Serena narrando:
Depois que a curandeira me examinou, Léo me levou até meu quarto para descansar, ele, Sofia e Amarok ficaram comigo até a sacerdotisa chegar.
A curandeira da alcateia Lupins era grande amiga de meu pai, Caroli era a melhor entre as curandeira, mas com todas as suas habilidades ela não achou nada de diferente em mim, então talvez a sacerdotisa da minha alcateia pudesse ajudar.
Léo andava de um lado para o outro, Sofia pedia para ele se acalmar, mas não conseguia, ele deveria estar se culpando por tudo que está acontecendo.
A sacerdotisa entrou no quarto e fez uma reverência curta para o Léo, depois para mim. Ela pediu para que eu deitasse na cama e espalhou algumas ervas sagradas em cima do meu corpo, então se sentou ao meu lado. Depois de alguns minutos sussurrando algumas palavras, ela retirou as ervas e se virou para mim, sua expressão não era nada feliz.
_ Serena, infelizmente não tenho boas notícias - Diz a sacerdotisa suspirando.
_ Por favor fale logo - Mandou Léo impaciente. A sacerdotisa pegou em minhas mãos e olhou fundo em meus olhos.
_ Você está morrendo Serena - Eu paralisei assim como todos do quarto.
_ Como é? - Tayná entrou bem na hora, medo e frustração estampava em seu rosto.
_ Como vocês sabem - Continuou a sacerdotisa: _Os machos despertam seus lobos com 13 e as fêmeas logos após seu primeiro sangramento com 14 anos - Ela se virou para encarar a todos: _Mas Serena não, ela sangrou mas sua loba não veio à tona por conta do que ela passou, sua loba está se forçando para sair então seu corpo já não está conseguindo segura-la, ele está fraco, se a Serena não despertar a loba, ela irá morrer em breve.
Eu entrei em choque, minha loba não estava mais aguentando, minha vida estava em risco.
_ O que podemos fazer? - Minha mãe perguntou frustrada.
_ Vou começar a organizar sua cerimônia, não podemos adiar mais, tenho certeza que dessa vez você vai conseguir, sua loba vai ajudar - Falou para mim já se levantando: _Até que esteja tudo pronto, te aconselho a correr bastante e se souber algum tipo de luta, pratique, e acima de tudo, não deixe sua loba no comando, lembre-se que seu corpo não pode suportar tal força ainda.
Preocupação se instalou no local, eu podia jurar que vi medo nos olhos do Léo, qual era o problema dele? Tayná parou de roer as unhas e se virou para mim:
_ Na última vez que te visitei, você falou que me ensinaria a me defender - Ela parou de virando para a sacerdotisa: _Isso pode ajudar não pode?
_ Sim - Respondeu a sacerdotisa: _Mantenha ela em constante treino, será bom para sua loba se acalmar - Tayná apenas acenou em confirmação.
Antes da sacerdotisa sair, ela fez uma última pergunta:
_ Sua loba está falando com você? - Perguntou curiosa. Todos me encaram atentos por minha resposta.
_ Não - Minto. Ela ficou desconfiada de algo.
Eu não podia falar que minha loba me mandava constantemente para o Supremo, eu precisava saber primeiro porque ela sempre fazia isso.
_ Tem certeza Serena? - Ela pergunta ainda querendo tirar algo de mim, mas apenas aceno em confirmação. Eu sei que ela não irá desistir agora.
Sofia e Amarok acompanharam a sacerdotisa até a saída. Tayná se sentou ao meu lado e segurou minha mão, logo em seguida Léo se sentou na minha frente.
_ Você sabe lutar Serena? - Perguntou Léo.
_ Sei o suficiente para me defender com o corpo humano - Meu pai avia me ensinado a lutar como um alfa, quando ele viu que ia demorar despertar minha loba, ele fez eu aprender a lutar com alguém que estivesse na forma humana ou na de lobo, ele me ensinou a usar a força do meu oponente ao meu favor.
_ Aonde vocês vão treinar? - Perguntou Léo curioso. Tayná fez uma cara de pensativa.
_ Tem uma grande clareira perto da cachoeira, lá é bem tranquilo, seria um ótimo lugar - Ela se vira para mim: _O que acha?
_ Perfeito - Digo calma.
_ Bom então, já vou indo - Diz Léo se levantando: _Tenho algumas coisas para resolver mas qualquer coisa sabem onde me encontrar - Eu e Tayná acenamos em confirmação e ele se retira do quarto.
_ Bom, vou colocar uma roupa para treinar, quanto mais rápido começarmos, melhor não é? - Tayná diz se levantando, dei um leve sorriso para ela e assim ela se foi.
Sozinha com meus pensamentos, fui até a porta e a tranquei, deitei novamente na cama e fechei meus olhos, respirei fundo para tentar, tentar falar com ela.
”Você está aí?” - Silêncio.
“Eu juro não te afastar mais, mas me fale o que está acontecendo” - Silêncio.
“Sei que você está impaciente, então porque não para de ser tão enigmática?” - Silêncio.
“Eu confio em você, sei que não faria nada para me prejudicar, mas por favor me ajude, fale comigo”
Mas eu apenas recebi silêncio.
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Léo narrando:
Devo admitir que estava muito preocupado com a Serena, agora a vida dela estava em risco, mas eu prometi a ela que a manteria segura, não era um sentimento apenas de supremo para o seu povo, avia alguma coisa me cutucando no meu interior, meu lobo não me falava nada, eu estava desconfiado de muitas coisas e não saber a resposta, me deixava louco.
Eu precisava pegar aquele desgraçado, só assim as coisas voltariam ao normal, assim eu espero.
_ Supremo - Ícaro entra em meu escritório fazendo uma reverência: _Alguns lobos da alcateia Shamans estão se voltando contra seu alfa - Ele informa me entregando um relatório.
_ Qual o motivo? - Pergunto
_ A mesma de anos, querem se fortalecer, ultrapassar até mesmo o supremo, eles não se importaria em ter que entrar em guerra contra nós - Reponde Ícaro.
_ Eles dão trabalho até antes de você ou eu nascer, nunca estão satisfeitos com nada - Levanto e vou em direção a janela.
_ Alguns Canans também pensam dessa forma - Completou Ícaro: _Não podemos deixá-los se virar da mesma forma que o lobo desgarrado, se uma coisa dessas acontecesse, a consequência seria grande.
_ Eu sei bem disso - Digo me virando para ele: _Não vou deixar isso acontecer, esse é meu trabalho - Me aproximo um pouco dele: _Vamos fazer uma visitinha a cada alcateia, eles precisam lembrar que ainda tem um supremo - Ícaro da um sorriso malicioso de lado.
_ Vou providenciar a visita - Diz Ícaro se retirando da sala.
Todos de cada alcateia são importantes para o equilíbrio do nosso mundo, mas o Shamans sempre queriam mais, na época que boa parte se revoltou querendo o poder de meu pai, fui enviando junto com meus betas para matar os desertores, o medo não era um artifício que eu gostava de usar, mas funcionava muito bem.
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