História Sinner;; (Mitw). - História.

Tarik Pacagnan

Não sei como contar desde o inicio de minha vida, até porque, eu não me lembro. Quando eu tinha quinze anos o Deus Divino - vulgo aquele que cuida de mim -, me nomeou como o Deus dos céus, ou seja, eu era muito puro e inocente. Pelo menos é o que ele dizia. Mas será mesmo que uma criatura como eu, é inocente? Eu tinha tantos pensamentos e vontades impuras e que iam além dos meus ensinamentos. Não era para ser assim, não é? Tinha algo errado, sempre teve, mas eu nunca consegui descobrir. Confesso que me sinto muito desconfortável sendo dessa forma, pois eu queria mesmo, é fazer coisas diferentes, e não essas coisas tão entediantes. O mundo me puxava, mas eu não podia ir, não mesmo, senão iria sofrer muito. Mas não quer dizer que eu não faço um ótimo trabalho. Os outros deuses se arriscam em dizer que eu sou um dos melhores e mais dedicados. Eu não fazia muito, mas estamos falando de um céu. Daquele que abrange o mundo inteiro, então é algo bem grande, mas não complexo de se controlar. Dizem que criaturas como nós, não podem se relacionar, tirando o fato de podermos fazer isso entre si, já que sabíamos da nossa raça e afins. Até tentei fazer tal coisa, pois muitos vêem até mim, dizendo que eu sou o ser mais perfeito e que seria um prazer me ter como namorado ou algo a mais, porém eu nunca me senti a vontade com essas criaturas. Elas não faziam o meu tipo e nem sentia nada pelas mesmas, então acabei desistindo de tentar arranjar alguém e comecei a ficar tranquilo nesse requisito.

Após tudo isso, comecei a frequentar boates e bares. Não era algo ruim, pelo contrário, era algo muito bom. O Deus Divino não via o problema em eu frequentar esses tipos de lugares, eu apenas não podia me relacionar com ninguém. Havia sempre strippers por ali, então não era uma tarefa tão fácil assim, mas eu era obrigado a persistir. O local era bom, e pode ser estranho, mas eu me sentia super bem. O Deus Divino nunca me explicou o porquê de eu gostar de coisas assim, até porque, os outros realmente são puros e odeiam lugares e coisas assim. Era estranho, pois eu era diferente. E todos pareciam saber a verdade de tudo, apenas não querem me contar. Mas eu tentava dar de ombros para isso, apenas quero aproveitar a minha vida da melhor forma, até porque, ela é eterna e eu tenho muito tempo ainda para descobrir sobre tudo. Claro, as coisas não vão cair assim do nada para mim, mas eu realmente quero ficar relaxado, pois eu me preocupei com isso por muito tempo, e nunca achei nada. Então por enquanto, eu prefiro aproveitar o que não aproveitei nesses anos. Mas eu cometi um erro, um pecado que o Divino não tolerava. Eu não consegui resistir, era como se algo me dissesse para continuar, e eu fui. Não vou negar, foi muito bom, mas as consequências não foram tão legais. Por mais que o meu 'dono' foi legal comigo, ainda sim, foi ruim. Ele me deixou preso durante um mês, e ainda me torturou psicologicamente, mas o mesmo dizia que isso era necessário. Eu não concordava, mas não podia dizer ou pensar o contrário dele, senão as coisas poderiam piorar.

FlashBack On

Eu estava mais um dia naquela boate. Tudo era muito bom para mim, não havia do que reclamar. Era um local que eu realmente me identificava e que parecia que a hora passava voando. A melhor hora, era a noite, pois os strippers se apresentavam. Era um pouco ruim, pois não podia nem tentar nada com eles, mas só de ver os mesmos ali, seduzindo e com uma roupa totalmente sexy ao som de umas músicas bem sensuais, era algo ótimo. Muitos dali não me interessavam muito, mas aquele, a estrela da noite, o mais famoso dali e que todos amavam e queriam, ele sim, me chamava a atenção. Com certeza, o mesmo nunca me notaria, pois nem posso chegar perto dele, mas eu estava enganado. Em uma de suas apresentações da noite, era como se aquele show fosse apenas para mim, pois ele me encarava e que olhar que o mesmo me lançava. Não era nada inocente e confesso, o meu passou a não ser também. Sei que estava pecando, e não poderia estar fazendo aquilo, mas como se controlar quando um stripper está fazendo um show e olha de forma sedutora para você? É algo completamente impossível.

Para mim, era como se aquilo tivesse passado em horas, mas foram apenas alguns minutos. Quando tudo terminou, era como se eu tivesse voltado para a realidade e realmente percebesse o que estava fazendo. Bom, pelo menos eu espero que o Divino não tenha visto nada disso, até porque, ele pode me vigiar. Não gostava disso, pois não tinha nem um pouco de privacidade, mas não é como se eu posso decidir. Me levanto daquela cadeira que estava e vou até o banheiro dali. Não era um dos mais limpos, mas dava para fazer o que eu queria. Eu sentia que alguém estava me perseguindo, mas quando eu olhava para trás, só havia várias pessoas. Mesmo se eu quisesse descobrir quem era, não iria conseguir. Eu fico ali dentro daquele cômodo apenas pensando sobre algumas coisas, enquanto a música ecoava abafada por ali. Era um momento bom, eu passaria a noite aqui se pudesse, pois realmente estava me sentindo bem. Enquanto estava ali, eu levei um susto e tanto. Sinto braços envolverem minha cintura por trás. Quem seria?

— Você chamou muito a minha atenção, sabia? — Sua voz rouca, sussurrava em meu ouvido e me fazia arrepiar. Mas como ele conseguia me causar isso?

— Quem é você? — Pergunto, pois eu não conseguia ver quem era.

— Aquele que te quer mais do que tudo. — Ele me vira para sua frente, ainda com seus braços em volta da minha cintura. — Oh', tão mais lindo de perto.

Ele não me da tempo para falar, pois atacou meu pescoço ferozmente. Deixando beijos, mordidas e chupões, que com certeza ficariam dias ali. Eu precisava sair dali e negar tudo aquilo, mas eu não conseguia. Tinha algo me puxando e mandando eu aceitar tudo aquilo. Pensava nas consequências que aquilo me traria, mas ao mesmo tempo eu gemia e clamava por mais toques. Sim, eu estava quase transando com um desconhecido que eu nem sabia o nome.

— Não precisa ficar nervoso, meu amor, não vou fazer nada que não queira. — Ele tira sua atenção do meu pescoço e dita palavras que me assustam. Como o mesmo sabia que eu estava nervoso? Isso é bem estranho.

Após isso, ele sela nossos lábios em um beijo. No início era calmo e sereno, mas não conseguimos manter aquilo, pois estávamos sedentos um pelo outro, querendo mais e mais. Aquele menino me enlouquece de uma maneira incrível. Como consegue fazer isso sendo que te conheci tem apenas alguns minutos? Oh' céus, me perdoe! Continuamos com aquilo por alguns minutos, até a falta de ar vir a tona. Nos olhamos e eu pude notar o quanto eu podia confiar nele. Sim, eu havia esse poder.

— Não quer ir para algum quarto? — Ele diz, sorrindo malicioso.

Eu queria aceita. Ah', como eu queria! Mas eu não posso, pois a minha punição será maior e eu não quero sofrer muito.

— Me desculpe, mas eu não posso. — Digo meio apreensivo.

— Ah'... — Ele exclama. Era como se já soubesse de tudo. — Tudo bem, mas saiba que na próxima, você não me escapa. — Sussurra em meu ouvido e morde o rótulo da mesma, em antes de sair daquele cómodo.

FlashBack Off

Depois disso, a minha relação com o Divino ficou estranha, pois passei a sentir medo do mesmo. Ele me olha com psicopatia, como se realmente fosse me matar. Na verdade, acho que se eu não fosse imortal, ele me mataria naqueles dias de punição. O mesmo sentia um odio enorme por mim, mas não podia simplesmente se livrar de minha pessoa, pois eu era alguém muito importante por ali - entre os deuses. Seria estranho eu sumir do nada, e ainda, sem deixar vestígios. Ele não quer perder sua reputação, então por isso não faz nada comigo até hoje e aliás, o mesmo sabe que eu sou o melhor entre todos, seria um baita prejuízo se o tal se livrar de mim. Eu passei a ser mais sozinho depois de tudo que aconteceu. Fiquei com traumas e agora tenho medo de todos fazerem o mesmo comigo. Não, não me arrependo de nada do que eu fiz, pelo contrário, fazia novamente. Até hoje procuro por aquele garoto, mas não consegui achar nenhuma informação. A única coisa encontrada por mim, foi seu nome, que fica entranhado em meus pensamentos até hoje: Mikhael.