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História Sob o Pôr do Sol - Uma história GaaLee - LXII - Despedidas e recomeços


Escrita por: ChapolinColorado

Capítulo 62 - LXII - Despedidas e recomeços


 

Terminaram aquele maravilhoso Natal. À noite, todos se despediram e foram dormir. Gaara, como vinha fazendo todas as noites, levou seu pai até o quarto e o arrumou na cama. Lhe deu um delicado beijo na testa e um sorridente "Boa Noite". Mas Rasa segurou seu braço mais um pouco. Gaara olhou para o pai, e ele parecia sério, mas também tinha um delicado sorriso no rosto.

- Filho - Rasa disse olhando em seus olhos - esse foi o melhor Natal que eu já tive. Obrigado por isso.

- Não tem que me agradecer pai. Esse também foi o melhor Natal que eu já tive - disse com um sorriso doce.

    Ficaram apenas se encarando e sorrindo em silêncio por algum tempo.

- Filho… eu te amo.

    Gaara se assustou um pouco com as palavras saídas da boca de seu pai. Palavras que esperou a vida toda para ouvir. Gaara não conseguiu responder, estava em choque. Rasa passou as mãos por seus cabelos vermelhos e continuou:

- Essas duas últimas semanas que esteve comigo, foram as melhores da minha vida. Tenho muito orgulho do homem que você se tornou Gaara.

    Gaara sentiu algumas lágrimas brotarem em seus olhos, mas logo Rasa as secou com os dedos.

- Eu também te amo pai - foi tudo o que Gaara conseguiu dizer antes de deitar na cama, abraçar seu pai e se aninhar em seu peito. Rasa fez carinho em seus cabelos vermelhos por algum tempo.

- Tem que descansar pai… - Gaara disse se levantando e lhe dando um beijo na testa - Até amanhã! - Gaara disse saindo do quarto

- Boa noite! - foi tudo o que Rasa respondeu. Sabia que para ele, não haveria um amanhã.


 

[...]

    No meio da noite, Rasa sonhava com sua família. Sonhava profundamente com seus filhos pequenos, e com seus netos. Sonhava que estava caçando patos com eles, no lago atrás da casa. Se divertiam muito, até que em seu sonho, apareceu Kakura estendendo a mão para ele

- Vamos querido… é hora ir… - Ela dizia com um sorriso doce

    Rasa olhou para trás, e sentiu uma leve dor no peito. Não queria abandonar sua família.

- Eles vão ficar bem! - Karura disse.

- Você promete? - Rasa perguntou

- Mas é claro que sim! Para onde vamos, poderemos vê-los o tempo todo - ela dizia com um sorriso grande. Um sorriso que Rasa não via há anos, e que sentia muita falta.

    Rasa deus as mãos para ela, e tocaram seus lábios com um beijo terno. Rasa sentiu-se leve. Foi como desprender-se de amarras. Ele e Karura seguiram em direção à luz quente e acolhedora que os chamava. E lá, Rasa sabia que seria feliz para sempre.

[...]


 

    Na manhã seguinte, Gaara acordou se espreguiçando, e procurando Lee ao seu lado. Não encontrou. Estava sozinho na cama. A manhã era fria, mas alguns raios de sol entravam pela cortina mal fechada. Gaara vestiu um roupão e pantufas, e foi andando pela casa atrás de seu marido. Provavelmente estaria fazendo café. Ficou surpreso ao chegar na sala e dar de cara com Lee, que conversava com Kankuro em voz baixa. Kankuro tinha os olhos inchados e uma cara chorosa. Gaara não precisou que ninguém lhe explicasse. Ele sabia o que tinha acontecido. Sentiu um nó na garganta, e os olhos lacrimejarem. Kankuro correu em sua direção quando o viu, abraçando o irmão. Gaara, apesar de menor que ele, o acolheu em seus braços e pousou a cabeça dele em seu ombro, afagando seus cabelos enquanto o irmão chorava.

 

- Eu fui dar os remédios dele de manhã e ele… - Kankuro mal conseguia falar, soluçando com o choro.

- Eu sei, eu sei… - Gaara dizia doce, tentando consolar o irmão - nós sabíamos que isso iria acontecer - Gaara também sentia algumas lágrimas silenciosas correndo por seu rosto.

- Mas mesmo assim, eu não estava preparado - Kankuro disse chorando ainda mais

    Dos três irmãos, Kankuro sempre foi o mais apegado ao pai. Ao longo da vida, o mais velho teve muitos problemas com Rasa, mas sempre o perdoava. Era difícil dar adeus a ele, e Gaara sentia a dor do irmão. Quando Kankuro se acalmou, Gaara o colocou sentado no sofá, e Lee lhe entregou um copo d'água. 

- Está se sentindo melhor? - Gaara perguntou segurando sua mão.

- Um pouco… - ele respondeu com um sorriso meio triste

    Gaara deixou o irmão ali no sofá, e foi até Lee.

- Vocês avisaram a Temari? - Gaara perguntou preocupado

- Eu liguei pra ela de manhã, ela já está vindo pra cá.

 

    Temari logo chegou. Ela não estava muito abalada. Sempre foi emocionalmente forte, e sabia lidar com seus sentimentos. Ela foi quem telefonou para a funerária e contou para as crianças. Ela e Lee tomaram o controle da situação, e resolveram tudo. Confortaram a todos, resolveram toda a documentação necessária e avisaram a todos que precisavam. Foi um longo dia. A funerária disse que o enterro poderia ser no dia seguinte. O processo todo foi bem simples, pois o próprio Rasa já era ciente de sua condição e havia deixado tudo pronto. Todo o restante, Lee e Temari conseguiram resolver.

 

    Ao final do dia, Temari foi para sua casa ficar com o marido e o filho, Kankuro também foi embora para seu apartamento no centro da cidade, embora Gaara tivesse insistido para que ele ficasse, Kankuro não queria ficar naquela casa, com todas as lembranças de seu pai. Lee, Gaara e seus dois filhos ficaram na casa. Dormiriam lá, e pensariam no que fazer no dia seguinte, depois do velório. Lee e Gaara puseram seus filhos para dormir, e conversaram com eles, para confortá-los. Metal estava um pouco mais triste que Shinki. Embora tivesse passado apenas dois dias com o avô, havia gostado dele e chorou um pouco com sua partida. Já Shinki, estava mais tranquilo. Era mais velho, e entendia bem que era a hora dele partir. Shinki estava mais triste por seu próprio pai, que parecia sofrer com a perda de Rasa. Eles puseram as crianças para dormir, e depois foram para seu quarto, quando pararam para conversar.

- Gaara… você está bem? - Lee perguntou preocupado com ele

- Sim querido. Eu sabia que esse momento ia chegar, e achei que quando chegasse, eu me sentiria mal, mas na verdade estou bem… - Gaara dizia tranquilo - Eu já chorei tudo o que precisava chorar, e… a partida dele… eu sinto que ele foi para um lugar melhor. E antes de partir, eu pude ter o pai que sempre quis. Então, eu estou bem.

    Lee sentiu uma lágrima escorrer de seus olhos negros. Sentia muito orgulho de Gaara, e do homem maduro que ele havia se tornado.

- Fico feliz que esteja bem. E estou aqui com você, pra qualquer coisa - Lee disse segurando sua mão.

    Gaara sorriu cansado e tocaram seus lábios, num beijo de pura ternura. Apenas para mostrar que tinham um ao outro e que se amavam e apoiavam.

 

    Na manhã seguinte, acordaram cedo. Lee e Gaara fizeram café para as crianças, se vestiram e partiram para o funeral. Houve uma pequena missa na igreja local. Temari e Gaara consolaram Kankuro. Os filhos e netos disseram algumas breves palavras, depois houve um enterro no cemitério anexo à igreja. O dia estava frio, mesmo com o sol brilhando no céu. Depois do funeral, todos estavam tristes, mas ao mesmo tempo aliviados, pois no fundo sabiam que Rasa não sofria mais, e que estava num lugar melhor. Mesmo assim, Temari achou melhor não deixar Kankuro sozinho, e o chamou para ficar na casa dela. Enquanto saiam do cemitério, vinham felizes conversando sobre os poucos, porém bons momentos que tiveram com o pai. As crianças vieram falando sobre o dia de natal, e contando aos pais a história hilária de como o vovô contou uma piada e Shinki cuspiu chocolate quente pelo nariz, e como Rasa, Metal e Shikadai quase morreram de rir. Eles vinham andando e rindo, até que viram um rosto familiar, aguardando por eles na saída.

 

Neji usava seu terno preto, e parecia estar ali aguardando por eles.

- Neji, o que faz aqui? - Gaara perguntou confuso

- Eu fiquei sabendo sobre seu pai, e vim prestar minhas condolências - Neji disse se aproximando de Gaara para cumprimentá-lo.

    Mas, antes que pudesse chegar em Gaara, Lee entrou em sua frente e lhe deu uma bofetada que o derrubou no chão.

- Lee! - Gaara gritou irritado

Mas Lee o ignorou. Foi até Neji e disse calmo

- Sabe que mereceu isso, não sabe?!

- Sim, eu sei - Neji disse, ainda no chão, esfregando a bochecha ardida pelo tapa de Lee.

    Lee estendeu a mão para ajudá-lo a levantar. Quando Neji segurou, Lee o puxou para um abraço apertado. 

- Senti sua falta, idiota! - Lee disse com carinho, apertando Neji contra si.

    Neji suspirou aliviado e envolveu seus braços em Lee, retribuindo o abraço

- Também senti a sua - disse, pousando a cabeça em seu ombro.

    Depois Lee o soltou, para que ele pudesse prestar suas condolências a Gaara, que o abraçou e beijou sua bochecha.

- Como você está, Gaara? - ele perguntou olhando em seus olhos

- Eu estou bem - o ruivo disse com um sorriso singelo - achei que fosse ficar péssimo, mas estou bem.

- Fico feliz Gaara. Saiba que estou aqui, pro que precisar - Neji disse com um sorriso doce.

 

Os três ficaram se encarando e sorrindo. A verdade é que estavam morrendo de saudades. Neji sentia saudade de seu grande amor e de seu melhor amigo, e Lee e Gaara sentiam muita falta dele em suas vidas. Ficaram alguns segundos se encarando e sorrindo, como se um esperasse o outro dizer alguma coisa. Até que notaram que o restante da família os encarava sem entender a situação.

- Ah… Neji… - Gaara disse sem graça - se lembra de meus irmãos não é?!

- Claro que sim - Neji foi até eles e prestou seus pêsames. Deram abraços sinceros, pois Temari e Kankuro sempre gostaram de Neji. Ficaram felizes em vê-lo de novo.

    Depois Neji cumprimentou o filho de Temari, e olhando para os dois meninos mais velhos, ele sentiu seu coração apertar. Estar ali olhando eles significava que tudo aquilo era real. Gaara realmente tinha uma família com Lee. Neji sentiu uma pontada de inveja sabendo que Lee tinha com Gaara o que ele nunca conseguiu ter.

- É… esses são nossos filhos… - Lee disse, vendo que o clima era um pouco estranho, e que Neji não estava muito confortável - Meninos esse é um velho amigo do papai, o Neji - Lee disse com um sorriso sem graça. Não tinha muito o que dizer.

    Shinki arqueou a sobrancelha desconfiado. Seu pai Lee sempre foi um homem tranquilo, e em poucos segundos Shinki viu o pai bater na cara de alguém, e depois o abraçar e dizer que era seu amigo. Shinki não entendia bem o que estava rolando entre aqueles três, mas sabia que não era nada bom. Foi tirado de seus pensamentos quando Neji estendeu a mão para ele, em cumprimento.

- É um prazer te conhecer e, sinto muito pelo seu avô - disse Neji

- Obrigado - Shinki respondeu sem muita expressão.

    Depois Neji disse o mesmo a Metal, que também não tinha muito o que dizer a ele. Um silêncio constrangedor se instalou entre todos. Temari sentia que Gaara precisava ficar a sós com o ex e o atual marido, e que eles três precisavam conversar. Nem Kankuro nem Temari, nunca souberam toda a história que rolou entre Lee, Gaara e Neji, mas sabiam que era bem complicado.

- Gaara, que tal se eu levasse os meninos pra ficar lá em casa hoje. Vai ser bom pra eles, sabe… um ambiente diferente… - Temari propôs.

    Gaara entendeu a intenção da irmã. Que no fundo, era uma boa intenção. Temari sentia que aqueles três precisavam conversar, e que não fariam isso com as crianças ali.

- É claro… se eles quiserem… - Gaara disse olhando para os filhos.

    Metal pareceu gostar da ideia e abriu um sorriso. Ia ser legal passar mais tempo com o primo Shikadai. Já Shinki, olhou bem desconfiado, e entendeu que seu pai estava tentando se livrar deles. Por qu? ele não sabia. Só sabia que não gostava nada daquela situação. Mas, confiava em Gaara. Se seus pais queriam ficar a sós com aquele homem desconhecido, ele os deixaria.

- Passem em casa, peguem suas roupas, e não esqueçam das escovas de dente - Lee disse abraçando e beijando os filhos.

    Depois, Gaara também se despediu dos filhos. Temari botou todos dentro do carro e partiram.

 

- Eu queria conversar com você… - Neji disse para Lee, com um sorriso sem graça.

- Também quero conversar com você amigo - Lee disse pousando a mão em seu ombro - Mas… não quero fazer isso na porta do cemitério - Lee disse fazendo uma careta que arrancou uma risada de Gaara e Neji - Que tal tomarmos um café?! - Lee propôs.

- Ah Lee… por favor… eu acabei de perder meu pai. Será que não podemos tomar nada mais forte? - Gaara disse

- Mas onde vamos encontrar um bar aberto às dez da manhã? - Lee perguntou

- Beeem… - Neji sentia as bochechas vermelhas - eu conheço um lugar… Mas é meio, “exótico”. 


      Eles concordaram e partiram num táxi. Por mais que toda a situação fosse triste e mórbida, ao menos serviu para que os três se reencontrassem. E mesmo sem admitir, eles sentiam muita falta de estar juntos.

 

 



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