1. Spirit Fanfics >
  2. Sinners >
  3. .rotina.

História Sinners - .rotina.


Escrita por: LovePizzaS2

Capítulo 46 - .rotina.


Fanfic / Fanfiction Sinners - .rotina.

Narrado por Max Thunderman

Eu gostava da minha rotina na fazenda dos Hale. Não era o trabalho mais fácil, nem a rotina mais leve, mas eu gostava apesar do trabalho duro.

Meu único problema, era a dor que eu sentia todas as noites no corpo todo. Isso acabava atrapalhando o sono e me fazia levantar cansado, e evitar isso estava se tornando meu maior objetivo.

A lua estava alta no céu quando eu abri a porta de casa, ouvindo o ranger irritante das dobradiças. Precisava colocar óleo nelas.

Senti um cheiro maravilhoso de carne e molho, e senti meu estômago criando vida e anunciando que era hora de comer.

A televisão estava ligada em um seriado que Phoebe gostava de acompanhar e eu avistei a sombra dela se movendo pela cozinha de um lado a outro. 

Fechei a porta e andei até a cozinha, lá estava ela. Distraída como sempre, com o cabelo preso e um vestido azul. A barriga dela já se destacava no tecido e deixava visível para qualquer um que ela não andava sozinha.

Ela ergueu os olhos e quando me viu, abriu um enorme sorriso.

– Você chegou cedo hoje – disse ela olhando o relógio. Me escorei no batente e Phoebe usou as luvas para abrir o forno, e de lá retirou um linda e grande lasanha. Minha boca começou a salivar e Phoebe riu enquanto colocava a travessa sobre a mesa. 

– Ah, estou faminto – eu disse me sentando à mesa. Phoebe se sentou na minha frente e permitiu que eu servisse primeiro, em seguida colocou um pedaço generoso no próprio prato. Levei uma garfada a boca e senti meu paladar e estômago agradecerem – Isso tá maravilhoso!

Ela sorriu orgulhosa.

– Estou aprendendo – disse modesta – Tem que admitir que tá bem melhor do que o macarrão com queijo da semana passada.

Meu corpo todo estremeceu a mera menção daquilo. Levei três dias pra voltar a comer normalmente sem lembrar do gosto daquilo.

– Você está pegando o jeito – eu disse de boca cheia.

– Como foi o trabalho hoje? – perguntou ela.

– O de sempre – dei de ombros – Está na hora de colher o milho e por isso preciso supervisionar os motoristas das máquinas e fazer a contagem antes de guardarmos tudo. Mas, tirando isso...o de sempre.

– Dolores pegou mais sete novas encomendas, sabe... vestidos pra festa da colheita no final de semana que vem – disse ela bebericando o suco natural de maçã – Acho que vou tirar dinheiro suficiente pra comprar o berço na semana que vem.

Engasguei e tentei disfarçar tomando um gole do suco.

– Ahn...sobre isso, acho que podemos esperar mais um pouco – eu disse – Quer dizer...você recém completou quatro meses.

Ela franziu a testa confusa.

– Quando mencionei a ideia de começarmos a arrumar o quarto do bebê na  há duas semanas você estava tão animado quanto eu – acusou ela apontando para mim com o garfo.

– Eu só acho que temos coisas mais importantes pra fazer antes disso – eu justifiquei – Como arrumar o telhado, lembra como ficou o andar de cima quando choveu mês passado?

Phoebe suspirou e assentiu, fazendo uma onda de alívio passar pelo meu corpo. 

– Tem razão – disse ela tristonha – Eu só...esquece.

– O que? Pode falar – eu disse. Ela bufou e me olhou.

– Eu fiz uma coisa – disse ela parecendo envergonhada – E eu pensei que ficou legal então...queria fazer mais.

Franzi a testa e Phoebe se levantou em silêncio. Ela passou pela porta da cozinha e acompanhei com os olhos enquanto subia as escadas. Bufei e voltei a comer, não demorou para ouvi-la descer novamente e voltar a se sentar em seu lugar.

Então, Phoebe estendeu algo minúsculo. Um par de sapatinhos de croché. Eu olhei para ela, que parecia tímida com seu feito e sorri pegando nas mãos. 

Eram brancos e muito bem feitos.

– Isso é tão bonito, desde quando sabe fazer croché? – perguntei.

– Dolores está me ensinando – ela disse sorrindo – Eu acho que posso fazer mais. Só que estava pensando em fazer uns coloridos pra variar.

– Poderia fazer um par roxo – eu provoquei estendendo para ela que me encarava furiosa – Combinaria muito com a Hyacinth.

– É um menino – disse ela tomando das minhas mãos – Não discuta comigo, eu estou carregando!

– Okay – eu disse abaixando a cabeça. 

De repente uma imagem que vi mais edo ocupou meus pensamentos. Foi uma coisa tão simples, e ninguém mais notou ou fez conta daquilo. Mas para mim foi como um tiro no peito. Um coelho. Saltitando alegre pelo campo na direção da floresta.

Foi impossível não lembrar do Dr. Colosso. 

Eu imaginava que Phoebe deveria sentir falta da Cherry, e assim como ela, eu sentia do Colosso. Aquele coelho fedido jamais havia dado um jeito de fazer contato.

Me perguntava se meus pais haviam feito algum mal a ele por omitir tudo sobre Phoebe e eu, e isso me embrulhava o estômago.

Soltei o garfo no prato incapaz de continuar comendo. Percebi um suspiro triste de Phoebe.

– Eu vi também – disse ela me surpreendendo. Olhei para ela que me encarava em compreensão – O coelho. Estava passando pelo silo quando vi você olhando pra ele.

– Eu não queria que tivesse que ser assim – sussurrei – Não queria que tivessemos de abrir mão de tanta coisa pra estarmos juntos.

– Também sinto falta de Hiddenville – disse ela – E de todos.

– Porque não ligamos pra eles? – perguntei. Phoebe piscou perplexa com minha sugestão. Dei de ombros – Cherry, Oyster, Colosso...merecemos isso, Phoebe.

– Não! – ela disse – Max, não percebe? Tudo que conseguimos aqui! Temos uma vida nova e você quer colocar tudo em risco por uma ligação.

– Não iam nos encontrar – rebati.

– Somos procurados, com certeza a Liga dos Heróis grampeou cada telefone de Hiddenville pro caso de nós ligarmos – disse Phoebe – Max...Não podemos, você sabe disso.

Eu abaixei a cabeça.

– Eu sei – sussurrei – Infelizmente eu sei.

●------■------●

Olhei Phoebe deitada ao meu lado. Estava dormindo serenamente, enquanto era banhada pela luz da lua que entrava pela janela aberta. As cortinas dançavam com a brisa que entrava e eu podia ouvir os grilos.

Verifiquei se ela estava dormindo de fato e me levantei da cama com todo o cuidado pra que não acordasse. Phoebe tinha um sono pesado ultimamente, e nas últimas noites nem notou quando levantei e quando deitei novamente. E isso facilitava minha fuga.

Desci devagar e tratei de colocar as botas com pressa. Saí de casa e andei alguns metros olhando para a janela do quarto, ainda com a luz apagada. Phoebe não deu falta de mim.

Eu sorri satisfeito e apressei o passo, passando pelo celeiro e chegando a oficina de marcenaria em pouco tempo. Acendi as luzes e então avistei meu segredo noturno.

A madeira ainda estava tomando a forma que eu queria, mas eu estava orgulhoso do meu trabalho. O berço.

Depois de falar com George, ele me arranjou uma madeira boa e me ensinou a usar a maquinaria da marcenaria, e como Phoebe não costumava ir lá, meu segredo estaria seguro.

Meu plano era revelar no dia do nosso aniversário, que seria em cerca de um mês e por isso trabalhar a noite estava me ajudando a progredir.

– Vamos ao trabalho – falei me aproximando e pegando a lixa para terminar de alisar. Depois daquilo, faltaria passar verniz e pintar. Outra mão e estaria perfeito. Então viria a parte mais fácil, montar.

Comecei a trabalhar e estava empolgado, já terminando de lixar a última pessoa quando ouvi passos e me virei assustado. Franzi a testa ao ver a garota de pijama, segurando um prato com alguns biscoitos e um copo de leite.

– Francesca – falei suspreso e confuso pela presença dela. Ela sorriu colocando tudo sobre a mesa, ao lado as ferramentas – O que faz acordada a essa hora?

– Eu ia perguntar a mesma coisa – disse ela se sentando sobre uma mesa. Estava de camisola, uma muito curta por sinal, que me forçou a olhar na outra direção quando cruzou as pernas – E eu já disse pra me chamar de Frannie.

– Estou trabalhando em uma surpresa pra Phoebe – eu disse apontando orgulhoso meu trabalho – O que acha?

Ela sorriu desconfortável.

– É lindo, muito mesmo Max! – disse ela.

– Vou pintar de branco – eu disse – Então vai ficar melhor.

– Tenho certeza – disse ela não parecendo interessada. Apontou o prato e o copo ao seu lado – Achei que pudesse estar com fome.

Realmente estava, mas me era suspeito demais o fato de ela estar ali, àquela hora da noite, de camisola. Me aproximar poderia me comprometer, mesmo que não achasse que ela fosse capaz de armar algo assim.

Francesca era uma boa garota, sempre tratou Phoebe e eu da melhor forma, e eu gostava da amizade dela, mas não o suficiente para arriscar ganhar problemas com Phoebe por mal entendidos.

– Na verdade eu já estou indo – falei soltando a lixa – Está tarde e eu preciso trabalhar amanhã cedo.

– Mas os biscoitos estão ótimos! – justificou ela – Não vai fazer desfeita a minha gentileza de te trazer isso tão tarde, vai?

Ela fez um beicinho e eu me senti mal. Ela estava tentando ser gentil, e que maldade poderia haver nisso?

Me aproximei e peguei um biscoito. Ela sorriu satisfeita e pegou um também dando uma grande mordida. Comi o meu o mais rápido possível e em seguida bebi um gole de leite.

– Eu vou indo – eu disse – Boa noite.

– Ah, Max, antes que eu me esqueça – ela saltou da mesa e veio até mim. Recuei um passo quando notei que se aproximou demais e ela riu – Calma, não vou te morder.

– O que você ia dizer? – perguntei.

– Ah, claro – ela disse – Pode me levar até a cidade na terça? Tenho que comprar um sapato novo pra festa da colheita e o vovô se recusou a me levar... sabe como ele detesta sair.

– Claro – eu disse com um sorriso amigável e me afastei indo na direção da saída – Nos vemos amanhã.

– Com certeza – ela disse sorridente enquanto eu saía da marcenaria. Bufei e chacoalhei a cabeça. O que ela estava tentando fazer?

●------■------●

Era sábado, dia de folga. 

E eu estava aproveitando o dia para concertar a calha. Estava no alto da escada, e o sol estava pegando na minha pele, mas não estava tão quente quanto o dia aparentava.

Phoebe estava lá embaixo, estendendo as roupas que eu tinha lavado mais cedo. Sorri maliciosamente enquanto a encarava, e quando ela notou franziu a testa desconfiada.

– Porque está me olhando desse jeito? – perguntou mais alto para que eu ouvisse.

– Estou só pensando – declarei dando de ombros sem tirar o sorriso de provocação dos lábios.

Ela estreitou os olhos apoiando o cesto na cintura e segurando com uma mão.

– Pensando em que, Maximus? – ela levantou uma sobrancelha.

Eu voltei a olhar meu trabalho.

– Você vai descobrir mais tarde – soltei. Phoebe riu e eu podia imagimar suas bochechas avermelhadas.

Suspirei concluindo que precisaria de pregos para prender uma madeira que se soltava antes que resolvesse cair e atingisse Phoebe ou eu mesmo.

Desci da escada e olhei para ela.

– Vou lá dentro pegar o martelo e os pregos – eu disse apontando o porão com as portas já abertas. Phoebe assentiu e eu desci as escadarias apressado. Vasculhei em busca do martelo. Achei os pregos, mas nem sinal dele.

Bufei colocando as mãos na cintura e olhando em volta. Avistei uma luz brilhando debaixo de uma estante. 

Me abaixei e pude ver o martelo, mais longe do que meu braço alcançava e precisei quase me deitar no chão para alcançar. Estiquei a mão e finalmente o toquei, no mesmo instante que ouvi algo vindo da rua.

Phoebe gritou algo que eu não consegui discernir e em seguida ouvi mais vozes gritando.

Esqueci do martelo e no mesmo instante corri para fora com todas as forças, e ao atingir o gramado, avistei ela e...

Diminui o passo e senti meu coração acelerando e parando, em seguida senti meus olhos se encherem de lágrimas e eu mal conseguia respirar.

Phoebe estava de joelhos, abraçando três pessoas ao mesmo tempo. Beijando e chorando com toda sua devoção.

Quando os três pares de olhos me encararam, cheios de lágrimas eu ri enquanto as minhas corriam pelo rosto e me abaixei para receber o abraço deles que correram até mim.

– Max! – gritaram em uníssono enquanto eu os abraçava e segurava com medo que fosse uma mentira, uma alucinação. 

Billy, Nora e Chloe.


Notas Finais


Gostandooo?❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...