História Sob uma lente - Gerlili (One) - Camila

Um tempo atrás....

— Lili, você precisa ter calma, ter paciência e esperar, assim as coisa vai acontecer, uma hora ou outra vai acontecer. Lembra daquele ditado: o ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. Vamos curtir o momento, quando menos esperarmos vai ter um bebezinho aqui. — Eu segurava ela no colo, coloquei minha mão em sua barriga e tentei passar confiança.

— Eu quero muito ser positiva como você, Germano. Mas é difícil, sabe? Mas juro vou tentar. — Eu encostei a minha cabeça no peito dele e ali fiquei por muito tempo, não havia lugar melhor.

Hoje

O restaurante preferido do casal já não é mais o mesmo. Agora optam por locais que sejam mais seguros e que possuam playground para Camila brincar. A pequena garotinha de 2 anos é simplesmente o grude dos pais, e com certeza o maior feito. Enquanto os outros filhos estão casando e construindo suas famílias, Germano e Lili estão bastante ocupados catando brinquedos pela casa e preocupados com o futuro da pequena.

— Lembra quando você achou que não iríamos conseguir ter outro filho? Quando estava insegura e super pessimista? — Digo olhando para Camila que brincava e para Lili que estava mais radiante que nunca.

— Lembro amor, mal eu sabia que em breve seríamos presenteados pela nossa princesa. — Evitar o sorriso era impossível, só de pensar na família que eu e Germano construímos já me encho de lágrimas.

— Todos os dias eu penso em como seria a nossa vida sem a Mimi, viveríamos um eterno tédio, um silêncio sem fim. Gosto da bagunça dela, das músicas e dos desenhos que acabo decorando. Não sei mais passar uma noite sem interpretar a Fera e levar a Bela até a cama. Obrigado por tudo, por essa família linda, por me permitir ser pai de novo, por cada momento nosso, por cada conversa, por cada carinho, por cada beijo seu. Prometo sempre lutar pelo nosso amor, porque vamos ser muito felizes e realizaremos todos os nossos sonhos. — Finalizo puxando Lili para um beijo, mas antes que eu pudesse me envolver mais naquele momento, ouço a voz de Camila me chamando entre choros. — Acho que ela caiu, vou lá pegar ela.

— Tá bom, amor. — Fico de longe pensando em como fui capaz de um dia pensar em me divorciar desse homem. Quantas coisas eu perderia....

— Não foi nada, filha. Está tudo bem. Foi só um susto! — Digo voltando com a pequena no colo.

— Ela caiu? — Me preocupo e logo começo a procurar por possíveis machucados sobre o corpo de Camila.

— Caiu, mas foi de leve. Ela já está com o papai, e vai ficar tudo bem. — Envolvo a minha pequena em um abraço apertado e garanto que ela se sinta protegida, logo ela para de chorar.

— Passou? Toma a pepeta. — Entrego a chupeta de Mimi pra ela, que logo pega e chupa desesperadamente.

— Ainda bem que trouxemos o carrinho, agora ela vai dormir aqui, certeza. — Ajeito Camila em meu colo, a pequena dormiria em breve.

— Sabe, te ver aqui só me fez ter mais certeza de que escolhi a pessoa certa para ser o pai dos meus filhos. Quero poder te proporcionar a mesma felicidade que você me proporciona. Não sei o que mais posso lhe dizer, a não ser que eu não consigo não me imaginar passando o resto da minha vida ao seu lado. — Camila já dormia em seus braços. Eu aproveitei para o beijar mais uma vez. Dessa vez um pouco mais lento, sentindo todos os cantos da boca dele.

Já em casa, exaustos após aquele longo jantar, Lili e Germano finalmente se deitam, e olhando um para o outro eles se declaram.

— Você sabe que eu te acho linda sempre, né? Mas assim, deitada na cama, nua e toda descabelada eu acho ainda melhor. — Puxo ela para mais perto do meu corpo.

— Em outros tempos, depois de uma declaração dessa iríamos direto pra cama fazer amor, né? — Digo me envolvendo no corpo dele, de forma que ficamos abraçados e com os corpos totalemnte entrelaçados.

— É.. — Eu dou risada de lembrar como éramos antes da pequena. — Agora deitamos e rezamos para dormimos a noite toda, né?

— Pois é — Solto um riso frouxo. — Precisamos tirar um dia pra nós, a Eliza já disse que fica com a Mimi pra gente. — Falo enquanto mexo na mão dele e aprecio aquela aliança antiga.

— Sexta-feira agora, o que acha?

— Acho ótimo. Até porque sexta é nosso dia.

— Como assim? Esqueci alguma data??
       — Não, amor. Mas completamos 20 anos e 6 meses de casamento.

— Muito tempo, né? Os melhores 20 anos da minha vida. O tempo que eu vivi se você, poderia certamente desviver, não valeram a pena.

— Bobo! — Bato no braço dele de leve. — Te amo muito, tá? E sempre mais.

— Eu também te amo, Lili. Vem, sei que está cansada. Vamos dormir. — Arrumo o travesseiro e puxo o cobertor para perto de nós. Dormimos assim, abraçados e juntos, como sempre fazíamos. Quando a claridade  do dia ainda não se instalava no quarto, ouço um choramingo e pequenos passos correndo pelo corredor e chegando ao quarto. — Amor, acorda, Camila acordou. Se veste.

— Bom dia, amor. — Digo beijando a boca dele rapidinho e o abraçando, esse abraço é tão bom que que poderia certamente morar aqui pra sempre. Mas, como não é possível, puxei meu roupão que estava ali ao lado, vesti e voltei a me deitar.

— Ainda são 6h, amor. Vamos por ela aqui na cama e voltamos a dormir.  — Não levou dois minutos desde então, para que a minha pequena entrasse pela porta.

— Bum dia, mamãe! Bum dia, papai!! — Entrei correndo pela porta e com uma voz fofa e apaixonante falei com meus pais, que logo se derreteram.

— Bom dia, filha.  Vem cá com o papai, vem! — Peguei a pequena no colo e levei até a cama, deixando ela entre eu e a mãe.

— Bom dia, meu amor. Tá cedo ainda, vem cá, deita com a gente. — Ajeito um pequeno espaço para a pequena no cama, e logo eu e Germano nos aproximamos dela, colando cabeças, e formando um coração. Foi assim que passamos o resto da madrugada, juntos.