1. Spirit Fanfics >
  2. So Numb >
  3. Chandler, quem diabos você foi?

História So Numb - Chandler, quem diabos você foi?


Escrita por: Xmoniqu3

Capítulo 52 - Chandler, quem diabos você foi?


Os dias iam passando, e eu sempre tentava parecer o melhor possível. Comecei a me abrir mais para Johnny. Deixando sempre claro, que eu não estava feliz ali dentro, e que queria sair logo.

No entanto, em um dia, o pessoal da recepção disse que eu havia recebido uma carta. Meu coração doeu só de pensar de quem podia ser. Mas a peguei mesmo assim.

Fiquei horas sentada em minha cama observando o envelope endereçado à mim. Sem a coragem de abri-lo, sabendo que eu não o devia fazer. Pois as palavras ali escritas podiam muito bem me quebrar em duas.

“Querida garotinha pálida. A dona dos cabelos avermelhados mais cheirosos e mais sedosos que eu já vi. A pessoa que possui um sorriso que nunca estampa, mas deveria o fazer sempre, porque cara, teu sorriso é mais lindo que não sei o que.

Eu tenho um milhão de coisas para te falar, e 99% delas, são pedidos de desculpas. Antes, eu estava sendo o mais cauteloso possível para não te magoar ou nada nem perto disso. No entanto. Troye me contou sobre você. E eu me despedacei todo ao saber que no fim, eu acabei te machucando. Ele foi muito claro quando disse que você desabou com minha carta em suas mãos. E, você não tem noção.

Eu sei que, você deve me achar um imbecil. E na verdade eu sou. Eu sou mesmo. Mas... Não era minha intenção fazer o que eu fiz.

Eu tenho muita coisa ainda pra te escrever, e espero que caiba tudo nessa carta. Por favor, não para de ler até chegar ao final.

Primeiro, eu preciso te contar que eu li seu diário. Você escreve coisas lindas, e o jeito que você consegue colocar a dor em um papel, é muito louco. Eu me senti no seu lugar ao ler as páginas que você fala sobre família.

Ok. Então. Você disse, que eu estava estranho e depois não fui te ver. Eu estava com nojo de ter que te contar isso, pois é extremamente ridículo. Acho que nem Johnny quis te contar. Judy baniu você de receber visitas de muitas pessoas, ela listou os nomes. Dentre essa lista, estava toda sua família, Evan, eu, Kaya, seu pai, minha mãe, Isabelle. Ela não listou Shawn. Mas ele foi banido essa semana. E, ela não baniu Troye, baniu sua tia, tecnicamente, como eles não moram mais juntos, ele pode te ver, mas Judy não sabe. Eu tive que ir aí com o nome do Shawn, foi uma confusão da porra. E depois nem pude voltar.

Troye armou aquilo pois eu precisava falar contigo, falar mesmo, papo. No entanto, eu não sei mesmo o que deu em mim, minha mente, meu corpo... Eu precisava ter você pelo menos que fosse por pouco tempo.

Eu fui um grosso na carta que eu deixei, pois queria que você tivesse raiva de mim, e não que ficasse triste, pois eu não devia mesmo ter feito o que fiz. Não por causa de você, e sim porque eu estou indo embora. Eu não podia deixar que você tivesse qualquer tipo de esperança.

Bom. Eu usei um dinheiro que tinha há tempos e comprei um carro. Ele é todo zoado, mas dane-se, ele anda.

Ok, agora vou te contar, o motivo da minha ida. Pois, eu não pretendo mesmo voltar, logo, não nos veremos mais. E, eu não sei se te interessa, mas, é útil para mim, compartilhar isso pelo menos com alguém.

Eu nunca falo da minha família. Por uma razão: meu pai.

Ele me odiava. Me odiava mesmo.

Eu fazia de tudo para irritá-lo. Pois tinha o prazer ouvir quantos nomes ele conseguia colocar em mim.

No entanto, eu sempre fui errado da cabeça. E eu comecei a me drogar com 14. Mesma época que minha irmã começou a fugir de casa aos sábados à noite. Ela tinha 17 anos.

Meu pai descobriu logo, e começou a me bater. Muito. Ele me dava variadas surras direto, mesmo sem eu ter feito nada. Só o fato de eu estar ali, ele já partia para porrada.

A única vez que minha mãe interferiu, ela levou um tapa também.

Foi assim por um ano. Até que, um dia, minha mãe teve que trabalhar até tarde, e minha irmã e eu ficaríamos em casa à noite somente com meu pai. Ele ainda não havia chegado do trabalho.

Estávamos sentados no sofá, vendo TV, como qualquer dia. De repente, meu pai chegou bêbado em casa, e começou a gritar conosco. Ele começou a dar vários tapas e socos em mim, sem nem um pouco suavizar sua força. Ele puxava meus cabelos, jogou-me ao chão e começou a me bater com seu cinto.

Minha irmã tentou intervir, segurando seu braço, e, ele virou-se contra ela, e começou a bater nela. Da mesma forma que ele batia em mim. Só que ela era uma garota. “Vadia, vagabunda, putinha...”, eram as coisas que ele dizia em alto tom para ela.

Eu podia aguentar as porradas, mas ver ele batendo em uma garota, em sua própria filha, fez eu ativar toda a raiva que tinha dentro de mim. Eu peguei uma faca na cozinha e finquei em suas costas, várias e várias vezes, até ele cair no chão.

Minha irmã estava mais assustada que eu, ela chorava desesperadamente, e eu sugeri ligarmos para a polícia. Ela disse que nunca ouviriam nosso lado, então, ela pegou as chaves do seu carro e me pediu ajuda para colocar o corpo do nosso pai em seu carro.

Assim eu fiz. Ela entrou no carro, dando um beijo em minha testa como despedida. Ela ia enterrá-lo em algum lugar, e logo voltaria para me ajudar a limpar a casa, que estava toda suja de sangue.

No entanto. Ela não voltou. E eu fiquei encolhido no canto da casa, com sangue por todo lado, e a faca no chão. Eu perdi meus sentidos, e me entupi de cocaína para viajar e fugir da paranoia que eu estava.

Não sei o que aconteceu depois. Eu acordei no hospital, quase tendo uma overdose, e a polícia me interrogou por dias, e eu me neguei em contar a história. Inventei outra coisa, e fui na sorte.

Por três anos, tudo de manteve juridicamente estabilizado. Para a polícia, eu havia sido agredido e drogado pelo meu pai, agido com uma facada em minha defesa, e ele havia levado minha irmã.

Porém, minha mãe estava destruída. Nem tanto pelo meu pai, eles já não se amavam mais. Mas sim pela minha irmã. E por eu ter matado meu pai. Ela sabia que a história era mentira.

E ela chorava toda vez que via na rua o cartaz de desaparecimento com várias fotos, dentre elas, a da minha irmã.

Nesse tempo, eu só aumentei meu vício, eu precisava me manter em pé, para que minha mãe não desabasse. Inclusive, em algumas conversas entre eu e você, eu estava drogado.

Todo mundo dizia às nossas custas, que eu havia matado minha irmã e meu pai. Minha mãe estava a ponto de acreditar, pois, ela me culpava em silêncio por eu ter destruído a família. Mesmo que não fosse eu que o tivesse feito.

Você, Elle, me mostrou que há algo além. Nem que isso seja a morte. Eu me empenhei em parar meu vício. Empenhei-me mesmo. Pois eu queria ser o melhor. Para você.

Mas agora, reabriram um inquérito contra mim. E eu posso ser preso. Mas, antes disso eu preciso investigar o que diabos aconteceu com a minha irmã.

 

Então, Elle, eu peço desculpas. Por ter saído da sua vida tão rápido quanto eu entrei. Acontece que eu sou um assassino, viciado, louco, sociopata. O trauma me deixou violento. E eu tenho fetiche em violência. Por mais nojento que isso seja.

Enfim, eu sou todo errado. E, eu sou um completo vazio. Qualquer sentimento que você possa ter por mim, eu não posso ter de volta. Pois eu não sei mais sentir nada, além de ódio.

Tenha em mente, que o problema não é você, são as pessoas ao seu redor. Você é um soneto perfeito. Mas ao redor de você, toca uma banda sem habilidade musical.

Dizem que os suicidas são anjos que tentam voltar para seu local de origem. Você faz isso parecer ser verdade.  E se isso for... Anjos, não merecem ficar com monstros.

Adeus, meu caro anjo suicida.

Chandler.”

E. Eu não estava quebrada em dois. Eu estava quebrada em mil pedacinhos.


Notas Finais


galero, primeiro desculpem a demora, eu ia postar no fim de semana ainda. Só que, eu fiquei doente e só fui piorando, o frio da cidade também me ajudava a ficar deitada, e, pegar o computador era a última coisa que eu pensava em fazer. Também, estou tão atolada com a escola, e perdida em situações que aa, só queria que o tempo parasse pra eu poder me estabilizar.

Agradeço, como sempre, os comentários positivos que recebo, vocês são top top. E assim, só frisando, eu SEMPRE respondo os comentários, no entanto, eu não sei por que diabos o spirit tá bugando, e ele não envia a resposta, mas, pra mim, aparece que eu respondi, e aí aaa, desculpem se não respondi alguém aaa


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...