Bruno narrando
Durante o caminho o caminho até a casa de Linda, dentro do carro me aproximei pra ver como ela estava. Linda tava gelada, pálida e suando frio. E dizia:
- Preciso chegar em casa logo.
Quando chegamos em frente ao seu prédio, enquanto eu pagava o táxi, ela saiu correndo em direção ao portão e subiu. Eu fui em seguida, quando entrei na casa dela, Linda já estava dentro do banheiro. Me aproximei da porta e percebi que ela estava vomitando.
-Tá tudo bem? - falei batendo na porta. Ela não respondeu. Ainda dava pra ouvir que não tinha parado de vomitar.
Fiquei parado na sala sem saber o que fazer. Fiquei reparando no apartamento dela. Não era muito grande, mas parecia muito confortável. Na sala tinha uma parede com várias fotos. Naquelas fotos parecia está impressa toda a história de vida daquela mulher que eu conhecia há tão pouco tempo, mas que me sentia a vontade como se a conhecesse há anos. Também reparei numa estante, onde vi vários discos de vinil, uma vitrola e vários livros. Enquanto eu ia reparando nos detalhes da casa, Linda saiu do banheiro.
- Pega meu celular na bolsa, por favor. Vou ligar para Gabi me levar à emergência. - deu para perceber que ela mal se aguentava em pé.
-Eu vou com você. Me diz o endereço e eu peço um carro.
-Bruno, não precisa. Não quero te incomodar.
- Não é incômodo. Quero retribuir o passeio de hoje.
- E desde quando ir ao hospital é passeio? - ela retrucou e eu ri.
- Para de teimosia, vamos.
Ela assentiu, me passou o endereço e pediu o carro. Enquanto esperávamos, Linda voltou ao banheiro para vomitar outra vez. Estava visivelmente fraca e tonta. Eu a ajudei a andar para conseguirmos descer. O carro chegou e seguimos até o hospital. No caminho, ela se recostou um pouco em mim e eu passei a mão em seus cabelos.
- Você vai ficar bem.
Demos entrada no hospital, Linda foi logo atendida, fiquei em pé ao seu lado e mandei uma mensagem para Tato avisando que não sabia que horas eu retornaria para sua casa. Aquela viagem para a Bahia tava saindo melhor que a encomenda. Uma médica chegou para atendê-la. Após ouvir as queixas de Linda, concluiu:
- Isso me parece uma intoxicação alimentar. Comeu algo de diferente hoje?
- Sim. Uma moqueca de camarão.
- Talvez tenha sido a combinação do dendê com o calor. Quase todo final de semana que dou plantão aqui, algum paciente aparece com esse quadro.
A médica chamou a enfermeira e pediu que colocasse Linda no soro e ficasse lá por mais um tempo em observação. Retornamos para a sala de triagem.
- Desculpa - ela disse
- Pelo que?
- Não queria que seu domingo terminasse dentro da emergência de um hospital.
- Ah - eu ri um pouco - eu tô até gostando, sabia?
Linda deu um sorriso de canto de boca e a enfermeira veio para colocá-la no soro. Recebi uma ligação, era meu pai. Queria saber como tava minha viagem e quando eu retornaria ao Rio. Expliquei tudo que aconteceu e disse que adiaria minha passagem de terça-feira para sexta. Eu queria ficar de olho em Linda e garantir que ela se recuperasse bem.
A médica retornou após o soro acabar, receitou alguns medicamentos e deu alta para ela.
- Cuida bem da sua namorada, hein? - a doutora falou, Linda riu sem jeito.
- Pode deixar. Ela ficará sob minha supervisão.
Pegamos as receitas, um táxi ia passando e retornamos para a casa de Linda.
- Não precisa subir, daqui eu me cuido sozinha.
- Não mesmo, tá louca?
- Eu já sou quase uma médica formada, sei me virar.
-Você disse certo. Você é quase médica.
- Não vou conseguir te convencer a me deixar aqui sozinha, né?
- Não, não vai. Vamos subindo logo que a senhorita necessita repousar.
Tomamos o elevador e chegamos à casa dela. Eu já tava familiarizado com aquele lugar de tão confortável que ele parecia. Linda realmente tinha um lar. Tudo ali combinava milimetricamente com a personalidade dela. E eu fiquei feliz por conhecer um pouco mais daquela personalidade tão única.
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