Dentro da escola encontrava o Armin, Alexy e Kentin que pareciam estar discutindo, mas ao mesmo tempo se divertindo.
— O que está acontecendo? — perguntava ao me aproximar.
— Alexy está tentando convencer o Kentin a mudar as roupas dele.
— Você não acha Thara..
— Não me coloque nesse meio — disse interrompendo o Alexy.
— Eu gosto dessas roupas, não quero mudar — Kentin falou com um pouco de raiva. — E acho melhor a gente ir para a sala.
Kentin caminhou na frente com Armin e eu um pouco mais atrás com Alexy.
— Cabeça dura — Alexy resmungava.
— Essa escola é tão mal frequentada.
Me virei para ver quem falava isso, era a Ambresgóia. Essa garota não dá sossego nenhum.
— Limpa a boca que o veneno está escorrendo — Alexy falou.
— Agora parece que aceita qualquer um — ela falou jogando seu cabelo para trás, sem dar atenção ao que Alexy disse.
— Ah fofa, esse problema já vem de muito tempo desde quando te aceitaram aqui.
— Diferente de você — ela me olhou de cima a baixo — Eu vim de uma família de berço e não da criadagem.
— Criadagem?
— Qual outro motivo esconderia quem você é? Ninguém aqui sabe seu sobrenome.
— Sobrenome? É isso que importa para você? Realmente você é muito fútil garota — falei dando as costas para ela.
— Aposto que sua mãe é qualquer na vida.
Não ela não fez isso. Se havia algo que não suportava era quando falavam da minha mãe.
— Quem você pensa que é para falar da minha mãe? — perguntei exaltada.
— O que foi? Não aguenta a verdade? — ela riu debochadamente — Sua mãe nem para te educar direito ela serviu.
Aquilo para mim foi a gota d’água, eu praticamente voei em cima dela, derrubando-a no chão, e comecei a esbofetear seu rosto.
— Sua vadia, você não ouse falar da minha mãe. Eu vou acabar com sua vida.
Ouvi quando o Armin falava para separar a briga, mas Alexy impedia falando que era para esperar mais um pouco.
— Me larga sua maluca — ela falou tentando me impedir e me arranhando.
Peguei pelo cabelo dela e comecei a bater a cabeça dela no chão. Estava ardendo em ódio. Ela conseguiu agarrou também em meu cabelo e puxou com força.
— Eu vou acabar com você, eu vou acabar com você — repetia sem parar.
Kentin segurou em minha cintura tentando me puxar, o Armin segurou a Ambre pelos braços afastando-a de mim, eu fazia força para me soltar do Kentin, ele me erguia até que meus pés saíssem do chão.
— Me solta Kentin eu tenho que acabar com essa vadia loira.
— Solta ela, solta ela que eu vou mostrar quem manda aqui — Ambre dizia em um ataque de fúria.
— O que está acontecendo aqui? — Senhora Shermansky perguntava furiosa.
Todos olharam espantados para a diretora e um homem sério com uma barba muito estranha que estava com ela.
— Ambre pode me explicar o que significa isso? — ele se dirigiu até ela.
— Essa garota quem veio para cima de mim pai.
— Como pode deixar isso acontecer nessa escola senhora Shermansky ? — o homem virou-se para a diretora com um olha de desaprovação.
— Vocês expliquem-se — ela disse alto, quase gritando.
Olhamos um para o outro sem saber direito o que responder.
— Eles não tem nada a ver com isso, só separaram a gente — Falei olhando para Ambre.
— Isso mesmo Ambre?
— Sim senhora — ela respondeu de cabeça baixa.
— Vocês duas sigam-me até a diretoria.
Ambre seguia de cabeça baixa, e o pai dela seguiu conosco até a diretoria.
— Então o que aconteceu?
A cara de senhorinha indefesa dessa mulher mudou para um demônio tão rápido.
— O que acontece é que essa escola tem que ser mais rígidas ao aceitarem alunos — pai da Ambre falou furiosamente.
— Senhor Francis, por favor, as deixem falarem.
— Eu já disse essa garota quem começou.
— Contar a história pela metade é fácil Ambre, ocultar o que você vem fazendo, ajuda muito a me deixar mal na história né hipócrita?!
— Do que ela está falando Ambre? — Francis perguntou ao segurar o ombro dela.
— É Ambre do que eu estou falando? — perguntei sarcasticamente, esperando pela resposta dela.
— Não sei do que essa garota está falando papai. Ela nunca gostou de mim — ela começou a chorar.
Sério que ela vai apelar para o choro? O pior é que o pai dela acreditava no falso choro. Vadia manipuladora.
— Senhora Shermansky não deveria permitir tal pessoa assim na escola, posso imaginar o tipo de educação que ela recebeu, e não é a altura de uma escola como essa. — disse com desdém abraçando a filha tentando a consolar. O choro era mais falso que ela.
— Antes de falar da minha educação, deveria olhar melhor a educação que você dá a sua filha. Ou melhor, não dá né. Já que ela não é tão diferente assim do pai.
— Como ousa falar nesse tom comigo?
— Estou usando o mesmo tom que você, se quer me corrigir se corrija primeiro.
— Sua.. — antes que ele falasse algo mais a diretora interrompeu.
— Já chega! Vocês estão na minha sala. Exijo ordem aqui. Senhor Francis, por favor, não fale assim com uma de minhas alunas
— Me perdoe diretora, mas a Senhora precisa fazer algo para puni-la.
— Pois bem. As duas estão ficaram em detenção depois da aula hoje. Ambre você ajudará a bibliotecária e Thara você limpará o jardim.
— Minha filha em detenção? — perguntou surpreso.
— Senhor Francis creio que a Thara não brigou sozinha.
Boa diretora, apesar de parecer um demônio com raiva, sabe julgar bem.
— Mas diretora — Francis falava sem se conformar com a decisão dela.
— Sem mais senhor Francis, eu sou a diretora, eu decido aqui. As duas estão dispensadas.
Sai da sala sem olhar para Ambre ou o pai dela. Caramba, agora sei porque a Ambre é tão insuportável, é igual ao pai. Mas lembrar da cena dele abraçando-a fez meu coração doer, até sentir uma pontinha de inveja.
Segui até a sala de aula, estava bem atrasada. Bati na porta, o professor Faraize abria a porta perguntando se estava tudo bem. Olhei para o Alexy, a essa altura ele deve ter espalhado para a classe toda. Acenei com a cabeça de forma positiva e segui até meu lugar, todos me seguiram com o olhar.
— Psiu..psiu..psiu.
— O que foi Alexy? — Virei-me um pouco para trás para vê-lo.
— Então o que aconteceu lá na diretoria?
— Depois eu te conto — Apontava para o quadro.
Essa aula foi terrível, os alunos cochichavam um com outro e olhavam para mim. Odiava ser o centro das atenções.
Quando ela finalmente acabou, guardei minhas coisas tão depressa que faria inveja no Flash. Me levantei e segui rapidamente para a porta, mas Alexy me parou.
— Onde você pensa que vai?
— Para o jardim, a diretora mandou que limpasse lá.
— E a Ambre?
Nesse tempo Armin, Kentin e Rosa se aproximavam de nós.
— O que aconteceu depois que vocês foram para secretária? — Armin perguntou.
— Era o que ela iria falar — Alexy disse revirando os olhos.
— Então como estava falando, eu fiquei com o trabalho de limpar aquele enorme jardim sozinha, e a Ambre vai ajudar a bibliotecária.
— Acredite o melhor trabalho é seu, a bibliotecária sabe fazer um inferno nesses casos — Rosa falava enquanto ria.
— Aposto que o pai dela não deve ter concordado.
— Nenhum pouco. Acredita que a Ambre chegou a chorar? E o pai dela acreditando em tudo.
— Sempre foi assim — Rosa cruzava os braços ao falar — Ele sempre a mimou, agora se fosse o irmão dela, esse castigo seria pouco, sem importa que ele estivesse certo ou não.
Irmão? Não sabia que a Ambre tinha um irmão. Sinto pena dessa pobre alma. Pensei.
— Gente agora eu preciso ir. Tenho um jardim para cuidar.
— Posso ajudar? — Kentin perguntou sendo o mais gentil possível.
— Não, melhor não aquela velha pode não gostar.
— Nos vemos depois — Alexy acenou.
Acenei para eles e sai em direção ao jardim. Só de olhar o jardim e pensar que tenho que limpa-lo me dava uma preguiça. Comecei pegando alguns materiais de jardinagem que estavam espalhados.
— O que é isso? — me abaixei para pegar o objeto no chão. — Parece com o bloco do.. Não parece é o bloco do Lys. Esse não perde a cabeça porque é grudada no pescoço.
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