio cheia de cerveja e a virou sem pensar duas vezes.
Ao olhar de novo, Senju enrolava os fios lentamente sentada sob a mesa enquanto ela e Chifuyu trocavam um olhar intenso, eles ainda falavam sobre alguma coisa, mas pela distância, não era possível ouvir. Você mordeu os lábios com mais força. Olhou para baixo e percebeu que a caixa estava cheia e não havia mais peixinhos idiotas para guardar. Por alguma razão, você fervia de ódio e, ao mesmo tempo, sentia culpa, remorso ou...
— Quer ajuda, [seu nome]? — Chifuyu se agachou ao seu lado.
Você se assustou. Olhou para trás e Senju não estava mais no quintal.
— Cadê a Senju?
— Entrou. Então, vamos limpar a mesa? — Chifuyu levantou.
Você levantou também, mas se sentiu zonza. Virar a garrafa não foi uma boa ideia.
Só finja que está tudo bem. Finja que você não está zonza ou com ciúmes ou enjoada ou pensando em como o Chifuyu é lindo ou como...
— Você está bem? — Chifuyu começou a rir.
Você percebeu que estava com a colher dentro do mousse remexendo-a como um mingau em uma panela.
— Tô ótima.
— Então, o que eu acabei de falar?
— Perguntou se eu estava bem!
— Antes disso.
— Limpar a mesa.
— Depois disso.
— Você disse que... — você olhou para ele. Ah, droga, ele é tão bonito. — Droga, você é tão bonito, eu não consigo me concentrar direito.
Você nem percebeu que tinha falado em voz alta.
O sorriso de Chifuyu ficou maior.
— Eu sabia. Você virou aquela garrafa, não é? — ele apontou para a garrafa de cerveja no chão. — Eu tiro os olhos de você por um minuto e olha você!
— Tirou os olhos porque estava flertando com a Senju.
— O quê? — ele riu. — Eu não... Pera, você ficou me observando?
— Eu não.
Chifuyu semicerrou os olhos.
— Ah, então você não ligaria se eu flertasse com ela?
— E você ligaria se eu pedisse o número do Mitsuya? — você apontou a colher para ele.
Ele virou a cabeça para trás, pensando em uma resposta.
Você teria uma bela vitória se não tivesse quase caído por causa da tontura que sentiu. Se segurou na quina da mesa e Chifuyu se aproximou de você.
— Tudo bem! Você fica sentadinha aqui. — ele sentou você em um dos banquinhos. — Me observe limpar a mesa. Não pegue mais em nenhuma garrafa, por favor.
— Não posso prometer nada.
— Não quero que você tenha uma ressaca daquelas na primeira festa que eu te levo. Não seria legal você acordar péssima pela manhã.
Você começou a gargalhar.
— Quem disse que eu nunca fiquei de ressaca? — você mordeu um dos morangos. Na verdade, Chifuyu não havia dito nada, mas você nem notou por causa do efeito da cerveja. — Eu já fiz cada coisa que você ficaria assustado... ou muito triste. Que ódio. Odeio. Odeio tudo isso. — você olhou para as bebidas. — Ele é um idiota.
— [seu nome].
— Desculpa. — você levantou uma das mãos pedindo trégua. — Eu tô bêbada.
— Eu não tinha notado. Obrigado por me informar.
— Você é um idiota. Um dia vai me deixar louca com essas suas respostas.
— Olha quem fala.
Chifuyu terminou de alinhar os pratos e talheres enquanto você olhava.
— Certo. Precisamos levar essa mesa para ali. Você pode me ajudar com isso?
— Se você me prometer que dançamos juntos depois, sim!
— Tá bom! — ele riu de novo.
De forma desajeitada, você e Chifuyu ergueram a mesa. Levantaram até próximo da casa.
Yuzuha correu até você e a abraçou.
— Querem me levar embora, [seu nome]!
— Eu não vou deixar! — você a abraçou de volta.
— Yuzu, para com isso. Deixa de ser bebezona. Vamos logo! — Hakkai a puxou pelo braço para desfazer o abraço de vocês, mas você também não deixou.
— Mas ela é minha amiga.
— [Seu nome], você tá bêbada. Deixa a garota voltar pra casa. — Chifuyu também tentava desfazer o abraço.
— Eu também quero! — Senju se juntou no abraço e vocês começaram a rir. — Cara, precisamos sair juntas de novo!
— Vamos! — você e Yuzuha disseram.
Chifuyu puxou você e Hakkai levou Yuzuha, que chorava como se fosse embora para sempre.
— Bem, eu vou com eles! Então, [seu nome], por favor, saia comigo! — Senju pediu.
— Eu saio! — você disse com empolgação ao lado de Chifuyu.
— Fico honrada. — Senju jogou um beijo no ar. — E tchau, Chifuyu... — ela sorriu.
Chifuyu apenas sorriu dando um aceno.
— Agora você e eu também vamos. — Chifuyu estendeu o braço. — Você tá meio zonza, não é?
— Não tô! Se eu tivesse muito bêbada, eu poderia fazer isso? — você começou a tentar fazer uma espécie de movimentos com os pés para mostrar seu equilíbrio.
Você caiu.
— Me convenceu. — Chifuyu levantou você tentando não rir. — Perdi muito no argumento.
— Eu caí por causa da sua inveja.
Entrando na sala, Mikey dormia na sala. Draken desmontava o videogame ao lado de Emma.
— Nós já vamos. Arrumamos lá fora. — Chifuyu apontou.
— Obrigada! — Emma olhou para você — [seu nome], você não parece bem.
— Pois eu tô ótima.
Emma gargalhou.
— Imagino a missão que o Chifuyu terá que fazer para te levar para casa agora. Por favor, tomem cuidado! — ela a abraçou e acenou para Chifuyu.
— Tchau, gente! Boa noite! Amo vocês! De verdade! — você disse enquanto Chifuyu abria a porta.
Do lado de fora, olhou para seus pés descalços.
— As minhas sandálias...
— Vem. — Chifuyu se abaixou.
— Subir nas suas costas?
— É. Para você não sujar seus pés e eu tenho certeza que se te deixar em pé sozinha, capaz que você se quebre no chão no segundo seguinte.
— Não, eu vou sozinha. Eu tô ótima, sério. Eu tô muito bem.
— Mas lembra que a gente combinou que em outra oportunidade eu poderia te carregar? Lembra? — Chifuyu olhou com aqueles olhos galanteadores.
Você piscou algumas vezes.
— Parece que o dia chegou. Agora sobe.
Com vergonha, apesar de bêbada, você passou suas pernas pelas costas de Chifuyu e suas mãos seguravam seus ombros. Ele a puxou pelas coxas e você novamente deixou escapar um suspiro. Ele tinha um aroma tão bom, era um perfume suave, poderia ser o sabonete ou hidratante dele, parecia até natural.
— Não vai desmaiar.
— Diz isso pra você mesmo.
— Essa sua resposta não fez sentido nenhum.
Ele a soltou perto da moto. Após ajeitá-la e tirar os capacetes, você encarava a lua da madrugada.
— Pegue.
Você colocou o capacete.
— Eu amo andar de moto, sabia? Andei só umas quatro vezes, mas é tão legal. Queria levantar minhas mãos como se eu estivesse em uma montanha russa... — você levantou os braços imitando.
— Por favor, não faça isso enquanto eu estiver dirigindo.
— Por que não?
— Porque você está bêbada! E se você cair?
— Eu não vou!
— Certo.
Chifuyu sentou na moto e você sentou em seguida. Antes de colocar suas mãos em seus ombros, ele as puxou e as entrelaçou em volta da sua cintura. Você colocou sua cabeça em seu ombro pela aproximação. Que sensação maravilhosa era estar colada a ele.
— Não tire suas mãos daqui, [seu nome]. — ele segurava suas mãos em volta da cintura dele. — Se você tirar, eu passo uma hora sem falar com você.
Você começou a rir.
— Que tortura...
— Calada.
Mesmo entre zonza e enjoada, você começou a pensar se poderia beijá-lo assim que descessem da moto.
Chifuyu ligou o motor.
XOXO
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