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História Six Feet Under - He told me all I had to do was believe


Escrita por: kayalapapaya

Notas do Autor


Olá! Primeiramente, PERDOEM A DEMORA, eu estava num bloqueio filho do capeta e espero que vocês me perdoem. Esse capítulo saiu um tantinho menor do que os outros, mas não rola muita coisa, então não tinha como esticar mesmo. Enfimmmm, espero que gostem! Boa leitura!

Capítulo 5 - He told me all I had to do was believe


Logo, o sexteto estava andando mais ou menos alinhado, embora ainda separado por alguns metros. Glenn ia à frente, sem dar sinal algum de que pararia em breve, e Daisy tinha de admitir que aquilo era bem impressionante; afinal de contas, nem um dia antes ele estava caído na estrada, desidratado e, no geral, bem fodido. Atrás do asiático, ela ia com Rosita e Eugene, ambas flanqueando o homem e mantendo-o no centro do grupo. E, fechando a retaguarda, Tara e Abraham, mais atrás, parecendo ter uma conversa em voz baixa.

Daisy estava, claro, acostumada a caminhadas longas. Ela sabia quando tinha de beber água, como respirar da maneira certa para não se cansar facilmente e em qual ritmo manter seus passos. O Sol era um desafio para uma pessoa criada na Rússia, onde o clima era bem mais frio do que na Geórgia, mas após algum tempo, a garota havia se acostumado a ele. Certo, ainda incomodava, mas não era tão ruim quanto antes, quando ela e seus pais tiveram de fugir a pé após a morte de seus avós; naquele tempo, Moore estaria suando feito uma porca e pedindo para parar antes mesmo de terem alcançado uma milha.

No entanto, o peso era algo totalmente novo, e não de um jeito bom. O rifle, agora pendurando em seu ombro, fazia seu corpo pender um pouco para a esquerda e lhe tirava o equilíbrio. Além disso, sua mochila e a bolsa com munição puxavam ligeiramente para trás, o que exigia mais esforço de sua parte. Havia também a dor no olho que Glenn socara por acidente e o Sol tostando a pele do lado direito de seu corpo, sem falar nos mosquitos; a soma dos fatores criavam uma situação nada agradável, e logo Daisy estava rezando para acharem um carro.

Eles andaram o dia todo praticamente em silêncio. De vez em quando, alguém perguntava as horas ou pedia um gole de água a outra pessoa, mas fora isso, nada. No entanto, a menina não podia dizer que isso a incomodava; era mais fácil para ela daquela maneira, poupando seu fôlego para a caminhada.

Deviam ser cinco da tarde quando Moore finalmente avistou uma loja de beira de estrada e não pode evitar sorrir. Ela apressou o passo, correndo em direção ao local e passando até mesmo de Glenn.

Era apenas um pequeno comércio de dois andares pintado de vermelho e branco, com duas vitrines cobertas por papelão, impedindo a visão do interior do estabelecimento, e uma porta azul. A garota forçou a fechadura, tentando entrar, mas sem obter sucesso; estava trancada.

— O que você está fazendo? — perguntou Abraham, aproximando-se.

— O que parece que estou fazendo? — replicou Daisy, dando um passo para trás e examinando a vitrine da direita; conseguiria quebrá-la? Provavelmente não era uma boa ideia, o barulho acabaria atraindo mordedores. Talvez Eugene soubesse arrombar uma fechadura? Era possível.

— Parece que está nos atrasando — respondeu Ford. — Vamos.

— O quê? — perguntou Moore, incrédula, atraindo a atenção dos outros, que pararam de andar.

— Nós vamos até o pôr do Sol — informou Glenn.

A garota franziu o cenho, exasperada, e apontou para o horizonte, que se tornava laranja pela proximidade da estrela.

— O Sol está se pondo — falou.

— Daqui a uma hora — insistiu o asiático. — Dá pra andar muito nesse tempo.

— Quem sabe onde estaremos em uma hora? — perguntou a russa. — Talvez no meio do nada, sem lugar pra passar a noite, congelando as bundas do lado de fora e arriscando ser pegos. — Ao ver a expressão no rosto do homem, ela suspirou. — Olhe, eu sei que tem que encontrá-la, certo? Inferno, eu quero que você encontre essa garota, porque seu humor talvez seja um pouco melhor perto dela. Mas deixe-me lhe dar uma notícia ruim: não vamos encontrá-la hoje. Então que tal nós pararmos aqui, passarmos a noite e começarmos de novo ao amanhecer?

Daisy terminou seu pequeno discurso com a respiração ofegante, provando que estava realmente cansada. Mesmo assim, Glenn apenas balançou a cabeça e pareceu pronto para ir em frente, mas Tara deu de ombros levemente.

— Ela tem um pouco de razão — falou, surpreendendo-o. — Quer dizer, é arriscado acampar à noite perto da floresta, e alguns agasalhos não fariam mal.

— Vou ter que concordar com as senhoritas — anunciou Eugene, olhando para Abraham. — Estamos chegando no inverno e é isso ou dormir na estrada.

O sargento e Glenn trocaram um olhar curto antes do rapaz assentir, concordando, e fazendo com que Daisy suspirasse, aliviada. Abraham também balançou a cabeça positivamente, resignado, e pendurou seu rifle no ombro.

— Está trancada — falou Tara, após testar a fechadura algumas vezes. — Como vamos entrar?

— Eu consigo abrir — informou Rosita, aproximando-se da porta. — Mas preciso de dois pedaços de metal, flexíveis, de preferência.

— Grampos de cabelo servem? — perguntou Tara, pescando dois pequenos objetos prateados do bolso. — Eu estava usando para prender a franja — explicou, muito embora ninguém houvesse perguntado.

A hispânica assentiu, pegando os grampos da mão de Tara e agachando-se na frente da porta. Levou menos de um minuto antes que todos ouvissem o maravilhoso clique que a fechadura fez ao se destrancar e Rosita pôs-se de pé novamente, sorrindo, orgulhosa.

Os seis entraram no estabelecimento. Era um pouco maior do que Daisy imaginara, com três seções e uma escada no canto que levava ao segundo piso. Eles dividiram-se em duplas, cada uma seguindo para um setor: Glenn e Tara, claro, ficaram juntos, enquanto Abraham grudou-se em Eugene feito cola; sobrou, então, para Daisy acompanhar Rosita.

As duas foram para o primeiro departamento, o que continha roupas. Moore deixou as bolsas perto da entrada, diminuindo o peso que carregava, e pendurou o rifle em suas costas, sacando o revólver. Felizmente, enquanto andavam pelo corredor, tudo que encontraram foram camisetas, calças, casacos e bonés, todos com estampas de times estadunidenses que a menina não reconhecia.

— Tudo limpo aqui — anunciou Rosita, quando chegaram ao fim do segmento.

— Aqui também — disse Tara, do outro lado da prateleira que as separava.

— Vou checar o andar de cima — falou Abraham. — Rosita, estou mandando Eugene pra você.

— Sim, senhor — respondeu a hispânica em voz baixa, distraída enquanto olhava alguns pares de calça.

Daisy deu uma olhada ao redor, procurando algo que lhe fosse ser útil. Ela já tinha agasalho, então passou direto pelos casacos até chegar na parte dos bonés. Ali, havia um verde lama, e a garota virou-se Espinosa.

— Ei, Rosita — disse. Ela a olhou e Moore ergueu o chapéu. — Jinx.

A hispânica sorriu e assentiu, voltando-se para as camisetas que agora examinava, e Moore ergueu uma sobrancelha; ela esperava um rolar de olhos e uma careta desdenhosa. Antes que pudesse usar aquilo para irritar Rosita, algo aos pés da mulher atraiu seu olhar, e a garota se aproximou. Após alguns instantes, Daisy percebeu que tratava-se de um taco de baseball de madeira clara e se agachou para pegá-lo, sentindo um sorriso brotar em seus lábios.

Ela ficou de pé novamente, segurando o bastão da maneira que aprendera em seus treinos com a equipe de baseball de sua escola. A garota o girou algumas vezes em suas mãos, e fingiu que estava rebatando uma bola, dando uma risada curta; Daisy sentia falta de jogar.

— Belo taco — elogiou Eugene, aproximando-se. Moore assentiu, concordando.

— Vai precisar de umas melhorias, na verdade — comentou.

Ambos ergueram os olhos quando passos altos na escada anunciaram que Abraham descia. Por cima da prateleira, Daisy pôde ver que ele parou na metade da escada e apoiou a arma no ombro, assentindo para indicar que o andar de cima estava limpo.

— É bom montar guarda — disse Glenn para o sargento. — Eu e Tara podemos ficar primeiro, depois você e Rosita.

Ford assentiu, descendo os degraus restantes e parecendo examinar a porta e as vitrines.

— Bom o bastante — Daisy o ouviu dizer. — Rosita, por que você não leva Eugene e Ginger pra cima? Vamos precisar de uma fogueira.

Assim, após algumas horas, Daisy, Eugene, Glenn e Tara estavam reunidos no segundo andar, que era apenas um escritório com uma pequena parte destinada ao estoque. A mulher morena e o asiático haviam movido uma escrivaninha para a entrada, ao passo que Rosita tampara a janela inteira com papel de jornal e fita adesiva, antes de descer para montar guarda com Abraham.

Naquele momento, os quatro presentes se reuniam ao redor de uma pequena fogueira que ardia dentro de um recipiente de metal. Daisy ajudara Eugene a acendê-la e também aprendera um truque bastante útil envolvendo uma pilha e papel alumínio; ela acabara queimando as pontas do polegar e do indicador por não ter seguido as instruções do homem à risca, mas estava contente consigo mesma.

Assim, a garota encontrava-se sentada com as pernas cruzadas em frente ao fogo, desenhando algumas margaridas em seu taco novo com a caneta preta de Tara. Ela já havia escrito suas iniciais – DAVM – e envolto a parte pela qual seguraria o bastão em um tecido branco, pois sabia por experiência própria que pegá-lo sem proteção nas mãos a deixaria com alguns calos.

Eles não conversaram muito, cada um dos quatro absorto em seus próprios pensamentos. Eugene encarava as chamas com seriedade enquanto girava uma caneta entre os dedos, amassando bolinhas de papel e jogando-as na lata ocasionalmente, afim de manter as pequenas labaredas acesas; Tara parecia disputar uma partida de jogo da velha consigo mesma, e Daisy podia ver as linhas de cansaço formando-se em seu rosto; e Glenn já estava deitado, agora trajando um poncho velho que tirara de sua mochila e encarando o teto.

Aos poucos, Moore começou a se sentir sonolenta também. Aquele fora um longo dia, e ela tinha sorte por não ter sido colocada no rodízio de guarda, pois assim conseguiria dormir a noite inteira – se seus pesadelos permitissem, obviamente. A menina deixou seu bastão de lado, deitando-se no chão e usando a bolsa como travesseiro. Geralmente, Daisy caía no sono quase imediatamente quando estava cansada, mas aquela noite foi diferente. Não foi uma situação nova para ela, dormir com várias pessoas ao redor, pois já havia passado por aquilo, mesmo que poucas vezes; o que a incomodava era um sentimento que a ruiva demorou a reconhecer, mas que veio com um choque: segurança. A menina finalmente adormeceu algum tempo depois pensando em seus pais.

Daisy acordou de sobressalto no meio da noite. O pesadelo do qual não se lembrava a desorientou por alguns instantes, até que seus olhos se acostumassem com a escuridão na sala, e ela virou-se para ver que a pequena fogueira alimentada por Eugene havia se apagado. Em vez de Tara e Glenn, eram Abraham e Rosita que estavam deitados ali, o homem roncando sonoramente.

Em silêncio, Moore pegou seu novo taco e seguiu para a porta do escritório, onde pulou por cima da escrivaninha e desceu as escadas até o primeiro andar. Glenn e Tara estavam sentados de frente para as vitrines, ambos em silêncio; a garota logo percebeu que Chambler estava na verdade adormecida.

O asiático se virou ao som de seus passos, e, ao perceber de quem se tratava, tornou a olhar para frente. Daisy sentou perto de alguns manequins, apoiando o cotovelo no joelho enquanto examinava seu taco.

— Você devia dormir — disse Glenn, após vários minutos em silêncio.

— Devia — concordou ela.

— Seu pai não vai ficar com raiva se acordar e não te encontrar na sala?

Daisy riu baixinho.

— Isso vai ser um pouco difícil, já que ele morreu uns meses atrás — respondeu.

Glenn baixou a cabeça.

— Desculpe — pediu.

— Tara pensou que Abraham era meu pai também — continuou Moore. — Quer dizer, não incomoda vocês que nós temos sotaques diferentes?

O rapaz deu o menor dos sorrisos, que saiu estranhamente forçado, e balançou a cabeça.

— Eu não prestei atenção, realmente — disse.

— Eu sei, você esteve ocupado — comentou a menina.

Eles novamente mergulharam no mesmo silêncio de antes. Do lado de fora, uma pequena horda de mordedores começou a passar, com não mais que uma dúzia deles se arrastando pela rodovia. Pelos buracos que Rosita fizera estrategicamente no papelão, a garota viu o que antes fora uma mulher de meia idade se chocar repetidas vezes contra a vitrine, grunhir algumas vezes e se juntar aos outros em sua caminhada. Fora uma boa ideia parar ali, afinal.

— Desculpe pelo seu olho — pediu Glenn, aproximadamente meia hora depois da horda de infectados passar.

— Ah — disse ela, levando a ponta dos dedos ao rosto; o lugar que ele socara ainda estava inchado. — Tudo bem.

Tara resmungou alguma coisa, o queixo escapando da mão que o segurava, e abriu os olhos brevemente. Ela se deitou no chão, tornando a fechá-los, e logo estava dormindo novamente.

— Onde ela encontrou vocês? — indagou o rapaz.

— Na estrada — respondeu ela. — Alguns mordedores tinham aparecido e você estava apagado quando nós aparecemos. Ela contou sobre a prisão e Maggie.

Glenn assentiu, baixando os olhos e encarando os próprios joelhos.

— Aposto que você me acha louco por procurá-la mesmo sem ter certeza de que está viva — comentou ele. Daisy balançou a cabeça negativamente, franzindo os lábios de leve.

— Se eu tivesse alguém assim para procurar, era isso que estaria fazendo — disse. — E Tara falou algo quando conversamos... que tudo que precisava fazer era acreditar.

Ele a encarou, parecendo ligeiramente surpreso.

— Sério? — perguntou. Moore assentiu e o asiático repetiu o gesto, parecendo contente. — Bom, então eu mantenho o que ela disse.

Os dois se mantiveram em silêncio, o que deu a Daisy algum tempo para pensar, e ela começou a refletir sobre Eugene. Talvez o tivesse julgado erroneamente, pois ele podia muito bem ter as respostas para suas perguntas e a solução de seus problemas; a garota já vira o que Porter podia fazer e sabia do que era capaz. Talvez o destino da humanidade realmente estivesse nas mãos de um sujeito com cara de otário e cabelo ridículo.

Afinal de contas, tudo que ela precisava fazer era acreditar.


Notas Finais


Alguém aí? Comentem! Beijinhos e até o próximo! <3


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