1. Spirit Fanfics >
  2. Sky Forest - A Deeply Love >
  3. CHAPTER 25 - WHO'S TRUSTFUL?

História Sky Forest - A Deeply Love - CHAPTER 25 - WHO'S TRUSTFUL?


Escrita por: bcosta03

Notas do Autor


Hey Clexinhas, SURPRESSSAAAAAAAAAAAAAAAAAA! I'M BACK!

Sentiram falta de SF? Eu estava com saudade de vocês! Bem, me matei pra escrever esse capítulo porque estou no meio do meu TCC e tá bem difícil, mas não queria fazer vocês esperarem mais.

Ficou um pouco mais curto do que eu gostaria, mas espero que esteja bom. Nos vemos no final.

Boa leitura :)

Capítulo 26 - CHAPTER 25 - WHO'S TRUSTFUL?


Fanfic / Fanfiction Sky Forest - A Deeply Love - CHAPTER 25 - WHO'S TRUSTFUL?

         A forte tempestade havia adiado a chegada de minha mãe e Kane até Arkadia, assim como a da Rainha da Nação do Gelo a Polis. O suor escorria por minha têmpora ao mesmo tempo em que minha respiração ofegante saia quente por entre meus lábios. Meu corpo parecia cansado, mas minha mente estava trabalhando incansavelmente tentando assimilar os movimentos precisos do menino loiro a minha frente. Aden, empunhando sua espada deslizava os pés pelo barro da arena fazendo-me andar em círculos enquanto estudávamos um ao outro. Os cabelos loiros colados em sua testa e os olhos verdes brilhando clarinhos me analisavam pacientemente. Era o meu segundo treinamento junto a ele depois que havia decidido aprender a lutar. Estava cansada de ser apenas a mente pensante e não saber me defender como deveria. Precisaria disso para lutar contra os guerreiros da Nação do Gelo quando chegasse a hora. Precisaria estar pronta para defender a mim mesma e aos que amo numa possível guerra.

            Meu corpo se preparava para luta e minha mente pensava junto a Lexa e os membros do conselho as melhores estratégias. No entanto, algumas coisas não podiam ser ditas na sala do trono. Tinha que ser assim. Lexa sabia que seria possivelmente traída por todos os membros assim que o dia amanhecesse e Nia a desafiasse. Parte dessa resistência do conselho se devia ao fato de que não confiavam totalmente em Wanheda e alguns provavelmente não entendiam porque Lexa preferiu unir-se a mim ao invés de simplesmente tomar meu poder como Nia desejava. Esta era mais uma razão para que secretamente eu treinasse junto a Aden. Precisava provar para mim mesma e para os embaixadores que era melhor ter Wanheda como aliada do que como amuleto de absorção de poder. Um poder que eles acreditavam que eu tinha e que internamente desejava que realmente eu o tivesse. E em todas as reuniões do conselho, sob a análise dos demais clãs através do olhar de seus embaixadores a única pergunta que pairava em minha mente desde que minha mãe havia partido era:

            Quem era confiável?

            Provavelmente ninguém. As respostas eram vagas o bastante para que eu me limitasse a não confiar em ninguém que não fosse Aden, Lexa e Indra. Então, na maior parte do tempo estava sendo Wanheda. Precisava ser a guerreira que Polis acreditava que eu era. Que Lexa acreditava que eu era. Por um momento, enquanto o tintilar das espadas se fazia presente e o corpo esguio do menino se prontificava em minha direção com empenho, os olhos verdes da mulher que me dominava, vieram à minha mente, fazendo uma energia descomunal percorrer meu corpo. Lexa estava incansavelmente pensando em todas as arestas para sair vitoriosa dessa luta contra Rainha do Gelo e conseguir a tão sonhada paz. Ela não havia sequer dormido a noite passada. Aliás, nos últimos dois dias só a vi nas horas em que estávamos no conselho e eu era apenas mais uma embaixadora representando o Décimo Terceiro Clã. Eram poucos os segundos em que seus olhos verdes encontravam os meus e eu podia ver a paixão neles, oculta pela expressão séria e imponente de Heda. E bastava-me apenas esses raros segundos para saber que Lexa ainda estava ali e era minha. Esses segundos eram o bastante para não me deixar sucumbir a todos as incertezas que nos rodeavam.

            Eu seria forte. Seria Wanheda. Seria embaixadora do Décimo Terceiro Clã e seria Clarke quando ela precisasse.

            Porque, indiscutivelmente, todas as minhas facetas, todo meu ser já eram dela.

            “Concentre-se Wanheda!”

Aden esbravejou contra mim e quando meus olhos focaram o garoto novamente, sua espada estava prestes a acertar meu rosto. Num reflexo elevei minha espada à frente da minha face e os aços chocaram-se um contra o outro, quase rente a minha pele suada. O som agudo causado pelo forte atrito entre os aços ecoou em meus ouvidos.  Meus olhos arregalaram surpresos por um momento quando vi o quanto à lâmina havia chegado perto de no mínimo cortar minha cabeça fora. Meu coração acelerou no peito e encarei os olhos verdes do aprendiz de Lexa, fitando-me num tom singelo, embora firme, enquanto sustentava a espada rija contra a minha. Ali, eu era apenas sua aprendiz, como ele o era de Heda. Lexa exigiu que apenas o menino me treinasse e sua habilidade e força me mostravam o porque ele era o sucessor direto do trono.

- O inimigo não espera que você se concentre na batalha! Você não deve desviar os olhos do seu inimigo Wanheda. Se o fizer ele o matará antes mesmo que tenha a chance de se defender. 

Sua voz rasgou o silêncio da arena e meus olhos estreitaram diante de sua repreensão ao mesmo tempo em que me defendia de um novo ataque. Era incrível como Aden conseguia ser tão maduro e forte, mesmo sendo apenas um menino. Não era à toa que Lexa confiava sua vida a ele. Lembrando-me de seus ensinamentos, forcei meus braços que seguravam a espada pesada contra a dele e soltei um urro forte, usando toda a energia que estava acumulada em meu corpo para sair daquela posição acuada em que me encontrava. Executei os movimentos de defesa e ataque que o próprio Aden havia me ensinado no dia anterior. Empurrei sua espada para longe da minha e vi quando o menino deu dos passos para trás. Aproveitando seu breve desequilíbro, meus pés foram para frente enquanto meus braços giraram a espada e começaram a atacá-lo sem piedade. Os aços tintilavam um contra o outro e todos os movimentos do pequeno guerreiro estavam sendo lidos por mim. Ele tentou uma investida lateral com sua espada e girei o corpo desviando de seu golpe, tentando acertá-lo em contra-ataque. Aden abaixou a cabeça em reflexo e a lâmina de minha espada cortou o vento enquanto ele deslizando a perna pelo barro em um movimento preciso, lançou meu corpo ao chão em uma rasteira. Senti meus ossos chocando-se contra o chão duro e meus olhos fecharam por um instante, quando o baque fez com que minha respiração parasse. Quando os abri a lâmina do menino estava a centímetros do meu pescoço e ele respirava ofegante.

Deixei meus braços caírem lateralmente ao meu corpo sentindo o cansaço tomar conta dos meus músculos. O menino sorriu e estendeu a mão para que eu levantasse. Sorri de volta e segurei sua mão de dedos longos forçando-me a ficar de pé.

- Um guerreiro precisa ser paciente Wanheda, mas você aprende rápido. Lembrou-se dos movimentos que lhe ensinei e os executou perfeitamente.

Ofegante, apoiei minhas mãos nos joelhos enquanto pegava a espada caída ao chão e virava o rosto em direção ao menino.

 

- Só falta agora conseguir não ser morta após executá-los certo? Um sorriso singelo brotou no rosto de Aden e sua mão tocou meu ombro num gesto de encorajamento.

- Não se cobre tanto. Para o seu segundo dia de treinamento me admira você não ser uma nightblood. Deixei-me rir e Aden me acompanhou descontraído

- Aden tem razão. Você é habilidosa Wanheda.

            Uma voz rouca e imponente se fez ouvir atrás de mim e virei meu corpo imediatamente para encontrar o dono dela. O homem alto e forte olhou-me desafiadoramente com suas orbes azuis. A cicatriz na testa, a veste cinza e o olhar gélido denunciaram a qual Clã ele pertencia e imediatamente soube que era o filho da minha grande inimiga que estava a minha frente.

            - Príncipe Roan.

            - Legendária Wanheda - Respondeu com um sorriso de canto – Aden. Assentiu para o sucessor do trono que o respondeu com um breve aceno de cabeça.

            O menino parecia não confiar no príncipe e honestamente me sentia da mesma forma. Por mais que o guerreiro estivesse ajudando Lexa até o momento, ele ainda era da Nação do Gelo e ainda filho de Nia, o que o tornava uma ameaça perigosa até segunda ordem.

            - Aden, Titus precisa de você na sala do trono. Pediu que eu lhe chamasse.

           

            Aden guardou sua espada na cintura e olhou-me brevemente executando um gesto silencioso para que eu o acompanhasse. Virei-me para seguir o menino, quando uma mão áspera segurou meu antebraço com precisão, mas sem empunhar força.

 

            - Espere Wanheda! Gostaria de falar com você, a sós.

            Meus olhos fitaram a mão do homem ainda em meu braço e ele soltou-o imediatamente, afastando-se de mim alguns passos. Sua expressão suavizou e aguardou em silêncio minha resposta. Parte de mim não queria ficar ali por não confiar no guerreiro e outra parte queria saber o que ele tinha a dizer. Era a hora de ser Wanheda afinal e não podia ter receio de enfrentar um príncipe que aparentemente estava do nosso lado quando a Rainha, inimiga declarada, estava para chegar. Se Roan fosse realmente um aliado este era o momento de ter certeza disso. Essa era a hora de saber em quem se poderia confiar. Suspirei fundo e olhei para Aden assentindo para ele em sinal de que eu ficaria com Roan na arena. O menino fitou o príncipe novamente, com uma expressão séria e claramente intimidadora, o que me fez sorrir por dentro. A postura de Aden era de defesa e proteção. Minha afeição pelo menino apenas aumentava e parte de mim se sentia segura com ele.

            Quando Aden finalmente se afastou virei-me para Roan. Minha mão agarrou firmemente o cabo da espada, talvez numa atitude de reflexo, mesmo que não passasse pela minha cabeça atacar um príncipe desarmado. Ainda assim, eu sabia que se Roan quisesse me machucar ou até mesmo me matar, tinha força e habilidade suficientes para fazê-lo sem precisar de nenhuma arma. Lexa já havia me dito que Roan era o guerreiro mais habilidoso de Azgeda e que nunca havia perdido uma batalha. Meu coração batia ferozmente contra o peito, mas por fora mantive a expressão séria e intimidante, como se não tivesse com nenhum receio de estar em sua presença. Os olhos do príncipe desceram até minha mão que segurava a espada, para logo em seguida encontrar meus olhos novamente.

           - Não é preciso me temer Wanheda. Não estou aqui para lhe fazer mal.

         - Não o temo Príncipe Roan. Apenas não me deixo esquecer o clã ao qual pertence. Você deve entender que preciso ter cautela com a Nação do Gelo.

            - Claro que sim. No entanto, posso dizer que por hora não tenho um clã ao qual servir, apesar de não poder modificar minha origem. Gostaria que lembrasse disso durante nossa conversa.

            - O que deseja falar comigo?

           

            O homem colocou as mãos para trás e andou silenciosamente pelo barro da arena parecendo refletir sobre o que falaria. Ainda com a mão agarrando firmemente o cabo da espada, mantive-me alerta aos seus movimentos não permitindo que meus pensamentos tirassem minha concentração e lembrando-me das palavras de Aden.

           

            “O inimigo não espera que você se concentre na batalha!”

           

            - A Legendária Wanheda já deve saber que a Rainha do Gelo está a poucas horas de Polis e sua presença aqui exige total atenção de todos – Os olhos azuis voltaram-se para mim e encarei-o de volta esperando pacientemente que ele continuasse – Mas não é a minha mãe que você deve temer especificamente.

                       Senti minha sobrancelha arquear em resposta e meu coração disparou de repente. Ele estava falando de si mesmo? Isso era um sinal ou aviso de que ele me atacaria neste momento? Meus dedos apertaram o cabo de ferro e senti a adrenalina bombeando cada célula do meu corpo, tencionando meus músculos para uma possível defesa.

                       - Seja claro Príncipe! Minha voz soou cortante e fria.

            - A Rainha não virá sozinha. Ontari, a sucessora direta do trono de Azgeda virá com ela. E é com Ontari que você deve se preocupar.

            - Então você tem uma irmã? Perguntei tentando entender o discurso do príncipe.

            - Não. Sou o único filho da Rainha, mas como deve saber fui expulso de Azgeda, o que na verdade não muda os fatos.

            - Que fatos?

            - Que não seria eu a assumir o trono de meu clã. Ontari sempre foi a escolhida para tal.

           

            A voz do homem baixou de repente e senti grande raiva e mágoa em sua voz. Se o que ele dizia era verdade então Nia o rejeitava antes mesmo de expulsá-lo do clã. Por um momento, minha mão afrouxou o aperto na espada e Roan me pareceu confiável, mas logo apertei o cabo novamente, lembrando que não havia espaço para erros. Ele poderia estar mentindo e me manipulando.

           

            - E porque está me dizendo isso?

            - Porque quando perceber que o que digo é verdade, poderá pensar em confiar em mim.

            - Príncipe Roan, sei bem que foi expulso de Azgeda por que não conseguiu me matar. Suas palavras podem ser apenas uma tentativa de me manipular para tal. Com o poder de Wanheda você teria a confiança da Rainha novamente e o trono no futuro. Não tenho motivos para acreditar que a Rainha renegaria o filho por alguém que nem sequer tem seu sangue. Talvez até mesmo suas informações sobre os passos de Nia sejam falsas e até que me prove o contrário suas palavras não serão suficientes para que eu não o considere uma ameaça.

           

            Os olhos azuis do guerreiro de cabelos longos me encararam com cautela. Suas mãos permaneciam para trás e seu corpo relaxado em postura pacífica. Nos encaramos em silêncio por alguns segundos e depois de um tempo ele esboçou um singelo sorriso de canto de boca, que me fez erguer uma das sobrancelhas em total confusão.

 

            - Porque está rindo príncipe?

            - Perdoe-me Wanheda, mas não pude deixar de sentir-me satisfeito. Agora entendo porque Heda nunca quis sua morte. Você é realmente tão sábia como imaginei.

            - Está me dizendo que estou certa ao seu respeito? Seu sorriso sumiu imediatamente, mas não havia nada em seus olhos que me dissesse que ele estava nervoso ou preocupado.

            - Não. Você está errada ao meu respeito, mas isso não quer dizer que seu raciocínio não seja perfeito. E isso para mim é sabedoria. Acredito que Wanheda já saiba que na guerra a sabedoria é muito mais valiosa do que a força.

            - Sua mãe não pensa dessa forma já que quer me matar a todo custo.

            - Tem razão. A Rainha é ambiciosa demais para pensar com clareza as vezes. Ao invés de aliar-se a Heda e fazer com que Azgeda cresça ela apenas quer ocupar o trono para ter o gosto do poder nas mãos. Mas eu nunca concordei com seus métodos e por isso não matei você. O que você fez na Montanha foi algo que nosso povo jamais conseguiu. Você os destruiu de dentro quando nós não conseguimos sequer chegar perto deles. Uma guerreira como você Wanheda deve ser aliada e não inimiga.

            - E por isso está me avisando sobre Ontari? Ele assentiu em confirmação.

            - A Rainha apenas pensa, mas Ontari executa suas ordens. Ela foi criada para isso e ao contrário de mim jamais questiona. Ontari é impiedosa e seria capaz de te matar dentro de Polis. Apenas fique alerta Clarke. Já avisei Heda sobre ela.

            Assenti para o homem sentindo uma sensação ruim no peito. Por um momento o nome de Ontari causou-me uma angústia e mesmo sem confiar no príncipe não pude deixar de perceber que havia sinceridade em seus olhos. Ele começou a distanciar-se, mas depois de um tempo virou novamente para mim.

            - E Wanheda?

            - Sim.

            - Quando atacar um inimigo não deixe que sua raiva tire sua sabedoria. Foi por isso que Aden te derrubou. Canalize sua raiva para que ela não atrapalhe seu raciocínio. Quando fizer isso será tão boa no campo de batalha quanto é nas estratégias de guerra.

           

            Encarei o homem ir embora e sumir no corredor que dava a sala do trono e apenas fiquei ali absorvendo suas palavras. Lexa confiava em Roan e em nenhum momento ele me deu qualquer indício de ser uma ameaça. Ainda assim preferia permanecer em alerta com ele, sem ignorar tudo que ele havia me dito. Apertei a espada em minhas mãos e suspirei fundo. Em algumas horas seria difícil ter paz estando cercadas por meus inimigos.

 

***

           

            A noite estava calma e o céu repleto de estrelas. Debrucei-me sob a varanda de meu quarto olhando a cidade do alto da torre em sua movimentação característica.  A maioria dos cidadãos não fazia ideia do que estava acontecendo entre as paredes da torre junto aos embaixadores e a sua comandante. Eles apenas viviam suas vidas e desfrutavam de uma paz que parecia cada vez mais ameaçada, enquanto nós tentávamos a todo custo que ela durasse para sempre. Esse era o fardo de ser líder de um povo. Nós carregávamos suas angústias por eles para que nem ao menos soubessem que ela existia. E deveria ser assim até que não houvesse mais como sustentar o peso.

            A porta do meu quarto se abriu de repente, após duas batidas se fazerem ecoar no silêncio da noite. Virei meu corpo e vi quando Lexa colocou delicadamente a cabeça para dentro do quarto a minha procura. Seus olhos verdes logo encontraram os meus e senti um sorriso brotar nos meus lábios assim que identifiquei a mulher através deles e não a Comandante. Isso significava que de alguma forma haveria um momento de paz em meio a todos os tormentos.

            Lexa estava com trajes de dormir e senti alívio por isso. Seu rosto estava visivelmente cansado, mas mantinha-se sereno como de costume. Uma singela olheira brotava embaixo de seus olhos. Os cabelos castanhos estavam presos para um lado só e caiam por cima de um de seus ombros. Ela vestia uma camisola cumprida e preta, que se estendia até pouco acima de seus joelhos, com uma lasca em um dos lados que subia até sua coxa torneada, deixando-a a amostra na medida em que ela caminhava até a varanda.

            Meus olhos vagaram por seu corpo rapidamente e senti o coração acelerando gradativamente conforme o cheiro cítrico de flores do seu característico perfume chegava até minhas narinas. A mulher sorriu assim que estava diante de mim e seus olhos brilhavam em intensa ternura quando encontraram os meus tão de perto.

            No mesmo instante em que nossos lábios esboçaram um sorriso, nossos corpos se lançaram um contra o outro e Lexa me apertou em um abraço apertado e cheio de saudade. Suas mãos abraçaram minha cintura e envolvi meu braço em seu pescoço inalando profundamente o perfume da mulher. Não havia nenhum espaço entre nós duas e eu podia sentir o coração da comandante batendo feroz contra seu peito, assim como o meu. Os lábios quentes beijaram minha têmpora suavemente e ela apertou-me ainda mais contra ela, como se fosse possível.

 

            - Como está a minha guerreira? Lexa sussurrou baixo e carinhosamente, me fazendo rir. Era incrível como ela podia ser tão doce e tão imponente ao mesmo tempo. Era como se fosse duas mulheres em uma só e eu indiscutivelmente estava apaixonada por todas as suas faces.

            - Com o corpo dolorido, mais bem. Ela riu e aquele som, tão raro de se ouvir, fez meu coração explodir no peito.

            -  Aden me disse sobre sua evolução. Ele ficou impressionado.

            Levantei minha cabeça para encará-la. Nossos rostos a centímetros um do outro.

            - Mesmo? E você disse algo a ele?

            - Não. Na verdade, eu já esperava por isso. Não foi nenhuma surpresa. Arqueei minha sobrancelha e meus olhos desceram para os lábios de Lexa instantaneamente.

            - E porque não?

            - Você é boa em tudo que faz Clarke. Eu sempre te disse que você pode fazer tudo que quiser.

            - E você sabe o que eu quero agora? Sussurrei perto de seus lábios.

            - Espero que o mesmo que eu.

            Seus lábios se aproximaram dos meus e fechei os olhos sentindo a maciez de sua boca contra a minha. Lexa sugou meu lábio inferior delicadamente, soltando-o em seguida. Nos olhamos uma última vez e minha mão escorregou para trás de sua nuca trazendo seu rosto para perto em um beijo cheio de saudade. Quando meus lábios deslizaram sobre os seus, meu corpo estremeceu e um gemido baixo saiu por entre minha boca. Sem pensar deslizei minha língua para o interior da boca de Lexa, sentindo todo meu corpo estremecer ao sentir a quentura e maciez de seu músculo úmido deslizando sobre o meu. Senti a mulher apertar minha cintura em resposta e aprofundei o beijo de maneira que minha língua sentiu cada canto de sua boca. Meus dedos se perderam em seus cachos e apertaram firmemente seus cabelos. Lexa gemeu baixo quando suguei seu lábio inferior com um pouco mais de força e terminei o beijo com um selinho delicado.

 

            - Sou mesmo boa em tudo que faço comandante? Sussurrei confiante perto de seus lábios e vi quando um enorme sorriso rasgou o rosto de Lexa, deixando-a ainda mais linda.

            - Definitivamente, você é embaixadora.

           

            Encostei nossas testas e acariciei seu rosto enquanto a mulher fechou os olhos aproveitando o carinho.

 

            - O príncipe Roan me procurou hoje.

            Os orbes verdes me encararam imediatamente e seu rosto afastou-se um pouco.

            - Aden me disse. Pedi que ele vigiasse de longe e interferisse se algo parecesse suspeito.

            - Então você também não confia totalmente no príncipe?

            - Roan é nosso aliado até o momento, mas não vou cometer o erro de relaxar Clarke. Não quando você está em perigo. Não se preocupe, vou vigiar todos os passos de Nia enquanto ela estiver em Polis.

            - E de Ontari não?

            Lexa encarou-me surpresa.

            - Então era isso que o príncipe queria dizer? Assenti.

            - Ele disse que Ontari é capaz de me matar mesmo dentro de Polis.

            A mandíbula de Lexa enrijeceu no mesmo instante e senti seu olhar endurecer enquanto ela digeria o que eu havia dito. Ela se perdeu em algum pensamento por uns segundos, mas logo voltou a olhar nos meus olhos respirando pesadamente.

            - Eu te prometo Clarke, não vou deixar que ninguém lhe faça mal. Você está segura em Polis.

            - Eu confio em você - Beijei-a delicadamente nos lábios – Mas não foque apenas em mim. Você também corre perigo. Nia quer seu trono e não quero que você se descuide de si por minha causa. Prometo que ficarei alerta a todos os movimentos da Rainha, do príncipe e de Ontari. Aden está me ensinando e logo poderei me defender bem. Apenas por favor, não se descuide.

            - Eu sou a Comandante Clarke.

            - Você pode ser a comandante, mas também é a mulher por quem eu.... Minha fala parou por um tempo e os olhos de Lexa brilharam intensamente. Senti minhas bochechas queimando e meu coração disparando loucamente. Estive prestes a confessar meus sentimentos por Lexa e todo meu corpo tremia em seus braços. Ela pareceu entender o que eu quase disse, mas ainda assim seus olhos pareciam suplicar que eu dissesse. Ao invés disso a beijei novamente, com ainda mais paixão e ficamos assim por um tempo, trocando carinhos.

                       Nada mais foi dito aquela noite. Sabíamos que no dia seguinte talvez tudo mudasse. Talvez a tensão fosse grande o bastante para nos manter longe. Sabíamos que não podíamos deixar Nia perceber nossos sentimentos ou ela teria ainda mais motivos para tentar me matar e atingir Lexa como havia feito com Costia.

            Lexa já havia adormecido, mas seus braços abraçavam meu corpo com força como se ela quisesse me mostrar em todos os seus gestos que seria diferente. Que dessa vez Nia não tiraria dela a chance de felicidade. Por um momento, pensei se eu já seria tão especial para Lexa quanto Costia havia sido, mesmo sabendo que não havia como ser comparado. Ainda assim, me arrependi de não ter confessado meus sentimentos ou pedido que Lexa o fizesse. Nossos olhares e gestos já diziam muito, mas estranhamente senti a necessidade de palavras. Talvez fosse o medo pelo que estaria por vir e pelo que passaríamos em algumas horas.

            Elevei meus olhos observando o rosto sereno e angelical dela enquanto dormia profundamente. Sabia o quanto ela estava cansada e apesar da enorme vontade de acordá-la para finalmente dizer o que eu queria não o fiz. Lexa precisaria de todas as energias amanhã e jamais prejudicaria isso apenas para satisfazer uma necessidade minha. Uma outra parte de mim tinha medo de deixa-la saber dos meus sentimentos e de certa forma torna-la mais vulnerável a Nia. Talvez fosse injusto da minha parte subestimar a força de Lexa, mas o medo que eu tinha de perde-la era maior do que qualquer sanidade.

            Deixei a ponta dos meus dedos passar pelo traço firme de sua mandíbula e beijei delicadamente seu queixo. Deitei novamente em seu ombro sentindo-me segura e feliz. As pálpebras começaram a pesar, mas antes que eu finalmente adormecesse as palavras ganharam vida e saíram em sussurro baixo, quase inaudível, por meus lábios.

            “Você pode ser a comandante, mas também é a mulher por quem me apaixonei perdidamente. Não vou deixar que te façam mal Lexa. Eu prometo”

                                                                              

                                                                                 


Notas Finais


E aí meninas como estamos? Roan é confiável ou não? E o que acham que acontece com Ontari e Nia em Polis? Comentem porque estou sentindo falta dos comentários de vocês! :(

Bem, quero dizer que estou fazendo meu TCC e tenho até semana que vem pra terminar está bem corrido e tomando todo meu tempo livre. Provavelmente o próximo cap sai daqui a 2 semanas, mas aí já terei terminado o TCC e volto a me dedicar a fic como vinha fazendo ok? Tenham um pouco de paciência comigo porque está realmente difícil.

Nos vemos no próximo cap. Estou no tt pra quem quiser falar lá. Qualquer erro edito depois quando sobrar tempo.

Vocês moram no meu coração. Trimani as proteja hoje e sempre.
Beijo grande, Bru


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...