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História Sobrevivendo em Hogwarts - Sétima Temporada - Operação Sonserina Campeã Parte 5: a revolta das recalcadas


Escrita por: LadyMary1994

Notas do Autor


Problemas à vista para Lizzie e a sua turma
Parece que o recente sucesso dos sonserinos tem incomodado certas pessoas...

Capítulo 30 - Operação Sonserina Campeã Parte 5: a revolta das recalcadas


Fanfic / Fanfiction Sobrevivendo em Hogwarts - Sétima Temporada - Operação Sonserina Campeã Parte 5: a revolta das recalcadas

Nossa operação pra fazer a Sonserina vencer a Taça das Casas pela primeira vez em séculos tava indo de vento em popa. Além de levarmos os campeonatos de duelos, de trancabola e de xadrez mágico, tínhamos boas chances de ganhar o de bexigas e o de quadribol.

Mas nem tudo na vida era perfeito, e em Hogwarts, menos ainda. Lembram daqueles rumores do monstro na escola? Pois é, eles não só voltaram como também se intensificaram com força. Os professores tentavam levar as coisas numa boa, passar tranquilidade, mas a real é que tava todo mundo se pelando de medo do tal monstro resolver deixar a Floresta Proibida e atacar novamente. E a possível morte, lesão, sei lá, de Annie Hall tava deixando a diretora de cabelos brancos (se é que é possível ela ficar com cabelos mais brancos que já tem).

- Peço a todos calma. Ainda não temos a confirmação de que a nossa querida Annie Hall tenha sido realmente atacada pelo monstro, membros do Ministério estão inspecionando o local onde o cachecol da jovem foi encontrado e em breve traremos novas informações.

Mesmo com tudo correndo às mil maravilhas (como a diretora fazia questão de frisar), a velha triplicou as medidas de segurança. Agora, temos toque de recolher: nenhum estudante pode mais ficar fora do castelo a partir das 5, e depois das sete da noite, todos têm que estar nos salões comunais de suas respectivas casas, exceto em dias de aulas de Astronomia, mas elas agora só ocorrem na Torre. Apenas alunos maiores de idade (eu incluso) podem sair fora desse horário, apenas para continuar com as buscas às estudantes desaparecidas.

- Eu não falei? – gritava Newton Keating nos corredores, a quem quisesse ouvir – O monstro existe, minha gente, foi ele que sumiu com a Roberts, assim como fez com a Annie Hall!

O temor de que tanto Annie Hall quanto Annelise Roberts pudessem estar mortas estava assombrando muita gente, especialmente Cedric McLaren e Trevor Dunst, que eram muito mais próximos da colega sonserina.

- Se a Annie estiver morta... Ah, não quero nem pensar – gemia o primeiro, segurando as lágrimas.

- Melhor seria se nenhuma das Annies tivessem mortas, mas se for pra escolher uma pra viver, que seja a nossa Annie...

- Parou com essa conversa! – como capitã do time de quadribol da Sonserina e chefe daqueles dois, era meu dever desmanchar aquelas carinhas tristonhas – A Annie não tá morta! Nem a Roberts, muito menos a Hall.

- Como você pode ter tanta certeza disso, Lizzie? – Cedric tinha razão, eu não podia ter certeza. Não pela Hall, mas pela Roberts, sim, porque fiquei sabendo de informações confidenciais. Numa vez em que eu, Louis e meus amigos távamos saindo de uma partida de trancabola, ouvimos McGonagall e Hagrid tentando convencer os centauros a deixar que fizéssemos buscas na Floresta Proibida, e eles argumentavam que tinham visto o nome da Annelise aparecendo no Mapa do Maroto, que era de Harry Potter, James roubou, Lily ganhou dele e Rose entregou pra diretora. Eu acabei contando isso a eles para ver se os acalmava, mas eles ficaram ainda mais aflitos.

- Então quer dizer que a Annie tá na Floresta Proibida?

- A gente já devia ter ido lá atrás dela, por que que não fomos ainda?

- Eu já expliquei, Trevor, não dá, a diretora ainda tem que negociar com os centauros!

- Porra, mas será que esses cavalos idiotas não percebem que tem uma pessoa correndo perigo? Annie pode ser morta lá dentro pelas acromântulas, pelos gigantes, lobisomens, enfim, qualquer coisa...

- É. Mas eles disseram que a trariam de volta se a encontrassem – eu não tinha nenhuma certeza de que eles fariam isso – então, relaxem. Foquem nos estudos e no time, deixa esse rolo pros adultos resolverem, vai ficar tudo bem – eu ia subindo as escadas, mas aí me lembrei que tava lidando com o maluco do Trevor Dunst, que até já foi pra Floresta Proibida uma vez, e fiz um último alerta – e se eu sonhar que algum de vocês foi pra floresta atrás da Roberts, eu expulso do time, ouviram? Expulso do time e ainda falo com a McGonagall pra expulsar da escola.

Felizmente, isso funcionou. Eu acho.

Todavia, não era só isso que tava rolando de ruim na escola. Apesar da maior parte dos sonserinos estar se mantendo longe de confusões, o povo das outras casas começou a se sentir ameaçado ao nos ver encostar na disputa pela Taça das Casas. Especialmente os monitores, que tiravam pontos do nada, e pelos motivos mais idiotas possíveis.

- Ai, Flint, você pisou no meu pé!

- Porra, foi mal aí.

- Menos cinco pontos!

- Esta capa desse exemplar de Animais Fantásticos está danificada, Walker! Explique-se!

- Mas esse livro é meu! E nem tá tão danificada assim, só tem um amassadinho na ponta...

- Não importa. Menos cinco pontos.

- Camisa pra fora da calça, Hilton? E ainda está com os sapatos desamarrados... Menos sete pontos!

Esse monitor em particular gostava de descontar quantidades meio diferentes de pontos das pessoas.

- O Watson anda fazendo isso? Aquele babaca... – resmungou Lorcan, quando Kendra e eu reclamamos dele durante as buscas às estudantes desaparecidas.

- É um manezão mesmo! Vive implicando com a gente quando nos pega chegando depois do toque de recolher – completou Lysander.

- Se quiserem, garotas, quebramos a cara dele.

- Não precisa, Lorcan, ele não deve fazer por mal – Kendra e sua mania de achar que todo mundo é bonzinho que nem ela.

- Certeza? Porque não seria trabalho nenhum pra nós fazermos isso!

- Verdade! Lorcan e eu sonhamos com esse dia desde que chegamos a Hogwarts.

- Só não batemos porque somos justos, dois contra um seria uma grande covardia. Caso vocês mudem de ideia, nos avisem, porque aí nós elaboramos o cronograma de pancadas ao Engelschalk Watson – porra, o nome do Watson é Engelschalk? Realmente, até eu com esse nome seria a pessoa mais escrota do mundo – Eu bato primeiro e quando ele se recuperar, Lysander bate depois.

- Nada disso, eu bato primeiro! Porque você sempre tem que ser o primeiro em tudo? Só porque nasceu primeiro?

- É, eu sou o mais velho, essa é a regra. Além disso, sou o mais forte.

- Porra nenhuma, eu sou mil vezes mais forte – e os gêmeos começaram numa daquelas discussões estúpidas que não levam a lugar algum, por isso, Kendra e eu saímos de perto dali. Foi bom termos caído fora, porque pudemos ouvir um grupinho de estudantes de outras casas fofocando num canto, sem ajudar nas buscas. Fofocando não, conspirando. Contra a Sonserina.

- Estou dizendo, Grimm, a Sonserina tá chegando cada vez mais perto! E isso não é só péssimo pra Grifinória, é péssimo pra todas as casas, péssimo pra Hogwarts, péssimo pro mundo bruxo no geral. Porque a Sonserina é a pior casa existente, eles ganharem significa o mal vencendo, e enquanto pessoas de bem, não podemos permitir isso! – ah tá, Carrie Fox! Logo você, que quase foi pra Sonserina. Pensando bem, talvez tenha sido melhor assim. Uma estudante tão inútil só ia atrapalhar nossa tentativa de redenção.

- Falei com os outros monitores da Lufa-Lufa pra não aliviarem pros sonserinos, mas sabem como eles são... – resmungou uma monitora lufana, se não me engano, o nome dela é Jenny Hosenstein. Ou Janice, enfim, não importa – só o Watson que tira pontos deles, mas ele não conta, Watson tira pontos até dele mesmo se brincar.

- Na Corvinal já tamos fazendo isso, Janice! Outro dia tirei uns vinte pontos de vários sonserinos num mesmo dia, só não tirei mais pra nenhum professor desconfiar, vai que eles resolvem reclamar de perseguição?

- Perseguição... Perseguição foi o que eles fizeram com nossos pais e avós na época da Guerra Mágica! Sabia que quando Voldemort mandava na escola, os sonserinos torturavam os alunos pra se divertir?

- É, Chuck, e eles nunca ganhavam, só ganhavam roubando. Em 96 mesmo, só foram campeões porque tomaram pontos das outras casas – nem sabia que a Sonserina tinha ganhado em 1996.

- Agora eles nem têm o direito de reclamar da gente fazendo o mesmo.

- Tirar pontos da Sonserina é reparação histórica!

- Apoiado, Carrie!

Carrie Fox, Janice Hosenstein, Chuck Bell e o monitor corvino cujo nome não me interessa não eram os únicos haters da Sonserina. Óbvio que alguns motivos eram justos, mas a maioria das cagadas foram feitas milênios atrás, por pessoas que não têm nada a ver com a Sonserina atual. Nem mesmo o povo que poderia concordar com isso tava mais aqui pra contar a história, tá todo mundo em Azkaban. Pena que não era o suficiente.

- A Sonserina merece ficar na lanterna pra sempre, seria muito injusto, logo no ano em que uns duzentos sonserinos foram expulsos da escola, eles ganharem a taça das casas – é mesmo? Não me diga, Darren Sheeran, que só não foi expulso por que a diretora ficou com peninha.

- E a Sonserina continua roubando, no campeonato de xadrez, certeza que toda aquela arrumação da Pearl foi proposital pro Hugo perder. E tem dedo daquela Lizzie Daniels nisso! – infelizmente, Ginny Wales tava certíssima.

- Mais: eu vi Lizzie Daniels conversando com Albus Potter dias antes dele enfrentar o Criss nas bexigas e perder. Óbvio que foi ela que o desconcentrou – foi o Kieran Kennedy que espalhou isso, não conta. Mas ele podia ser ainda pior – E eu tenho certeza de que eles deram sumiço na Annie Hall de propósito pro Milburn ganhar no snap explosivo. Assim como plantaram drogas nas coisas do Durden pra Grifinória ser excluída do trancabola.

E como se não bastasse essa perseguição, ainda tinha sonserino dando mole e pegando detenção de graça. Como Samira Shafiq e Melania Flint, que perderam dez pontos e tiveram que limpar os lustres da escola porque desrespeitaram o toque de recolher pra se encontrar com uns garotos da Corvinal.

- Ai, eles eram lindinhos demais, valia a pena! – juízo? Inexistente.

Ou Noah Goldstein, que se atrasou pra uma aula de Poções porque dormiu demais e levou menos cinco pontos e uma advertência.

- Eu tava cansado demais, nem percebi que acordei tão tarde.

E Malcolm Twelvetrees, que faltou várias aulas nas últimas semanas e agora, além de perder vinte pontos, ainda vai ter que polir os caldeirões e utensílios de metal do Slughorn por um mês.

- Meu cargo na Suprema Corte Bruxa me exige muito, estava ficando estressado demais, se eu não faltasse aquelas aulas, surtaria!

Shane Doherty também pegou detenção pesada e perdeu pontos pelo mesmo motivo, mas não foi nem três dias, ela decidiu abandonar a escola e os pais dela aproveitaram pra interná-la numa ala do Saint Mungus pra se tratar de seu vício em drogas.

- Galera, não podemos vacilar tanto! O povo das outras casas já tá de olho na gente, só esperando um deslize nosso pra cair matando e nos encher de detenções! Não podemos nos dar ao luxo de perder pontos, vocês não querem ficar mais uma vez na lanterna da disputa entre as casas, querem? – disse eu, numa reunião emergencial marcada apenas pra discutir isso.

A maioria ficou quieta, meio melancólica, só refletindo, enquanto outros falavam:

- Sei que vivo fazendo besteira, mas porra, os caras das outras casas tão exagerando com a gente! Três manés da Grifinória vem me provocando há dias, querendo arranjar confusão, eu tenho tentado ser forte, mas tá difícil – confessou Norris.

- Tem um monitor que fica me seguindo pra qualquer lugar que eu vou. Eu sei que sou meio danado, mas aquilo já tá ficando chato! – reclamou Milburn.

- Não é bem com a gente, o problema é a nossa casa – atalhou Walker – sou vizinha da Ginny Wales, e nas férias, ela até que é de boa comigo, mas quando chegamos em Hogwarts, ela finge que eu não existo. Se não fôssemos sonserinos, nunca estaríamos passando por isso.

- Pior que nem sempre foi assim. Eu me lembro que na época em que eu entrei em Hogwarts, a Sonserina era a casa mais popular de todas – Goldstein nos surpreendendo novamente – Eu entrei em 2015, sim, foi bem depois da Segunda Guerra, mas naquele ano, tinha um artilheiro dos Falmouth Falcons que tava fazendo muito sucesso com a garotada. O nome dele era Lance Draper, ele tinha uns vinte e poucos anos e foi sonserino quando tava na escola. Toda vez que Draper marcava, ele fazia referência à Sonserina, seja levantando a camisa pra mostrar as tatuagens da Sonserina que tinha no corpo ou conjurando o brasão da casa no céu.

- Eu me lembro desse Draper, Scorpius e eu até tiramos foto com ele uma vez – interveio Duke Flint, em um momento de nostalgia.

- Mas aí no ano seguinte, ele foi barrado no antidoping. Os caras que organizam a Liga investigaram fundo e chegaram à conclusão de que Draper sempre jogou dopado, só que ele conseguia camuflar os exames com feitiços complexos que ele fazia com a ajuda de uns carinhas que cuidavam desses exames. E no verão de 2017, ele foi finalmente condenado, foi banido do quadribol para sempre e ainda teve que ficar uns dois anos cumprindo pena em Azkaban – merecido? Óbvio, né?

- Você era fã do Draper também, Goldstein? Porque eu era, e muito! Só entrei pra Sonserina por causa dele – disse Hunting.

- É, Hunting, eu era também. Meu pai ficou inconformado com a minha escolha, ele até foi monitor da Corvinal, lutou na Batalha de Hogwarts e tinha raiva da Sonserina porque o pessoal daquela casa tentou dedurar Harry Potter pro Voldemort. Mas com o tempo, ele entendeu, aí meu irmão fez a alegria dele e foi pra Corvinal também e o velho me deixou em paz – e nesse dia, descobrimos que Noah e seu irmão são filhos do Anthony Goldstein que foi da Armada de Dumbledore. Mas não ficamos falando nisso por muito tempo, porque Noah é humilde e não gosta que fiquem falando do pai dele. E também porque tínhamos assuntos mais urgentes a tratar.

- Sabe o que devíamos fazer? Botar nossos monitores para ficar de olho nesses monitores das outras casas, pra eles não tirarem pontos de nós à toa – a sugestão do Twelvetrees até que era boa.

- Melhor: botamos nossos monitores pra tirar pontos deles, assim equilibramos o placar! – assim também não, né, Milburn?

- As duas ideias são maravilhosas – as duas ideias maravilhosas, Goldstein? – Mas estamos em desvantagem. A Sonserina tem apenas três monitores e um sub-chefe, enquanto eles têm dois sub-chefes, quatro monitores, fora os monitores-chefes, que são grifinórios e jamais nos ajudariam – Goldstein se esqueceu que a Grifinória tinha uma monitora a menos por conta da deposição da Lucy Weasley ano passado, evento esse que assisti de camarote.

- Você está enganado, Goldstein. Um dos monitores-chefe é meu irmão, Albus, e a outra é a Rose, minha prima. Eles podem até não serem grandes fãs da Sonserina, mas tenho certeza de que jamais compactuariam com isso – dá pra sacar que quem mandou essa foi a Lily, né?

- E os outros monitores sub-chefes são amigos também. Thomas Hiddleston, Patrick VanCamp e Sandy Miller jamais aceitariam essas coisas – por que será que o Cameron deixou a Jennifer Jolie de fora?

- É, principalmente a Sandy, que é nossa amiga. E a Jolie também, ela tem esse jeito mais rígido, mas não seria capaz de cometer essa injustiça – só a Kendra mesmo pra confiar na Jolie.

- Vocês podiam falar com eles! Já que são seus amigos, poderiam avisar dos monitores que estão perseguindo sonserinos injustamente e dizer pra eles ficarem de olho, afinal, os sub-chefes são os chefes deles e podem tirar pontos também. Não é, Fingal?

- É, podemos, Walker – Cameron falava com a propriedade de um monitor sub-chefe – E é o que vamos fazer.

Cameron, Lily, Kendra e eu fomos atrás dos nossos colegas de turma, que eram monitores sub-chefes, pra avisarmos a eles a respeito disso e marcar uma reunião pra discutirmos melhor. Kendra e eu fomos procurar a Sandy primeiro, porque tínhamos mais intimidade. Ela reagiu com surpresa ao saber que havia uma monitora da casa dela tirando pontos da Sonserina de forma arbitrária.

- O que, a Hosenstein tá fazendo isso? Mas que falsa! Patrick e eu perguntamos ontem se ela tava tirando ponto à toa e ela jurou que não, que não tava...

- É, mas ela tava. E tava se gabando disso. E reclamando que os outros monitores da sua casa não tavam cooperando com ela.

- Puxa, Lizzie, nem sei o que dizer. Sabiam que foi o Watson que entregou essa atitude dela ontem? Por isso que fomos tentar saber. Ela deve ter tentado convencê-lo a ajudar, mas Watson, mesmo sendo meio exagerado às vezes, nunca deixa de ser justo.

- Ele se torna injusto quando tira pontos de coisas irrelevantes – Kendra arrasou nessa.

- Eu já falei isso com ele. Podem deixar que eu aviso os outros monitores da Lufa-Lufa pra comparecerem à reunião.

Nem íamos comentar com a Jolie, mas a encontramos por acaso, conversando novamente com o Keating (ela ainda se lembra de que o Lysander é o namorado dela?), eles nos cumprimentaram e Kendra e eu achamos que seria legal levantar o assunto.

A expressão dela foi tão estranha que me pareceu fingimento.

- Eles tão fazendo isso? Meus monitores, da minha casa?

- Tão. Tem um garoto lá, sem ser o Hugo, óbvio, que fica tirando pontos de um monte de sonserinos e se vangloriando disso com a Hosenstein, a Carrie Fox e aquele Chuck Bell.

- Karev, óbvio – não entendi do que o Keating tava falando, mas ele explicou – Hermann Karev, ele é o outro monitor da Corvinal, sem ser o Weasley e o Hiddleston. Karev odeia sonserinos porque ele era muito perseguido por garotos da sua casa em seus primeiros anos na escola, especialmente pelo Malfoy e por aquele Gibbon e o Yaxley que foram expulsos. E isso tudo porque ele era tímido, meio delicado e o pai dele fugiu com um duende quando ele tinha uns sete anos, foi um escândalo no mundo bruxo – também, o pai dele além de ser gay ainda foge com um duende... Ainda mais se tratando de um mundo homofóbico e preconceituoso com criaturas, como o mundo bruxo...

- Muita gente tem raiva da Sonserina, é normal, afinal, a casa de vocês sempre perpetuou e normalizou preconceitos de todos os tipos. E além de tudo, ainda foi fundada pelo avô dos supremacistas, Salazar Slytherin – pra que lembrar do Slytherin, Jolie?

- Mas nós não somos assim! – isso, Kendra, defenda a nossa casa! – Os supremacistas foram expulsos e os que ficaram são boas pessoas, não fazem mal a ninguém...

- Será mesmo, Abbey? Será mesmo que vocês são tão santinhos assim? A começar pela senhorita. É negra como eu e o Newty, mas não tem um único amigo da nossa cor. Só anda com brancos. E se apaixona por brancos também – falou a que namora um branco. Quer dizer, nem sei se ela ainda tá com ele, só vejo ela com o Keating.

- O que isso tem a ver com a Sonserina?

- Ainda não estou falando com você, Daniels. Continuando... Você além de não andar com uma única pessoa negra, ainda age como branca, Kendra Abbey. Deve pensar que é branca também. Não muito diferente do Joffrey Underwood, que foi expulso.

- Eu não sou racista! Tenho muito orgulho de ser negra, tá? – pobre Kendra, tava chorando por causa das idiotices que a Jolie tirou não sei de onde.

- Ah, é? Que bom ouvir isso, Abbey, porque não é o que eu vejo, ou melhor, vi durante esses anos todos. Só vejo você agindo como uma mucama da Daniels. Você não tem vida própria, você não namora, não faz nada de relevante a não ser dizer à Daniels todos os dias que ela é uma garota perfeita e incrível.

Jolie tava pegando pesado. Como melhor amiga da Kendra, era meu dever defendê-la.

- Nada a ver, Jolie, a Kendra não é nada disso que você tá falando, se ela é amiga minha e do Cameron, é por questão de afinidade!

- Tá bom, Daniels... Agora vamos a você. Você é branca. Você é hétero. Garota privilegiada. Deve se achar A progressista por andar com uma negra e um anão gordo e gay.

- Cameron não é anão, ele é meio duende, meio trasgo... – a louca nem me deixou terminar de explicar a genealogia do Cameron!

- Mas não passa de uma branca salvadora sem noção. Será que você se importa mesmo com os problemas deles ou fica apenas comentando dos seus, sem nem ouvir o que eles têm a dizer? – era totalmente fake, mas ela nem me deixou falar – Será que você só é amiga deles porque realmente gosta ou é porque eles não te ameaçam? – de onde a Jolie tira essas coisas? Já sei, das vozes de sua cabeça – Sabe porque você não consegue ser amiga da Rose, Lizzie Daniels? Porque ela ameaça você. Ela compete com você. E vocês são iguais. São brancas, jogam quadribol, capitãs de seus times. E ela pode te superar. Você, naturalmente, não suporta isso, por isso prefere quem não pode te ofuscar.

Louca de pedra. Até tentei ser amiga da Rose, mas se eu não consegui, não foi por ela jogar no outro time e tal, mas sim porque ela é uma chata do caralho, ciumenta e sem noção que me odiava por que eu fiquei amiga do Albus e ela era a fim dele (certo que eu também era, mas já superei isso, diferentemente dela, que se desgasta nesse namoro falido só pra não dar o braço a torcer).

- Sabe de uma coisa, Jolie? Você não me conhece. Você acha que conhece a mim e a Kendra, mas não, nunca falou mais do que o básico com a gente, sequer tentou se aproximar. Não sabe o que ela, eu e o Cameron passamos juntos, de todas as vezes que ficamos conversando até tarde no Salão Comunal da Sonserina...

- Das nossas noites ajudando o Cameron a fazer suas jaquetas...

- Das vezes em que eu fui praquelas reuniões da SSWF apenas pra ver a Kendra discursar, porque ela mandava ver discursando, mas o idiota do Sheeran não a deixava falar em nenhum momento...

- Da vez que a Lizzie brigou com o Sheeran por minha causa...

- Da vez que um de nós, qualquer um de nós, precisamos de amor e carinho e os outros se juntaram pra dar um abraço apertado. Não sei se você sabe o que é isso, Jolie, mas é muito legal fazer um amigo que tava chorando sorrir. Mas agora, vamos mudar de assunto. Você descreveu tanto a gente, mesmo que tenha errado uns 99%, mas não é justo sairmos daqui sem você ouvir o que temos a dizer.

- Jennifer Jolie... Uma encrenqueira de marca maior! – Kendra, não precisava humilhar tanto!

- Você defende causas importantes, ou pelo menos diz que defende, mas não percebe como é agressiva demais em suas colocações.

- As pessoas até concordam com você, mas você é tão rude em se expressar que afasta possíveis aliados.

- Se com ser agressiva vocês querem dizer tirar as pessoas de sua zona de conforto e fazê-las enxergar seus privilégios, então sim, eu sou agressiva – retrucou ela.

- É isso mesmo, Jenny! – atalhou Keating – Até porque não se faz revolução sem transtorno.

- E você é injusta também, Jolie. Julga as pessoas pelo que você acha que elas são, sem se preocupar se é isso mesmo que elas são de verdade. Foi assim ano passado, quando você me acusou sem provas de ter provocado aquela explosão na reunião de vocês. E foi assim há poucos minutos, ao acusar a Kendra de racismo.

- Veja bem, Daniels...

- E pra fechar, você me acusou de só me apaixonar por brancos... Mas se isso fosse mesmo uma questão para você, não estaria com o Lysander, e sim com o Keating, que é da sua cor. Sua não, nossa cor – Lindíssimo, Kendra, você lacrou! Viu como a Jolie ficou vermelha? Nem teve o que responder depois dessa, né?

A gente ia embora, aproveitando que estávamos por cima, mas aí o Hiddleston apareceu do nada no corredor que a gente tava, e ele tava mais bravo que a gente.

- Eu já sei de tudo, Jolie, já sei que foi você que encorajou os monitores da Corvinal a descontar pontos da Sonserina de maneira arbitrária.

- Pirou, Hiddleston? Por que não volta a me ignorar como antes? Tava tão bom...

- Acha que vai mudar o mundo assim? Eu vou falar com o Flitwick. Não, melhor, vou falar com a McGonagall. Vou dizer que foi você e eles vão finalmente te tirar do cargo.

- Você nunca aceitou uma preta fazendo mais sucesso, né não? Sempre tentou me derrubar...

- Isso não tem nada a ver, tá cansada de saber que não sou racista, diferentemente de você, que sempre me discriminou por ser branco! – a Kendra fez uma cara tão confusa que eu não resisti e dei risada.

- Racismo contra branco? Ah, Hiddleston, conta outra! Isso nem existe! – zombou Keating (também, o Hiddleston tava pedindo).

- Olha aqui, vocês dois! – gritei – Por que não aproveitam pra guardar as ofensas pra reunião dos monitores de amanhã? Aí vocês vão e esclarecem tudo, você, Hiddleston, diz o que descobriu, enquanto você, Jolie, se defende...

- Não preciso me defender, qualquer um com mais de dois neurônios pode perceber que essas acusações do Hiddleston são falsas.

- Isso é o que vamos ver amanhã!

Naturalmente, nem eu nem a Kendra iríamos participar dessa reunião. Mesmo assim, o papo que tive com Louis e o Justin Chan foi importante.

- Seria importante que nós, os capitães, também participássemos, porque somos tão autoridades quanto eles – disse Chan, o capitão da Corvinal.

- Nem temos o poder de tirar pontos, o que iríamos fazer lá?

- É, Daniels, a gente não tem esse poder, mas capitães podem intervir quando alguém do time tenta aprontar pra cima de alguém de outra casa. Não sei se você sabe, mas nós, corvinos, evitamos pregar peças em vocês da Sonserina por sua causa.

- Minha causa?

- É. Não esquecemos o que você fez ano passado, quando impediu que uma falta injusta fosse marcada ao seu favor – até tinha me esquecido disso! Também, levei uma bronca tão grande do povo do time que quase me arrependi – Nós te respeitamos demais.

- Na Lufa-Lufa também. Sei o que você vai dizer, Chan, ela é minha namorada, mas antes de namorar a Lizzie, eu era amigo e já gostava dela antes de tudo – Louis, por que tão fofo??? – Além do mais, essas coisas de casa, de competitividade excessiva, nunca foram o forte da Lufa-Lufa. O fair-play é o mais importante. Ainda assim, já avisei ao pessoal: se eles tentarem alguma gracinha contra a Sonserina, estão fora.

É oficial: eu tenho o melhor namorado do mundo. Só tenho que retribuir a gentileza de meu amado, assim que tiver um novo treino com o time de Sonserina, ameaçarei matar com minhas próprias mãos aquele que ousar pensar em fazer algo contra a Lufa-Lufa. Ainda que exista gente como Janice Hosenstein, que tenta nos ferrar.

Falando nela e nos outros monitores, Cameron voltou da reunião quase na hora do toque de recolher, e a expressão dele não era lá essas coisas.

- E então, amigo, como foi a reunião?

- Tenso, Kendrinha. Hiddleston acusou Jolie de ter mandado os outros monitores corvinos perseguir a Sonserina, mas então a Rose interviu e a Yang confessou ter omitido que a Jolie não tinha nada a ver com aquilo, que foi o Hiddleston que tirou conclusões precipitadas.

- Ah...

- Nossa! – isso a gente espera da Jolie, não dele!

- E o que mais?

- Ah, também teve o Watson se justificando, ele disse que costuma dividir suas punições de um a sete pontos, descontando um ponto se a ofensa for leve demais, como usar a gravata desalinhada um milímetro do uniforme, a sete, para pessoas que ficam usando a camisa para fora da calça, não abotoam até o final ou andam com sapatos desamarrados – será que ele é doido? – E ele também disse que dá atenção especial ao Milburn porque ele se esquece das recomendações que o Watson dá. O Watson vai, encontra o Milburn todo desmantelado, dá advertência e minutos depois ele encontra o Milburn fazendo tudo novamente – é, aí nem tem como defender – Mas ele prometeu que vai ser menos rígido em seus critérios.

- E aqueles outros que perseguiam a Sonserina propositalmente, o que eles disseram?

- Eles? Eles não gostaram nada da reunião, tenho certeza. Ficaram o tempo todo de cara fechada, ouvindo esporro. Hosenstein tentou argumentar, falando como a Sonserina sempre foi horrível e que cada ponto descontado era pouco, mas a Sandy foi muito dura com ela. Sandy disse que se Hosenstein não parasse, ia descontar pontos dela. Pra cada ponto que a Hosenstein descontasse da Sonserina, Sandy descontaria dela o dobro. Só aí ela prometeu pegar leve – tomara que ela cumpra essa promessa – Quanto ao Karev, usei o que vocês me contaram – e que Keating tinha contado a gente no dia anterior – e o lembrei de que a turma que o humilhava já tinha partido e que se ele precisasse de qualquer coisa, sempre poderia contar com o meu apoio, pois também tenho uma história com criaturas mágicas – a dele é mil vezes mais bafônica e escandalosa, vamos combinar.

- Não sei porque eles pensam que somos como os que foram embora, mesmo sendo da Sonserina, eles nunca nos trataram bem – verdade, Kendra.

- Acho que não tem tanto a ver conosco. Albus Potter até mencionou na reunião, que somos melhores e maiores do que a Sonserina, e por isso, nem deveríamos nos preocupar tanto com a pontuação da nossa casa. Tem a ver com o que a Sonserina representa, ou melhor, sempre representou, século após século.

- Sei muito bem o que você tá querendo dizer, Cameron. Representamos uma elite privilegiada que sempre oprimiu e tiranizou as vidas de quem era pobre, nascido-trouxa, criatura ou descendente de criatura – e que a Jolie me fez questão de jogar na cara.

- Mas foi como eu respondi pra ele: essa Sonserina não existe mais. A nova Sonserina é inclusiva, tolerante e respeita as diferenças. A Sonserina tá superando seus conceitos arraigados, sem abrir mão de suas qualidades principais, as que tornaram a nossa casa tão importante: lealdade, astúcia, determinação, e porque não, a ambição. Não no sentido de conseguir poder, riquezas, e sim a de evoluir cada dia para se tornar um bruxo melhor.

Nem sei se Cameron foi aplaudido lá na hora, mas se não foi, tá sendo agora, por mim e por Kendra, que nos emocionamos com as lindas palavras dele. É isso, é por isso que eu e os outros estamos nos esforçando tanto pra fazer a Sonserina sair da lanterna da Taça das Casas. É porque somos a Sonserina agora, e se a gente evolui, porque a nossa casa não pode evoluir também?


Notas Finais


Gente invejosa é fogo, né?
Ainda bem que a Sonserina tem pessoas como Lizzie, Kendra e Cameron, para contornar tudo isso e amenizar o impacto do olho gordo alheio
E então, o que acharam desse capítulo?
O próximo promete muitas emoções: finalmente, a Lizzie e o Louis vão se enfrentar no quadribol
Quem vai vencer: a Sonserina ou a Lufa-Lufa?
Até!

Edit: mudei o título, pq o que eu queria não coube


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