Sétimo mês - Narração:
O frio de novembro já havia se iniciado, Draco havia terminado todos os blusões que tricotou para os seus bebês, seus pés estavam inchados como duas bolinhas e sua barriga parecia prestes a explodir. Mas estava tão feliz, tão contente e transbordando de amor.
Serena e Callum eram os nomes escolhidos, Harry havia escolhido o da menina e Draco o do menino.
- Baby? - a voz rouca o despertou, junto com beijinhos por todo o seu pescoço e rosto.
Abriu os olhos lentamente e encarou o alfa nu, do jeito que veio ao mundo.
O pobrezinho havia acabado de sair de um cio doloroso, já que Draco em seu estado não pôde ajudá-lo. Teve que se contentar com a boca do ômega e as próprias mãos.
- Bom dia... - sussurrou manhoso, trazendo o rosto do alfa para perto, para que podessem trocar um beijinho de esquimó.
- Bom dia! - ficou de joelhos sobre a cama, Draco evitou olhar para o membro de Harry que balançou com o movimento.
- Que horas são? - bocejou, erguendo os braços, que o moreno segurou e o puxou para cima, sentando Draco, que não conseguia fazer o movimento sozinho por conta do barrigão.
Estava com quase dez quilos a mais e agora seu corpo havia acompanhado o crescimento da barriga, e com sete meses seu peito já se encontrava inchado por conta do leite que ali se acumulava. Em alguns casos os ômegas não conseguiam produzir leite, já o ex-Malfoy produzia em abundância.
Uma pena não poder doar seu leite, já que não era muito indicado amamentar durante a gravidez.
- É quase meio dia e ainda falta empacotar algumas coisas.
O ômega sorriu, se levantando devagar.
Iriam se mudar no dia seguinte para uma casa maior e em um bairro mais simples. Com o dinheiro da venda de sua casa atual conseguiu comprar a nova casa sem se endividar, pois morava em um dos bairros mais ricos de Londres e isso valia, e muito, no mercado imobiliário.
Vendera a casinha por um preço ótimo, se livrando de uma vez por todas da sensação tóxica que sentia a cada vez que olhava pela janela e via a mansão onde seus pais moravam.
A nova casa era espaçosa, com muitas janelas e com um pátio gigante. Sorriu, acariciando o barrigão, conseguia imaginar com nitidez seus filhotinhos brincando entre as flores que plantaria com o cachorro que adorariam.
Era um lindo plano de vida.
- Você entregou todos os convites do chá de bebê para o pessoal do hospital? - indagou, caminhando em passos curtos até o banheiro da suíte.
- Sim, Lilá e a esposa virão e a Dra. Lily também. - vestiu uma cueca vermelha e se olhou no espelho, piscando para a imagem.
- E seus amigos? - colocou pasta de dentes na escova azul. Olhando ao redor, percebeu que as escovas eram as únicas coisas de uso pessoal no banheiro, além dos sabonetes e o shampoo.
- Dean e Seamus confirmaram, Neville também e Angie disse que pensaria. - entrou no banheiro.
- Esse Neville é aquele que faz aniversário no mesmo dia que você? - perguntou, pois havia conhecido todos os amigos e parentes do marido no aniversário do mesmo, há quase três meses.
- É o único que eu conheço. - deu de ombros, rindo e pegando sua escova para escovar os próprios dentes.
- Angie não vem. - disse com convicção, cuspindo a espuma na pia.
- E por que não? - o olhou com a sombrancelha erguida.
- Porque os gêmeos estarão aqui. - enxaguou a boca, sorrindo para o espelho e conferindo o resultado.
- Como você sabe que ela é ex-namorada do Fred? - arregalou os olhos, lavando a boca e a escova. - Eu já te disse?
Draco pularia se conseguisse, mas apenas bateu no tampo de mármore da pia.
- Eu sábia! - suas teorias estavam certas, o bebê de Angie era quase cem porcento um Weasley.
- Sábia o que? - o abraçou por trás, saindo junto dele do banheiro.
Draco vestia uma camisola e por cima desta um roupão preto com suas iniciais gravadas em dourado. "D.P".
- Vamos fazer o almoço enquanto eu te conto minha teoria.
Desceram as escadas em direção à cozinha, onde cozinharam massa alho e óleo, as únicas coisas que não estavam nas caixas.
Harry assentia para as palavras do marido, enquanto observava a comida fritar na frigideira.
- Faz sentido... - disse por fim e desligou o fogão.
- Você me acha um fofoqueiro? - fez um biquinho, colocando dois pratos sobre o balcão.
- Não, te acho um gênio com idéias mirabolantes. - riram e Harry o abraçou pela cintura, se abaixando para beijá-lo. Era uma maravilhosa sensação sentir a barrigona do loiro o tocando enquanto se acariciavam.
Com certeza, no próximo ano, teriam mais filhos.
[...]
- Eu enviei um e-mail para Pansy e Blaise, mas não sei se eles virão. - mordeu a pontinha do dedão, nervosamente.
- São aqueles seus amigos que moram na França ou sei lá onde?
- Esses mesmos. - alisou a blusa transparente, desviando de algumas caixas enquanto caminhava até o grande espelho de seu quarto, analisando seu corpo.
Vestia uma calça preta, a camiseta preta transparente, que deixava seu peito e barriga a bel prazer dos olhares alheios e uma bota preta.
Harry o olhou da cabeça aos pés e disse: - Você parece um stripper grávido e gótico.
Draco revirou os olhos, olhando para o marido através do reflexo. O mesmo vestia uma camiseta cinza básica, calças jeans largas, mas não tanto, e com um rasgo no joelho esquerdo. Além de um all star amarelo.
- E você parece um adolescente.
- Acabei de ter uma idéia para uma fantasia. - sorriu zombeteiro, fazendo o outro se interessar.
- Qual seria? - virou-se para encarar a figura de um metro e oitenta e dois.
- Um pobre adolescente alfinha e punheteiro não consegue uma foda e quer muito perder sua virgindade. - aproximou-se lentamente do seu ômega. - Então ele vai a um bordel, onde conhece um ômega grávido e muito sexy. - Draco enrolou os braços ao redor do pescoço do alfa, sentindo ele apertar sua cintura com força. - Lá eles transam bem gostosinho, - desceu as mãos grandes para as nádegas empinadas e as apertou com força. - Harry decide assumir os filhotinhos de Draco.
- Amor, você já está transformando isso em uma fanfiction. - debochou, enfiando as mãos dentro da camiseta cinza.
- Me deixe. - fez um bico, que logo foi beijado.
- Temos que descer, o chá já vai começar. - suspirou, deitando a cabeça no peito do outro.
- Não quero. - enfiou o nariz nos cabelos loiros e sedosos.
- Nem eu, queria poder comer tudo sozinho e ainda ficar com os presentes.
Minutos depois Harry abria a porta e abraçava com força Hermione, que lhe depositou um beijo em uma das bochecha e se afastou, adentrando a casa em busca de Draco.
Os dois ômegas haviam se tornado muito amigos em pouco tempo.
- E aí, papai! - Rony o entregou três embrulhos com um sorriso no rosto. Ele seria o padrinho de Serena junto à namorada.
- Que casa bonita! - George elogiou, olhando ao redor enquanto segurava um enorme pacote roxo nos braços.
- Tá cagando dinheiro, Haroldo? - Fred perguntou risonho, deixando um embrulho amarelo na enorme caixa de presentes.
- São os presentes da família do Draco. - fechou a porta e encarou os três ruivos. - Cade o resto?
- Luna tinha esquecido de comprar presente, então a Gina brigou com ela e elas foram para o shopping comprar. - O alfa mais novo negou com a cabeça, se sentando no sofá.
- Isso é tão elas.
- Concordo, falando nisso, sua sogra vem? - George se sentou em uma poltrona.
- Mas isso não tem nada a ver com o assunto. - Rony disse o óbvio.
- Sim, ela vem. - riu.
- Ah, ótimo, que coroa bonita! - suspirou apaixonado.
- Linda demais, mas não é para o seu bico. - Draco interrompeu, caminhando com uma bandeja em mãos cheia de salgadinhos.
A festa em si ocorreria nos fundos da casa, que estava coberto por uma tenta branca gigante, com várias mesas redondas espalhadas, cobertas por toalhas de estampa arco-íris.
- Como anda a vida de pinguim albino? - provocou o gêmeo, fazendo o mais novo bufar. George o chamava assim desde que a sua barriga havia crescido o bastante para fazê-lo andar de um jeito diferente.
- Harry, me defenda! - bateu o pé, entregando a bandeja para Rony, para que este a colocasse sobre a mesinha de centro. Draco não podia se abaixar, porque corria o risco de não conseguir levantar-se depois.
- Não fala assim com ele! - bateu no braço do amigo e olhou para o grávido com um sorrisinho.
Sem se dignar a responder o ato infantil do único moreno presente, apenas ergueu o dedo do meio e voltou para a cozinha, agindo ainda mais infantil.
James e Sirius chegaram depois, os capirotos foram os primeiros a oferecerem ajuda, orgulhando os dois pais e deixando o irmão desconfiado.
Logo em seguida todos os grifinórios chegaram juntos e um barulho alto de conversa preencheu a casa.
Os primos e os tios de Draco chegaram junto aos pais do mesmo, todas as pessoas eram muito parecidas e dividiam-se entre alfas e ômegas.
George e Fred estavam adorando perturbar os ômegas de nariz empinado e roupinhas de grife. Era engraçado.
- Vocês nasceram de uma copiadora? - Draco riu, ouvindo a pergunta dos gêmeos para Hyperion, um ômega de dezessete anos.
Harry não desgrudava do marido, agindo como a sombra dele, e este caminhava para todos os lados, cumprimentando e sendo o ótimo anfitrião que fora ensinado a ser.
- Quando a gente vai abrir os presentes? - o moreno perguntou assim que se afastou da mesa onde sua prima-quase-tia, Andrômeda, dividia com os pais de Draco e Bellatrix, esta que olhava obsessivamente para o marido, Tom Riddle, que conversava com Lucius.
Por algum motivo que desconhecia, não havia ido com a cara do tal Tom, seu desgosto perante a ele aumentou ainda mais quando o viu olhar lascivamente para a bunda do seu ômega.
Cara ridículo! Pensou.
- Depois que a Dra. Evans chegar. - acariciou a barriga, onde os bebês chutavam forte e forçou um sorriso para a mãe.
O barulho da campainha soou, o casal caminhou até lá juntos e abriram, dando de cara com a mulher ruiva, que tinha olheiras bem marcadas debaixo dos olhos e segurava dois pacotes bem embrulhados.
Ela notoriamente havia acabado de sair de um plantão.
Os dois Potter sentiram-se especiais para a mulher, ora, ela estava morrendo de cansaço e mesmo assim estava ali!
- Seja bem vinda! - disse o ômega e deu um beijo na bochecha da mulher, que sorriu e o abraçou.
- Como estão? - entrou e fechou a porta.
- Ótimos e a senhora?
- Bem, mas eu já disse que para vocês é somente Lily. - o sorriso largo não saía de seu rosto, estar na presença deles a causava um bom sentimento.
Guiaram-na em direção ao local da festa.
- Estão gostando da casa nova? - olhou ao redor, sentindo o nariz coçar. Sentia um cheiro conhecido, mas não poderia ser. Não queria que fosse.
- Bastante, é espaçosa e ideal para criar as crian-.
- O QUE ESSA ALFA ESTÁ FAZENDO AQUI? - James vinha na direção deles marchando.
Sirius vinha atrás, rosnando.
- Faça parar! - Draco cobriu as orelhinhas com as mãos.
O rosnado de uma alfa, assim como a voz de comando deles, machucava demais os ouvidos dos ômegas. Isso servia para submetê-los assim como para enfrentar outros alfas.
Harry rosnou contra o pai, trampando os ouvidos de Draco com as próprias mãos.
Os ômegas, em estilo dominó, cobriram os ouvidos.
- J-james? - gaguejou a alfa, dando um passo a frente.
- SAÍA DE PERTO DO MEU FILHOTE! - expôs as garras, avançando para cima da mulher.
Ver Harry rosnando para Sirius ao lado dela era o seu maior medo. Seu filho não podia se bandiar para o lado daquela maldita. Não depois de tudo o que fez por ele.
- H-harry? - olhou para o lado. Sua cabeça estava entrando em curto circuito, mas estava compreendendo.
- O que está acontecendo, pai? - perguntou nervoso, puxando o marido contra seu peito, Sirius não havia parado de rosnar nenhum segundo e as orelhas de Draco já sangravam.
- E-ele é... - a ruiva começou a hiperventilar.
- ELA TE ABANDONOU E AGORA VOCÊ FICA AO LADO DELA E CONTRA NÓS? - Sirius o acusou, rosnando.
- EU NÃO ENTENDO! - se desesperou e Draco, mesmo sofrendo de dor, tentou acalmar o alfa através da mordida.
- Nós precisamos conversar, meu filho. - Lily disse e todos no ambiente trancaram a respiração.
Os primos Malfoy eram os mais atentos na fofoca.
Harry tinha os olhos marejados. Não queria conversar, não queria ouvir ninguém. O chá de bebê de seus filhotes havia sido estragado e a sua vida familiar estava prestes a ruir.
- Vai ficar tudo bem, meu amor. - Draco o beijou sobre o pescoço. Assentindo, o alfa esperou que realmente ficasse tudo bem.
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