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História Só por uma noite - Capítulo 12


Escrita por: puddinshades

Capítulo 12 - Capítulo 12


~ Sakura ~

Eu estava especialmente distraída essa manhã. Quinta eu só trabalho pela manhã, então estava na livraria, limpando as estantes, organizando os títulos fora de lugar, quando a sineta tocou anunciando que alguém havia entrado pela porta. Larguei o pano na prateleira e desci da escada indo atender o cliente. 

— Bom dia, em que posso... Gaara? — achei engraçado encontra-lo ali, e na noite anterior estarmos falando sobre livros. 

— Sakura? — ele parecia surpreso por me ver. — Não sabia que trabalhava aqui. Bom eu sempre venho nas quintas à tarde. 

— Ah, eu só trabalho pela manhã nas terças e quintas. Mas nos outros dias fico à tarde. — respondi. 

— Então é por isso. Sempre folgo na quinta à tarde mas hoje meu chefe preferiu me dispensar pela manhã. Tudo bem com você? 

— Estou bem sim e você? — perguntei sorrindo.

— Tudo bem. Você sabe onde ficam os livros culinários? — ele perguntou franzindo o cenho. 

— Ali do outro lado. — falei apontando para uma estante. — Você cozinha?

— Não, é para minha irmã ela faz gastronomia.

— Oh, que legal. — respondi sorrindo. Ele sorriu também e então escolheu um examplar. Eu considerava aquele livro um tanto caro por ser culinário, mas Gaara parecia não ter problemas com dinheiro. Ele pagou e eu peguei o livro para colocar numa embalagem pra presente.

— Sakura? — ele questionou enquanto eu fazia o pacote. 

— Sim? — falei sem olhar para ele.

— Gostaria de tomar um café comigo essa tarde? — fui pega de surpresa pelo convite dele. Mas continuei fazendo o embrulho.

— Sinto muito, tenho um compromisso com Naruto hoje. 

— Ah claro. — ele falou não parecendo muito contente. Eu entreguei a sacola para ele. — Amanhã então? — pensei um pouco. Naruto não gostaria nada disso... Merda, eu não queria fazer isso com ele, não queria machuca-lo. Mas eu sabia que se não saisse com outras pessoas cedo ou tarde eu acabaria cedendo ao que sentia. 

— Pode ser amanhã então. Eu saio às 17:30. — respondi. Ele concordou e sorriu e então saiu acenando. E é claro que foi só ele sair para Naruto entrar, já era meio dia e eu não havia notado. O Uzumaki entrou bufando. 

— O que esse cara queria aqui? — ele perguntou se aproximando. 

— Comprar livros? — falei sorrindo para ele.

— Atá. — ele disse revirando os olhos. — Quer que eu te ajude a guardar essas coisas? 

— Sim, pelo menos terminei as estantes principais. Amanhã faço o resto. — ele sorriu e me ajudou a guardar a escada e os panos. — Vamos almoçar onde hoje? 

— Sasuke disse que podemos ir lá, ele iria cozinhar. 

— Sasuke cozinhando para nós? — falei fazendo uma cena dramática. — Uau! — Naruto gargalhou. 

— Só porque eu disse que você iria, ele fica dizendo que você deve se alimentar melhor, logo vai ficar anêmica. 

— Sasuke pai. — falei revirando os olhos, Naruto sorriu. 

— Ele gosta de você, quer ve-la bem. 

— Não, ele quer que eu coma beterraba! Ele me odeia! — falei fazendo outra cena, Naruto riu mais. Eu adorava sua risada. 

— Vamos logo neném. — mostrei o dedo do meio para ele e saímos da livraria. 

Sasuke era um chato por querer me obrigar a comer verduras e legumes, mas eu não podia negar que a macarronada dele era a melhor do universo. 

— Sasuke meu caro, pode me obrigar a comer mais desse macarrão? — falei brincalhona e ele revirou os olhos para mim.

— Sakura, você não come direito e quando come é só besteiras. Vai ficar doente. 

— Não pai, com esse macarrão juro que não vou ficar. — falei sorrindo e Naruto caiu na gargalhada. Olhei para Sasuke com cara de pidona.

— Tá, coma mais Sakura. — ele disse bufando mas pude ver o sorriso no canto de seus lábios. 

— Obrigada papai Sasuke! — falei sorrindo.

— Ela é demais não é? — Naruto disse segurando uma risada.

— Claro que é, mas eu não sou seu pai Haruno. 

— Claro que não é Sasuke, você é emo demais para isso. — falei dando um soco de leve em seu braço. 

— Ora sua... Você vai ver quem é o emo. — ele falou levantando e eu abandonei meu macarrão e comecei a correr, Sasuke me pereguiu correndo pelo quarto, quando fui tentar me trancar no banheiro ele me puxou e me jogou no sofá. 

— Não Sasuke não, por favor. Narutoooo! — Sasuke arregassou as mangas e começou a fazer cócegas, em minhas axilas, na barriga, nos pés, resumindo eu tenho cócegas em toda parte. Eu gargalhava convulsivamente e lágrimas saiam dos meus olhos, Naruto estava parado na porta apenas chacoalhando a cabeça. 

— Quem é o emo agora hein? 

— Sou eu! Sou eu! — gritei em meio as gargalhadas. 

— Ótimo. Agora estou satisfeito, gravou essa dobe? 

— Mas é claro! — Naruto falou enquanto ria. Eu sentei no sofá me recompondo e o encarei atônita. Ele segurava o celular com a câmera apontada para nós.

— Eu não acredito que você fez isso! Eu vou matar vocês dois! — falei e os dois apenas riram de mim, depois de dar um bom peteleco em cada um eu ri também. 


— Naruto, podemos passar no meu quarto antes de ir? — falei enquanto saiamos do alojamento masculino. 

— Claro, o que você esqueceu dessa vez? — ele perguntou revirando os olhos. 

— Não esqueci, mas preciso pegar algo. — ele ficou me encarando com os olhos semicerrados mas continuou dirigindo em direção ao meu alojamento. — Espere aqui. Não vou demorar. — falei quando ele parou no estacionamento. 

— Tudo bem. — ele disse e então agarrou minha nuca e me deu um beijo demorado. 

— Naruto! — o repreendi com o olhar. 

— Foi só um beijo. Não tem ninguém aqui. — ele disse dando de ombros. Eu saí do carro e fui em direção a porta do alojamento e então um frio percorreu minha espinha, Ino estava parada na porta de braços cruzados me encarando. 

— Oi Ino. — falei sorrindo constrangida. 

— Olá Sakura, será que tem um tempo pra conversar com sua melhor amiga? — ela disse sorrindo irônica. Eu suspirei, passei por ela e fui em direção ao quarto, mas sabia que ela estava me seguindo. Ela bateu a porta com força depois de entrar, eu puxei o embrulho de baixo da cama e o coloquei em cima dela e então encarei Ino esperando ela começar. — Desde quando vocês estão escondendo isso?

— Uma semana. E não estamos escondendo nada. — respondi a encarando séria. — Porque não temos nada.

— A não tem? E o que foi aquilo que eu vi? Um beijo de amigos? — ela parecia realmente chateada. 

— Sim, nós somos amigos e de vez em quando fazemos isso. Foi nosso acordo. — respondi dando de ombros. 

— Você só pode ser retardada Sakura! Isso não vai dar certo. Olha Karin e Sasuke, eles não se assumem mas é óbvio que se gostam e nenhum dos dois da bola pra outra pessoa. Mas isso é diferente, vocês enganaram todos nós! E estão se enganando também! — Ino disse aflita e preocupada. 

— Ino, eu não estou entendendo onde quer chegar... 

— Eu soube que Gaara está afim de você. — revirei os olhos.

— Nossa como as notícias correm. — ela me ignorou. 

— E ninguém sabe, nem ele que você está com o Naruto, isso vai dar um belo e grande problema!

— Eu não estou com o Naruto! — eu praticamente gritei. — Pare Ino! Pare agora! Você não entende? Esse negócio de felizes para sempre não existe, eu não quero ama-lo, não quero chorar, não quero que ele quebre o meu coração, eu...

— Então pare com isso Sakura, imediatamente. Porque se não é exatamente isso que vai acontecer, ou então encare o que sente e fique com ele de verdade.

— Sakura por que você está... demorando...— Naruto entrou bem na hora que minhas lágrimas começaram a cair sem parar. — Ino? Sakura o que houve? — Ino ficou em silêncio, os punhos fechados ao lado do corpo, ela pegou sua bolsa e saiu sem dizer nada. Eu sabia que ela estava preocupada, e também chateada por eu não ter confiado nela. — Por que você está chorando? — ele perguntou se aproximando. 

— Nada. — respondi secando as lágrimas e tentando sorrir. — Coisas de mulher. — ele me olhou preocupado e sorriu de leve. Eu peguei o embrulho e coloquei em baixo do braço e com a mão livre agarrei a blusa de Naruto. — Vamos logo. — eu disse puxando-o para fora. 

— Então, você e Ino discutiram? — ele se pronunciou depois de quase vinte minutos de um silêncio mórbido. 

— Sim. — respirei fundo. — Ela nos viu, estava saindo do alojamento, a encontrei na porta com uma cara nada boa. 

— E então você explicou a ela?

— Isso, e ela não concordou e não gostou nenhum pouco. — falei encarando a estrada, desviei o olhar por um instante e vi Naruto apertando o volante de couro com força, os nós dos seus dedos ficando brancos.

— Ela deve estar preocupada com você... Ela me conhece, sabe o que eu faço e como eu sou. Ela sabe que eu não sou o cara certo pra você. — eu sorri, Naruto tinha a mania de se culpar por tudo que acontecia no universo.

— Por incrível que pareça, Ino não mencionou sua sem vergonhisse, safadeza e seus atos ilegais. — falei sorrindo.

— Nossa muito obrigado, me sinto melhor agora. — ele respondeu irônico. 

— Ela acha que vamos nos machucar, que isso não dará certo. Disse que devemos parar com isso ou... — mordi o lábio inferior não querendo continuar, mas ele não era bobo.

— Ou? — questionou.

— Ou assumir de vez o que sentimos. — falei suspirando. Vi um sorriso cínico nos seus lábios. 

— E quando você vai dizer que devemos parar? — ele questionou. Aquele sorriso ainda dançando em seus lábios, eu odiava quando ela ficava assim, era o pior lado de Naruto. 

— Quem disse que vou dizer isso?

— É óbvio. Você não gosta de mim dessa maneira, para assumir um romance, não quer se machucar, então é claro que você vai pedir para pararmos. 

— Ah, e você gosta de mim dessa maneira por acaso? — falei irritada. 

— Humpf. — e lá estava o sorriso irônico outra vez. Calei minha boca até chegarmos na casa de reabilitação. 

— Nossa parece um lugar bonito. — falei quando passamos pelos enormes portões de ferro. Pelas grades e muros parecia uma prisão, mas quando se passava por elas havia um jardim gigantesco na entrada. — Tantas flores... 

— Sim, eles cuidam bem do jardim e da parte de recreação. É um bom lugar. — Naruto ainda parecia afetado pela nossa discussão, nós saímos do carro e só quando estávamos na porta do prédio ele notou o embrulho em minhas mãos. — O que é isso? — ele perguntou parando na entrada.

— Uma tela, eu fiz pra sua mãe... 

— Você... É sério? 

— Sim, na segunda de manhã. Resolvi fazer e fiquei contente quando você disse que ela gosta de pinturas, espero que deixem pindura-la na parede. — os olhos de Naruto me encaravam de um jeito estranho. Então ele sorriu, de verdade e meu peito aliviou com isso. 

— Vão deixar, ela ja tem dois quadros na parede. Você vai ver. — ele sorriu e pegou em minha mão. Passamos pela recepção e então uma enfermeira nos acompanhou até o quarto de Kushina, ficava no fim do corredor e quando entramos no quarto tudo que eu havia imaginado foi desconstruído. O quarto era todo claro, uma janela enorme com uma varanda se encontrava nos fundos, a cama era hospitalar porém parecia aconchegante, guarda-roupas, um rádio e dois quadros com desenhos em preto e branco de arranha céus gigantescos e maravilhosos, com certeza Naruto os havia feito. Desejei, do fundo do coração que ela não me odiasse e não odiasse também o que eu havia pintado. Olhei para varanda mais uma vez e só então a enxerguei. Uma mulher não muito alta, magra, os cabelos ruivos e longos, estava com um vestido branco. Parecia estar sentindo a brisa do vento em seu rosto, e eu pensei que ela também deveria estar com frio, afinal apesar do sol, ainda era inverno. Naruto fez um sinal para que eu esperasse ali e foi até ela. Ele falou baixinho com ela e eu não pude ouvir, então ela se virou e me encarou. Seus olhos eram uma incógnita para mim, e mesmo estando muito magra, Kushina era uma das mulheres mais lindas que eu já tinha visto. Senti minha pulsação acelerar e um medo percorreu meu interior. " Calma Sakura. — pensei. — É só a mãe do seu melhor amigo. " O tempo parecia ter parado, até que ela sorriu. Um sorriso largo e sincero igual ao de Naruto, eu expirei o ar dos meus pulmões aliviada. Kushina caminhou até mim e me abraçou. 

— Olá, sou Kushina Uzumaki. — ela disse simpática. 

— Sakura Haruno. — respondi sorrindo de leve. 

— Ah! Graças a Kami, finalmente conheci a famosa Sakura. — olhei para ela sem entender. — Meu filho falou de você. — ela cochichou e deu uma piscadela. Vi Naruto nos encarando do outro lado do quarto. 

— Ah... Espero que ele tenha falado bem. — respondi sorrindo, ela assentiu. Então notou o embrulho em cima da cama. 

— O que é isso? — questionou curiosa. 

— Um presente para senhora eu...

— Senhora não minha querida, pode me chamar de você, ou Kushina. Sem formalidades. — ela falou sorrindo, eu sorri sem jeito. 

— Ah claro me desculpe... Bom, é um presente, eu mesma fiz. — falei sentindo as bochechas corarem, peguei a tela e entreguei para Kushina. Ela sentou em uma poltrona e abriu o papel, Naruto se aproximou para ajuda-la, a tela não era grande cabia em seu colo, mas ela parecia fraca. Quando terminou de abrir seus olhos se encheram d'água e eu quase me desesperei, Naruto também olhava a tela com emoção. 

— Você que pintou Sakura? — ela perguntou secando as lágrimas em sua bochecha. 

— Sim, sinto muito se você não gostou eu...

— Se eu não gostei? É lindo. — eu arregalei os olhos surpresa. Eu nunca havia desenhado nada naquele estilo, era um campo de flores por toda a tela e em meio a ele estava uma mulher agachada estendendo os braços para um bebê que vinha correndo. Queria insentiva-la a continuar lutando e sair logo dali para que seu filho pudesse correr para os braços dela. 

— Muito obrigada... Eu queria fazer algo significativo por Naruto e para você Kushina... — falei olhando para ela, seus olhos brilhavam junto com o seu cabelo banhado pelo sol. 

— Você arranjou uma menina de ouro meu filho. — ela disse tocando a mão de Naruto. Ele apertou a mão dela num gesto de carinho. — Sakura, vou sair logo daqui, e então nós duas poderemos pintar juntas. — aquilo soou como uma promessa e eu senti meu coração apertado, minha mãe nunca havia falado comigo dessa maneira afável. 

— Obrigada Kushina, eu vou esperar. — senti meus olhos marejarem, mas não me permiti chorar, se eu queria que aquela mulher fosse forte eu também deveria ser. Caminhei até a varanda para dar privacidade aos dois. E quando eles terminaram de conversar Naruto me chamou, já estava acabando o horário de visita. 

— Vamos dar um passeio pelo jardim antes de vocês irem? Quero mostrar a Sakura onde tem flores iguais as que ela pintou. — Kushina sugeriu sorridente enquanto vestia um casaco. Naruto concordou a ajudando.

— Claro mamãe vamos lá. — ela enganchou o braço no de Naruto e com a mão livre segurou a minha, eu olhei para ela surpresa mas ela apenas sorriu. Kushina me mostrou todas as flores que conhecia no jardim e eu fiquei tão feliz ouvindo suas histórias e explicações, Naruto apenas nos observava com um sorriso no rosto. 

— Obrigada pela visita meu amor. — ela disse abraçando o filho. —  E obrigada a você também querida, pelo quadro, pela conversa e por estar cuidando tão bem do meu filho. Achei que Naruto nunca fosse conhecer o amor, fico feliz que tenha sido com alguém como você. — nesse instante eu pensei que meu queixo fosse cair, Naruto apenas ficou sério e se despediu da mãe, eu também me despedi dela e seguimos em silêncio até o carro. Quando estávamos perto do campus eu não aguentei mais. 

— O que significa aquilo que sua mãe disse? — Naruto sorriu como se estivesse só esperando o momento em que eu fosse perguntar. 

— Isso é algo que só ela pode explicar. Kushina é assim Sakura, ela vê além do que nós podemos enxergar. 

— E o que ela está vendo nesse caso? — perguntei intrigada. 

— Aí Kami! Você é tão ingênua que tenho vontade de jogar um tijolo na sua cara. — agora eu não estava entendendo mais nada. Então o celular dele tocou, ele atendeu. Confirmou alguma coisa e então desligou. — Arranjaram uma corrida pra hoje. Eu tenho que ir. 

— Eu posso ir com você? — perguntei apreensiva. 

— Acho melhor não, é perigoso, homens demais. — revirei os olhos. — E você precisa falar com a Ino. — ele disse parando na entrada do campus. 

— Prometa que vai se cuidar, idiota. — falei o encarando preocupada.

— Eu prometo, e se chegar cedo vou vê-la antes de você dormir. — assenti concordando. Nós ficamos nos encarando por um tempo e algo me dizia que eu deveria beija-lo. E então beijei, não me importei que ainda era dia, nem se alguém estava olhando, apenas o beijei. Ele pareceu surpreso no início mas então me correspondeu, depois me abraçou com força. — Obrigado por tudo... 

— Não precisa me agradecer. — respondi, dei mais um beijo nele e sai do carro indo em direção ao portão do campus. Vi que alguns alunos me encaravam, deveriam ser da turma dele. Não estava nem ai, só queria chegar no meu quarto e comer, porque depois de um dia como esse, eu estava faminta. 



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