Escrita por: noromui
A corda vermelha traça o corpo esguio de pele alva, tornando-a quase tão rubra quanto ela mesma, visto que o aperto rendia-o, tornando impossível a movimentação de seus braços, todavia, Suna parecia tão pouco se importar com seus pulsos já dormentes e ombros puxados trás, grudados em suas costas por nós habilmente feitos, pelo contrário, a expressão - mesmo que facilmente despercebida - de Rintarou entregava-o notoriamente, sentia um leve entusiasmo estando tão submisso como agora, preso por cordas avermelhadas de aparência áspera.
Aquilo era Shibari.
Consistia em uma arte de amarração erótica, a qual a restrição dos movimentos é a principal causa de excitação e prazer sexual. Sem dúvidas, [Nome] ama ser dotada das habilidades de criar nós, os quais seu parceiro via-se preso.
A corda longa caminhava pela extensão de seus braços, tanto prendendo os pulsos juntos, como deixando vulnerável a pescoço clavícula e peitoral desamparados e expostos ao toque.
No quarto que reside, uma única luminária de tamanho médio iluminava o local, tudo era consumido pela escuridão e silêncio quase que vertia das paredes. Havia uma cama bem arrumada ao lado de Rintarou, e mais perto um armário de madeira escuro, com algumas 'bitucas de cigarro e algumas garrafas transparentes, de rótulos ilegíveis pela má iluminação, o cheiro de uma tal erva impregnava o olfato dele, como um entorpecente para seus sentidos.
De forma baixa, contudo audível, a porta rangeu, indicando a entrada de alguém no cômodo vasto, o led, pendente nas extremidades das paredes, acendeu aos poucos, iluminando vagarosamente o resto do quarto, cintilando tons profundos de vermelho, salientando veemência sexual ali.
O som do salto alto agulha caminhando em sua direção o excitou ainda mais, a rigidez tomando vigor conforme o passo diminui até que, por fim, se extingue. Uma respiração quente atinge suas costas, a região em que seus braços presos não escondia, e Suna grunhiu após tomar noção que o corpo feminino está perigosamente perto de si, os ombros tensionam e as costas arqueiam.
Não obstante disto, ele ainda negava espreitar a jovem adulta atrás de si, orgulhoso, sustentava a grande curiosidade em sua mente e respirava ainda mais fundo, deixando seus pensamentos embevecidos com aquela "fragrância" conhecida.
[Nome] sorri, os lábios flexionando em uma linha curva, a qual rapidamente se dissipa, e o som doce que saiu de seus lábios some no ar, deixando um clima de apreensão acima do coitado submisso. Um riso que portava crueldade, e até mesmo avareza.
Ela, com muita cobiça, montava uma situação a qual Suna se torna cada vez mais obediente.
─ Suna. ─ Você se pronunciou pela primeira vez, uma voz profunda e patriarcal. ─ Se vire para mim, agora.
E ele, por sua vez, negou.
─ Não.
─ "Não"? ─ Com escárnio, disse dois tons acima do que costumava usar, um timbre ainda mais grave. ─ Você não quer me olhar, Rintarou?
A cabeça voltou a balançar-se, em tremenda negação.
Um passo, logo após, mais outro , foram ambos suficiente para ver-se defronte ele. Olhos baixos, liberando algo como receio, as orbes amarelas cintilantes, agora, ocultas por ansiedade e volúpia.
Tragou profundamente a erva envolta pela seda clara, segurou a fumaça. O indicador roçou em sua garganta, arranhando até a ponta fina do rosto masculino. Projetou a face em sua direção, o polegar prensado fortemente à pele, as pupilas do moreno dilataram mais que antes, o fervor borbulhante tomando conta de sua corrente sanguínea que só parecia se esfriar quando o toque alheio o agraciava.
O dedo que apertava-o, caminhou entre o pequeno vale, entre o lábio inferior e queixo, a unha devagarinho ameaçando furar a boca macia, ele penetrou a cavidade de Suna, afastando os dentes e dando espaço para o que faria. Hesitante, o mais velho abriu-a, dando a visão dos caninos brancos e estranhamente pontiagudos, retirou o dedo úmido pela saliva dali, e aproximou a face dele.
Calor, era o que o submisso sentia, o sangue que antes borbulhava, queria jorrar por tamanha velocidade que aparentava correr por suas veias, tudo o cenário era muito lento, não obstante disso, corria em extrema velocidade. Selaram seus lábios, a fumaça presa adentrou a boca de Suna, enquanto [Nome] a liberava também por seu nariz.
Uma cortina de fumaça.
Uma fumaça inundada de pensamentos pecaminosos, pouco à pouco se fundindo como uma nuvem clara de degustação acima de suas cabeças.
O cheiro da maconha o deixou mais atiçado ━ se é que isso era possível ━, as cordas apertavam e seu cérebro não sabia muito bem como reagir.
Uma linha de saliva os uniu após o término do ósculo, [Nome] gargalhou, muito mais mansa que antes, tragando novamente.
━ Vamos nos divertir logo, Rintarou.
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