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História Sobre se apaixonar por Lee Jeno enquanto espera a tempestade - Toques com sabor de verão...


Escrita por: comunysta

Notas do Autor


oi eu voltei em surto mas voltei depois de muito tempo e após grandes surtos
nossa senhora quem me acompanhou no twitter sabe o quanto eu penei pra escrever isso mas é um troço que precisava ser escrito porque faz parte do processo dos sentimentos deles crescendo e tals aaaaaaaa
ta ruim mas forca foco e pé

Capítulo 10 - Toques com sabor de verão...


Quando Renjun disse para Jeno que gostaria de mostrar para ele a quitinete em que vivia, primeiro o Lee brincou dizendo estar ansioso para ver o local, todavia, o negócio era que a única pessoa realmente se contorcendo em um sentimento de pura ansiedade era o próprio Huang. 

 Naquele momento enquanto ele abria a porta da pequena casinha de cor azul, sentia a mão suar de nervosismo enquanto o Lee segurava no seu braço, calmo, ouvindo o barulho do ranger enferrujado que lhe permitia finalmente conhecer o pequeno lugar em que o Huang vivia sozinho quando não estava indo visitar seu pai. 

 — Tá tudo uma grande bagunça, eu tentei arrumar... É só que eu não sou bom com essas coisas de organizar. Nunca fui e acho que nunca vou ser. — Segredou o Huang enquanto finalmente entravam no lugar.

 No fundo Renjun gostava da sua própria casa, tudo bem que era apenas uma cozinha minúscula, um banheiro tão pequeno quanto, e um quartinho apertado onde ele sofreu para colocar uma cama de casal e um pequeno armário de roupas. Tudo tão simples, com poucos móveis, muita papelada espalhando na mesinha da cozinha, cheiro de detergente de coco e algum outro produto de limpeza usado para a casa não estar suja quando fosse receber Lee Jeno. 

 — Não se preocupa com essas coisas, já disse, não é como se eu pudesse reparar, mesmo se eu quisesse.  — Jeno deu de ombros e sorriu de lado.

 —V ocê nunca vai parar com as piadinhas envolvendo o fato de você ser cego? —  Renjun pediu rindo.

 — Claro que não. É quase que parte da minha essência. Sem elas eu seria apenas cego. Com elas sou um cego bem humorado.  — Deu de ombros e sorriu.

  Definitivamente aquele garoto era algo que não poderia ser explicado. Mas Renjun gostava desse inexplicável, porque nem tudo na vida deveria ser compreendido totalmente, caso fosse, perderia sua beleza. Lee Jeno sorria de canto e fazia péssimas piadas, mas era parte do seu charme.  Como ou porquê ele agia de tal modo não poderia ser racionalizado, talvez fossem seus instintos, traço inegável de sua personalidade, ou qualquer outra coisa. Não importava. Renjun gostava do inexplicável e se apaixonou mesmo sem conseguir entender.

 — Você é um boboca. — Renjun disse rindo. 

 — Boboca? Isso deveria soar como uma ofensa? — A voz estava divertida. 

 — Não. Porque eu não conseguiria te ofender de qualquer jeito e cê sabe disso. Eu também sou um boboca.

 — Isso eu concordo. Cê é mesmo. 

 E então Renjun riu baixinho. Ele entrou confortável no apartamento e foi puxando Jeno em direção ao quarto, disse que a cama era o lugar mais confortável daquele lugar. 

 — Eu vou fumar, cê pode se jogar ai no colchão e fazer o que quiser viu. — Disse enquanto puxava um pouco a cortina e lutava para abrir a janela. — Eu já deito ai, vou só ficar longe pra fumar porque sei que ninguém merece o cheiro de cigarro grudado na pele. 

 — Tu sabe que meio que tudo nessa casa já faz com que o cheiro de cigarro fique grudado na minha pele? — Jeno questionou com um sorrisinho irônico.

 Ele tateou a cama até sentir bem o móvel, parecia ser de casal, pois quando se deitou pode perceber o grande espaço restante. O tecido do cobre-leito ia contra sua pele, era macio e quente de sentir. Nos travesseiros ele sentia os cheiros de shampoo, perfume e cigarros misturados, tudo era como Renjun, tinha sua essência pura que inundava seu olfato e quase lhe tirava parte dos sentidos. 

  Ouviu o barulho do isqueiro acendendo, logo aquele odor de cigarros apareceu, estava distante, a fumaça não chegava em seus pulmões. Renjun ficou na janela, batendo as cinzas para o lado de fora, vendo elas caírem no concreto. O sol se escondia por detrás do muro alto que cercava a casa, uma árvore no quintal ao lado balançava seus galhos e trazia a tona o barulho sutil do vento. 

  — Mesmo assim, não vou fumar na tua cara. Tô preservando seu pulmão e seu fôlego. — Renjun disse em um tom levemente brincalhão.

 — Tá achando que vai me fazer perder o fôlego, Huang Renjun? — Provocou. — Você deveria cuidar dos seus pulmões que devem estar destruídos. 

  — Se já estão destruídos, por que eu cuidaria deles agora?

 — Ok, talvez você realmente tenha um bom ponto.  — Jeno disse então rindo. 

 — Eu sei que tenho. Eu tô quase sempre certo, sabia? — Renjun tinha um tom brilhantemente convencido em sua voz. Lee não pode evitar de rir. — Para de dar risada, é um papo sério!

 — Desculpa, só que como tu quer que eu fique sério se você tá falando uma besteira dessas? 

 — Lee Jeno você me odeia por acaso? — Renjun perguntou fingindo ofensa. 

 Jeno se espreguiçou na cama, rolando um pouco, tinha tirado os óculos escuros e jogado no chão de qualquer jeito, não quebravam fácil mesmo que tivessem custado pouco. Sorriu de canto com a pergunta, Renjun pode ver a curvatura pequena em seus lábios. O garoto parecia realmente feliz e confortável. 

 — Eu te odeio só um pouco. Mas posso mudar de ideia se tu largar essa bituca fedida e vir pra cá deitar. 

 Renjun não pensou duas vezes antes de realmente apagar o cigarro no cinzeiro e o deixar ali. Rindo baixinho enquanto andava até a cama. Deitou bem pertinho do Lee e percebeu como esse ato estava se tornando bem mais comum do que ele imaginou ser possível no primeiro dia em que falou com Jeno.  Ok, talvez nenhuma das coisas tenham acontecido como o esperado, porque o Huang não esperava nada. Mesmo assim aconteceu tudo. 

 — Tá com tanta saudade assim de me ter por perto, é?

 — Só um pouco. — Jeno sorriu pequeno com os olhos fechados. — Gosto de quando você beija meu pescoço e fica com essa voz de boboca apaixonado. 

  Renjun acabou rindo, se agarrando então no corpo ao lado do seu. 

 — Hoje a gente tá totalmente sozinho, então eu posso beijar seu pescoço e falar como sou apaixonado o quanto eu quiser, sem ter medo. 

 — Como se você tivesse medo antes. — Jeno disse rindo, enquanto sentia os lábios úmidos tocando seu pescoço em beijos suaves e gentis.

  —  Às vezes eu sinto, ok? A gente só se beijou em lugares que pessoas poderiam ver, tipo a sua casa, o parque e, principalmente, no ônibus. 

 —  Mas você adora ficar todo escondido nos bancos do fundo. — Jeno disse rindo. 

 — Eu adoro ficar contigo em qualquer canto possível. — Murmurou contra a pele do pescoço do Lee, vendo ele se arrepiar e rir baixinho em reação. — Porém, é bom às vezes um lugar só nosso, sem pressa, ônibus balançando, risco de alguém chegar... tipo... é só a gente, esse colchão barato que meu pai me deu e o silêncio da minha quitinete. 

 — Tudo bem. Também gosto disso... — confessou o Lee em um tom suave.

 Renjun então ergueu seu olhar para a face serena de Jeno. Ele parecia tão calmo, confortável e satisfeito. Gostava disso. Realmente apreciava a vista tranquila diante de si, era como observar um lago de água doce, calma, cristalina e pura. Sorriu, sentiu como suas bochechas se esticaram enquanto um calor gostoso fazia seu corpo formigar. Estava feliz naquele momento. Por isso subiu seus beijos, os lábios úmidos trilhavam lentamente o caminho do queixo, bochechas, o maxilar, tudo com uma delicadeza extrema. Jeno sentia o calor se alastrar e não pode evitar de sorrir também. Sentiu, por fim, o último selar sútil ser deixado em seus lábios. 

 — Você está muito carinhoso, sabia? — Murmurou o mais novo quando recebeu o selinho. 

 — Está achando ruim? — Renjun questionou, havia certa insegurança em sua voz.

 Jeno achava a pergunta idiota. Como poderia achar ruim se sentir tão bem tratado? 

 — Não. Definitivamente não. — Respondeu então rindo. — Mas cê bem pode me dar mais beijos, um beijo que teste o seu fôlego de fumante. 

 A provocação tirou toda a insegurança que batucava contra o cérebro do Huang. Jeno era mesmo um imbecil. 

 — Por favor, me respeita, Lee Jeno. Eu não perco o ar tão fácil. — Foi o que disse baixinho antes de colar seus lábios novamente ao do outro garoto.

  Dessa vez não era um selinho. Era um beijo verdadeiro. A boca aberta para receber a outra. As línguas que se esbarravam entre toda aquela bagunça molhada, lenta, carinhosa e apaixonada. Os dedos de Jeno que foram buscando tocar Renjun assim como ele sentia as mãos alheias agarrarem sua cintura de modo tão deleitoso. 

  Aquele beijo tinha um sentimento a mais que antes eles nunca se permitiram sentir. O calor que formigava era diferente do de antes. Os dedos sentiam a adrenalina guiar cada movimento. O chinês não hesitava em tocar ao mais novo, adentrando sua mão por debaixo da blusa de tecido fino que cobria ao corpo tão bonito. Jeno arrepiava, gostava do calor espalmado contra suas costas, fazia com que o beijo se tornasse ainda mais lento. Mais gostoso. Mais intenso. Mais apaixonado. 

  O Lee não sabe dizer exatamente quando os lábios se separaram para que ele sentisse alguns beijos voltarem a descer pelo seu pescoço. Apenas sentia as coisas acontecerem e seu corpo seguia assim, naquele ritmo não planejado, sentindo como se fosse natural ter todas aquelas sensações lhe roubando a racionalidade. 

  — Porra! Cê tem um cheiro tão bom... — Renjun murmurou enquanto mordia a pele com carinho, não havia força de fato.

 Ele sentia o gosto de pele, o cheiro que desprendia dela e seguia tão perto daqueles ombros largos, os ossos da clavícula tão bonitos diante de si. O corpo de Jeno era simplesmente perfeito. Queria beijar, morder, tocar. Agarrou a cintura mais forte e quando deu por si, o próprio Lee já estava praticamente em seu colo. Uma das pernas já estava sobre as suas.

 — Sério que a coisa que cê repara em mim nesse momento é no meu cheiro?

 — Perdão se eu te passei essa impressão, mas pode ter certeza que não é só nisso que eu tô focado, ok?

 Jeno riu baixinho enquanto sentia Renjun se afastar gentilmente. Não parecia querer interromper o momento, apenas tomou distância para logo depois puxar ao Lee para cima de si. Agarrou então a blusa de tecido fino e leve que estava agora apenas atrapalhando ao contato e retirou a peça do mais novo. 

 Inferno. 

 Estava tão quente quanto no inferno. 

 Lee Jeno era absurdamente lindo. Renjun não conseguia entender como poderia ser possível alguém tão bonito estar daquele jeito com o corpo tão perto do seu, a boca tão próxima da sua e os dedos tão agarrados na sua pele. 

  — Como nós acabamos assim? — Questionou então o Huang e Jeno acabou rindo. 

 Não houve uma resposta vindo do garoto que estava praticamente de quatro sobre o corpo menor que o seu.

 Lee se sentia estranho. Estranho porque estava se sentindo bem. Poderia tirar logo toda aquela roupa e deixar que Renjun tocasse cada parte sua, pois havia descoberto que aquela mão pequena e quente lhe explorava muito bem. Não importava bem como eles estavam assim. Jeno queria que continuassem assim. Ele queria mais. 

  Foi pensando nisso que sentou sobre o colo de Renjun de fato. Ouvindo um gemido tão baixinho, mas tão bonito. Aquilo lhe fazia transbordar. O tronco do mais velho se levantou um pouco, quase como se estivesse sentado sobre a cama. Sentiu a pressão que Jeno fazia sobre o seu corpo e como se esfregava sobre o membro já desperto. 

  Definitivamente não sabia como as coisas tomaram aquele ritmo, todavia, essa reflexão deveria ser deixada para depois. No momento ele queria dar um jeito de arrancar todo e qualquer tecido que prendesse os corpos e sufocasse o calor que desprendia pelos poros de ambos. 

   Jeno percebeu a movimentação. As mãos que pararam sobre as suas coxas apertaram sem força a carne presa pelo jeans. Então, pouco a pouco elas subiam para o cós da sua calça. Ali encontravam o zíper e lutavam para o abrir. Riu baixinho ao perceber o quão abafado o clima se tornava naquele quarto.

  Precisavam mesmo tirar as roupas e assim fizeram. Sem pressa os corpos se levantaram, mesmo que ansiosos, eles não corriam. Renjun observavam como Jeno não tinha hesito nenhum em simplesmente deslizar cada pedaço de tecido pelo corpo. E isso era bom. Absurdamente bom. O próprio Huang jogou a jaqueta para qualquer canto do quarto, a camiseta e a calça para outro. A cueca ele também não tinha a mínima ideia de onde poderia ter ido parar. Não importava. Foda-se as roupas. 

  Ambos estavam suando, camadas de orvalho começam a surgir sobre a pele no momento que Jeno se deita novamente no colchão e então sente o calor de Renjun se aproximar. A boca que logo encontra a sua. Mais um beijo.

Lento. Molhado. Calmo. Intenso. Necessitado. 

 Levou as mãos a tocar as costas do Huang, os ossos por debaixo da carne daquele corpo que parecia ser tão miúdo e magro. Ele gostava de sentir a textura daquela derme meio molhada, apreciava o modo como o corpo afundava com seu toque e cada camada se moldava entre seus dígitos. 

 Então mil sentimentos explodiam dentro de si porque o toque de Renjun era tão firme em suas coxas. Estava basicamente aberto para o encaixe tão gostoso daquele corpo no seu. Sentia seu pau contra o do outro, tão perto e quente, o contato lhe arrancava suspiros e fazia com que quisesse se esfregar contra o colchão, arrancar qualquer sensação que fosse ao ter Renjun daquele jeito tão bom. 

 Quente. Intenso. Lento. Molhado. Necessitado. Principalmente necessitado. 

 Huang separou os lábios, dava para sentir como ele sorria enquanto ia afastando o corpo, ao mesmo tempo que descia lentamente os selares por cada canto de Lee Jeno. Ele fazia tudo tão bem. Tortuosamente bem. O mais novo estava arrepiado ao que sentia o rosto e os lábios o percorrerem de cima a baixo. 

  Jeno teve um espasmo quando a respiração quente chegou perto de sua virilha. Renjun sorriu contra suas coxas, mordendo gentilmente a parte interna de uma delas, enquanto o nariz roçava tão perto do pau desperto. 

 — Cê realmente quer isso, não quer? — A voz baixa do chinês o questiona, era gentil apesar de toda insegurança por de trás dela. 

  — Você sabe que sim. Não tem nada que eu queira mais nesse momento. — Jeno tinha uma firmeza incontestável em sua voz. 

 Era aquilo que Renjun precisava ouvir. Foi o suficiente para suas mãos então agarrarem mais firme aquelas pernas enquanto seu rosto se aproximava ainda mais da intimidade de Jeno. E o Lee gemeu ao sentir a língua arrasta pela sua pele sensível. O corpo formigou levemente e a cabeça tombou para trás, abriu mais as pernas, sentiu então o calor que engoliu a sua glande. Huang era assim: Quente. Úmido. Intenso. Lento. Prazeroso.

   Jeno agarrou ao cobre-leito, queria desesperadamente mais. E aquele anseio era absurdo, lhe deixava torpe, ao mesmo tempo que parecia ser a única coisa que o mantinha ainda desperto. Renjun girava a língua pelo pau quente, sentia o gosto de pele e o salgado do pré-gozo que se misturava a sua saliva cada vez mais e mais. 

   Aliás, essa palavra realmente invadia o sentido de ambos os garotos: mais. 

  Droga de significado necessitado e maldita mente que não conseguia pensar em outra coisa. 

  Renjun parecia estar malditamente viciado em continuar assim. Sua língua descia e subia, rastejando por cada centímetro de Jeno que gostava daquilo. De como sentia-se tão molhado, enquanto o Huang parecia lhe adorar. Os lábios devotos que iam desde a sua glande até suas bolas. Ele odiava como aquilo estava bom. Odiava ficar perdido numa sensação de prazer e desejo, bem como detestava estar assim tão refém de Huang Renjun. 

 Era tudo sobre Renjun. Ele sabia que sempre foi absolutamente tudo sobre aquele garoto miúdo com jaquetas de couro que fumava e ouvia rock, além de também ser um imbecil perto de estranhos e fazer piadas horríveis. Naquele momento era tudo sobre Renjun. 

  Porque ele consumia cada parte de Jeno, sem temor. Sem hesito. Cada toque era diferente, pois havia algo ali muito além da vontade de transar. Isso era um fato que ambos os lados sabiam, mesmo que não falassem nada sobre isso. 

  O mais velho colocava tudo do outro em si. Os olhos embaçaram com lágrimas, a língua sentia o gosto levemente salgado que pingava no seu paladar. Jeno gemia em tons tão baixinhos, eram sussurros quase silenciosos. A boca entreaberta enquanto cada canto de si formigava. O Huang, quando separou os lábios da intimidade que antes latejava em sua boca, pode então limpar sua vista nublada e admirar a pose entregue e cansada do garoto jogado naquela cama. 

  Jeno ficava incrivelmente lindo, quase como se tivesse encontrado o seu lugar no mundo. Ele combinava perfeitamente com aquele cobre-leito de tom claro e com desenhos de flores, combinava com os travesseiros, a parede do quarto e todas as outras coisas que compunham aquele ambiente. Ele simplesmente parecia pertencer ao cenário. E Renjun estava apaixonado por tudo aquilo.

  —Parou? Por quê? — Jeno questionou em um resmungo de frustração.

 O Huang não segurou o riso baixo que tentou prender em sua garganta. Ele riu enquanto observava a cena diante de si e a face contorcida entre o desejo de mais e o cansaço. Lee Jeno era realmente o inferno e o céu ao mesmo tempo. 

 —Calma, Nono. — Respondeu a voz sutilmente rouca. 

 E então se levantou da cama, os passos um pouco além do ritmo normal. Jeno ouviu o barulho de portas de armário sendo abertas e acabou rindo ao também chegar em seu ouvido o barulho de embalagem sendo aberta. Tudo bem, ele poderia esperar alguns segundos. 

  —Então... Tu quer...? — Renjun tinha uma voz meio envergonhada naquele momento, novamente hesitante. 

 O Lee sorriu enquanto molhava os lábios secos com sua língua e seus olhos se transformavam em dois pequenos riscos na face suada. 

 —Sim, Junnie. Tá tudo bem. Agora volta pra essa cama logo. 

 O Huang não era nem bobo de não voltar. Até porque suas mãos estavam viciadas em tocar o Lee.

  Os corpos que pingavam um sobre o outro enquanto Jeno sentia aqueles dedos quentes arrepiando sua pele, explorando mais e mais cada canto seu. Estava realmente entregue demais para Renjun, todavia, isso nem de longe era algo ruim. Porque tudo que acontecia ali fazia seus músculos relaxarem e se contraírem tão rapidamente. Ele não reclamava de toda a tensão que surgia e dissipava logo depois. 

 A mente de ambos seguia naquela ambição cega por sempre mais e mais. Renjun gostava de estar entre as pernas do Lee, era um belo lugar para se visitar e ele poderia dizer que se tornou seu paraíso particular. Jeno era tão quente. Droga. Estavam ambos os corpos exalando calor. Realmente o quarto se tornando cada vez mais abafado. Pele com pele eles acolhiam um ao outro. 

 Jeno pode sentir quando o pau de Renjun estava entrando em si, afinal, seria impossível não sentir. 

Molhando. Quente. Intenso. Lento. 

 Fechou os olhos como um reflexo do seu corpo, sentia aquela sensação estranha de cada parte sua acolhendo algo de outra pessoa. Era bom sentir ao mesmo tempo aquela boca derramando beijos calorosos em seus ombros. Conseguia perceber que Renjun sorria contra sua pele. Ele sentia absolutamente tudo, talvez seu corpo se perdesse naquele mar de tantas coisas, porque era além do que um dia ele imaginou ser possível. 

   Naquele dia Lee Jeno sentiu que a paixão era um conhecimento empírico. Tudo se moldou naquela sensação tão intensa que buscava o satisfazer. Ele sentia Renjun assim como sabia que o Huang estava o sentindo. Suas mãos tateavam a cama enquanto cada vez ele sentia aquele ondular dentro de si. Os cabelos do chinês estavam úmidos roçando em seu pescoço e a respiração batia contra a sua pele, lhe arrancando arrepios e gemidos quentes. 

  Foi bom até mesmo no momento que sentiu o corpo ser erguido, estava sobre Renjun e pode ouvir um gemido satisfeito ao estar no colo do Huang. Ele gostava porque cada som que saia necessitado pela garganta compunha parte de algo melhor. Parecia combinar com a cena, era a própria trilha sonora do momento. Era bom apenas porque ser do jeito deles, no ritmo deles, no próprio modo que o tempo deveria passar. Porque Jeno parecia se agarrar tão forte ao corpo do outro que eles estavam praticamente fundidos. As mãos que seguraram nos cabelos molhados de suor, o orvalho das peles que se misturava em um só enquanto a cama tremia pela movimentação sobre ela. 

 Os dedos de Renjun trilhavam caminhos diversos, as costas molhadas, a cintura larga, a barriga chapada, as coxas fartas. O corpo de Jeno era tão bonito de se sentir e olhar. Ele gostava de como os lábios seguiam entreaberto, pois assim beijava o Lee enquanto ele parecia tão concentrado em cada movimento que ocorria naquele quarto. E então aqueles dedos curiosos tocavam ao pau necessitado daquele homem robusto. Tudo tremia e Jeno sentia que estava perfeito sentir aquilo. Sua voz trancava na garganta, não conseguia sequer soltar algum som. 

 Sentia de novo seu corpo ser deitado abaixo de Renjun e suas costas se arquearam. Sentiu o formigamento aumentar. Seus músculos davam espasmos e novamente se perdiam naquele tensionar e relaxar. Os dedos no pé se torceram quando ele sentiu que estava realmente explodindo. O Huang não parou em nenhum momento com aqueles movimentos lentos, intensos, quentes. 

  Jeno estava gozando e... puta que pariu... era como se ele tivesse realmente ido até o céu. Sua mente ficou como uma folha de papel em branco, uma tábula rasa. Foram segundos que pareceram lhe tirar de órbita por mais tempo do que os ponteiros do relógio indicavam. Seu corpo, cansado, gostava daquilo. Afinal, Renjun ainda estava em si, ele tinha sua mão meio trêmula enquanto ia tão fundo de encontro com o seu interior. O chinês mordeu o ombro alheio logo depois, Jeno sentia ainda e gemeu com a sensação sutil de ardência em seu corpo sensível. O Huang iria também explodir dentro de si. Ele sabia disso e teve certeza quando um corpo exausto caiu sobre o seu. 

 —Caralho... — A voz rouca do chinês disse perto do seu ouvido, parecia cansado ao mesmo tempo que também entorpecido.

 Jeno sorriu. Estava quente e aquele peso sobre seu corpo não lhe incomodava apesar do calor.

 —Caralho. — Repetiu com a voz risonha.

  Renjun também riu contra seu pescoço e então saiu de cima de si, percebeu que ele se jogou ao seu lado na cama. O pobre cobre-leito precisava ser lavado, além deles também estarem agora necessitando de um bom banho. 

 —Então... — O Huang começou a falar, todavia não completou.

 —Então...? — Jeno o instigou a dizer.

  Os pensamentos do chinês ainda estavam um pouco confusos quando ele riu baixinho e continuou suas palavras que travaram na mente.

 —Acho que é esse o momento que a gente diz algo totalmente piegas e tals, para esse momento não ficar com um pós-sexo estranho...

  O Lee sorriu, os olhos novamente se resumindo a dois pequenos riscos em sua face. O vento ainda soprava forte do lado de fora, os galhos da árvore poderiam ser ouvidos batendo contra o muro. A casa ainda tinha o cheiro de cigarros e produtos de limpeza impregnado em cada canto. Todavia a áurea parecia mais feliz. Tudo parecia mais bonito naquele instante. 

 —Eu também te amo, Renjun. — Foi tudo que Jeno disse sonolento.  — Agora me deixa dormir um pouco, seu boboca.

 Mais uma vez o Huang sentiu o coração acelerar e toda adrenalina correr para todo seu corpo. Ele não sabia como responder, mas talvez não fosse preciso. Abraçou o corpo do Lee que riu baixinho ao sentir novamente um toque bom. 

  Renjun estava absurdamente feliz de um jeito que toda alegria sequer cabia em seu peito.

  Eles dois estavam absurdamente felizes e naquele momento nada mais precisava ser dito.



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