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História SLAVE TO LOVE - Superação x Decepções


Escrita por: Sasciofa

Notas do Autor


Olá amoras e amorecos.
😍😍😍😍😍😍
Demorou, mas chegou capítulo com o lindo do Chris. Estava com muitas saudades dele 😉

Capítulo 32 - Superação x Decepções


Fanfic / Fanfiction SLAVE TO LOVE - Superação x Decepções

Superação x Decepções 

 

 

CHRISTOPHER 

 

 

Apesar do otimismo com que eu procurava encarar o dia-a-dia e às dificuldades que minha condição constantemente me apresentava, estava sendo muito difícil manter o bom humor e o positivismo nesses últimos dias. Quando o Dr. Dunhil disse que com o aumento de sensibilidade, aumentariam a quantidade e a intensidade das dores, ele deveria ter sido claro e explicado que eu passaria a me sentir como se tivesse sido moído em um moedor  de carne industrial. 

E tentar esconder de Mari as constantes dores, também estava me desgastando muito. Se bem que eu acho, que ela apenas se fazia de desentendida, já que em diversas ocasiões sugeriu alternativas para aliviar as dores e o melhorar meu humor. 

Contudo, eu não tenho como adiar à minha ida ao médico. A dor na área lesionada pelo tiro se tornou intolerável. É como se eu estivesse sendo furado por milhares de minúsculas agulhas ao mesmo tempo e para piorar, se que é possível, haviam os choques que atingiam minhas pernas e pés deixando -os rígidos. 

Com a consulta agendada, disse à Mari que ia ter uma reunião e por isso chegaria mais tarde, não podendo busca -la no trabalho. A consulta provavelmente será longa, principalmente depois da bateria de exames que ele pediu. 

Senti certa desconfiança no tom dela ao me responder, afinal eu só tinha avisado no dia da suposta reunião, mas não quero preocupa -la além do que já acontece diariamente. 

 

 

Cheguei ao consultório com antecedência, confesso que estou ansioso e preocupado. Justo agora, que tenho Marianne em minha vida, não é possível que o destino ou seja lá o que for, me dê mais uma rasteira !!!

Logo fui chamado e após os cumprimentos e trocas de amenidades de praxe, com a ajuda de Gus o enfermeiro, fui colocado na maca para o exame físico habitual. 

Surpreendentemente, as áreas em que recuperei sensibilidade haviam aumentado. Nas costas e na perna direita eu era capaz até de sentir a mudança de temperatura e, no pé direito o retorno havia sido completo. 

Quando me dei conta de que era capaz de mexer meus dedos de novo, que tinha o comando de uma ação tão banal para os andantes, mas que para mim e garanto qualquer lesionado que estivesse vivendo àquele momento, era uma sensação maravilhosa, simplesmente deixei que as lágrimas caíssem livremente dos meus olhos.

E naquele momento, desejei intensamente que Mari e Julian estivessem ali comigo, para compartilhar daquela vitória.

Já acomodado na minha cadeira, sem conseguir conter meu entusiasmo e de frente com o médico, o bombardeei com uma série de perguntas :

- Doutor, essa recuperação de sensibilidade, significa que tenho possibilidade de voltar a andar ?! Talvez com andador em um primeiro momento ?! E depois...

- Christopher, infelizmente essa sensibilização de um membro e de áreas esporádicas, não significam que você vai andar. Na verdade, o que você recuperou foi a capacidade tátil e não de movimento. Temos que levar em conta  os aspectos ...

- Mas eu consegui mexer meus dedos !!! – interrompi indignado. 

- Sim, conseguiu por conta do estímulo que eu estava fazendo. Porém, se tentar agora, é pouco provável que consiga sentir algo além de dor.

O encarei fixamente, tentando realizar o movimento mesmo com os dedos presos no sapato. E a pontada de dor que me atingiu, acabou de vez com a minha alegria e confirmou as palavras dele. 

- As ressonâncias mostraram que não houve regeneração no local da lesão mesmo após o transplante de células-tronco que fizemos. – ele tentava se mostrar confiante mesmo me dando essas notícias arrasadores – Todavia, existem outros opções de procedimentos que nós não tentamos ainda e que podem surtir o efeito que desejamos, amenizar essas dores crônicas. 

- Quais procedimentos ? -questionei desanimado. 

- Há infiltração, uma pequena incisão que é feita na área da lesão e aplicamos um bloqueio no nervo medular. Mas como todo procedimento tem seu ônus, caso não funcione a dor aumentará exponencialmente. – me olhou tristonho, as minhas alternativas estavam se esgotando eu podia perceber – Também podemos tentar o implante de eletrodos, mas como já discutimos antes, essa é a última alternativa. Os riscos são muito grandes, as probabilidades de sucesso no seu caso específico são baixas e além disso é um procedimento invasivo. 

- Ok. Mas se eu optar pelo implante, quais os riscos? 

- Christopher, você pode perder todos os ganhos que conquistou até agora !!! Como o controle de esfíncter ou a capacidade de ficar de pé, utilizando a cadeira de stand-up. Há ainda o risco de infeções e ...

- Em suma, a minha única alternativa é essa infiltração com bloqueio ? – interrompi exasperado.- Estive pesquisando sobre novos tratamentos e descobri que na Tailândia e em Israel, eles têm utilizado a eletroestimulação e tem conseguido bons resultados. 

- Estou sendo realista e acima de tudo quero preservar suas conquistas, portanto, sim é sua única opção na minha opinião.  Qualquer tipo de cirurgia é  desaconselhável no seu caso.- disse firme - Entretanto, acredito que podemos fazer ajustes na medicação e provavelmente, a dor se tornará suportável. Quanto a esse tratamento é experimental e caríssimo. Além do que, aqui em nos EUA só há uma clínica que realiza esse procedimento e fica em Boston.

Fechei os olhos e passei as mãos pelo rosto, a frustração e decepção pareciam travar minha garganta. Inspirei profundamente e mais comedido, questionei :

- E os choques e a rigidez dos meus pés ? Lembram câimbras, mas muito mais dolorosas. – insisto com um último fio de esperança – O que significam ?!

- Significam que seu sistema nervoso central está em pane. E que você não tem feito uso correto das órteses, o que vai fazer com que seus pés atrofiem. Além disso, talvez seja preciso inserir na sua rotina de fisioterapia, mais  exercícios específicos para os pés.

Estranho como ele parecia descrente de qualquer melhora que eu pudesse alcançar. Já que durante todos esses anos, sempre me incentivou nos momentos de desânimo e situações em que meu estado físico teve pioras severas.

- Meu fisioterapeuta sugeriu que eu tente fazer o uso dos condutores, além das órteses durante os exercícios na barra. O que o senhor acha ? 

- Acho uma boa ideia, desde que você não abuse e redobre a atenção quanto às fraturas que podem ocorrer, nos tornozelos e dedos dos pés com o aumento de carga, o que só iria trazer mais dores a você. Mantenha a ingestão de cálcio e antes de começar esse novo exercício, quero que realize uma nova densitometria óssea. 

Assenti silenciosamente e fiquei observando, enquanto ele imprimia as receitas com as novas medicações. Assim que me entregou e explicou a forma com que eu devia ingerir os remédios, disse com ar cansado :

- Christopher, vou me afastar do consultório por um tempo indeterminado. Estou precisando de férias. – ele me olhava intensamente como se tivesse algo a mais para dizer – Porém, você tem meus contatos e a Dra. Mancini, também está a par do seu caso.

- Certo. Mas está tudo bem Dr. Dunhil ?- perguntei surpreso com a notícia. 

- Sim, é o cansaço de anos consecutivos sem férias, que está cobrando seu preço. – sorriu desanimado.- Aqui está o pedido para a densitometria.

- Obrigado e boas férias. – disse apertando a mão que ele tinha me estendido. 

Diferente das outras vezes, ele não me acompanhou até o elevador. Parecia travado no lugar, até mesmo impaciente. 

- Obrigado, Christopher. – respondeu me olhando fixamente. 

Segui conduzindo minha cadeira, como se carregasse o peso do mundo nas costas. A desesperança teve esse efeito sobre mim.

 

 

Querendo evitar de chegar em casa como estava me sentindo, no auge do desânimo e da irritação, decidi parar em um pub. E claro que para minha alegria, não havia uma rampa de acesso. 

Infelizmente minha tentativa de entrar não passou despercebida e três moças que estavam próximas à porta de entrada, começaram a cochichar entre si.

Uma delas se aproximou e disse com expressão compungida :

- Ei moço, quer que a gente chame o gerente ?

- Não, obrigado. Acho melhor ir para casa. – respondi constrangido.

As outras duas também se aproximaram e a mais alta delas, falou:

- Eu odeio esses lugares que não se preparam para receber todo tipo de gente. Eles esquecem que não somos só nós, as pessoas normais, que gostam de sair !!! Os aleijados, cegos, ah todo mundo né, tem direito de se divertir !!! Coitado do moço ... – apontou para mim, virando -se na direção das amigas.

A indignação dela era bem real, mas a forma como ela a expressou me deixou mais constrangido e me sentindo um verdadeiro inútil. 

- Nay não fala assim dele !!!- a morena baixinha que havia se mantido quieta repreendeu a outra – Tem um jeito certo de chamar essas pessoas que tem problemas nas pernas. É tipo como chamar um retardado, você tem que falar deficiente mental. Não é moço? 

As três me olhavam sérias e em expectativa. E eu desejava que um buraco se abrisse e me engolisse.

- Eu ... preciso ir.

- Mas ...

Conduzi a cadeira o mais rápido que pude, me afastando de mais uma situação humilhante. 

Eu poderia ter esclarecido, mas só queria sair dali, voltar para casa e me deixar levar pela tristeza e o desânimo, só por hoje. Parar de ter que ser forte e resiliente, só por hoje ...

 

 

DR. DUNHIL

 

 

Apavorado com a situação que jamais achei que pudesse enfrentar. Aliás, que acreditei que só existisse em filmes, na ficção. 

 

HORAS ANTES DA CONSULTA DE CHRISTOPHER 

 

Loren era minha secretária há exatamente vinte anos e conhecia como ninguém minha rotina. Assim, como minhas manias e era de seu total conhecimento o apreço que sempre tive pelos meus pacientes. Em especial Christopher, cujo tio e eu, servimos juntos no exército. 

Quando Ben entrou em contato comigo depois de tantos anos, pedindo que eu  assumisse o caso de seu sobrinho que havia ficado paraplégico, não pude negar. Porém, eu já havia me estabelecido aqui em Nova Iorque e eles viviam em Londres. 

Contudo, não hesitei em viajar para avaliar o caso do então jovem Chris. E ao constatar o erro médico que o condenou à paraplegia, me propus a tentar achar uma forma de reverter a situação. 

Convenci Ben a vir com os sobrinhos para os EUA e, tenho cuidado de Chris com todo empenho desde então. Passamos por altos e baixos, cirurgias, internações e a cada perda ou ganho, sempre estive ao lado dele, o incentivando a não desistir perante as dificuldades. 

Porém hoje ao chegar ao consultório, fui recepcionado por uma Lauren pálida e visivelmente nervosa. 

- Bom dia, Lauren. Tudo bem? – perguntei observando seu modo arisco.

- Bom ... dia ... Dr.- gaguejou.

Espantado, vi surgir de dentro do banheiro dos pacientes, dois homens armados e mal – encarados.

Apesar do susto, tentei manter o controle e disse friamente:

- Eu não guardo valores no consultório. Mas se quiserem levar algum equipamento ...

- Ei velhote, nós não somos ladrões !!! – o que parecia ser mais velho disse com desdém – Nós viemos propor um acordo. 

- Acordo ?! Que tipo de acordo ...

- Nós sabemos que você atende um tal de Christopher Dalgliesh ...

- Sim e daí ? – interrompi, recordando imediatamente as circunstâncias que o deixaram paralisado.

- Não me interrompe, porra !!! – disse avançando em minha direção – Você vai convencê -lo a realizar uma cirurgia... Nós precisamos dar um recado para o irmãozinho dele. E dependendo de como ele entender o aviso, o tal Chris pode ou não sobreviver ao procedimento. Entendeu velhote? 

Atônito fiquei olhando para os dois brutamontes e suas armas, pensando que mesmo tendo lutado e tentado proteger o irmão, Julian tinha falhado. 

- Perdeu a língua doutor ?! Ou acha que estamos de brincadeira ?! -perguntou, enquanto empurrava Lauren fazendo -a cair no chão. 

 Despertei do entorpecimento que tinha me dominado e corri em direção à ela, ajudando -a se levantar.

- Eu não posso fazer isso !!! Eu ... – tentei falar. 

- Você o que ?! Prefere morrer no lugar dele ?! -disse sorrindo sarcástico – Porque é isso que vai acontecer, se não fizer o que estamos mandando. E de quebra vamos matar essa vovozinha também, já estão fazendo hora – extra. 

- Me recuso a ...

Não pude terminar de falar, ele me acertou com a arma na boca do estômago e me fez cair de joelhos. 

E para ajudar Christopher chegou para a consulta, avisou a recepcionista pelo interfone, que Lauren teve sangue frio o suficiente para atender e pedir a ela que dissesse que ele aguardasse por um momento. 

- Nós vamos acompanhar a consulta e qualquer movimento em falso, já sabe !!! Ele tem que acreditar que não há outra alternativa, a não ser entrar na faca ...

- Mas vocês sabem do que estão falando ?! Não conhecem o prognóstico dele e ...

O rapaz mais novo finalmente se pronunciou :

- Aí é que o senhor se engana. Sabemos até mesmo que recuperou a sensibilidade em alguns pontos das pernas. – falou com segurança – Mas se tem um coisa que não vamos permitir é que ele volte a andar. 

O ódio impregnado em suas palavras, me arrepiou. 

Eles entraram no banheiro e Lauren fez com que Christopher entrasse.

E agora ?!

 

DURANTE A CONSULTA 

 

Ter que convencer um paciente a realizar algo que colocará em risco sua vida, é algo que vai contra meus escrúpulos. Pior ainda, quando se tem algum laço afetivo com o mesmo.

Ver a decepção no rosto dele e a desesperança o dominando pouco a pouco, foi angustiante. 

E mesmo com a minha vida e de Lauren ameaçadas, não fui capaz de fazer o que aqueles canalhas ordenaram. Ao contrário, tentei acabar com qualquer esperança de reabilitação que envolvesse um procedimento cirúrgico das expectativas dele.

Fiz o melhor que pude para salvá – lo. 

Inclusive, quando ele mostrar as novas receitas à Julian, o mesmo será alertado do perigo que o irmão está correndo. 

 

 

- Então quer dizer que o doutorzinho, preferiu salvar o aleijadinho ?! Quanta deferência por um simples paciente. 

- Eu honro a minha profissão e o juramento que fiz !!! Seus bastardos !!!

- Pois muito bem, vai continuar sendo nobre seu babaca, mas no céu !!!

Olhei para a arma com silenciador apontada para minha cabeça e um filme rápido passou em minha mente. Entretanto, me senti em paz, algo que só uma consciência tranquila pode oferecer. 

Lauren foi trazida pelo outro marginal, assim como a recepcionista e Gus que não estavam entendendo nada. 

- Agradeçam ao velhote por morrerem assim, como se estivessem em um abatedouro. Ele escolheu o aleijadinho ao invés de vocês. 

Só pude mexer os lábios silenciosamente em um pedido de desculpas, antes de ver um a um dos meus companheiros serem atingidos. 

- Agora você velhote escroto !!!

Silêncio e em seguida a completa escuridão. 

 

 

A DUPLA DE ATIRADORES 

 

 

- Nós mesmos vamos ter que dar um susto no aleijado.- o mais velho diz irritado. – Mas o que podemos fazer ?! O cara já está completamente fodido ...

- Seu imbecil !!! Ele não é o alvo, mas há sempre um jeitinho de se fazer alguém sofrer ... física ou psicologicamente. 

- Calma Papi !!! Eu sei que você dará um jeito e o recado será dado a quem de direito. Só não podemos demorar muito. 


Notas Finais


Beijos de Luz 💋💋💋💋💋


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