- Kayla, você viu o Gilinsky por aí? – Brooklyn me perguntou. Franzi o cenho.
- Não. Por quê? – perguntei desconfiada.
- Uma guria do segundo ano tá perguntando por ele pra todo mundo... – ela olhou para a menina que havia acabado de parar do seu lado – Não, ele não tá aqui. Vaza – a menina arregalou os olhos e saiu rapidamente. Abri um sorrisinho de canto e cruzei os braços.
- Tudo bem aí, Brook?
- O que foi? A menina tá me seguindo faz uns vinte minutos perguntando sobre o Gilinsky. Até parece que eu sei dessas coisas.
- Eu nem sei se ele chegou ainda – falei honesta – Não vi ele em nenhum lugar.
- Eu também não – Brook disse balançando os braços – Mas essa menina não acreditou em mim.
- Ei. Vocês viram o Gilinsky? – Jack se colocou ao nosso lado com a mesma menina o acompanhando.
- Você tá me zoando né? Sai daqui!
Novamente, a menina praticamente saiu correndo.
- Aparentemente não sou a primeira pessoa que ela pergunta – meu melhor amigo disse com o mesmo sorrisinho de canto que eu tinha nos lábios alguns minutos atrás.
- Não. Ela tá enchendo o saco.
- Galera, vocês viram o...
- Não! – respondemos todos juntos antes que Evan pudesse terminar a pergunta.
- Que menina desesperada – disse Brooklyn. Concordei com a cabeça.
- Quem que tá me procurando? – Gilinsky se colocou em nossa rodinha.
- Uma menina do segundo colegial – minha melhor amiga disse – Se você pegar ela eu vou te dar um soco, sério.
- Ué, porquê?
- Essa guria tá perguntando pra festa inteira onde você tá.
- Tão desesperada que até dá dó.
- Falando em desespero... – Gilinsky comentou – E aí Chad!
Meus melhores amigos e eu involuntariamente nos olhamos logo depois de olharmos para Evan rapidamente.
- E aí, G! – Richard cumprimentou e não demorou para sentir seu braço se entrelaçar em meu ombro – Kayla.
Como o braço dele estava em meu ombro, fui a única a perceber seus músculos ficarem tensos quando o mesmo fez contato visual com Evan e isso fez com que eu olhasse para meu melhor amigo britânico, que estava com uma expressão completamente desconfortável no rosto. Seu pomo de adão subia e descia rapidamente enquanto a respiração de Chad parecia ficar acelerada. Limpei minha garganta, acabando com todo aquele contato visual e falei:
- Gilinsky! – todos olharam para mim – Por que você não mostra onde estão as bebida para Richard?
- Mas nem eu sei...
- Agora Gilinsky! – Brook praticamente gritou.
- Tá. Beleza! Eu descubro sozinho – levantou as mãos em redenção – Vem Chad!
- Acho que vou pra lá também – seu sotaque britânico interrompeu meu turbilhão de pensamentos. Assenti para ele com um sorrisinho.
Quando nós três ficamos sozinhos novamente, Johnson olhou para mim e deu um riso de nervoso.
- Você é rainha pra acabar com momentos constrangedores – disse – Da próxima vez que eu quiser expulsar uma mina lá de casa, eu te chamo – riu.
- Você viu a cara do Evan? Ele parecia super desconfortável – assenti – Acho melhor eles aprenderem como disfarçar melhor, porque tá completamente óbvio que eles tão se pegando.
- Preciso me distrair – eu falei, saindo de perto de meus amigos e indo procurar um canto da praia que estivesse vazio.
Shawn
Dei tchau para umas meninas que apareceram puxando assunto e decidi que iria dar uma volta pela praia. Coloquei minhas mãos nos bolsos da calça e dei alguns sorrisinhos para as pessoas que passavam e me cumprimentavam. Não achei Matthew e Nash em lugar nenhum, então considerei ir andar sozinho mesmo. Quando notei que a músicas e as vozes cessaram, olhei para trás e vi que havia andado mais do que o esperado. A festa estava longe e as pessoas também, tão longe que não tinha nem sequer um casal se pegando pelos cantos. Porém havia uma pessoa escorada em uma pedra, e pelo que percebi, não esperava que fosse ser notada ali. Ela levantou o olhar para mim e franziu o cenho. Dei um sorrisinho a ela e me aproximei.
- Oi – eu disse. Ela me encarou por alguns segundos, parecendo pensar se iria falar comigo ou não.
- Oi – disse.
- O que faz aqui, tão afastada da festa? – perguntei curioso.
Mikayla me olhou como se eu fosse idiota e me mostrou o baseado que segurava entre os dedos. Abri a boca um tanto surpreso e dei mais um passo, ficando ainda mais próximo.
- Não sabia que você fumava maconha – comentei.
- Tu nem me conhece – ela tentou acender o beck, mas o isqueiro não acendeu nenhuma chama.
- Dá aqui – ergui minha mão para ela.
- Quê?
- O isqueiro, dá aqui pra mim.
- Pra quê? Vai me impedir de fumar agora? – revirei os olhos.
- Não, eu vou acender seu baseado pra você.
Ela murmurou um “Ah!” e me entregou o isqueiro. Me agachei em sua frente, acendendo a maconha para ela. Mikayla deu um trago forte e olhou profundamente em meus olhos e, por incrível que pareça, isso fez com que arrepios percorressem por todo meu corpo. Meus olhos eram fixos em sua boca, que soltou a fumaça assim que abriu a boca para falar:
- O que você tá fazendo aqui, afastado da festa? – repetiu minha pergunta. Dei uma risada fraca e olhei em seus olhos, sorrindo.
- Eu queria andar, não achei ninguém para me fazer companhia, decidi vir sozinho.
Mikayla soltou um riso e isso fez um pouco da fumaça escapar entre seus dentes.
- Aposto que você nem se esforçou em achar alguém – soltou fumaça pelo nariz – As gurias que naturalmente se jogariam nos pés do meu irmão, hoje se jogam nos seus pés.
- Eu queria companhia de alguém pra conversar, não pra pegar.
A irmã de Matt me olhou com as sobrancelhas cerradas e deixou seu baseado finalizado em cima de uma pedra.
- E porque você queria isso?
- Que tipo de pergunta é essa?
- Qual é, Mendes. Essa não é uma pergunta difícil de se interpretar – lançou-me um sorriso sarcástico – Por que você queria andar ao invés de pegar alguém? Já pegou alguém hoje?
- Não. Não sou como os guris do time de futebol.
- Mas você anda com eles.
- Por que são meus amigos.
- Péssima escolha de amigos.
- Seu irmão é um deles.
- E daí?
- Você está dizendo que seu irmão é uma pessoa péssima para ser amigo?
- Nah. Matthew é inocente demais pra ser falso com as pessoas – se levantou e começou a tirar areia das pernas e da bunda.
- Inocente? Você realmente conhece seu irmão?
- O fato de Matt iludir e comer algumas meninas não o faz ser um cara horrível, o faz adolescente. Se ele tivesse trinta anos e ainda fizesse isso, aí sim eu poderia dizer que meu irmão é um cara babaca e imprestável.
Mikayla me deu um leve tapinha em meu ombro e começou a fazer seu caminho de volta à festa.
- Ei, Mikayla!
- Huh?
- Por que você me tratou tão mal no primeiro dia que nos conhecemos?
Mikayla apenas sorriu e deu de ombros, voltando a andar.
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