História Só mais uma realidade - Storm approaches

THARA ON

— Thara finalmente a encontrei. 

— Oi Lys! Desculpe estava ocupada.

— Encontrou Nathaniel?

— Hã? — olhei confusa para ele. 

— Havia me dito que precisava encontrar o Nathaniel.

— Ah é.. — péssima mentirosa, esquecer da própria mentira — Então eu resolvi meu problema sem ele. 

— Resolveu parar de fugir do Castiel?

— Fugir? Quem? Eu? Que isso?

Ele ficou ali me olhando por alguns segundos. Pegou seu bloco e me entregou. 

— Gostaria que lesse isso.

              Desejo de liberdade.

 Lys havia escrito alguns verso,  entre eles estava o desejo que falei. Era lindo o que ele escreveu, fiquei impressionada como ele lembrava do que eu havia dito, ainda mais o modo como ele colocou-as naquele pedaço de papel foi como se ele pegasse um pouco da minha alma, do que se passava em mim e colocasse ali.

— Lys isso é incrível — meu olhar era de admiração ao dizer essas palavras.

— Espero que não se importe, resolvi fazer uma música em cima do seu desejo. Achei que seria uma boa ideia para nosso trabalho.

Eu tinha esquecido completamente desse trabalho! 

— Me sinto envergonhada, eu acabei esquecendo o nosso trabalho. Como lembrou? — ainda mais levando em conta como esquece das coisas.

— Geralmente sou eu quem esquece — e solta um riso — Mas as palavras que disse naquele dia realmente atraiu minha atenção, não consegui esquece-las.

 Nesse momento seus olhos com cores únicas atraia minha atenção, não poderia imaginar isso, quer dizer Castiel zombou, Iris parecia nem importar, mas o Lysandre ele ouviu, e não só isso ele as entendeu de algum modo. Senti um pequeno sentimento desconhecido tomar conta de mim, era uma inquietação misturada com um pouco de tranquilidade.  Algo que não conseguia explicar, pois nunca senti isso.

— É realmente incrível Lys. 

— Que bom que tenha gostado, então podemos ensaiar? 

— Desculpe quem vai ensaiar? E ensaiar o que? 

— Eu você e Castiel. O que acabou de ler é letra de uma música.

— Oi? Como assim? Eu terei que cantar?

— Fiz essa música pensando em você cantando ela.

Fiquei ali olhando para ele, sem dizer nada.

— Lys tenho muita vergonha para isso. Já foi difícil na aula de espanhol. Não acho que seja uma boa ideia.

— Thara você não irá cantar sozinha. Cantarei com você — Lys  sorriu para mim. A expressão do rosto dele passava confiança.

Senti meu rosto corar.

— Bem se é assim, então eu topo. A íris toca algum e instrumento?

— A Íris ajudará com a apresentação. Estou ansioso para cantar com você — disse gentilmente.

***

    Passaram-se duas semanas, pude ensaiar juntamente com o Lys e o Castiel. Tudo parecia tão tranquilo. Tinha dias que ficava apenas com Lys, ensaiando nossas partes na música.

                                                                                     

LORENZO ON

      Ali em pé na sala cuja única luminosidade era da janela onde Christian estava em pé observando o jardim.
Apreciando  a melodia  moonlight de Beethoven.

— Lorenzo preciso que prepare um voo para sexta-feira — falou Christian sem deixar de observar pela janela.

— Achei que só fosse viajar no sábado?

— Decidi ir sexta. Avise Thara que irá busca-la na escola. 

— E quanto a Nicole? 

— Ela irá viajar no sábado. 

— Tem certeza de que precisa mesmo busca-la na sexta?

— Já passei muito tempo longe dela. Busque-a na sexta e não se fala mais nisso — Christian pegou um copo de Uísque sem gelo, que estava na mesa ao seu lado.

— Se me dá licença.

 Sai imediatamente daquela sala e segui até o escritório. Peguei o telefone, fiquei ali o segurando, criando coragem para ligar para o agência de viagens.
Tenho certeza que Thara estava bem, não queria fazer isso. Gostava de tê-la por perto, mas não nessas condições. A voz dela me falando que dormia todas as noites ecoava em minha mente.

FLASH BACK

No enterro de Emilly, Christian ficou todo tempo segurando a mão de Thara, e as vezes que ela chorava ele a pegava no colo, uma cena que comovia a muitos ali presentes. Ao ver aquela cena senti pena daquela pobre garota tão nova enterrando a mãe, sabia bem o que ela estava passando.
Depois do enterro voltamos para casa em silêncio absoluto, Christian se trancava no escritório e Thara sentava-se em um sofá na sala principal, sem falar nada, não tinha nenhuma expressão, ficou ali quase imóvel encarando um quadro de sua mãe.
Pedia a Marília uma das empregadas que cuidasse de Thara.
Já passava das 23:00 horas quando  vi Christian descer as escadas.

— Lorenzo estou de saída, não quero ser interrompido, qualquer coisa que aparecer resolva — ele falou arrumando sua gravata.

 Assenti com a cabeça e subi as escadas para ir ao meu quarto, passei pelo corredor quando ouço um grito desolador vindo do quarto de Thara, entro para ver o que acontecia, e a visão que tive foi  de uma garotinha encolhida no canto da cama, com o rosto banhado em lágrimas .

— Thara, o que aconteceu?

Ela levantou seu olhar tristonho, vermelho e marejado. Era uma visão que cortava minha alma. Me aproximava dela, ela se encolhi mais.

— Não tenha medo, não vou machuca-la.

Nesse momento percebi que não era muito próximo dela, nunca tive nenhum momento de afeto, as vezes que dirigi a palavra a ela, era para perguntar somente o indispensável. Ela se manteve ali, chorando silenciosamente.

— Lorenzo — sua voz saiu baixa e falhada  — Agora ficarei sozinha, não quero ficar sozinha, quero minha mãe.

Me sentei em sua cama ao lado dela.

— Você não está sozinha, estarei aqui com você. Agora tente dormi, assim poderá encontrar sua mãe em seus sonhos — Dei-lhe um sorriso forçado, não era bom nessas coisas.

Ela se ajeitava na cama e eu a cobria, me virei para o abajur que ficava ao lado de sua cama, levei a mão para desligá-lo.

— Não desligue, não quero ficar no escuro.

— Não desligarei.

— Lorenzo — Olhei para ela.

— Fique aqui até que eu durma?

Aquela noite passei ali sentado na cama enquanto ela dormia. Depois disso fomos ficando cada vez mais próximos.

FIM DO FLASH BACK

Será realmente difícil avisa-lá pensei olhando para o teto do escritório.

THARA ON

As aulas hoje foram bem tranquilas, tenho que me lembrar que depois da última aula tem ensaio. Até que estou animada com isso, gosto de cantar com o Lys. Sua voz é bem diferente quando ele canta. No geral sua voz é tão calma e quase monótona, mas quando ele canta é tão quente.
Olho em volta do pátio, já não tem quase ninguém, me levanto e caminho para entrada da escola, sinto alguém me puxar pela cintura.

— Tô sendo sequestrada. Socorro!

Castiel me puxou para um pequeno beco entre alguns prédios da escola, nossos corpos ficavam alguns centímetros  separados.

— Shiiu — Castiel tampou minha boca com sua mão — Não quero que alguém ouça.

Gentilmente tiro sua mão de minha boca.

— Deveria parar de me puxar assim do nada. Me assusta. 

— Você estava andando tão distraída. Deveria ficar mais atenta.

— Pois é, tem razão vai que alguém tente me sequestrar né.

— O que eles iriam querer com uma tábua como você?

— Não sei Castiel, me diz você já que me puxou para esse beco.

— Só queria assustar você. — e com um sorriso pungente ele me olhava.

— Muito bem já conseguiu, agora vamos — quando me posicionei para sair, Castiel esticaou seu braço encostando a mão na parede me impedindo de sair.

— Calma por que a pressa?

— Não sei se sabe, mas temos aula e não quero matar outra.

Castiel se inclinou para me beijar.

— Castiel , não lembra do que falei no ginásio? Não podemos ter nada além de amizade.

— Lembro.. Nós somos amigos — ele revirou os olhos enquanto falava sarcasticamente.—  E se me lembro bem você não impediu os beijos depois disso.

Ele tinha razão, sempre me pegava de surpresa. Ele se aproximou mais uma vez para me beijar, quando avisto o Lys, meio perdido em seus pensamentos, o que era normal. Mas era uma deixa para impedir o beijo do Castiel, se aquilo continuasse poderia perder o controle.

— Olha o Lys — Disse virando meu rosto para acompanhar o que Lys fazia.

Castiel encostou sua testa no meu ombro e soltou um longo suspiro. 

— E o que tem? Por acaso tem interesse nele?

Interesse? No Lys? Um pequeno sorriso aparecia no meu rosto, nunca pensei no Lys assim. Olhei para parede em minha frente, minha bochecha encostava-se ao cabelo de Castiel conseguia sentir o cheiro dele.

— Não tenho interesse em ninguém, é que ele parece estar no mundo da lua.

— Esse é o normal dele Thara — Castiel levantou a cabeça e olhou para o Lys também. 

— Você não acha que ele está olhando menos a Rosalya? Quer dizer antes eu sempre o via observando ela.

— O que está querendo dizer? Que ele não gosta mais dela?

Castiel encostava-se à parede cruzando os braços.

— Não sei.... Talvez ele agora esteja aprendendo a disfarçar. Sei lá. Você é o amigo dele, deveria ir perguntar. 

— Talvez eu pergunte.

Ele colocou suas mãos em minha cintura, puxando-me para mais perto dele e me beijou, colocou meus braços por cima de seus ombros e as mãos em sua nuca. Era louco o fato de não conseguir resistir aos beijos dele. Ele me beijava tão intensamente, seu corpo estava a poucos centímetros do meu, sentia suas mãos descer até meu bumbum.

— Castiel — disse separando um pouco nossos lábios — melhor eu ir.

Mas ele não me soltava, continuava a me beijar com mais vontade e com uns poucos passos curtos me encostava na parede, suas mãos apertavam meu bumbum fazendo nossos corpos ficarem completamente grudados.

— Castiel — empurrei ele — Não é lugar para isso, vamos que temos aula.

— Aaah tá certo. Você é muito chata com esse comportamento de certinha — ele passou a mão em seu cabelo.

Comportamento de certinha, ele não sabe nem a metade do que  passei.