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História Sinners - .discussões.


Escrita por: LovePizzaS2

Capítulo 34 - .discussões.


Fanfic / Fanfiction Sinners - .discussões.

Narrado por Max Thunderman

Dizem que quando você está a beira da morte sua vida toda passa diante dos seus olhos. Eu nem acreditava que isso fosse possível, até me sentir a beira da morte.

Se não fosse morrer pelas mãos do meu pai, morreria por insuficiência cardíaca. E eu pude ver toda a minha vida diante dos meus olhos.

Senti minhas pernas fraquejarem enquanto olhava para Phoebe. Ela esperava minha reação, esperava que eu dissesse algo, mas tudo que eu conseguia fazer era ficar ali como um estátua.

Eu esperava que ela dissesse algo como "brincadeira" e todos começássemos a rir do susto que ela tinha conseguido dar em mim.

Mas ela estava chorando. Ela jamais chorava sem motivos.

Engoli em seco percebendo a dura realidade: era verdade.

De repente a minha visão começou a ficar distorcida e eu senti um frio passar por todo o meu corpo.

– Max? Max, tá tudo bem? – Phoebe perguntou preocupada. 

Minhas pernas finalmente falharam por completo e apenas me senti caindo, uma dor atingir meu corpo e então tudo escureceu. Achei ter ouvido um grito de Phoebe dizendo "meu Deus", mas não sei se foi realmente isso. 

Então tudo estava silencioso.

●------■------●

Quando recobrei a consciência aos poucos, sentia uma brisa suave e fraca no rosto e podia ouvir as vozes ao meu redor, distantes mas ainda era possível entender tudo que diziam.

– Ainda não entendi porque ele desmaiou? – Billy perguntava.

– Porque sua irmã decepcionou ele ao extremo como fez com todos nós – disse minha mãe ríspida.

– Podemos focar em descobrir se o Max tá bem? – Phoebe perguntou agressiva. Senti uma mão tocar meu rosto e abri os olhos puxando o ar rapidamente.

Billy, Nora, minha mãe, Chloe e Phoebe estavam a minha volta. Pisquei algumas vezes tentando me certificar que aquilo era real.

– Você está bem? – Phoebe perguntou enquanto ela e minha mãe me ajudavam a levantar.

– Eu tive um pesadelo horrível – falei. Pelo menos eu esperava que fosse um pesadelo. Me equilibrei e olhei para todos.

Minha mãe olhou para as crianças de forma mortal e eles bufaram, sem que ela precisasse falar nada eles saíram do quarto muito rapidamente.

– Não foi pesadelo – disse Phoebe em um sussurro.

Eu tinha quase certeza que desmaiaria de novo. Respirei fundo, abri a boca esperando que talvez meu cérebro funcionasse e algo saísse dela. Mas apenas fiquei gaguejando sílabas soltas.

– V-vo-você... – apontei para Phoebe. Minhas mãos tremiam – Isso não pode ser verdade!

– Mas é! – disse Phoebe.

Você vai contar pro seu pai quando ele voltar! – disse minha mãe apontando para Phoebe. Ela rangeu os dentes e avançou na direção da minha irmã, Phoebe recuou assustada – Eu deveria te dar uma surra...

– Você não vai bater nela! – falei segurando minha mãe e a empurrando para longe. Me coloquei na frente de Phoebe tomado pelo instinto de protegê-la – Phoebe não fez isso sozinha!

– Mas enquanto ela se recusa a me dar o nome desse irresponsável – minha mãe gritou – Ela que vai pagar caro por isso!

– Beleza, e quando ele aparecer? – perguntei.

– Max... – Phoebe tocou meu braço, mas não tirei os olhos da minha mãe.

– Aí os dois, sua irmã e esse...delinquente, vão assumir isso! Não vou admitir que minha filha seja... mãe solteira aos dezessete anos! – gritou Barb.

– Beleza... – dei de ombros – Quer o pai dessa criança, pois...

– Max! – Phoebe gritou tão alto que me assustou. Me virei para ela sem entender e Phoebe me olhou, via em seus olhos um pedido – Sai daqui! Esse assunto é entre a mamãe e eu!

– Mas...

– Essa é minha vida, eu que fui irresponsável – disse ela – Você não vai se meter.

Phoebe implorava com um olhar. Eu sabia que se eu abrisse a boca e dissesse que o bebê que Phoebe estava esperando era meu, as coisas iriam de mal a pior.

Se nossa mãe reagiu daquela forma apenas por saber que Phoebe estava grávida, se soubesse que eu tinha sido o responsável seriamos expulsos de casa ou até pior.

Não era a hora para aquilo, e nem a situação favorável para confessar nosso segredo.

Assenti e deixei o quarto.

●------■------●

Desci as escadas lara o covil correndo. Estava tão atordoado, tão perdido e enraivecido que a primeira coisa que fiz foi doltar um grito e empurrar tudo que tinha na mesa para o chão.

Cambaleei para trás e puxei os cabelos. Ainda estava tremendo e meu estômago dava voltas e mais voltas.

Não podia ser real.

– Hey, hey, hey! – Colosso gritou – O que é isso agora?

– Não tô com cabeça pra isso agora, Colosso – falei ríspido.

– Max, fala comigo – ele pediu.

– Não! – gritei – Eu não consigo fazer isso....eu...

Me ajoelhei no chão e enterrei a cabeça entre as mãos. O que eu podia fazer? Além de me lamentar e me culpar?

Quando Phoebe falava sobre o quanto desejava um futuro, com um marido e filhos eu sempre pensava que jamais seria como ela. Eu não era responsável suficiente pra ser pai. Nunca tinha sido exemplo pra ninguém. E se meus filhos quisessem seguir o rumo do mal e serem vilões como eu? 

Eu jamais seria um bom pai. Jamais seria um marido exemplar. E estava pronto pra uma vida inteira vendo minha irmã feliz e mimar meus sobrinhos.

Até me apaixonar por ela.

Até perceber o quanto me destruiria ver ela sendo feliz com uma família grande e perfeita.

Mas eu jamais seria capaz de destruir isso. Mesmo que me quebrasse e destruisse a cada vez que a visse, eu jamais iria impedir que ela tivesse o que sempre sonhou.

Mas agora tinha arrancado isso dela.

Phoebe estava grávida aos dezessete anos e esperava um filho meu. 

Eu me perguntava o que seria pior.

Contar aos nossos pais sobre nosso amor e sermos separados por eles de alguma forma cruel e dolorosa.

Ou manter em segredo e ver Phoebe criar essa criança como se eu não fosse nada além do titio Max.

Nossos pais jamais a perdoariam, e jamais seriam os mesmos com ela depois dessa gestação precoce. Ela decepcionou eles da pior forma. Mas eles a acolheriam.

Se não soubessem que esse filho era meu eles jamais abandonariam a Phoebe, e estariam ao lado dela. Mas mesmo assim não deixariam jamais de culpá-la e humilhá-la por isso.

A menos que eu contasse. Que assumisse a culpa.

Ergui a cabeça devagar. Eu sabia como resolver aquilo e livrar Phoebe dos julgamentos.

– Max, assim você me assusta – disse Colosso.

– Eu já sei o que fazer – sussurrei me colocando de pé. Sem pensar corri para fora do quarto.

●------■------●

Agarrei as chaves da Thundervan. Estava disposto a conversar com Phoebe naquele exato momento e ninguém me impediria de tirá-la de casa para isso.

Corri para o andar de cima e bati na porta do quarto dela. Esperei impaciente, batendo os dedos na perna ansioso. Chovia lá fora, e estava começando a esfriar. Ouvi alguns passos e então a porta abriu. 

Phoebe tinha os olhos vermelhos. Pousei os olhos no seu braço onde a marca roxa exibia a forma dos dedos da nossa mãe. Engoli seco sentindo um aperto no peito e Phoebe percebeu, levou a mão e cobriu o local.

– O que você quer? – perguntou cabisbaixa sem conseguir me olhar nos olhos.

– Vamos sair, precisamos conversar – falei.

– Mamãe me proibiu de sair do quarto até o papai voltar de Metroburg – a voz dela estava rouca e fraca, mal se podia ouvir.

– Estou pouco me importando pra o que ela proibiu ou não – disse puxando Phoebe pela mão para fora do quarto. Ela relutou, mas por fim percebeu que eu não desistiria e me seguiu.

Descemos as escadas e não demoramos a chegar a sala, e encontrar nossa mãe vindo da cozinha.

– Onde pensam que vão? – perguntou com rispidez – Eu mandei você ficar no quarto, Phoebe!

– Phoebe e eu vamos sair pra conversar – eu disse convicto com toda a tranquilidade. Minha mãe levantou a sobrancelha diante do meu desacato a autoridade dela.

– Eu disse...

– Sinto muito mãe, mas com todo o respeito, você não está em condições de tomar decisões – falei mansamente – Então por favor, você conta ao papai e eu tiro a Phoebe de casa.

Phoebe me olhou de olhos arregalados.

– Está me dando ordens? – minha mãe rosnou.

– Não, estou pedindo – respondi – Depois da forma como você reagiu, tenho medo do que o papai vá fazer com a Phoebe.

Ela bufou e assentiu em silêncio, mesmo furiosa ela sabia que eu tinha razão. Puxei Phoebe pela mão na direção da porta dos fundos. Saímos e corremos para a Thundervan para não nos molharmos na chuva.

– Pra onde vamos? – ela peguntou quieta enquanto eu dava partida e saía da garagem.

– Qualquer lugar, meu plano na verdade é dar voltas pelos quarteirões até a fúria deles sumir – respondi.

– Vai dirigir em círculos por anos – Phoebe disse cruzando os braços. Fiquei quieto. Estava juntando forças ainda para dizer a ela o meu plano insano.

– Max – olhei para ela. Estava temerosa e ainda muito abatida – O que você acha disso?

– Estou apavorado – falei olhando a estrada.

– Deu pra perceber quando desmaiou – disse ela.

– Você precisa admitir que isso foi completamente aceitável diante da situação – falei. Respirei fundo. Era a hora – Eu quero que faça uma coisa.

Virei em uma estrada que eu conhecia. Não era asfaltada e se perdia em meio a vegetação. Achei perfeita para conter os surtos de Phoebe quando eu falasse.

– Claro, diga – ela deu de ombros.

Dirigi por mais alguns metros até perceber que estávamos completamente sozinhos naquele lugar deserto e desliguei a Thundervan. Podiamos ouvir o som constante da chuva batendo no para-brisa.

Me virei para ela.

– Eu quero que diga aos nossos pais que eu fiz isso com você a força – falei de uma vez. Phoebe abriu a boca e piscou algumas vezes, provavelmente assimilando o que estava acontecendo. Por fim ela pareceu entender e abriu mais ainda a boca.

– Oh meu Deus! – gritou ela indignada – Eu não acredito que você sugeriu isso!

– Phoebe, eles precisam pensar que você é uma vítima pra não te machucarem! – justifiquei.

– Aí você quer que eu minta, e diga que você abusou de mim?! – gritou ela mais alto. Me encolhi – Quer que eles pensem que você me estuprou?!

– Essa é uma palavra muito forte – falei baixo.

– Nem pensar! – disse. Abri a boca para falar mas ela desandou a gritar novamente – Você e eu, Max Thunderman, fizemos isso juntos, tá legal? E eu estou tão perdida quanto você agora, mas jamais, em hipótese ALGUMA, vou chegar ao ponto de dizer uma coisa dessas!

– Mas Phoebe...

– Você nem tem noção do que me pediu! – gritou ela – Já chega disso!

Phoebe abriu a porta. 

– Espera, onde você vai?! – tentei segurá-la, mas Phoebe saiu do carro sem nem olhar para trás e bateu a porta com força.

Bufei e saí.

A chuva estava fria e forte, a ponto de eu ter que me esforçar para enxergar minha irmã andando com os braços junto ao corpo. Corri na direção dela, já encharcado e puxei pelo braço.

– Não! – gritou ela ao se virar. Mesmo com toda a aquela chuva era visível que estava chorando. Seus cabelos encharcados e o rosto tomado de gotas que caiam e corriam pela pele dela – Você não percebe a gravidade disso, Max? Eu estou esperando um bebê seu!

Seu grito soou como um eco no vazio daquela estrada, mesmo sendo abafado pelo som da chuva.

– Eu sei! – falei – E eu não quero que você se machuque por isso!

Isso é o nosso filho! – gritou ela frustrada.

– Phoebe – falei – Estamos mesmo muito ferrados. Mas ficar brigando agora só vai piorar...

– Você que fica inventando esses planos malucos – disse ela passando a mão nos cabelos – Eu não preciso que ache uma forma de se livrar de mim, é só...

Me aproximei dela e segurei seu rosto fazendo Phoebe olhar em meus olhos. Sua pele permanecia quente, mesmo com a chuva gelada caindo sobre nós.

– Eu jamais vou querer me livrar de você – falei olhando nos olhos dela – Seja como for, estamos nisso juntos e vamos dar um jeito. Eu te prometo, Phoebe. Você não está sozinha, nunca esteve. Eu estou aqui e eu te amo...eu te amo mais do que tudo no mundo e eu faria qualquer coisa por você.

– Então não me deixa – sussurrou ela chorosa.

Não conseguia mais manter distância dela. Phoebe estava ali, vulnerável e precisava de mim. E eu precisava dela, como precisava de oxigênio.

Então me aproximei e a beijei. Talvez os beijos desesperados fossem os mais doces. Phoebe correspondeu tocando minhas mãos sobre seu rosto. O calor dos nossos corpos misturado com o frio da chuva.

Me afastei suficiente para respirar e mantive nossas testas e narizes se tocando. 

– Eu amo você, Max – sussurrou ela – Por favor, fica comigo.

– Eu estou com você – sussurrei.

– Prometa que vamos dar um jeito – disse ela – Prometa que essa criança vai ter a nós dois, não importa o preço.

– Phoebe...

Promete pra mim, Max, por favor – ela insistiu. Assenti.

– Eu prometo.

●------■------●

Eu sabia que teriamos de enfrentar a fúria do nosso pai, cedo ou tarde. Então depois de nos trocarmos na Thundervan, graças as roupas que tínhamos esquecido lá dentro depois de ir a Metroburg, Phoebe e eu voltamos pra casa.

Ainda chovia. Estacionei e desliguei, em seguida me virei para Phoebe, tão assustada quanto antes.

– Não precisamos entrar ainda, se não estiver pronta – falei puxando sua mão e levando aos lábios para um beijo breve. Ela sorriu.

– Tá tudo bem se ficarmos aqui mais um pouco? – perguntou. 

– Claro – falei.

Ela suspirou.

– Eu preciso ir ver a Dra. Ernest daqui quatro dias – disse ela – Ela disse que eu vou ter uma gestação comum.

Franzi a testa.

– Com toda essa bagunça acabei esquecendo o detalhe de que o bebê já deveria ter nascido – falei.

– Sabe, com pessoas normais, o incesto pode acarretar mutações genéticas graves – explicou ela – Mas como ainda tínhamos nossos poderes quando...você sabe. Isso só ocasionou um retardo do período de gestação.

– Espera?! – parei assustado – Contou pra Dra. Ernest?!

– Ela vai guardar segredo!

Phoebe! – repreendi.

– Eu precisava de ajuda médica, então não me venha com sermões porque não é você que vai aguentar uma gravidez comum! – disse ela, não tive escolha se não me render e concordar com a cabeça.

– Então vai levar...quantos meses mesmo? – perguntei.

Nove – disse ela.

– Caramba, isso é tempo demais! – falei. Ela riu suspirou e olhou para a frente. Mordeu o lábio inferior.

– Ele tem poderes – ela sussurrou sem desviar os olhos da chuva.

– Quem?

– Ele, ela... – Phoebe apontou para barriga – Esse feijãozinho.

Eu gargalhei e Phoebe riu.

Feijãozinho? Sério? – perguntei tentando me conter.

– Ainda não tem como saber se é ele ou ela – disse Phoebe me estapeando para que eu parasse de rir – Para!

Eu olhei para ela sorrindo.

– E como ele tem poderes? – perguntei.

– Dra. Ernest achou uma parcela no meu organismo. Mas é dele – disse Phoebe – Perdemos nossos poderes mas nosso bebê não.

– Isso é bom – falei. Phoebe sorriu – Eu vou com você, ver a médica.

Phoebe sorriu mais ainda.

– Tem certeza?

– Eu tenho uma parcela de culpa por isso – dei de ombros – É justo que eu vá com você.

Phoebe tocou meu rosto e se aproximou dando um selinho demorado.

– Agora vamos enfrentar a fera? – perguntei. Ela assentiu.

Descemos do carro e corremos para dentro de casa. Assim que entramos, nossos pais estavam nos esperando, sentados a mesa.

As demais luzes da casa estavam apagadas, somente a da cozinha se mantinha acesa. Os dois nos olharam, estavam sérios, inexpressivos. Phoebe agarrou minha mão.

– Não precisa ter medo – disse meu pai, com a voz completamente fria e sem emoção – Não vou te bater. Não vou te expulsar. 

Phoebe engoliu seco e nosso pai olhou nos olhos dela.

– Você me decepcionou, Phoebe – disse ele – Você tem uma semana para trazer o pai dessa criança, se isso não acontecer, junte suas coisas e suma da minha frente.

Apertei a mão dela. Nosso pai se levantou em silêncio.

– Não quero esse tipo de exemplo pra os seus irmãos – disse ele antes de sair. Bem devagar caminhou escadaria acima e sumiu no segundo andar.

Nossa mãe seguiu quieta, até que por fim levantou e o seguiu sem dizer uma só palavra.

Olhei para Phoebe. Estava pálida e quieta.

– Eu juro que vamos dar um jeito – falei.

Ela assentiu.

– Tudo bem, mas agora eu vou vomitar – disse soltando minha mão e correndo para o banheiro. De alguma forma eu sabia que as coisas tendiam a piorar.


Notas Finais


Gostando?❤
O próximo capítulo talvez seja um dos mais TENSOS e INTENSOS da história!
Então se preparem...😱


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