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História Sob o pretexto da guerra - Sobre se reconciliar


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


Fate/Stay não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Boa leitura!

Capítulo 25 - Sobre se reconciliar


 

O que Rin tinha que fazer, de imediato, era tirar aquele cheiro maldito de Cali que tinha se impregnado em seu corpo. Aquele cheiro que só servia pra confundi-la. Como podia? Como conseguia se deixar levar de maneira tão fraca, quando ele chegava perto? Arrancou toda a roupa e se enfiou embaixo do chuveiro, esfregando a pele com força, até ficar vermelha, repassando o que tinha acontecido na cabeça. É lógico que Archer tinha toda a razão do mundo. A Rin de hoje conseguia enxergar que o que tinha feito era nojento, ainda mais sendo Cali. Mas a Rin da semana passada, que ainda vivia dentro dela, dava uma risadinha sem vergonha e dizia que tinha perdido uma baita oportunidade. Por causa de quê? Amor? E se ele fosse embora? E se desse tudo certo e, mesmo assim, Archer sumisse no mundo? Não podia excluir essa possibilidade. Ele já a traiu uma vez. E a Rin da semana passada estava fazendo questão de informar que isso podia acontecer de novo. Mas a Rin de agora, sabia que nada justificava o que ela tinha feito. Escolheu amá-lo. Escolheu confiar. Escolheu ajudar a conquistar sua liberdade. Queria muito tê-lo por perto, quando tudo terminasse. Queria muito tê-lo por perto, agora.

Terminou aquele banho, que foi mais uma lavagem de alma, e se arrumou pra deitar. Pensou em colocar alguma coisa mais provocante, mas isso, talvez, surtisse um efeito negativo. Archer não quis nem beijá-la, dificilmente iria querer alguma outra coisa. Colocou só uma camisola comum, nem tão sensual mas, definitivamente, não era uma peça que se encontra na seção das donas de casa recatadas. Então se deitou. Esperou. E esperou. Mexeu no celular. Conferiu os e-mails, respondeu os que precisava. Leu notícias. Se rendeu aos jogos de micro-tédio. Odiava esperar, talvez fosse por isso que sempre chegava atrasada nos lugares, pra não correr o risco de ficar à espera de ninguém. Pensou em ligar pra Shirou e contar o que tinha acontecido. Achou injusto. Tanto com ele, quanto com ela. Tomaria outra bronca, sem contar que lidaria, de novo, com a decepção de alguém que tanto amava. E o amigo também não estava bem. Pensou em Crosses. Não. Ele era seu amigo, mas não tinha tanta intimidade assim. Colocou o telefone na mesa da cabeceira, se ajeitou entre os travesseiros e olhou pro teto. Sakura veio em sua mente. Ela tinha avisado sobre ter cuidado com a magia do Bárbaro. Talvez, o mais correto fosse ter avisado sobre a incrível habilidade dele de sorrir como um maldito e se movimentar como um desgraçado. Fechou os olhos pra parar de ver Cali e acabou caindo no sono dos injustos, tendo uma das piores noites da vida.

Quando acordou, Archer não estava ao seu lado, mas isso não era incomum, ele quase nunca estava. Só que, dessa vez, a sensação foi pior. Os travesseiros dele nem tinham sido tocados. A parte dele da cama nem tinha sido desfeita. Ele não tinha dormido ao seu lado. Rin deu um suspiro cansado, antes mesmo de se levantar. Girou na cama, pra pegar o celular e conferir as horas. O encontrou ali. Não o telefone. Archer. Sentado na poltrona que tinha no quarto. Ainda com as mesmas roupas da véspera, a observando.

- Você não dormiu? – Rin, perguntou baixinho, assustada por vê-lo ali. Parecia um fantasma.

- Não consegui. – ele respondeu com os olhos parados, distante. – Você quer comer alguma coisa? – perguntou no automático.

Rin se levantou, indo até ele. Parou ao seu lado. Ele ainda não a olhava.

- Você ficou aqui a noite toda? – perguntou meio chocada. Ele se remexeu, saindo daquele torpor. Levantou os olhos pra Rin e a encontrou com aquela expressão incrédula.

- Por que está me olhando assim? Você não queria que eu ficasse aqui? No mesmo quarto que você? – perguntou com um tom ácido demais pro gosto dela.

- Não assim... – ela respondeu recuando um passo. – Eu queria que você tivesse ficado comigo. Mas se não fosse pra ficar, que tivesse ido pra um lugar onde você conseguisse descansar. – disse o olhando com os olhos arregalados.

Archer deu uma risada seca.

- Eu estou bem, Rin. Não se preocupe. – disse com um sorriso estranho. – Você quer comer alguma coisa? – voltou a perguntar, dessa vez, se levantando e indo pra porta.

Ela acompanhou o movimento com os olhos.

- Eu estou bem, Archer. Não se preocupe. – respondeu com ironia, imitando as palavras dele. Ele voltou a dar uma risada seca.

- Café, então. – disse e foi saindo. Rin foi atrás.

- Vai ser assim? – perguntou em tom de cobrança. – Você vai me tratar assim?

Ele não parou de andar. Não até Rin o empurrar contra a parede e parar na frente dele, o impedindo de passar. Manteve os olhos baixos.

- O que você quer de mim, Rin? – ele perguntou sem olhá-la.

- Eu quero seu amor, Archer! – respondeu alto, em pânico.

- Isso, você já tem. – ele respondeu com tristeza.

Ela entrou em desespero. Girou nos calcanhares, olhando pros lados e passando a mão nos cabelos.

- Archer... – chamou baixinho, fazendo ele a olhar. – Me fala a verdade. Você vai conseguir?

A expressão dele mudou.

- Conseguir o quê? O Graal? – perguntou confuso.

Rin balançou a cabeça, impaciente.

- Foda-se o Graal. – disse irritada. – Você vai conseguir me perdoar? Me responde agora. – disse firme. – Eu não suporto essa situação, Archer.

- Pára com isso, menina... – ele disse impaciente, tentando sair dali, mas Rin o empurrou de volta.

- Responde! Responde, agora! Porque, se você não for conseguir, eu vou dar um jeito de sair dessa guerra, sei lá... você fica com o Crosses, com o Shirou... eu mantenho o seu maná... – foi andando de um lado pro outro, meio transtornada.

Ele arregalou os olhos. Uma expressão de raiva se formou.

- Você vai abrir mão do nosso trato? – perguntou ríspido.

Rin firmou o corpo. Ótimo. Ele tinha chegado. O Archer que ela gostava, que não era esse cretino, escondido atrás de olhos baixos.

- Trato? De te libertar? A aliança faz isso. – disse firme, com os olhos faiscando. – Eu, quando te invoquei, fiz isso na intenção de te manter aqui comigo. Se eu não tiver mais porquê, não preciso mais lutar pelo Graal. – respondeu até mordendo a boca de raiva.

- Você tá brincando, não tá? – ele rebateu gritado. – Você não pode ser tão egoísta assim...

- Ah, eu sou Archer... – Rin respondeu irônica. – Eu não sou uma pessoa boa, você devia saber disso. Mas eu não sei porquê você tá preocupado. Eu vou prover o seu maná. O que eu não quero, é ficar perto de você... – foi interrompida.

- Você me trai e ainda quer se afastar de mim? Você que fode com tudo e agora vem com essa de não querer ficar perto de mim? – Archer perguntou com ódio, a empurrando pra parede ao contrário.

Rin se estremeceu. Ele, quando ficava bravo, era assustador.

- Eu não vou ficar com você, se for pra ser tratada assim, Archer! – ela gritou de volta. – Eu sei que eu ferrei tudo, mas eu já me desculpei! Eu entendo se você quiser ficar longe de mim, entendo mesmo. Se quiser, eu falo com o Crosses...

- Cala a boca, Rin! – gritou, a interrompendo. – Você é minha mestre! Eu não vou servir mais ninguém!

- Eu não sou sua mestre, Archer! Sou sua mulher! Sua menininha! – ela rebateu gritado. – Era isso que eu queria ser! – e o empurrou pra sair dali. Ele ficou um tempo em choque, assimilando o que ela tinha dito. O que ele tava fazendo? Ele estava sofrendo e estava vendo ela sofrer também.

Pegou Rin pelo braço e a jogou por cima do ombro. Voltou pro quarto e a tacou na cama, sem cortesia nenhuma.

- Você é minha menininha? – perguntou com malícia. – Quer ser a minha menininha?

Rin ainda não tinha entendido, muito bem, o que estava acontecendo. Só tinha percebido que tinha voltado pro quarto e, nesse instante, tinha um Archer com uma cara muito suspeita, desabotoando a calça na frente dela.

- Eu quero. – ela respondeu vacilante, com os olhos arregalados. A briga tinha acabado?

Archer se deliciou de vê-la naquela confusão. Maldita. Ia pagar caro por tê-lo deixado naquele transtorno. Tirou a roupa toda, em uma velocidade quase tão grande quanto se tivesse usado magia. Subiu por cima de Rin e levantou a camisola só pra mostrar a calcinha. Ela tinha planejado bem a noite. Estourou a costura lateral e jogou pro lado. Conferia os olhos arregalados dela, que sabiam o que estava acontecendo, mas que não estavam entendendo direito. Não ia ter preliminar. Foi na saliva mesmo. Encheu a mão de cuspe e esfregou na entrada de Rin, que deu uma vacilada.

- Archer... – ela começou a perguntar, mas foi cortada pela primeira estocada profunda. Só sentiu a penetração brutal e se rendeu, mais uma vez, ao encontro dos corpos. Os olhos dele, mais estreitos que nunca, denunciando um prazer ímpar em vê-la naquela situação, tão submissa, tão refém. Se debruçou sobre ela, pra cochichar em seu ouvido.

- Você é minha menininha? – perguntou sibilando, com mais malícia que o costume.

Rin estava entregue à força que ele usava. Era posse. Aquela posse que ele sempre negou, que ele sempre se afastou, estava sendo claramente proposta agora. Não conseguia nem respirar, com o peso dele sobre ela, mal permitindo que ela se movimentasse. As mãos incisivamente grudadas em seu quadril, puxando de volta a cada estocada, pra que elas fossem ainda mais profundas, mais duras. Os olhos de Rin não ficavam mais abertos e a cabeça não parava no lugar.

- Responde! – o tom de ordem foi alto, dado entre os dentes cerrados, enquanto metia com força dentro dela. Rin esboçou um sorriso.

- Sempre... – respondeu sem ar, ouvindo o sibilo profundo dele em seu ouvido, enquanto sentia o corpo se abrindo em dois a cada vez que ele entrava.

Archer deu uma risada que beirava à diabólica.

- Eu te amo, Rin... – disse rindo baixinho, enquanto beijava o pescoço dela, que sorriu de volta. – Mas se você fizer isso de novo, eu mato você. – falou com aquela mesma malícia que esteve presente desde o começo.

Ela não duvidou. Essa visceralidade que ele estava, beirava à loucura de Cali. Essa força que ele imprimia à cada estocada, beirava um abuso, mas, ainda assim, tinha aquele amor latente que era dele. E dela. Mesmo com a força, mesmo com a profundidade, Rin sentia que era dele, que o corpo dela reagia à ele, que seu orgasmo estava se formando em volta do membro duro e pulsante dele. Deu uma risada tão insana quanto às de Cali e conseguiu reunir forçar pra levar as mãos às suas costas. Abriu a extensão daqueles músculos com as unhas, ouvindo os urros potentes de seu arqueiro em seu ouvido.

- Eu amo você... – sussurrou baixinho no ouvido dele, sentindo novamente o peso de Archer sobre o seu. – Mas se você me ameaçar de novo, eu mato você. – falou sorrindo, com a mesma malícia que ele usava.

Archer levantou o rosto pra encontrar os olhos de Rin. Viu, ali, toda a verdade no que ela falava. E parou pra pensar nisso. Na verdade, parou pra pensar no que ele tinha dito. Deu uma risada sincera, que o tirou daquele transe maluco, que beirava a perversão. Diminuiu a força das estocadas, mantendo-as com a mesma profundidade, mas mais suaves, mais compassadas. Fez um carinho honesto no rosto de Rin, que ainda o olhava, dessa vez com os olhos mais doces. Achou ali, um começo de lágrima.

- Não faz mais isso. – pediu baixinho, olhando pra ela, com um sorriso triste.

Aquele começo de lágrima virou uma inteira e escorreu pelo rosto. Ele a limpou com o polegar.

- Nunca mais. – respondeu com firmeza, levantando os lábios pra ele. Dessa vez, ele a beijou.

E quando o beijo aconteceu, o orgasmo dos dois também chegou. Foi como se aquele beijo fosse o selo que tivesse prendido a noite anterior em um frasco que nunca mais seria tocado. Archer aumentou o ritmo, ainda com a mesma suavidade, e libertou os movimentos de Rin pra que ela pudesse levar as mãos até os seus cabelos, como gostava. Quando se derramaram, caíram juntos, abraçados e tiveram, durante o dia, o sono que a noite não os deu.

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Adina, quando se levantou e foi pra sala do quarto de hotel onde estava, viu com os olhos, o que os ouvidos só tinham escutado na noite anterior.

- Madona mia... – murmurou baixinho, vendo o estrago que Cali tinha feito ao chegar. Ela tinha ouvido o acesso mas, muito inteligente, decidiu não ir ver o que era. Não tinha sobrado nenhum vaso, nenhuma cadeira, nenhuma almofada, o sofá estava partido ao meio, os bancos de metal do balcão estavam retorcidos e até no lustre faltavam partes de vidro. – Eu tô perdida pra pagar essa conta. – concluiu com os olhos arregalados, pisando na ponta do pé, cuidando pra não se cortar.

Já estava tomando coragem pra chamar o serviço de quarto, quando ouviu ele abrir a porta do quarto. Respirou fundo, apavorada com o que ia encontrar.

- Buongiorno! Adina, mia! – ele apareceu todo sorridente, só de cueca.

Contou até dez mentalmente. Onde estava com a cabeça? Sério, Adina Riva? Olhou pra ele, com os olhos de reprovação mais intensos que tinha e apontou a destruição do lugar.

- Decidiu redecorar, caríssimo? – perguntou irônica.

Ele deu de ombros. Passou por cima dos vidros, sem nem se preocupar. Só arrumou o sofá, pra poder se jogar nele, mas deu uma ideia boa à ela. Arrumar com magia. Adina esboçou um sorriso, mas não deixou ele ver.

- Estava frustrado. – explicou fazendo cara de tédio. Foi a vez dela dar de ombros. Era um excelente motivo pra arrebentar tudo mesmo.

- Eu quero saber porquê? – perguntou sem o menor interesse.

- Você precisa, caríssima. – ele respondeu sério. Chamou a atenção de Adina, que foi até ele. – Eu quero lutar com o cornutto. Se vira. – falou em tom de ordem.

Adina ficou um tempo em silêncio, só observando aquele cara de arrogante que Cali tinha. Por fim, deu uma gargalhada gostosa.

- Tudo bem. Vou ligar pra Rin Tohsaka e marcar um encontro entre vocês. – disse com ironia. – Prefere que horas? Tarde, noite? – falou rindo e saiu.

Cali fez uma careta pra ela, quando a mestre virou as costas.

- Inútil... – resmungou baixinho. – Você tem o telefone do meu amore? – perguntou animado com o que tinha ouvido.

Adina, que ainda não tinha parado de rir, aumentou a gargalhada mais ainda.

- Amore?! – perguntou tirando sarro, chegando a limpar as lágrimas. – Qual é, Cali... tenha um pouco de dignidade... – disse, rolando os olhos. Depois pensou que ele poderia nem saber o que era isso.

- Tem ou não? – ele perguntou firme.

- Lógico que não! – ela respondeu direta, fazendo uma careta. – Pra que você quer o telefone dela, agora?

- Ora, pra quê... – respondeu sorrindo malicioso. – Telefones, nessa era, por alguma magia impressionante, são capazes de transferir fotografias... – levantou a cabeça pra olhar Adina. – E eu queria muito mandar uma foto de uma parte minha que fica em pé quando pensa nela... – e levantou as sobrancelhas.

Ela rolou os olhos.

- Cali, ela não quer nada com você. – disse firme, até preocupada. – Rin Tohsaka é uma maga poderosa e isso pode ser perigoso. Sem contar que o servo dela, pelo que eu pesquisei, também não é nenhum parvo, como você vive dizendo.

- Eu falo cornutto. – ele corrigiu. – Mas é um parvo também.

- Que seja. – ela continuou. – Com tanta mulher por aí, você tinha que se encafifar justo com essa? – era quase um conselho.

Cali deu uma risada alta.

- Ela também quer, caríssima. – respondeu, lembrando da véspera. – O problema é o cornutto. Por isso eu quero lutar com ele. Se eu matar o parvo... – foi interrompido.

- Ela vai ficar com você? – Adina perguntou. Cali a olhou de cara feia. Não gostava de ser interrompido. – Você acha, nessa sua cabecinha transtornada, que é assim que a Rin Tohsaka vai ficar com você? – ela não se intimidou.

Cali deu de ombros. Na noite anterior, só não tinha dado certo, por causa do cornutto. Na cabeça transtornada dele, era uma equação simples: se tirasse o arqueiro, sobrava a Rin.

- Exato, cara mia. – disse sorrindo. – Essa noite, teremos menos um cornutto nesse mundo. – falou animado, mas baixou o tom, resmungando pra si mesmo. – E essa noite, ela vai ser minha. – encerrou com os olhos faiscando de loucura.

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Pra um casal que começou o dia basicamente terminado, a noite chegou como um recomeço. Acordaram abraçados, tão grudados como nunca. Quando Rin abriu os olhos, encontrou o raro: Archer estava ali e possessivamente agarrado à cintura dela, ainda com os olhos fechados. Ela só deu um sorriso pequeno, satisfeito, e torceu pra que, quando ele acordasse, as coisas estivessem em seu devido lugar. Esticou o braço pra pegar o telefone e viu uma mensagem interessante do amigo, com uma proposta tentadora. Depois da noite que, pra eles tinha sido só de uma batalha cansativa contra o Cavaleiro, uma folga de Guerra do Graal. Rin se rendeu à ingenuidade de Shirou. Era isso que o tornava tão único: só ele conseguiria pensar em fazer uma noitada de pizza e cerveja, no meio de toda essa loucura. Respondeu que iam, claro. Ainda digitou um “amo você”, mas achou melhor não mandar. Não sabia como seriam as vidas depois disso e seria mais um que ela poderia magoar. Era tanto tempo de amizade pra ela estar cogitando essa troca... Mas, ao mesmo tempo, era tanto tempo de amor pra não fazê-la...

Archer se remexeu, ao sentir Rin se afastar. Por impulso, a puxou pra mais perto e a prendeu entre os braços.

- Não foge. – resmungou sonolento, de olhos fechados, prendendo-a contra o corpo.

Ela deu uma risada gostosa. Não estava fugindo. Só ia se levantar pra tomar banho.

- Eu não vou fugir. – falou mansinha, girando entre os braços dele pra ficar de frente com seu rosto. Não resistiu à beijar aquela boca quietinha, que não brigava com ela enquanto dormia. Deu um beijo pequeno, no lábio inferior dele. Um sorriso manso se formou entre aqueles lábios.

- O que você quer? – ele perguntou com malícia, ainda com os olhos fechados. Ela deu outra risada boa.

- Nada. Eu só tô te beijando... – e continuou com aqueles beijinhos pequenos, que agora ele retribuía.

- Pra me acordar assim, alguma coisa você quer... – ele resmungou, abrindo os olhos só o bastante pra ver a cara de moleca que Rin fazia.

- Pizza e cerveja. – ela respondeu rindo. Archer abriu os olhos inteiros.

- Específica, hein? – rebateu admirado. – Podemos ver isso aí. – e voltou a fechar os olhos.

- Na casa do Shirou. – Rin disse, já escutando o choramingo.

- Sério? – ele murmurou, fazendo cara de choro. – Vamos ficar aqui, só nós dois... – abriu os olhos estreitos, fazendo cara de safado. – Eu deixo você tomar cerveja na minha barriga. – propôs com um sorriso sacana.

A gargalhada foi inevitável.

- Isso fica mais sexy com champagne, amor. – Rin respondeu fazendo uma leve cara de nojo. – Vamos, hoje é dia de folga! – e foi chacoalhando ele pelo ombro, que continuava choramingando.

- Nossa, Rin... como você é chata. – ele resmungou rindo. Abriu os olhos definitivamente. Mas de risonhos, eles passaram a ameaçadores. – Sem gracinha com o Santo. – o tom não era nem de aviso. Era de ordem. Ela balançou a cabeça rapidinho, confirmando, a mais boazinha das namoradas. Mas os olhos dela, de assustados também passaram pra maliciosos.

- E com você? – perguntou manhosa, passando a ponta do dedo pelo peitoral dele. – Com você, pode?

Ele fingiu uma cara de desdém. Depois, começou a rir.

- Só comigo que pode, menina. – respondeu rindo, a prendendo por baixo dele. – A gente já tem que ir? – perguntou com a voz abafada, pelos beijos que já tinha começado a dar no pescoço dela.

Rin já estava molinha.

- Ele sabe que eu sempre chego atrasada... – respondeu revirando os olhos, sentindo que o atraso, dessa vez, ia ter um excelente motivo.

Atrasaram. E bastante. Mas quando chegaram na casa de Shirou, não eram os últimos.

- Eu achei que tinham desistido. – o anfitrião já tava de cara feia. Rin deu de ombros. Tava mais do que acostumada com isso. Deu o beijinho dele, ganhou o dela de volta e o sorriso de Shirou se fez, como sempre.

- Cadê o Crosses? – perguntou tranquila, vendo que o amigo ainda não tinha dado as caras.

- Deve estar chegando. – ele respondeu sem dar importância. – Eu perguntei se queria que eu fosse buscar, mas ele negou.

- Por quê? – Rin perguntou curiosa.

- Deve ser porque ele dirige mal. – Archer opinou maldosamente.

Shirou fez uma careta de desdém pra ele.

- A Saber ia. – ele respondeu, como se isso melhorasse muito a sua situação. Archer segurou a risada.

Rin achou melhor interferir. Esses dois iam acabar se pegando de novo...

- Eu vou ligar pra ele... – disse querendo rir, olhando de Shirou pra Archer. O amigo, de cara feia. O namorado, com a cara de pau mais bem moldada do mundo. – Crosses, é a Rin.

- Oi, chica. – ele respondeu com a voz um tanto tensa.

- Você tá chegando? Quer que eu vá te buscar? – a proposta era simples, mas ela ouviu uma risada no fundo da ligação que a fez perder a força das pernas. Archer a amparou, quando Rin fez menção a cair.

- Rin... eu acho que vocês deviam vir pra cá. – Crosses disse com a voz vacilante.

- O Santo tá lutando? – ela perguntou por protocolo.

- Tá. – ele respondeu firme. – Ele tá lutando com o... – foi interrompido.

- Bárbaro. – Rin concluiu o óbvio. Archer a olhou sério. Ela deu um suspiro fundo. – Me manda o endereço por mensagem. Nós estamos indo praí. – disse firme e desligou.

Precisou de um segundo pra se organizar. Saber se aproximou com cautela.

- O Santo tá lutando com o Bárbaro? – perguntou o que tinha entendido. Ela confirmou com a cabeça e ouviu a mensagem chegar com o endereço. Olhou pra Archer.

- Tá preparado? – perguntou com os olhos faiscando.

Os dele, então, queimavam de raiva.

- Tô esperando por isso faz tempo. – respondeu com um sorriso perigoso. – Hoje eu acabo com a raça desse filho da puta! – e já saiu em direção ao carro, sendo seguido pelos três que tentavam acompanhar as passadas decididas do arqueiro.

 



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