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História Sinners - .febre.


Escrita por: LovePizzaS2

Capítulo 13 - .febre.


Fanfic / Fanfiction Sinners - .febre.

Narrado por Phoebe Thunderman

O frio externo nunca se compararia ao frio que sentia no meu coração e na minha alma enquanto via Max perdendo a consciência, ferido e com dor.

Eu jamais tinha perdido completamente o controle sobre as minhas emoções ao ponto de realmente atingir a cabeça do meu irmão com um bloco de concreto e derrubá-lo do segundo andar.

Eu me sentia horrível e isso só piorava.

Estava tremendo pelo frio do vento e da chuva, estava em uma poça de lama e tinha a certeza que algum osso meu estava fraturado. Mas Max estava pior.

Ele amorteceu minha queda, o que significa que a dele foi duas vezes pior. E isso era agonizante.

– Max – eu disse com os lábios já tremendo. Chacoalhei seu rosto mas não tive resposta alguma – Max acorda...p-por favor.

Me sentei ali mesmo sentindo dor nas minhas costelas. Gemi e levei as mãos trêmulas ao bolso da calça torcendo para o celular ter resistido a queda.

Para meu desespero, a tela tinha um conjunto horroroso de trincas. Bufei sentindo um arrepio de frio percorrer meu corpo e apertei o botão de ligar. Felizmente a tela acendeu.

Foi difícil, mas consegui desbloquear e telefonar. Voltei a me deitar no chão ao lado de Max enquanto chamava.

– Atende...atende – choraminguei.

– Alô? – disse minha mãe do outro lado da linha. 

– Mãe – minha voz saiu mais baixa e rouca do que eu esperava – Mãe eu preciso de ajuda.

– Phoebe querida, o que aconteceu? – perguntou ela preocupada.

– Manda a Chloe buscar a gente – pedi – Max está machucado...por favor.

– Onde vocês estão? – disse ela afoita. Eu já ouvia a movimentação do outro lado da linha, provavelmente Nora correndo para chamar a Chloe.

– O prédio em construção no centro – disse para ela – Aquele perto do shopping.

Tive uma crise de tosse e senti meu peito doer.

– Ela está a caminho, fique calma meu amor – disse mamãe com visível desespero na voz. Sussurrei um "sim" baixinho, e desliguei o telefone.

Estava prestes a desmaiar quando ouvi a doce voz se misturar ao som crescente da chuva.

– Vocês estão péssimos, babys – disse Chloe. Sorri antes de apagar por completo.

●------■------●

A dor no meu corpo permanecia. Cada parte latejava e tudo que eu conseguia fazer ela deixar escapar gemidos de queixas, se conseguir abrir os olhos.

– Phoebe? – ouvi a voz de Nora chamando ao longe, mas ainda não conseguia acordar por completo. Ela estalou os dedos perto do meu rosto – Phoebee!

Abri os olhos e puxei o ar com força me sentando no impulso ao lembrar de tudo que havia acontecido.

– Max! – chamar por ele foi meu primeiro instinto. Senti mãos firmes me empurrarem com cuidado para me deitar novamente.

– Hey querida – disse papai – Está tudo bem, Billy e sua mãe estão cuidando dele.

Nora estava sentada de um lado da cama e o papai do outro. Olhei em volta no meu quarto. Ainda chovia e forte. Avistei remédios, termômetros e alguns curativos sobre minha mesa de cabeceira.

– Mamãe e eu te trocamos, tiramos a roupa molhada e colocamos o pijama – disse Nora antes que eu perguntasse.

– Como ele está? – perguntei me ajeitando na cama. 

– Vivo – disse Nora – Levando em consideração como chegaram aqui, isso é uma grande sorte.

Fiz uma careta de dor.

– Você não quebrou nada, só deslocou o ombro, mas já colocamos no lugar – disse papai – Será que agora pode explicar porque estavam lá e o que aconteceu?!

– Max e eu... a gente resolveu treinar um pouco e como o prédio estava vazio pareceu um bom lugar – respondi pegando o saco de gelo das mãos de Nora e levando ao local dolorido da cabeça. Gemi e fiz uma careta – Acabamos nos empolgando e caímos.

– O que vocês dois tem na cabeça? – papai repreendeu – Tem sido descuidados demais ultimamente. Vejam, eu sei que passaram por um momento difícil...

– Você não tem ideia – murmurei entredentes.

– Mas – papai seguiu como se não tivesse me ouvido – Não é pretexto pra explodir cabanas e pular do segundo andar.

Cair – corrigi – Nós caímos, não pulamos.

Papai suspirou fundo e se levantou parecendo exausto.

– Eu vou descer pra ver como Max está – disse ele se dirigindo a porta – Nora, você fica com a Phoebe.

Ele saiu e fechou a porta. No mesmo instante fui atigida por uma crise feia de tosse que durou cerca de um minuto. Nora me encarou com cara feia.

– Você vai ficar resfriada – disse Nora puxando um frasco e enxendo uma colher de sopa. Ela estendeu e eu tapei a boca – Qual é, Phoebe! É só um xarope.

– Mas isso fede a morte e as meias do Billy – protestei.

– Você não pode reclamar do chulé do Billy, eu que divido o quarto com ele – disse Nora ofendida – Agora toma isso!

Bufei e abri a boca permitindo ela colocar a colher na minha boca. O gosto era mil vezes pior que o cheiro, e no instante que desceu em minha garganta fiz ânsia. Nora riu e colocou a colher e o xarope de vonta mesa de cabeceira.

– Vocês vão estar muito encrencados quando melhorarem – disse ela.

– Já estamos – falei com a voz rouca. Minha garganta começava a se fechar.

– Eu sei que vocês estão escondendo alguma coisa – disse ela tranquilamente enquanto puxava o termômetro.

Eu ri disfarçadamente. 

– Não est...

Ela me calou enfiando o termômetro na boca sem aviso prévio.

– Vocês estão sim – disse Nora – Aquele dia que eu soube da cabana, não demorou a ligar os pontos e lembrar que aquele era o enconderijozinho de promiscuidades do Max e da Allison. Devo admitir que amei a vingança.

Escutava tudo atenta e em silêncio.

– Porém – disse Nora com aquele ar intelectual e cheio de razão – Quando falei pra eles sobre a cabana, vocês ficaram aliviados, o que significa que o buraco é mais fundo .

Ela me olhou de forma acusadora que causou arrepios.

– Então, Phoebe Mônica Rachel Thunderman – ela puxou o termômetro e olhou – Que está com 39°C de febre... Me diga antes que eu descubra: O que você e Max estão aprontando?

– Isso não é algo que você entenda, então não se meta – falei ríspida. Ela arqueou uma sobrancelha.

– Sabe que ser agressiva não funciona comigo – disse Nora – Então poupe trabalho de nós duas, e me fale. Porque se eu descobrir vai ser bem pior, eu garanto.

– Você está falando como uma mãe, credo – eu disse – Eu posso garantir, que Max e eu não estamos fazendo nada que suje a honra da nossa família.

Cheguei a engolir em seco. Não contar a Nora era uma coisa, falar uma mentira daquelas era outra.

– Muito bem – disse Nora de forma ameaçadora – Arque com as consequências.

– Tá me ameaçando, maninha? – perguntei com os olhos estreitos.

– Imagine – disse ela com cinismo.

Naquele momento a porta se abriu interrompendo qualquer chance de arrancar de Nora o que ela planejava.

– Muito bem, senhorita Phoebe – disse mamãe entrando e cruzando os braços no meio do quarto. Seu olhar parecia furioso – Nora, pode olhar a Chloe pra mim?

Nora suspirou e se levantou desaminada para deixar o quarto. Fechou a porta e mamãe continuou me olhando até ter certeza de que Nora havia saído.

– Você e seu irmão andam muito estranhos – disse a mamãe – Pode me explicar, com detalhes o que aconteceu hoje!

– Eu já disse pro papai que estávamos treinando e caímos – falei me inclinando para puxar um lenço da mesa de cabeceira. Papai e Nora haviam pensado em tudo mesmo. Assoei o nariz.

– Eu duvido que tenha sido só isso, sei que estão escondendo alguma coisa, então fale! – disse ela com firmeza – Seu irmão está lá em baixo, delirando por causa da febre e eu duvido que tenha sido um "acidente".

Franzi a testa.

– Delirando? – falei pelo nariz já entupido.

– Sim, ele fica dizendo coisas sem sentido como "vamos dar um jeito na foto", "eu vou te matar" e "eu te amo Phoebe" – mamãe disse como se nada daquilo fizesse sentido. Talvez não para ela, mas eu sabia exatamente que não eram delírios – E sabemos muito bem que seu irmão dizendo que te ama, só muito doente ou quando apronta alguma coisa.

Ri nervosa levando o lenço ao nariz novamente.

– Phoebe, querida – ela disse suavemente e se aproximou e se sentou ao meu lado. Afastou uma mecha do meu cabelo úmido – Você sabe que pode me contar qualquer coisa.

Suspirei e sorri fraco. Não isso mamãe.

– Max e eu não estamos fazendo nada – disse a ela sentindo um aperto no peito em mentir para minha mãe. Ainda mais com aquele olhar tão terno no rosto. Mas eu precisava.

– Porque estavam lá? – perguntou ela mais uma vez persistente. Respirei fundo encarando o lenço.

– Max e eu brigamos – disse para ela – Não foi um treino. Nós brigamos pra valer.

Mamãe suspirou desapontada.

– Quantas vezes eu já disse que não podem usar seus poderes um contra o outro? – disse ela irritada.

– Não vai se repetir, mamãe, eu prometo – disse ainda cabisbaixa. Ela se aproximou mais e olhei em seus olhos, que tentavam ver além dos meus. Ela sabia que tinha mais coisa me perturbando.

– Tem algo te incomodando, dá pra ver nos seus olhos – disse ela segurando a minha mão nas suas – Fale comigo, querida.

Eu tive que me conter para não chorar. Eu odiava aquilo, mas estava cada vez mais difícil conter a agonia que sentia. Respirei fundo várias vezes e ergui a cabeça tentando evitar que descessem. Quando me controlei olhei para o lenço. Jamais diria aquilo olhando nos olhos da minha mãe. Eu precisava de um conselho e não conseguia pensar em ninguém melhor que ela nisso.

– Cherry está com uns problemas – disse. Minha mãe emitiu um "uhm" que indicava que havia entendido o caminho que resolvi seguir para contar – Ela está sentindo coisas. Coisas por uma pessoa.

Mamãe assentiu e eu continuei.

– Coisas estranhas e que estão se tornando mais fortes. Cherry está perdendo o controle disso e não sabe o que fazer – disse já começando a chorar sem parar. Acho que ela não acreditaria mais que era Cherry – É tão errado e a família dela jamais...j-jamais aprovaria algo assim.

– Oh, meu amor – ela me abraçou e me acolheu tão firme e carinhosamente que me senti bem por um momento. Mamãe acariciou meus cabelos enquanto eu chorava – Não estamos falando da Cherry, não é mesmo?

– Não – confessei.

– Oh minha querida, ouça bem – disse mamãe ainda alisando meu cabelo – Se apaixonar é algo lindo, é único e quando acontece nós precisamos agarrar com as duas mãos. Nunca coloque sua felicidade a mercê da opinião dos outros. Então se sente algo por essa...pessoa, descubra se vale a pena lutar por isso. Se de a chance de descobrir se é amor.

– Você não diria isso se soubesse quem é – sussurrei. Ela me afastou e segurou meu rosto enquanto encarava meus olhos.

– Escute bem – disse ela – Não me importa quem você decida amar, eu serei sempre a sua mãe e sempre vou te amar.

Eu sorri emocionada. Eu sabia que não era verdade. Que se ela realmente soubesse que a pessoa por quem eu estava me apaixonando era o Max, me odiaria e sentiria repulsa de nós. Mas enquanto ela falava eu me sentia amada, e sentia que talvez um dia, quem sabe, mamãe fosse capaz de me perdoar por aquilo.

– Obrigada, mamãe – disse. Ela beijou minha testa.

– Mas não pense que não vão ficar de castigo – disse ela se levantando – Vocês andam aprontando demais, seus gêmeos encrenqueiros.

Eu ri e ela andou até a porta.

– Mãe – chamei. Ela se virou – Será que eu posso descer pra ver o Max?

Ela sorriu comovida e orgulhosa.

– Claro, se estiver se sentindo melhor. Vou me preparar para dormir, acho que logo os remédios fazem efeito e Max vai estar melhor – disse ela – Quando resolver subir, bate na porta que eu desço pra cuidar dele.

– Na verdade – eu disse – Acho que vou dormir com ele hoje. Posso?

Mamãe sorriu novamente levando a mão ao peito com clara emoção.

– Oh meu amor. Claro que sim. Tenham bons sonhos.

●------■------●

Desci os degraus um a um com muito cuidado. Olhei em volta no quarto, e avistei Colosso ao lado de Max na cama. Meu irmão estava sem camisa e parecia estar suando. Estava dormindo, e Colosso parecia preocupado. Alguns objetos estavam jogados no chão, em completa bagunça e senti algo pesado no ar.

– Oh, Phoebe! Que bom que você chegou, acho que precisa passar a toalha úmida no Max, ele está fervendo – disse ele afoito.

– O que é isso? – perguntei olhando rm volta.

– São os poderes do Max, estão oscilando por causa da febre – disse Colosso – A onde telecinética está mais forte que nunca.

– Pode deixar que eu cuido dele, Colosso – eu disse – São duas da manhã, você pode dormir.

– Nesse caso acho que vou pulando lá pra cima, detestaria ficar doente também – disse ele – Você pode abrir a porta?

– Ah, claro – disse. Como estava na ponta da escada, apenas fiz um gesto e abri a porta com telecinese. Colosso saltitou e assim que saiu, fechei a porta.

Me aproximei de Max. Ele tremia e era visível que a frebre estava alta. Me sentei ao seu lado e puxei a toalha da pequena bacia na mesa ao lado de sua cama e torci.

Em seguida levei a testa dele. Meus dedos tocaram a pele suada e percebi que fervia. Ele tremeu e engoli seco. A mesa tremeu e um livro que estava sobre ela voou na parede e bateu com força, caindo no chão em seguida.

– Isso é minha culpa – sussurrei – Eu não devia me irritar com você por isso. A culpa é nossa.

Não houve resposta. E eu não esperava por uma.

– Quando você melhorar eu vou...

Deixei a frase no ar. Engoli em seco. Não sabia o que dizer. O que eu faria? Nem eu sabia. Não sabia o que fazer na situação que nos encontrávamos. E ainda tinha o problema com Allison e Link.

– Eu vou conversar com você e tentar bolar um plano pra sairmos das mãos daqueles dois desgraçados – falei tranquilamente – E eu vou descobrir o que eu sinto por você, Max. E eu vou...eu vou te beijar. Porque meu Deus, como eu quero te beijar!

Sorri. Talvez mamãe estivesse certa. Eu precisava agarrar aquilo com as duas mãos. Mas no momento tudo que podia fazer era rezar para que a febre baixasse.


Notas Finais


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