História Só mais uma realidade - I changed ..?

— Quero sim! Uma programação de velhos. Vamos ficar em casa e assistir vários filmes como antigamente. —Lorenzo apenas sorriu e concordou.

Assim que Christian foi embora com Nicole e Dake eu comemorei! Sentei no sofá escolhendo um filme. Lorenzo preparou pipoca depois  sentou-se juntamente a mim. Ficamo ali embaixo do cobertor, comendo pipoca e assistindo vários filmes. Até o celular do Lorenzo tocar de relance eu vi o nome Eloíze aparecer.

— Não vai atender? — disse abaixando a cabeça e olhando minhas mãos.

— Não — Lorenzo desligou o celular. — Essa noite seremos só nós dois — ele terminou de falar beijando minha cabeça.

— Lorenzo é ela a mulher que você ama? — Caramba, essa pergunta saiu da minha boca sem eu perceber.

Lorenzo me olhou surpreso, eu me mantive ali olhando ele séria. Queria mesmo saber o que se passava. Ele deu uma longa respirada e em seguida me respondeu:

— Não, eu não amo a Eloíze. Thara algo te perturba em relação a ela?

 — Em relação a ela nada, é em relação a você Lorenzo. Eu não suportaria que você me abandonasse.

Senti as lágrimas descer pelo meu rosto, eu realmente não poderia suportar perder o Lorenzo. Ele era meu porto seguro, era minha linha de sanidade, se não sucumbi à loucura é por causa dele.
Lorenzo segurou meu rosto com suas mãos e beijou minha testa.

— Thara jamais vou deixa-lá. Estarei com você até o fim da minha vida.

Sequei minhas lágrimas e voltamos a ver o filme. Queria que minha vida fosse assim, só eu e Lorenzo, ele era a família que precisava.
Acabei adormecendo no sofá, e mais uma vez ouvi o celular dele tocar, pelo visto ele ligou o celular novamente. Fingi continuar dormindo enquanto dessa vez ele atendia o celular, não conseguia ouvir direto o que ele falava.

— Estava com a Thara por isso não atendi — ele ficou quieto ouvindo. — Não agora ela está dormindo, nos falamos amanhã depois que deixa-la na escola eu vou até sua casa Eloíze.

Será que meus dias ao lado dele estavam contados?

[...]

Segunda de manhã já estava acordada esperando Lorenzo para me levar a escola.

— Anda Lorenzo não quero chegar atrasada — falei afobada esperando ele na porta.

— Já estou aqui, vamos — Lorenzo falou pegando as chaves.

No elevador, Lorenzo falou algumas coisas e eu respondi sempre com um sorriso, tentava disfarçar como estava desapontada. Entramos no carro lá peguei meu celular, quando ollhei tinha várias chamadas perdidas da Karol e do Math. Eu coloquei o fone de ouvido e fiquei escutando música, quis evitar conversar com Lorenzo , que respeitou meu silêncio. Ao chegar à escola sai do carro assim que ele parou.

— Tchau Lorenzo — falei andando.

— Thara — Lorenzo me chamou saindo do carro

Parei e olhei para trás, ele estava me olhando.

— Oi? — respondi indiferente.

— Vai sair assim? Só tchau? — ele me deu um leve sorriso.

Como você pode sorrir assim Lorenzo, se soubesse como estou com raiva de você não sorriria.

— Desculpe, estou ansiosa para ver meus amigos, só isso.

Voltei alguns passos e o abracei, e por mais que estivesse um pouco triste e com raiva com o fato de ele ir encontrar com Eloíze, eu o abracei fortíssimo que o mesmo respondeu com outro abraço forte.

— Sentirei sua falta — ele disse ao me soltar.

E eu só sorri, não consegui dizer eu também, mas me afastei dele com o coração apertado.  Fui para o dormitório, o quarto estava vazio. Achei que veria a Rosa, mas acho que terei que esperar mais um pouco antes de vê-la, joguei a mochila com minhas roupas num canto.  Olhei as horas e ainda faltavam uns 40 minutos até o início das aulas. Deitei-me na cama e continuei a ouvir musica, em minha mente se passava milhões de coisas, acho que estou perto de ficar louca. Senti vontade de chorar, porém dessa vez segurei, não iria chorar novamente. Me cansei disso. Levantei-me  da cama peguei minha bolsa e sai, com todo cuidado para não ser vista quando sair da escola.


Peguei um ônibus e fui para o centro da cidade, precisava respirar um pouco já estava ficando farta disso tudo, passei em frente a um salão que parecia que tinha acabado de abrir, fiquei parada em frente dele por alguns minutos.

— Posso ajuda-lá? — uma moça muito estilosa me perguntou.

— Ah.. oi? — perguntei um pouco confusa.

— Quer entrar? Talvez possa ajuda-la — ela falou com um sorriso simpático

— Quer saber, pode ser uma boa ideia.

— Tem algo em mente do que você quer?

Me olhei no espelho fiquei um tempo me observando.

— Tenho sim.

— Ótimo, então sente-se e me fale.

Contei exatamente o que queria que ela fizesse com meu cabelo e depois de algumas horas ela terminou, e quando me olhei no espelho tive uma ótima surpresa, havia ficado melhor que imaginei. Levantei rapidamente agradecendo o que aquela moça havia feito. Depois de paga-los sai dali me amando.
Me amando? Acho que jamais senti isso, sempre senti nojo, ódio e pena de mim, mas me amar é a primeira vez que sinto isso.
Enquanto guardava o troco em minha carteira, vi ali alguns cartões de créditos que tinha, parando para pensar acho que preciso de roupas novas e por que não? Passeava mais um pouco olhando as várias lojas de roupas que existia naquela cidade, e em cada uma que entrava comprava várias roupas.
Karol piraria se estivesse aqui, ela sempre me chamava para sair as compras e eu nunca fui. As roupas que tinha era de quando o Lorenzo me levava para compra-las e pensar que nessa hora ele deve estar com aquela vaca maldita, mas não é hora de pensar nele.
Karol! Eu tenho que ligar para ela, preciso saber o porque ela me ligou, merda meu celular está descarregado, ligo depois.
 Olhei no relógio e já era meio dia, acho que está bom, melhor eu voltar, mas depois que comer algo.
Parei numa cafeteria muito atraente, ela era pequena, em cada mesa só tinham duas cadeiras, sentei-me perto da janela, pedi um croissant e um suco de maçã, ao observar a rua vi de longe um rapaz, ele me parecia familiar, mas não conseguia associa-lo a ninguém, fiz um pouco de esforço só que não obtive sucesso, pois não conseguia vê-lo direito, bem desisti depois que o garçom trouxe meu pedido. Assim que acabava de comer pegava um táxi e voltava para o dormitório e mais uma vez com todo cuidado para que ninguém me visse cabulando aula.
Olhei para o quarto e me parece que a Rosa ainda não veio aqui, joguei as bolsas em cima da cama retirei algumas roupas dali, escolhi um short jeans, queria minha tatuagem a vista, estava cansada de ter vergonha dela, ela me representa, é parte do meu passado que não tem como mudar, vesti uma camiseta branca, uma camisa xadrez e calcei meu allstar (tem certas coisas que não mudam). Olhei-me no espelho e percebi que meu rosto parecia de boyzinho, procurei nas bolsas e encontrei a maquiagem que havia comprado, fiz algo básico o que eu sabia já que não era nenhuma Rosalya. Agora sim estou pronta! Novamente olhava para o relógio, em dez minutos o intervalo acaba, dá tempo de pegar a quarta aula, a verdade é que queria aparecer, queria estrear meu look. Peguei a minha bolsa e fui para aula.

Estava andando pelo corredor quando ouço alguém se aproximar.

— Senhorita Thara, por que está andando pelo corredor?  — a senhora Shermansky falou alterada.

— Desculpa, é que eu acabei de chegar à escola — disse numa voz doce.

— Isso são horas de chegar? Temos normas na escola e exijo que as cumpram.

— Ah então acho que é melhor questionar com o Christian, sabe como são os pais quando resolve passar um final de semana com os filhos?

Sei que estou brincando com fogo, mas não tô mesmo a fim de pegar detenção. E o que tem demais em usar um pouco do poder dele, já que ele me usa?

— Bem — ela parecia um pouco desconfortada  — Dessa vez eu vou deixar passar, mas espero que não se repita.

— Pode deixar, dá próxima vez serei mais prudente — disse sorrindo.

Sabia que daria certo, todos respeitam demais o Christian, acho que as vezes até tem medo. Segui até a sala de aula, bati na porta era aula do professor Faraize, menos mal já que ele é mais maleável. Ele abriu a porta já me perguntando:

— Senhorita Thara, está atrasada.

— Desculpe professor acabei de chegar à escola, e já conversei com a diretora — disse entrando na sala.

O professor parecia ficar pasmo ao me ver, não só ele mas como todos os alunos que ali estavam.

— Oh my god — Exclamou Alexy — Não posso acreditar em que meus olhos estão vendo. É você mesmo perua? — Alexy falou altíssimo na sala.

Assumo que fiquei um pouco constrangida.

— Alexy, por favor, mantenha-se em silêncio — professor o repreendia — Senhorita queira assumir seu assento.

Mal consegui olhar os rostos dos alunos, depois do escândalo do Alexy, só consegui sentar em meu lugar, mas senti os olhares me seguindo.

— Você está linda Thara — Íris me dizia virando-se para mim.

— Obrigada Íris.

Olhei para frente e percebi que o Nathaniel estava me olhando, sorri para ele, que logo corou. Virei meu rosto para trás disfarçadamente e pude ver Lys e Castiel me olhando também. Aquilo certamente levantou meu ego.
Poderia ser que estava desenvolvendo um alto estima? Olhava em volta e não via a Rosalya. Agora estou preocupada.
Assim que o professor Faraize saia da sala, Alexy se virava para mim.

— Que cabelo curto é esse? Gente você está loira. E essa tatuagem? — Alexy falou afobado.

— Respira Alexy, vai com calma. Eu só resolvi mudar e já tem um ano que tenho essa tatuagem.

— Nossa como eu nunca vi? Vadia dá próxima vez me chama quando der uma louca dessa.

— Pode deixar te chamarei, mas vem cá cade a Rosa?

— Não sei, a última vez que a vi foi na festa sábado, que só faltou você — Alexy parou e ficou me olhando com uma expressão estranha — Eu não sei, mas acho que tinha alguma coisa para te falar, ou eu sonhei?

— Fala sério, agora fiquei curiosa, bem, mas deixa para lá, se fosse importante você lembraria. Eu vou indo gato, vou ver se descubro onde a Rosa está.

Não sei, mas acho que tem alguma coisa acontecendo com ela. Estava andando distraída pelo corredor quando esbarro em alguém.

— Desculpa — fui falando ao olhar em quem esbarrava. — Ah Castiel é você — falei já abrindo um sorriso.

Ele parou e me olhou assustado.

— Olha para onde anda — Castiel falou grosseiramente.

— Nossa, eu já pedi desculpas seu grosso.

— Tanto faz — ele me olhou de cima a baixo. — É melhor eu ir, não tenho nada para falar com você.

Castiel saiu de perto de mim numa velocidade. Nossa!  O que será que eu fiz? Ele realmente foi rude comigo.
Continuei andando e logo encontrei o Lys, talvez ele saiba o por que do Castiel está assim.