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História Só talvez. - Phobias.


Escrita por: Hamelia

Notas do Autor


Antes de qualquer coisa, é OBRIGATÓRIO que se leia o capítulo escutando a música do link abaixo sz Ok, obviamente estou brincando, mas eu escrevi escutando ela, então ♥ E a música que o Harry canta também é essa, só pra ficar claro~~
Desculpem os erros.

Capítulo 9 - Phobias.


https://www.youtube.com/watch?v=o4-AVzkIIxA


/Fobias/
◤ Fobia é um sentimento exagerado de medo e aversão por algo ou alguém. A palavra fobia pode ser considerada um sinônimo de medo extremo.◥

Nesse momento, três coisas perturbavam minha mente. 

A primeira era o chiado que o rádio estava fazendo. Um pequeno rádio, não sabia porquê havia o trazido, mas ele estava ali em cima da mesa, fazendo um baixo chiado que parecia estar incomodando só a mim.

A segunda era que meu corpo estava dormente. Provavelmente já faziam horas que eu estava deitado na cama, não havia me mexido uma vez se quer, com exceção de quando eu passava a mão pelo rosto em uma tentativa de expulsar o sono. Era estranho, não costumava sentir sono, principalmente levando em conta de que eram apenas seis horas da noite. 

A terceira era que já faziam horas que o filme havia acabado. Na TV apenas uma tela preta era vista. Já havia perdido as contas de quantos filmes havíamos assistido, desde romance até o horripilante terror. Pelo chão diversas capas de DVDs eram vistas espalhadas ao pé da cama. A capa do filme Efeito borboleta ainda estava aberta, já que havia sido o último filme que havíamos assistido. 

Amanhã séria nosso último dia aqui, mas eu já sentia que queria ir embora hoje. Matthew havia ligado, me convidando para irmos à um bar quando eu voltasse. Disse também que chamaria algumas colegas de trabalho dele, colegas que não tinham hora para voltar para casa. Não dei resposta, falei que iria pensar, tinha coisa de mais na minha cabeça.

Já sentiram um sentimento estranho de inquietação? Que não sabemos se é um sentimento ou uma dor, de tanto que incômoda? Estou sentindo ele nesse exato momento. Aurora está deitada ao meu lado, com a cabeça apoiada em meu braço. Seus olhos estão abertos, seus dedos brincam com os próprios lábios e seu rosto não tem expressão. 

Não sei o que ando fazendo, não sei mais  o que deveria pensar. Sinto como se não tivesse mais controle da minha mente, dos meus atos e dos meus pensamentos. Sinto que tenho algo que preciso compartilhar com alguém, algo que está me sufocando pouco a pouco. Não é a primeira vez que sinto isso, quando minha mãe havia ido embora esse sentimento começou a estar presente. Imaginei que ele havia ido embora, não sentia mais ele após conhecer o Matthew. Saíamos todo final de semana, talvez até mesmo em dias da semana, apenas para esvaziar um pouco a mente. 

Lembro das mulheres do bar. Eu preenchia seus corpos enquanto elas preenchiam meu vazio com algo momentâneo. Era o suficiente, sempre era, mas começou a se tornar pouco. O vazio pareceu crescer cada dia mais e mais. Não estou exagerando quando digo que Aurora conseguiu, de uma certa forma, preencher esse vazio. Agora esse vazio me incomoda. Com o que ela preencheu-o? Por quanto tempo isso será o suficiente para mim? Por quanto tempo isso irá durar?
—Lembra do jogo que fizemos? — Ouvi Aurora sussurrar. Sua atenção ainda estava fixada em algo distante e seu corpo era iluminado apenas pela fraca luz da TV. — Que podíamos fazer perguntas um ao outro.

Isso havia acontecido uma semana depois de nós nos conhecermos, ou melhor de ela me conhecer. Era um jogo simples, podíamos fazer perguntas ao outro para nos conhecermos melhor. Lembro-me desse dia principalmente por ela me contar que tinha medo de balões. Achei que era um medo estranho, mas não questionei já que o meu também não era algo normal. Um dos motivos para eu não gostar de dormir era por que eu tinha somnifobia. Além de ser uma perda de tempo, eu também tinha medo de não acordar mais. Não conseguia acordar com o som do despertador, então era eu e apenas eu. O irônico era que eu sempre conseguia acordar, antes mesmo do despertador, mas o medo sempre continuava lá.
—Sim, eu lembro. — Sussurrei de volta. 
—Você me disse que tinha medo de morrer. — Sussurrou novamente, sorrindo. Seu corpo mexeu e ela virou para mim, elevando seus olhos até mim. — Disse que tinha medo porquê você iria dormir para sempre. 

Com a minha atenção focada em seus olhos, fiquei imaginando o quão ela deveria ter me achado um idiota por ter dito aquilo. Não consegui me abrir com ela sobre minha família, mas não  me incomodei em contar quase tudo sobre mim à ela. 
—Sim, eu disse isso. — Respondi, olhando agora para sua blusa. Coloquei minha mão em sua cintura e movimentei meus dedos nela, batendo-os em uma melodia lenta. — Por que está me lembrando disso?
—Não tem um motivo. — Murmurou, mexendo-se na cama. — Apenas quis relembrar isso.

Acenei lentamente com a cabeça e suspirei. Olhei para seu rosto e fixei meu olhar em seus lábios finos e levemente rosados. Tão bem feitos, tão doces, tão incríveis que irritava.
—... hoje? — Apenas tive tempo de ouvir a última palavra que Aurora tinha falado. Pisquei algumas vezes e novamente levei minha atenção até ela. — Poderiamos?
—O que? Desculpe, não estava prestando atenção. — Respondi, embaraçado.
—Poderíamos ir embora? — Perguntou novamente, parecendo hesitante. — Eu sei que o evento acabará amanhã, mas estou sentindo saudades de casa.

De todo, não havia ficado chateado com isso. Também queria ir embora, não estava sendo tão bom como pensei ficar longe de casa. O único lado bom dessa viajem era Aurora e todos os livros que pude comprar.
—Claro, sem problemas. — Respondi.
—Eu sinto muito, sei que você gostaria de ficar mais tempo aqui. — Murmurou franzindo as sobrancelhas. — Se você preferir pode ficar, eu posso chamar arrumar um jeito de voltar.
—Não precisa se preocupar com isso. — Garanti, olhando para seu rosto. — Eu também estava querendo voltar para casa.
—Sério? — Questionou-me, incerta.
—Claro. — Exclamei, sorrindo. — Afinal, estou com saudades do Coffee's Joe. 
—Eu também. — Murmurou, sorrindo. Aurora se encolheu e se aproximou mais do meu corpo, encostando sua cabeça no meu peito. — Nunca passei tanto tempo sem beber o café de lá.
—Nem eu. — Sussurrei, sorrindo também. — Quer ir agora?

Não escutei sua voz, apenas senti sua cabeça acenar positivamente contra o meu peito. Relutante, me afastei de Aurora e sai da cama, indo buscar nossas malas. Coloquei-as na cama e Aurora me ajudou a guardar todas as roupas que ainda estavam limpas e separar as que estavam sujas. Guardamos também os objetos e os DVDs que trouxemos, em seguida trocamos de roupa. Coloquei as malas perto da porta e fui junto à Aurora arrumar o quarto, forrando a cama e jogando o resto de lixo na lixeira. 

Sai com Aurora do apartamento e tranquei ele novamente com o cartão de autorização, peguei as malas e Aurora levou uma mochila de costas e uma pequena bolsa e descemos de elevador até a recepção. Confirmei toda a papelada, anotando o termo de compromisso ao ir embora antes do dia agendado e estranhamente me mantive calmo enquanto o recepcionista tentava me convencer em ficar até amanhã.
—Eu já entendi, obrigada. — Respondi entre dentes, terminando de assinar o papel o mais rápido possível. Coloquei a caneta novamente na bancada e mesmo embaralhado com as sacolas, puxei Aurora para fora do prédio. — Vou buscar o carro, pode me esperar aqui?
—Certo. — Aurora murmurou. Coloquei as malas no chão, ao lado dela, e desci pelas escadas até o estacionamento no subsolo.

Retirei as chaves do bolso e entrei no carro, liguei-o e rapidamente sai do estacionamento. Parei como carro na frente do prédio e desci do carro, peguei as malas com a ajuda de Aurora e as coloquei no porta-malas. Aurora entrou no carro e eu fechei o porta-malas, entrando também no carro.
—Se dermos sorte não pegaremos nenhum trânsito. — Falei, olhando para a rua enquanto dava a partida no carro. Pelo canto do olho pude ver Aurora assenti.

Dessa vez, enquanto dirigia, não senti a mesma tensão que havia sentido quando viemos para Olympia. Não liguei o rádio, apenas continuei dirigindo enquanto aproveitava o silêncio. Não havia tido a oportunidade de falar com Aurora sobre seu possível "problema", e quando digo oportunidade não me refiro à tempo livre, e sim à uma situação onde ambos possamos nós abrir e conversar sobre. 

Ando pensando sobre o problema de Aurora desde que ela me contou sobre ele, mas todos os caminhos da minha mente me levam à acreditar que ela não tem depressão nem problema algum. Não séria apenas algo  momentâneo? Apenas uma fase ruim da sua vida? 

Suspirei e apertei firmemente o volante. Notei um pequeno movimento vindo de Aurora, que havia acabado de ligar o rádio. O modo aleatório das músicas estava ligado, mas fiquei surpreso com o bom gosto do destino. 
—De quem é essa música? — Aurora murmurou assim que ouviu a primeira frase da música.
—Não faço a menor ideia. — Respondi. — Apenas escutei por acaso ela no rádio e gostei.
—Como você escuta uma música que gosta e não sabe quem canta? — Perguntou com uma falsa indignação.
—Faço isso sempre. — Respondo, sorrindo de lado enquanto à olhava. — Não sei quem canta a maioria das músicas que eu gosto.

Aurora fez uma expressão surpresa e em seguida me olhou de modo estranho, novamente encostando-se no banco do carro.
—Porque as estrelas parecem sem grança quando são comparadas com nós dois. — Murmurei, seguindo a música. A letra era encantadora, a melodia era prazerosa e a voz da cantora era incrível. Novamente notei Aurora me olhar, mas era de modo mais discreto do que da última vez. Não importava, ela estava me escutando, estava com sua atenção posta em mim. Isso importava. — Porque nós não somos os mesmos, e não temos que tentar.
—A junção é perfeita. — Aurora sussurrou sorrindo. Olhei para ela, confuso. — Essa música e a sua voz. É algo surreal.

Seu sorriso era tão lindo. Não era um simples sorriso, dava para senti-lo na alma. Era como se ele tocasse a parte frágil de mim, deixando-me completamente entregue à ela.
—Sim, é surreal. — Murmurei, olhando-a encantado. Aurora reprimiu os lábios e abaixou a cabeça, voltando a sentar-se normalmente na poltrona.

Estranhamente a viagem de volta pareceu ser mais rápida que a de vinda, talvez porque eu estava nervoso com tudo que poderia acontecer. Agora estou mais tranquilo, claro ainda tem todo assunto da aurora e o nosso beijo, mas ainda sim me sinto mais tranquilo. Talvez o fato de não ser rejeitado tenha aliviado um pouco minha insegurança. Não que eu achasse que iria ser rejeitado, claro que não. Afinal, quem em sã consciência rejeitaria à mim?

Soltei um riso nasalado baixo, tentando não chamar a tenção de aurora, mas foi uma tentativa falha. Sua cabeça se inclinou em minha direção e ela me olhava confusa.
—Algum problema? — Perguntou baixo.
—Não. — Repondi rápido e pigarreei. — Nenhum.

Após um tempo, finalmente chagamos novamente à Londres. Aurora ainda estava acordada quando passei, propositalmente, pelo Coffee's Joe. O café estava fechado, mas alguns funcionários ainda estavam lá preparando a loja para o Halloween. Com tantos problemas e coisas novas acontecendo, até esqueci que já estávamos em outubro. Não que eu comemorasse o Halloween, para mim era apenas mais uma saída para um bar com o Matthew, já que fazíamos sempre a mesma coisa, mas talvez esse ao eu pudesse tentar algo diferente. É, talvez a vizinha gosto de alguns ovos para enfeitar sua porta nesse halloween.
—Já estamos próximos do Halloween. — Aurora murmurou, olhando também para o Coffe's Joe enquanto eu esperava o sinal abrir. — Com tantas confusões acontecendo...
—Confusões?— Perguntei confuso.
—Na minha cabeça. — Murmurou sorrindo.

O sinal ficou verde e então voltei a dirigir em direção à casa de Aurora. Não iria pedir para que ela ficasse na minha casa novamente, talvez eu esteja invadindo de mais seu espaço.
—Vai estar no Coffe's Joe amanhã? — Perguntou baixo. 
—Se eu conseguir chegar à tempo. — Sorri, olhando-a.

Chegar à tempo nem era o principal problema, e sim o enorme trabalho que eu iria ter amanhã com os livros. Imagino que John não vá me deixar em paz até que eu termine todos os livros, que muito provavelmente não será nem tão cedo.  
—Acha que seus pais já chegaram? — Perguntei, dando-lhe uma olhada rápida assim que nos aproximamos de sua casa. 
—Imagino que não. — Murmurou, olhando estranhamente para sua casa.
—Seus pais não se preocupam tanto assim com você, não é? 
—Bem, eu tenho dezenove anos, já sei me cuidar sozinha. — Murmurou, reprimindo os lábios. 

Estacionei o carro em frente a sua casa e sai do carro. Fui até o porta-malas e retirei as malas de Aurora. Acompanhei-a até sua porta, onde ela pegou a mala e a colocou do lado de dentro da casa, ao lado da porta. Novamente ela voltou a me olhar, parecia sem jeito, mas eu apenas pensava no que ela havia dito há pouco tempo.
—Deveria tomar mais cuidado, Aurora. Sabe que nem todos são pessoas boas. — Ralhei.

Aurora me olhou sorrindo, como se eu houvesse dito que a terra é quadrada. 
—Não existem pessoas boas, Harry. — Murmurou, ainda sorrindo. — É apenas algo projetado que esconde nossas verdadeiras faces.

Ela inclinou sua cabeça até mim e deu-me um beijo perto dos meus lábios, sorriu e sussurrou-me um "boa noite" e fechou a porta. Sorri, impressionado com o que havia acabado de acontecer. Céus, nem parecia se quer ser a Aurora. Esse era apenas o outro lado dela que ela sempre deixava guardado, o lado em que ela guardava a pessoa que lia 50 tons de cinza. E, por mais que eu gostasse do seu lado de boa garota, não via a hora de vê-la tomando o controle das coisas.

 


Notas Finais


Os dias estão passando muito rápidos para mim, parece até que foi ontem que postei um capítulo, scrr X.X Eu pisco e já se passaram uma semana, comassim?!
Aaah, eu tenho tantos planos para o próximo capítulo, meu Deus XD
Comentem ♥


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