1. Spirit Fanfics >
  2. Saint Seiya: Sob o Sangue do Escorpião >
  3. Epílogo

História Saint Seiya: Sob o Sangue do Escorpião - Epílogo


Escrita por: Draconnasti e Katrinnae

Notas do Autor


O Santuário finalmente respira após o Cerco. Os Cavaleiros ajudam a reconstruir as vilas e cidades afetadas pelo combate, enquanto Antares reflete sobre o ciclo que se fechou e sobre o novo que estava se abrindo para ela.

Capítulo 44 - Epílogo


Os dias seguintes foram muito movimentados, com os sobreviventes retornando para o que restou de seus lares, para lamentar as perdas, orar aos deuses por força e então tentar se reerguer. Famílias inteiras foram dizimadas, rebanhos foram perdidos, a fome parecia ser uma realidade para os próximos meses.

Mesmo com a ajuda dos Cavaleiros que tinham alguma condição, as coisas não pareciam nada bem. A maioria estava desabrigada, dormindo nas ruas ou nas ruínas de suas casas, após enterrar os mortos. Aquela vitória tinha um sabor tão amargo quanto uma derrota devastadora.

Pais, com o coração na mão, precisavam decidir o que fazer: entregar-se à escravidão [01], ou entregar seus filhos para o Santuário de Athena. Lá, sabiam que seus filhos teriam certamente um teto sob suas cabeças e comida farta, mas a morte seria sua companheira constante. Idosos cogitavam se isolar para morrer em algum lugar para diminuir a quantidades de bocas para suas famílias alimentarem. Rapazes começavam a pensar em pegar nas armas para oferecer serviços como guarda-costas ou entrar para os grupos de assaltantes que espreitavam as cidades mais afastadas daquela área.

Os Dióscuros estavam entre os Cavaleiros que prestavam ajuda. Pollux removia os escombros das casas para que os moradores pudessem entrar e ver o que poderia ser salvo, além de ajudar a manter a ordem no local. Já Castor se dedicava a auxiliar nos campos, caçando javalis e cervos para alimentar os desabrigados, e reagrupando cabras e ovelhas para os fazendeiros. E quando se reuniam mais tarde, para descansar, se dedicavam a uma contemplação silenciosa das Polei de Rodorio e Athenas que se recuperavam.

Mas naquela noite, as coisas seriam diferentes. O mais novo conseguia ver claramente a inquietação do mais velho, principalmente ao vê-lo se recolher mais cedo que o usual. Sem risos e sem bebidas, como já não acontecia desde o cerco. O conhecia bem o suficiente para ter uma ideia do que o incomodava, e então se deu conta de que já estava na hora de falarem sobre aquilo.

O caçula o seguiu e entrou em seu quarto sem qualquer cerimônia, fazendo o semideus suspirar impaciente, já prevendo o que estava por vir.

– Hoje não, por favor... – O Príncipe-Herdeiro se antecipou.

– Então quando? – Castor questionou, pousando o arco e a aljava vazia junto a uma kliné [02] ali perto. – Isso o está consumindo, meu irmão! Não foi sua culpa o que aconteceu, além disso, ela é uma Amazona e estava ciente dos riscos!

– Ainda assim, eu poderia tê-la matado! – Pollux lamentou em angústia, andando de um lado para o outro, como um animal acuado. – De que adianta todo o meu autocontrole se isso vir a acontecer? Eu deveria ter resistido! Eu precisava ter sido mais forte!!!

– Mas não era você, meu irmão! Você estava sendo controlado! – O mais novo rebateu, se aproximando a passos largo, só parando diante de seu gêmeo, a quem conteve, segurando os braços. – Não era você. Eu o conheço tão bem quanto a minha sombra! Você jamais faria algo como aquilo de livre vontade!

– Quem te garante, irmão? – O mais velho devolveu, com um sorriso triste. – Diferente de todos, você já viu o meu melhor e o meu pior. Sabe muito bem do que eu sou capaz de fazer! – E suspirou. – Eu só quero me redimir pelo que fiz.

O homem de olhos castanhos fitou o outro. Sim, conhecia o seu pior lado. Sabia muito bem que certas coisas, que deveriam ser irrelevantes, serviam de gatilho para fustigar esse seu lado maldoso e egoísta. Como, por exemplo, o fato dele ter sido fisicamente dominado por uma ateniense. Ainda mais uma que era fisicamente mais fraca que ele.

O Príncipe-Herdeiro de Esparta era cheio de seu orgulho como tal, e jamais admitiria ser derrotado por qualquer pessoa que não fosse de sua terra natal. Não importava se era homem ou mulher, desde que tivesse suas origens entre as famílias genuinamente espartanas.

– Ela está se recuperando bem, Kheiron em pessoa está cuidando disso, assim como Ganimedes também está cuidando dos seus assuntos, enquanto não pode voltar a atividade. – O espartano mais jovem disse. – Se é de apoio que precisa, eu irei até lá com você.

– Boa tentativa, Castor, mas o problema não é somente “ir vê-la”. – O espartano mais velho respondeu com pesar.

– Então qual é o problema?

– Lembra daquele dia, quando estávamos treinando? Eu, você e o... enfim... – Pollux respirou fundo, dando continuidade. – Lembra daquele dia em que cruzamos o caminho com um Ciclope, e que ele quis nos devorar?

– Lembro da surra que você deu nele. – O espartano mais novo riu, mas fingiu engasgar logo em seguida.

Estavam em três, os Dióscuros e um terceiro aprendiz de nome Ankheus, acampados em um bosque próximo ao monte Olimpo, onde treinavam sob o olhar atento de seu mestre. Por vezes, acontecia de serem deixados à própria sorte no treinamento, para gerenciarem suas funções. Arrumar suprimentos, prepará-los, conservá-los, fazer a vigia enquanto os outros descansavam… Eventualmente algumas situações bem singulares terminavam acontecendo.

– Irmão… você melhor que ninguém… Você me conhece, talvez mais que eu mesmo! – Havia uma nota de angústia na voz do Príncipe-Herdeiro, enquanto desviava os olhos dourados do irmão. – Você sabe que eu não me orgulho nada do que fiz naquele dia.

– É, mas foi você quem nos salvou naquele dia. – O outro geminiano respondeu sem pensar duas vezes. – Eu sei que tem vergonha do que aconteceu, mas você está se cuidando para que aquilo não aconteça novamente e…

– É, mas aconteceu novamente! É isso o que você não está entendendo!!! – O Cavaleiro mais velho desabafou. – Papillon dominou a minha mente! Ele mexeu em algo na minha cabeça e… aquela maldita sensação veio mais uma vez!

Castor olhou para o irmão com uma surpresa da qual sequer conseguiu esconder. Pollux ofegava, entre o cansaço e a vergonha, sentando-se na beira de sua cama e cobrindo a face com as mãos.

– Então… você estava...

– Eu… eu não tinha qualquer controle de minhas ações, mas… sim, eu estava vendo tudo. Fui lembrando ao longo do dia e… droga! – O semideus rosnou, batendo com o punho fechado sobre o colchão de palha, coberto por peles macias. – E-eu não queria…!!!

– Ainda assim, não foi você quem nos atacou, meu irmão. Não importa o que diga, eu e a ratinha assustada vamos continuar negando tudo… – Castor falou, e, ao perceber o que disse, parou por um instante e se pegou rindo. – Se bem que, depois daquele dia, não posso mais chamá-la de ratinha assustada. Ela foi pra cima de você sem medo algum! Parecia mais um daqueles… grifos… não é?

– Pelo menos nisso nós podemos agradecer ao mestre dela… – Comentou o mais velho, passando a mão pelos cabelos, ainda angustiado. – Mas isso significa que eu não sou tão diferente daquele maldito…!

– Pare de falar asneiras, meu irmão! Diferente daquela besta sanguinária, você sabe que é errado! – O mais novo intercedeu. – Você não quer machucar pessoas, não quer vê-las sofrer. Isso é mais que o suficiente para diferenciá-los!

O semideus calou-se. Queria se convencer das palavras do caçula, de que ele era diferente de Scorpio, mas no fundo sentia-se um hipócrita.

– Scorpio não reprime isso. Ele não sufoca esse sentimento, apenas o guarda para o momento preciso e não hesita em usar essa “besta sanguinária” quando preciso e por isso consegue conviver em paz consigo… – O Príncipe-Herdeiro falou, respirando fundo. – … Diferente de mim que guardo, escondo, finjo estar tudo bem, enquanto há esse mesmo monstro em mim. E que quando ganhou um momento de liberdade, explodiu numa fúria cega que poderia matar vocês dois sem hesitar... E gostar disso!!! – E lamentou. – Eu não tenho o controle, diferente dele que consegue segurar as rédeas. Eu tenho medo, ele não.

✶~~✶✶✶~~✶

Antares estava sentada na arquibancada de um anfiteatro mais afastado. Tinha se recuperado bem naqueles dias de repouso forçado, sono sem sonhos, e tédio sem fim. Em seu estado, mesmo que quisesse fazer alguma coisa, ainda não podia. Kheiron a instruíra a se poupar dos treinamentos por, pelo menos, trinta dias, mesmo contando com sua recuperação rápida. As pontadas que eventualmente sentia na costela esquerda ainda servia de lembrete para não desobedecê-lo.

Uma máscara nova, lisa e desprovida de pinturas cobria o seu rosto. A recebeu tinha pouco tempo, porém faltou-lhe a disposição de fazer a pintura que a identificaria entre as demais guerreiras, principalmente depois das notícias que recebera: Ophiucos não resistiu aos ferimentos. Uma cerimônia em sua honra seria realizada no final daquela tarde, nos campos mais afastados, onde as Amazonas realizam seus rituais e festejos coletivos. A ateniense não sabia ao certo o que fazer. Sentia-se culpada por não ter derrotado o Juiz do Inferno em menos tempo, ou mesmo de ter chegado antes. Talvez assim as baixas tivessem sido minimizadas.

Observar o treinamento das jovens Amazonas era algo que ajudava a passar seu tempo, ainda que fosse algo solitário. As notícias de seus feitos na Vila das Amazonas tinham chegado até os ouvidos da Deusa, pelo que soube. Desde então, muitos que apenas a ignoravam, agora, se afastavam porque a temiam. Naquele momento, ela já não sabia se isso era bom ou ruim.

– Fico feliz e preocupado em vê-la aqui, Antares. – A voz de Ganimedes a tirou de sua contemplação silenciosa, fazendo com que olhasse em sua direção. – Como se sente hoje?

– Do mesmo jeito de ontem. – Ela respondeu com voz cansada. – Pelo menos já consigo respirar sem tanta dor.

– Isso é bom de se ouvir. – Ele sorriu, oferecendo um figo que trazia na mão. – Tirado direto do pé, tá uma delícia.

– Andou roubando as frutas do pomar novamente? – A jovem perguntou, recebendo a fruta, mas não removeu a máscara para comê-la.

– Eu?! – O homem fingiu surpresa, levando uma mão ao peito. – Está me chamando de ladrãozinho morta-fome que não tem onde cair duro?!

O exagero dele a fez rir um pouco, algo discreto, mas notório.

– Se te fez rir, então já valeu a pena ter ido lá pra fazer um lanche. – O Cavaleiro pontuou, afagando o cabelo da Amazona. – Eu soube que a senhora Athena conversou com você. Posso saber o que houve?

– Ah… isso… – Ela murmurou, sem saber como falar. – Eu… não posso falar. A senhora Athena pediu.

– Nem para mim? – O troiano questionou, sentando-se ao seu lado, vendo-a assentir um pouco receosa. – Certo, tudo bem então. Não irei pressioná-la. – Falou tentando esconder a apreensão.

Escorpião o olhou de soslaio, antes de baixar a vista para o figo com o qual brincava entre as mãos. Sabia muito bem que ainda tinha contas a prestar com a Deusa da Sabedoria por conta de seus atos. Por mais que as pessoas estivessem espalhando os seus feitos, tinha perfeita consciência de que não merecia metade daquele reconhecimento.

– Eu acho… que vou voltar ao meu Templo. Estou fora de lá já tem algum tempo. – A Amazona falou, apoiando-se no ombro do Cavaleiro para se levantar. Ele fez uma menção de se oferecer para ajudá-la, mas ela negou. – Pode deixar que eu vou sozinha. Caminhando devagar eu não fico cansada.

– Está certo, mas ao chegar lá, vá direto para a cama. Nada de ficar fazendo vigília pelo Templo. – Ele fingiu reclamar, bagunçando os cabelos dela, quando se deu conta de algo. – Antares…

– É, eu sei… passou da hora de cortá-los. – Ela assentiu, tocando as pontas que já passavam dos ombros. – Não tive tempo pra fazer isso desde a última vez que estive na casa do mestre.

– Então você esteve mesmo com ele… Imaginei… sua teimosa! – O aquariano resmungou, bagunçando ainda mais o cabelo dela, fazendo-a rir como uma criança.

A escorpiana se retirou dali, a passos lentos, pensando no que faria. Tomar um banho, cuidar dos cabelos, descansar, ler alguns pergaminhos…

Chegou ao seu Templo sem grandes problemas, entrando em suas dependências domésticas totalmente despreocupada. E após um banho aromático, seguido de uma refeição leve, trazida por Kallipto. Um prato de um ensopado de frango encorpado com vegetais, junto com algumas fatias de pão e um pedaço de queijo de cabra fresco. Para sobremesa, usufruiria do figo que Ganimedes lhe deu.

Na cabeceira, um arranjo de flores cuidadosamente montado por suas escravas perfumava o ambiente sem impregná-lo com fumaça, como o incenso fazia. Ao lado dele, alguns pergaminhos previamente selecionados estavam prontos para a leitura, junto com um copo de chá morno.

“Só faltava uma chuva suave agora”, Antares pensou, com um ar sereno no olhar, quando ouviu batidas em sua porta.

Por algum motivo, aquilo lembrou a Filha de Scorpio sobre a vinda de Athena aos seus aposentos, no dia anterior.

Tal como naquela vez, estava deitada, contudo havia acabado de fazer seu desjejum e estava pensando no que faria para ajudar a passar o tempo. Quando a escrava de pele escurecida bateu novamente em sua porta, causando o seu estranhamento, Antares ergueu uma sobrancelha, curiosa.

– Senhora, a Deusa Athena em pessoa está aqui para vê-la. – A serviçal falou, curvando-se e dando espaço para a visitante.

Athena vestia uma túnica branca e imaculada, longa, que cobria quase todo o seu corpo. Na mão direita, Niké se encontrava transfigurada em seu báculo. Não trajava qualquer parte de Armadura naquela ocasião. Não havia mais qualquer razão para aquilo, naqueles dias, não era mesmo?

Com um gesto suave, a ateniense dispensou sua criada, e apontou uma klismos [03] próxima.

– Fico feliz em ver meus guerreiros se recuperando rápido. – Disse Athena, entrando no quarto perfumado de lavanda, atraindo os olhos vermelhos de sua Amazona para si, enquanto se acolhia no local indicado pela anfitriã.

– Senhora… A que devo…? – Escorpião fez menção de se sentar, mas logo foi impedida por sua matrona divina.

– Não precisa, Antares. Não dessa vez, está bem? Não tivemos como conversar direito quando ainda estava na Fonte, mas agora, espero que esteja em um melhor estado. – A visitante falou, olhando fixamente para sua anfitriã acamada.

– Imagino o que tenha escutado ao meu respeito. – A Filha de Scorpio murmurou com certo desânimo.

– Soube que enfrentou uma horda de Espectros sozinhos, salvando assim um grupo que fugia da Vila das Amazonas. E que derrotou um Juiz do Inferno sem ajuda. – A Deusa pontuou com um sorriso orgulhoso no rosto. – Tem ideia do quanto isso intercede em seu favor, minha jovem?

Um suspiro pesado foi sua única resposta.

– Não importa o que eu faço… nunca é o bastante. – A jovem murmurou, sentindo as costelas doerem. – E eles estão certos.

– O que está querendo dizer, Antares? Acha pouco enfrentar um Juiz do Inferno sozinha? Ele também era um semideus, sabia? – Athena questionou, sem entender.

– Não fui eu quem o derrotei, senhora. – A Amazona lamentou, diante dos olhos azuis e incrédulos da mulher a sua frente. – Foi a Besta...

– A… Besta…? – A Deusa murmurou em surpresa, inclinando-se para a frente, interessando-se mais por aquilo. – Você está querendo me dizer que… despertou a sua Besta Interior? Do mesmo jeito como Scorpio faz?!

Escorpião assentiu com a cabeça, desviando os olhos rubros, envergonhada daquilo. Sabia dos riscos, fora exaustivamente avisada por seu pai e mestre das possíveis consequências que aquilo teria. E ainda assim, insistiu naquela ideia.

Para piorar, aquele Espectro que enfrentou também a alertou dos riscos.

– Entendo… – Expressou a visitante, se levantando e dando alguns passos pelo ambiente. – No entanto, acredito que tenha realizado isso sob orientação do Scorpio. Afinal, foi um tanto oportuno despertar algo assim meio uma luta com um juiz.

– Perdão, senhora… mas eu não despertei a minha Besta no meio de uma luta. – Antares confessou. – E-ela já estava… semi-desperta…

– Evidente que sim. – Respondeu a Deidade olhando-a incisivamente e mantendo a calma em sua voz. – Não creio que Scorpio deixaria algo assim passar de maneira tão displicente. Ainda que você não tivesse ciência, é provável que ele tenha trabalhado isso em você para quando, possivelmente, viesse a ocorrer. – E voltou-se para a anfitriã. – Afinal, tem o sangue dele, uma herança muito forte e que não deve ser ignorada.

– E-então eu não serei punida por isso? – A jovem quis saber, tomando cuidado com as dores no corpo. – Eu poderia ter feito uma vítima inocente…!

– Eu teria que punir muitos Cavaleiros então. Até onde sei, além de você, um dos Gêmeos também executou ações que, por muito pouco, não causaram uma tragédia. – Pontuou a Deusa a fitando e com um dedo em riste. – Ainda assim, você tomou a sua Besta para confrontá-lo e voltá-lo à razão após o controle de nosso inimigo sob todos os riscos. Nem mesmo o irmão seria capaz de pará-lo e o estrago poderia ser muito pior.

– M-mas… E-eu pensei que ninguém gostasse de Bestas… – A ateniense hesitou por um instante. – São criaturas destrutivas e…

– Ninguém gosta, de fato, mas muitos querem ter uma sob seu comando. – Athena ponderou, olhando gentil para ela. – Bestas são como animais selvagens, não é fácil para qualquer pessoa ou Deus lidar. Porém… – E sorriu. – Nem todas são criaturas odiosas e sedentas por sangue e destruição… veja a Phoenix, por exemplo. Sempre empenhada em manter e observar o mundo ao redor!

Aquelas palavras fizeram a jovem refletir um pouco, trazendo a calma onde antes só havia a preocupação.

– Muito obrigada pela sua bondade, minha senhora. – A Amazona falou de um só fôlego, sentindo-se genuinamente aliviada por ouvir aquilo. – Eu… irei me empenhar mais para que não seja necessário despertar a Besta novamente…

– Não é para tanto, minha jovem. – Athena ponderou, olhando-a com curiosidade. – Talvez você possa voltar o seu treino para tirar o melhor proveito da sua Besta Interior… assim como Scorpio o faz.

Antares ergueu os olhos, sem compreender ao certo aquela mensagem, e sua Deusa percebeu isso. Com um sorriso gentil, a visitante se aproximou, sentando à beira do leito.

– Antares, o que acha de se tornar a minha Besta? – A Deidade propôs, estendendo a mão para a jovem.


Notas Finais


01 – A escravidão na Grécia Antiga ia muito além do trabalho braçal pois tutores, arquitetos e engenheiros podiam ser escravos também. Podia se adquirir escravos por duas maneiras naquele tempo: prisioneiros de guerra (que, geralmente eram espólios dos soldados) ou por dívidas. No segundo caso, a escravidão nem sempre era permanente, pois o escravo e o senhor podiam combinar um período de serviço até que a dívida estivesse quitada.

02 – Kliné é uma espécie de cama que era utilizada para comer e descansar, e dispunha de uma parte horizontal para reclinar-se à altura da mesa. O apoio para a cabeça era, geralmente, curvo e não se utilizavam apoios para os pés. Podia ser utilizado em cerimônias religiosas ao ar livre, como também para fins domésticos comuns, como dormir.

03 – Klismos era um tipo de cadeira elegante e curvada. Outrora considerado um móvel exclusivamente feminino, foi recebendo novas versões ao longo dos anos, e sendo utilizados também por homens.


-------------

E finalmente encerramos esse arco! Nossa vitória de 2019!!! Esperamos que tenham gostado dessa história! Nosso muito obrigada, e um ótimo período de festas para todos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...