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História Sobrevivendo em Hogwarts - Sétima Temporada - O ataque (e o contra-ataque)


Escrita por: LadyMary1994

Notas do Autor


É AGORA!
A casa vai cair pra galera preconceituosa da Orgulho Puro!

Capítulo 23 - O ataque (e o contra-ataque)


Fanfic / Fanfiction Sobrevivendo em Hogwarts - Sétima Temporada - O ataque (e o contra-ataque)

Não vou dizer que não estava esperando por isto, mas eu estava. E até achei que eles demoraram bastante pra agir. Contudo, eles não só me atacaram, como também quiseram me obrigar a colaborar com eles em um plano tão esquisito que parecia maluquice da cabeça de alguém.

E de certa forma, era sim. Eles queriam alguém que soubesse falar língua de cobra porque eles queriam reabrir a tal Câmara Secreta. Aquela em que havia um basilisco que Harry Potter matou, com a ajuda do Ronald Weasley, lá pelo seu segundo ano. Eles acreditavam, ou melhor, tinham certeza absoluta de que Voldemort tinha guardado outro na época em que ele tomou o poder no mundo bruxo, e que ele poderia estar saindo do ovo agora, ou quase adulto, sei lá. Mas eles queriam que eu o controlasse e o ensinasse a sair da Câmara pra matar estudantes nascidos-trouxas, igualzinho ao que o meu antepassado Tom Riddle fez quando ainda estudava por aqui, há uns cem anos atrás.

Pena que eu só descobri isso na hora. Mais ou menos entre o meu sequestro e as torturas e tentativas de fazer a Imperius em mim para que eu cooperasse com eles.

Mas a história começa no dia 27 de janeiro. Louis, Sandy e os Scamanders voltavam de mais uma inspeção malsucedida nas paredes de Hogwarts.

- Nada? – indagou Rose, com esperanças.

- Nada – responderam eles, desanimadamente.

- Acho que já olhamos por todas as paredes do castelo.

- Olharam de novo no Salgueiro Lutador?

- Sim, Rose, olhamos! Mas não conseguimos achar muita coisa, fora que tem uns pontos, não só lá, como aqui mesmo, no castelo, que a gente simplesmente não conseguiu acessar.

- Eu falei pro Louis que podem ser outras Salas Precisas, porque um desses pontos cegos foi justamente o que fica próximo àquela sala precisa grande que todo mundo conhece.

Naquele momento, ninguém sabia, mas era uma informação extremamente importante.

- E vocês catalogaram todos? – perguntou Kendra, de maneira perspicaz.

- Sim, pelo menos a maior parte tá aqui – eles mostraram uma réplica do Mapa de Hogwarts todo riscado com cruzes vermelhas, que só podiam ser as tais salas precisas que Sandy tava falando. Uma delas, inclusive, ficava na base da Torre do Relógio, exatamente onde eu estava naquele momento.

- E agora, o que faremos?

- O que eu sempre sugeri: vamos seguir os membros suspeitos da OP e ver pra onde eles vão.

- Já fizemos isso, Jen, e eles sempre vão pro mesmo lugar: a biblioteca. Fora que nunca estão todos juntos no mesmo canto, na mesma hora...

- Ou... Usar um mapa melhor, bem elaborado e que mostra exatamente onde cada um está.

Ninguém entendeu do que a Lily tava falando.

- Ai, gente... Vocês não perceberam ainda? Credo, Rosie, achei que pelo menos você fosse sacar logo de cara – disse ela, indo até um armário que sempre ficava ali.

- Eu não sei do que você pode estar falando, Lily, mas se for o que estou pensando, não, é impossível, porque ele é só...

- Uma lenda? – disse ela, mostrando um pedaço de pergaminho velho como se fosse um troféu. Aquele papo tava ficando cada vez mais confuso, eu cheguei a achar que Lily tinha voltado com as drogas, mas na verdade não, foi só ela apontar a varinha pro pergaminho e dizer a frase “juro solenemente não fazer nada de bom” que um monte de desenhos e frases começou a aparecer.

- Esse por acaso é...

- O MAPA DO MAROTO? O MAPA QUE NOSSO AVÔ CRIOU E FICOU PARA O NOSSO PAI E QUE ESTAVA PERDIDO HÁ SÉCULOS? LILY, COMO VOCÊ CONSEGUIU?

- Qual é, maninho, desse jeito até ele vai te ouvir daqui! Seguinte: no meu niver passado, Jay me mandou isso de presente e disse que era pra eu usar isso com responsabilidade – pela risada dela, o conselho do irmão foi simplesmente ignorado – Imagina, Jay me pedindo pra ser responsável...

- TÁ, MAS COMO ELE CONSEGUIU?

- Simples: Jay roubou da mesa do papai. Foi melzinho na chupeta, você bem sabe, Al, como o papai é distraído e vive deixando as coisas dele à toa. A propósito, nisso o Jay é igualzinho, ele nem desconfia que fui eu que roubei a capa de invisibilidade dele – MAS QUE SAFADA!!! – Mas não se preocupem, já tenho tudo planejado: assim que eu me formar, a devolvo ao Jay para que ele possa repassar ao seu filho mais velho, conforme manda a boa tradição dos Potters – se é que ela vai fazer isso mesmo, né? – Pra vocês que não conhecem, é o seguinte: essa maravilha aqui mostra tudo em Hogwarts: lugares, pessoas, onde elas estão exatamente... Só não mostra as Salas Precisas, porque elas são ilocalizáveis, mas se você decorou o corredor onde elas ficam, é só ficar ligado no mapa e fazer o trajeto, sempre ficando de olho no Filch, na Madame Nora, no Pirraça, na diretora ou em qualquer outro que possa te encrencar.

Era um mapa muito perfeito. Mostrava todos os lugares com exatidão, até mesmo as passagens secretas. Mas eu não estava aparecendo, assim como Kendra, Cameron, Damon, Rose, Albus, Hugo, Jolie, Louis, Sandy, Lily e os gêmeos também não estavam, por estarmos numa Sala Precisa (Larissa Larson estava, mais precisamente na sala de aula de Aritmancia, porque ela pagava essa matéria). Até tentei procurar o tal Salão dos Fundadores onde conversei com os retratos de Gryffindor, Slytherin, Hufflepuff e Ravenclaw, mas não achei, devia ser ilocalizável também.

- Isso é muito bom... Mas vai ficar comigo – poxa, Rose, sempre estragando a alegria dos outros – Como monitora-chefe e líder dessa expedição – quem a coroou líder? Eu é que não fui! – os itens mais preciosos e úteis deverão ficar sob a minha guarda – Rose abriu o mapa e foi logo localizando os tais membros suspeitos – Aparentemente, um grupo liderado por Mosley está na biblioteca, como sempre. Há dois aqui que estão saindo do castelo, e me parecem ir na direção do Salgueiro Lutador...

- Ei, Weasley, não era lá que ficava a sede original deles? – perguntou Damon, que quase levou uma resposta atravessada da criatura, que detesta quem a chama pelo seu sobrenome incompleto, mas a Jolie rapidamente a cortou:

- Sim, como o Newty disse, era na Cabana dos Gritos...

- Você não quis dizer Casa dos Gritos?

- Não, Abbey, o nome correto é Cabana dos Gritos. É assim que consta na maior parte dos livros de história mágica confiáveis – Kendra ia contestar, mas viu que não valia muito a pena.

- Mas como é que eles estão indo pra lá se a casa... Ou cabana, sei lá, tá vazia? – era uma excelente pergunta, Lysander.

- O Mapa não mostra lugares que ficam fora dos limites do castelo, e a Casa dos Gritos fica em Hogsmeade – explicou Lily.

- Tá, então o que a gente vai fazer?

O combinado foi que um grupo ficaria na biblioteca, fingindo estar estudando enquanto vigiaria o grupo da Orgulho Puro que sempre ficava por lá. Outros dois, que estariam usando a Capa de Invisibilidade, ficariam de olho nos que ficam indo pra fora do castelo, enquanto outros ficariam de tocaia na Casa dos Gritos, só esperando pra ver se eles ficam lá mesmo, se eles usam algum tipo de passagem secreta, enfim, qual o truque deles.

E a divisão ficou assim:

Damon, Sandy e Hugo ficariam na biblioteca estudando (ou fingindo, sei lá) enquanto ficam de olho nos membros da OP que não saem da biblioteca. Lily, Cameron e Albus, por terem capas de invisibilidade próprias (ou não) ficariam vigiando os que vão pra Casa dos Gritos, enquanto Louis, os Scamanders, Rose e Jolie dariam um jeito de se camuflar lá dentro pra poderem ver o que os membros da OP vão fazer por ali e talvez descobrir o esconderijo deles.

Assim, quando não tivesse ninguém ali, eles poderiam entrar, coletar todas as provas e entregar tudo aos professores e à direção, que armaria um bom flagrante e aplicaria uma detenção histórica nessa gente.

E quanto a mim e a Kendra?

- Bom, Lizzie, você fica por aqui mesmo, em segurança. E você, Abbey, fica de vigia.

- Tá... – Kendra e eu pegamos os serviços mais inúteis possíveis, até poderíamos ter protestado, mas achamos melhor não, somos duas ladys e sabemos aceitar decisões superiores.

O dia 28, um domingo meio cinzento, começou bem calmo, de certa forma. Pelo menos para mim e para Kendra, que dormimos lá naquela mini-Sala Precisa.

- Será que vamos ter que ficar o dia todo aqui?

- Você ouviu o que a Rose falou, Lizzie. É o melhor, para a sua segurança.

Ficamos jogando xadrez de bruxo a manhã inteira. Kendra ganhou a maioria das partidas, mas eu não estava lá tão concentrada assim. Em vez disso, aproveitei não só pra colocar o papo em dia, como também pra fazer umas perguntinhas a respeito de nossas adoráveis colegas de quarto, as Najas.

- Elas implicaram muito porque eu não dormi mais lá?

- Nem tanto. Elas tão mais preocupadas com os números de dança delas. Harper tava treinando a substituta, ela queria a Roberts, mas aconteceu o que aconteceu e agora ela tá desesperada, porque já teve a primeira partida e as Najas não se apresentaram, se não acharem alguém pra ficar no lugar da Harper até fevereiro, o grupo delas vai ter que se desfazer.

Nossa, que vida difícil a delas, não?

- E a Harper tá planejando o quê? Sair do time?

- Ela não é tão louca assim, Lizzie. Ela quer ficar. Ela não quer que as Najas deixem de ser um trio, ela acha que o grupo delas é o mais importante desde que as primas Weasleys se formaram, há uns dois anos atrás, e não tá nem um pouco a fim de perder o posto. E ainda fiquei sabendo que tem um grupinho de meninas grifinórias do segundo ano que quer criar algo parecido com o que as Najas fazem, e a Harper tá agoniada, morrendo de medo que essas meninas roubem o posto que ela lutou tanto pra consolidar – nossa, coitada (só que não) – e ela deixou a liderança das Najas com a Shafiq, mas a Shafiq nunca foi muito boa nos giros e nos saltos, e a Flint reclama que não consegue aprender nada com ela. Shafiq também insiste pra Harper aceitar aquela prima do Burke no lugar dela, mas a Harper odeia aquela garota, porque ela é tipo uma namoradinha do Burke, e o Burke é o Burke, você sabe como ele é – a Harper sabe melhor que eu, já que ela tem crises de pânico só de ouvir o nome dele.

Mas não era exatamente isso o que eu queria saber.

- Kendra, você não viu nenhuma delas com alguma coisa diferente nos últimos dias?

- Como o quê?

- Sei lá... Um livro...

- As Najas com um livro? Elas só estudam nas vésperas dos exames, Lizzie, você bem sabe.

- Não é exatamente um livro, tá mais pra diário.

- Um diário? Tipo o seu?

- É, tipo o meu, só que o meu tá aqui comigo na bolsa. O meu tem capa vermelha, o que eu tô falando não, tem uma capa mais enfeitada, como se fosse um daqueles diários de antigamente, sabe?

- Não... Mas por que você tá perguntando isso?

Gelei. Eu sabia que podia confiar na Kendra e talvez contar tudo pra ela fosse me ajudar, mas eu ainda não me sentia preparada.

- Nada. É que... O diário não é meu, pra dizer a verdade. Ele era da minha bisavó.

- Ah...

- E foi minha tia-bisavó que me deu, e ela ia ficar super chateada se eu perdesse, por isso que eu tô meio preocupada.

- Tá, mas eu não vi nada parecido com o que você me descreveu. Se eu ver, te aviso.

- Certo.

Veio a hora do almoço e com ele a fome. Precisamos de comida e ela apareceu. Pra mim vieram peixe com fritas e uma salada normal. Pra Kendra, veio uma salada de açafrão vermelho e trufas brancas com filés de salmão defumado e champignon ao molho branco.

- Comida diferentona essa, hein, amiga?

- Ai, eu tava com muita vontade de comer essas coisas, saudade da comida lá de casa – pelo naipe da comida, só na casa de milionários como a Kendra é que se comia desse jeito – Quer experimentar um pouco?

Até que era bom o almoço da Kendra. O meu ela nem fez muita questão, é só a comida comum que todo britânico conhece. Ela só quis saber das batatinhas, toda hora roubava uma do meu prato.

- Peça pra você também!

- Ai, Lizzie, acho que nem tô mais com fome.

- Então deixa minhas batatinhas em paz, você já comeu demais!

Depois que enchemos o bucho, ficamos deitadas olhando pro teto. E conversando.

- Você nem contou como é que tá indo de capitã do time...

- Eu tô indo bem, por incrível que pareça. No começo foi meio complicado, por causa do Burke, óbvio, ninguém gostava dele, mas depois que me livrei daquela peste, tudo melhorou muito. Até com a Harper e o Derrick, que eu achei que fosse ter mais dificuldades, tô conseguindo lidar bem!

- Mas como vocês estão fazendo pra treinar?

- Tô usando a Sala Precisa!

- Sério? E aqui cabe?

- Não aqui, Kendra. Tô usando a maior mesmo. Dá pra transitar de uma sala pra outra se você precisa. Aí esse armário se afasta e revela uma passagem secreta pra outra sala precisa que você quer ir.

- Interessante... Eu não sabia disso.

- Nem você nem ninguém. Eu mesmo, fui descobrir por acaso. Desejei acessar a outra sala pra treinar e o armário se afastou.

Depois, devemos ter ficado cerca de uma hora revisando os assuntos de Defesa Contra as Artes das Trevas que poderiam cair nos exames. Não, pensando melhor, foi bem menos que isso, porque a Kendra não conseguia focar nos estudos, assim que encostou no livro ela largou, porque teve uma ideia muito importante:

- Lizzie, você disse que dá pra transitar de uma Sala Precisa pra outra usando um atalho...

- Sim, e daí?

- Você... Ou melhor, nós duas sabemos que pode haver uma Sala Precisa por dentro do Salgueiro Lutador.

- É, já que o Louis e os outros não conseguiram atravessar aquela árvore toda...

- Então, e se... – eu já sabia exatamente o que ela queria dizer, tanto é que falamos juntas:

- Desejássemos uma passagem pra Sala Precisa do Salgueiro Lutador?

O que se viu ali foi um dos eventos mais bacanas e mágicos da nossa existência. Assim que paramos de falar, o armário se afastou e revelou a nossa já conhecida passagem secreta.

- Ai, amiga... Tô com medo!

- Medo de que, Kendrinha? De estar certa?

- Não é isso, é que... E se eles estiverem lá?

- Não acredito, Kendra, que você tá com medo deles... Kendra, a gente é do último ano, a maioria ali ou é mais novo que a gente ou é repetente, eles é que deviam ter medo de nós...

- Mas eles sabem Magia Negra, amiga... E se eles usarem em mim e eu não souber me defender?

- Faz assim, amiga: se esconde. Você sabe o feitiço desilusório melhor que eu, que eu sei. Então é só fazer em si mesma!

Mais nervosa do que nunca, Kendra respirou o mais fundo possível, contou até dez e com a mão tremendo que nem geleia, fez o feitiço desilusório em si mesma.

- Ficou bom? – não ficou tão bom porque ela tava nervosa, mas não quis dizer isso pra não abalar a moral da minha amiga.

- Ficou ótimo, só vou fazer mais um em você por garantia – agora sim, não daria pra ver a Kendra nem com visão raio-X.

- E aí, melhorou?

- Muito! – eu fiz em mim mesma também, planejava ir junto, tava doida de curiosidade pra saber como era aquela sala – A gente vai, mas a gente não pode falar nada, viu? Nem pensar muito também, não pensa em nada enquanto estiver lá, eles podem saber legilimência e captar nossos pensamentos.

- Tá, mas... É melhor você ficar, Lizzie, é perigoso!

- Que é isso, Kendra, eu sei me cuidar!

- Se eu não voltar logo, só aí é que você sai pra pedir ajuda.

- Certo...

- Eu preciso que você fique, Lizzie, eu só vou se você prometer que não vai me seguir. Promete?

- Tá, Kendra, eu prometo.

E lá foi ela em direção à tal passagem secreta.

Nem sei quanto tempo fiquei lá. Só sei que foi tempo suficiente pro meu feitiço desilusório se desmanchar (confesso que esse não foi lá tão bom quanto os outros) e pra eu ficar entediada com a falta de notícias da Kendra e do resto do pessoal.

Também não sei que horas eram quando Cedric apareceu. Ele tava tão esquisito, devia ter desconfiado.

- Cedric, tá fazendo o quê aqui?

Ele tava com o olhar meio diferente, meio perdido...

- E-e-eu... Q-qu-queria que... O Trevor, ele... Ele se meteu em encrenca e tá na ala hospitalar.

- Trevor? Na ala hospitalar? Como?

- V-vo-você tem que vir comigo...

Fiz tudo o que me pediram pra não fazer: saí daquela Sala Precisa. Meu porto seguro.

Trevor realmente estava na ala hospitalar. Inconsciente e bem machucado.

- Quem fez isso com ele?

- Foram eles...

- Não me diga que foi o Burke?

- O próprio! Burke provocou Trevor, o chamou de sangue-ruim pra baixo, e o Trevor não aguentou e quis azarar ele.

- E o Burke...

- É...

Estava ferrada. Se o Trevor ficasse tempo demais na ala hospitalar, poderia perder a forma física e demorar demais pra recuperar o ritmo. Ou pior, perder o jogo.

- Daniels? – disse uma garota, que estava logo atrás de mim. Morrendo de medo, me virei. Mas suspirei aliviada, era apenas a Samira Shafiq.

- Que há, Shafiq?

- Soube que está à procura de seu diário – devia ter desconfiado dessa parte, porque uma: o diário não era meu. E outra: não tinha como ela saber que eu estava procurando, porque eu só tinha comentado do sumiço dele com a Kendra, há poucas horas atrás. Pra ela, assim como pras outras najas, só disse que tinha sumido um livrinho cor de rosa. Mas na hora eu estava tão aflita que caí:

- Meu diário? Você o achou?

- Sim. Vem comigo que eu te mostro onde ele tá.

E a tonta aqui foi. Nem reparou no olhar choroso do Cedric ao ver eu me afastando dele. Muito menos que a Shafiq estava agindo meio esquisito naquele dia. Não que ela não fosse esquisita na maior parte do tempo, o negócio é que naquele momento, ela estava inteligente demais. E se tem uma coisa que a Shafiq nunca foi na vida é inteligente.

Estávamos caminhando por uma direção que até parecia ser a das Masmorras da Sonserina, mas minha intuição me dizia que não, que tinha algo errado ali. Só fui me tocar quando ela me arrastou pra um banheiro feminino desativado.

- O que foi, Shafiq?

- Estou apertada – sério, ela parecia um robô falando, mas não um robô bobão como ela costumava ser, e sim um robô geneticamente modificado, daqueles super inteligentes, só que do mal.

Foi ali que eu tentei me sair.

- Eu... Espero aqui na porta.

Mas ela me pegou pelo braço e me deteve:

- Não. Você vem comigo.

E como eu deveria ter imaginado, aquele banheiro estava longe de estar vazio. Não tinha apenas meninas ali, mas sim meninos, embora todos estivessem com as caras cobertas. Todos exceto Burke, o único que foi louco o suficiente para aparecer de cara limpa e ainda provocando:

- Até que enfim nos encontramos, Lizzie Daniels. Ou deveríamos te chamar de... Elizabeth Riddle?

Filho da mãe, leu o diário da bisa Cathy.

- Sabe o que eu achei mais engraçado? A tonta da sua avó achar que o Lorde das Trevas iria se apaixonar por uma trouxa burra que nem ela – burro é você, Burke, que nem prestou atenção no que leu: quem deu uns pegas no Voldemort foi a minha bisavó, e não minha avó, que era a filha deles dois – Mas agora ela não interessa, e sim você. Engraçado você ter herdado os poderes do Lorde Voldemort, logo você, que sempre foi uma garota tão boba e estúpida, nunca fez nada de muito relevante a não ser correr atrás de garotos ricos que poderiam te dar um status bacana...

- Vai se foder, Burke, se pensa que vai me convencer a te ajudar, se deu mal!

- E quem disse que eu preciso te convencer? Posso te obrigar, é melhor, bem mais divertido! – e o filho da puta paralisou meu corpo, tomou minha varinha e ainda usou ela pra conjurar cordas bem grossas pra manter meu corpo preso.

- Só preciso que duas coisas em você continuem funcionando: seu cérebro de minhoca e sua boca fedida. Vai, libera a passagem.

- Pra quê, ô imbecil?

- Fale direito comigo, eu sou o Milorde! Não vai querer que eu quebre a sua varinha, vai? – filho da mãe, era bem capaz dele quebrar minha varinha mesmo. Fiz o que ele me pediu. Mas não sem antes usar todo o meu estoque de magia não-verbal disponível pra pedir socorro: fiz aparecer de novo aquele pontinho luminoso da vez em que eu fiquei detida por membros da SSWF por razões tão bestas que até me esqueci, só que dessa vez, o fiz sair pedindo ajuda (como esse pontinho conseguiu isso, eu não sei). O pessoal que tava lá nem deu muita importância pra ele, mas aquele pontinho foi essencial pra eu ter escapado com vida daquela furada.

Uns dois membros da Orgulho Puro me levitaram e me conduziram por aqueles esgotos imundos até uma espécie de porta de metal super antiga, que eu não fazia ideia, mas era da Câmara Secreta.

- Abre aí, vamos! – berrou Burke, com a minha varinha apontada pra minha têmpora esquerda, como se fosse uma arma.

Falei pra abrir em cobrês de novo e as cobrinhas de metal lá se afastaram enquanto outra cobrinha passava ao redor delas e a portona de metal se abriu. Burke entrou na frente, junto comigo, e mais uma vez, sua burrice foi importante para a minha sobrevivência:

- É pra fechar a porta, Milorde? – perguntou um carinha lá do fundo.

- Não, né, seu burro? Deixa aberta, os outros vão ter que passar depois.

E eles passaram, mas não vamos falar deles agora. E sim de mim, da minha situação periclitante.

- Tá, e agora, você quer que eu faça o quê? Milorde... – falei Milorde num tom bem debochado mesmo.

- Quero que você faça o basilisco sair.

- Mas o basilisco tá morto, não tá vendo não? – havia uma pilha de ossos do que deveria ter sido um basilisco. Alguns, como os ossos dos dentes, estavam faltando.

- Esse, o original, sim. Mas o novo, o que o Lorde das Trevas colocou aqui, nesta sala, está repousando dentro daqueles canos e à espera de seu comando. Vamos, mande-o sair!!!

Na hora eu nem tinha certeza se tinha mesmo basilisco ali ou não, eu só pensei em ganhar o máximo de tempo possível até o socorro aparecer. Enrolei o máximo que eu pude. Como só eu sabia falar cobrês e eles não, me aproveitei disso pra dizer todas as palavras possíveis e imagináveis, exceto, claro, a que eles queriam.

Falei ditados populares...

- Quem ri por último, ri melhor!

- Mais vale um pássaro na mão que dois voando!

Falei nomes aleatórios...

- Salada, pato, chocolate, casa, carro, fazenda, Manchester United...

Frases ininteligíveis, mesmo em idioma normal:

- Ai singuin in de rein... Habibi kerolay chiguifrin

E até cantei umas musiquinhas. Eu ia cantando Fireworks, da Kate Perry, mas tinha umas palavras que poderiam fazer o basilisco sair acidentalmente, então emendei com um refrão da do Justin Bieber:

- Ooh, ooh, I'm sorry, yeeeaaaah!!! Ooh, ooh, sorry, yeeeeah!!!

Mas eu não sabia essa inteira, então cantei um grande hit do mundo bruxo que não saía da minha cabeça de jeito nenhum. Ela mesma, a musiquinha da campanha anti-drogas do Ministério.

“Quando te oferecerem drogas

Resista à tentação

Orgulhe sua família

Saiba dizer não

A droga é um problema

O não é a solução

Diga sim à vida

E às drogas? Só dizer não”

A versão em língua de cobra ficou tão engraçada que eu fiquei rindo o tempo todo.

Enfim, falei tudo, menos algo que remetesse às palavras “saia”, “apareça” ou “venha”. Mas eles nunca iam saber o que eu falei, pois era em língua de cobra e só eu entendia o que eu falava.

Porém, pra minha infelicidade, eles já tavam perdendo a paciência.

- Por que ele não tá vindo? – perguntou uma das garotas.

- Anda, Daniels! Faz ele vir logo! – ralhou Burke.

- Eu tô tentando, não tá vendo? – essa eu falei em inglês comum.

- Então por que tá demorando?

- Porque... Porque ele tá dormindo há muito tempo! Precisa ter manha pra fazer ele acordar! Tem que cantar pra ele, dizer coisas gentis... Basiliscos são criaturas muito sensíveis, não sabia?

Nem eu sabia do que eu tava falando. O pessoal já tava começando a desconfiar.

- Porra, Milorde, deixa a gente usar a Crucio nela...

- Nada disso, Lestrange, quem vai usar a Crucio sou eu! Faço questão! – eu conhecia essa voz...

- Nem vem, Sra. Malfoy, você mal sabe transfigurar um palito de dentes, vai saber fazer um feitiço tão complexo quanto esses... – devia ter sacado pelo codinome que era a Bertha Nott, garota que sempre foi obcecada pelo Scorpius e que me odeia por ele sempre ter sido obcecado por mim.

- Você vai ver, Blanche! CRUCIO!!! – a doida da Nott fez um Cruciatus na tal da Blanche (ou sabe-se lá qual seja o verdadeiro nome dela).

- Sra. Malfoy!!! É proibido usar os nomes verdadeiros quando estamos em rituais, mais ainda atacar os próprios irmãos das trevas – ih, agora o Burke meteu moral, como um autêntico líder de seita satânica que ele era. Mas a Nott não tava nem aí pra ele, continuou torturando a Blanche não-sei-de-quê com o maior sorrisão do mundo.

- Desarmem-na! Vamos, Rookwood! Lestrange, o ajude!

- Sim, Milorde!

Foi nesse segundo de distração deles em que eu me joguei no chão e tentei escapar rolando mesmo. Nunca ia dar certo, até machuquei meu queixo, mas aí os outros chegaram. Não os outros que o Burke esperava, mas sim os que eu esperava. Num primeiro momento, só apareceram Hugo e Rose, que nem vi direito, tava coberta com a capa de Gryffindor.

- Expelliarmus! – gritou Hugo, desarmando Burke e fazendo minha varinha e a dele voarem longe. Nesse meio tempo, Nott virou suas atenções pra mim e tentou me fazer a Cruciatus, mas Blanche e “Rookwood” fizeram uma espécie de anel de fogomaldito ao meu redor, que se aproximava gradativamente de mim. E eu teria morrido sufocada, queimada e coisa e tal se Rose não tivesse se arriscado ao atravessar o anel usando a capa de Gryffindor, apanhado meu corpo, cobrindo a mim e a ela com a capa e nos arrastado até um lugar seguro.

- Suas sangues-ruins imundas, vocês vão ver... CRUCI...

- PROTEGO!!! – o Protego da Rose era muito bom. Nenhum dos feitiços deles conseguiu nos atingir, e nós saímos daquela Câmara Secreta em segurança.

- Você foi demais, Rose – só ali que eu vi que o Cameron também tava ali o tempo todo, coberto com a capa de invisibilidade – Lizzie, tá aqui sua varinha. Quer dizer, uma das duas é a sua varinha, você que veja aí...

Eu sabia qual era a minha varinha, era a mais bonita e brilhante, e peguei da mão do Cameron.

- Valeu, Cameron. Valeu também, Rose, Hugo. Vocês foram meus heróis.

Esperava que eles fossem curtir serem chamados de heróis, mas não. Cameron ficaram encabulado, enquanto Rose ficou brigando comigo:

- Eu disse pra você ficar na sala o tempo todo, por que me desobedeceu?

- Eu não tive culpa, o Cedric apareceu dizendo que o Trevor tava internado, eu tinha que ver o que foi que ele teve, depois a Shafiq apareceu dizendo que sabia onde o meu diário tava, e...

- Esquece, Rosie. O importante é que está tudo bem agora – disse Hugo, trancando a porta – pegamos eles!

- Não foram todos, Hugo, você sabe que são pelo menos dezessete.

- E nós já capturamos vários! Lioncourt, Miller e eu demos conta dos que estavam na biblioteca. Sabia, Lizzie Daniels, que a biblioteca era um dos pontos que eles usavam para a venda de shinysnow?

- Não diga...

- Sim, e tudo isso sem Madame Pince perceber! Os que ficavam pra lá e pra cá eram pra coletar mais drogas, que eles escondiam na Sala Precisa que havia dentro do Salgueiro Lutador, e que a nossa Kendrinha achou.

- Então, conjurei um Patrono corpóreo, que a propósito é em formato de lontra, como o de minha mãe, e o mandei avisar aos professores para que fossem até lá. Slughorn já está com Volking cuidando de tudo – Rose não perde a oportunidade de se exibir.

- Mas como vocês souberam que eu ia estar aqui?

- Um fenômeno estranho apareceu, um minúsculo pontinho brilhante saiu de dentro do castelo e pareceu nos seguir. Eu estranhei e voltei pra ver o que era, nesse meio tempo, me encontrei com Hugo e logo em seguida com a Rose, que retornara com a Kendra pra sua sala precisa e não te encontrara lá. Deduzimos que você poderia ter sido capturada e Hugo brilhantemente imaginou que eles teriam te levado para a Câmara Secreta.

- Para eles fazerem questão de sua presença, só se fosse para usar suas habilidades de ofidioglota para liberar passagens, e há apenas um lugar conhecido em Hogwarts onde isso é possível.

- Ele estava preparado pra ter que usar a única palavra em ofidioglossia que ele sabe, que é abra. Diz ele que aprendeu com papai. Mas nem precisamos, todas as passagens estavam liberadas.

- Ainda bem que o Burke é burro, né não?

Rimos, dessa vez com gosto, pois tinha dado tudo certo. Então, Hugo foi chegando mais perto e colocando a perder toda a admiração recém conquistada por ele:

- Sabe, minha doce Lizzie Daniels, eu aceitaria um pequeno presente de agradecimento por ter salvo a sua vida.

Ah, não... Aí vem!

- O QUÊ? – esse foi o “o quê?” mais bruto que eu já falei na vida, até minha voz saiu diferente, mais grossa, meio estranha até.

- Posso... Beijar sua mão?

Como eu devia uma a ele e ele tava “pedindo”, então o deixei beijar minha mão, mas aí a outra mão dele foi deslizando levemente em direção à minha bunda e eu teria levado uma apalpada daquelas se Rose e Cameron não tivessem se virado do nada:

- HUGO! O que você tá fazendo?

- Larga a Lizzie – nunca vi o Cameron com aquela cara, ele poderia ter matado o Hugo só com o olhar.

Aí ele ficou com vergonha.

- Perdão... Perdão, Lizzie Daniels! Eu tive um momento de fraqueza, nunca mais vai acontecer – porque eu não acreditava nele?

- Acho bom você não aprontar de novo, maninho, senão, não é nem pra McGonagall que eu vou contar, e sim pra mamãe!

- Se você não consegue respeitar a Lizzie, respeite ao menos o Louis, que é seu primo...

- Tá bem! Tá bem, mais uma vez peço mil perdões – Hugo ficou todo vermelho, talvez até tenha se arrependido, mas não é de uma hora pra outra que ele vai deixar de ser assim. Talvez se passar o resto da vida mergulhado numa banheira de água gelada ele deixe de dar em cima das garotas daquela forma esquisita. 

Logo chegou a professora Buffay, acompanhada da Kendra.

- Estão todos bem?

- Eu tô ótima! – falei, pra tranquilizar todo mundo.

- Ai, amiga... – e a Kendra veio me abraçar, tadinha, devia estar bem abalada com meu sumiço.

- Eita, Kendra, nem fiquei tanto tempo fora assim, e outra: a gente ficou junta o dia inteiro...

Agora foi a vez dela dar risada.

A professora Buffay cuidou dos alunos que prendemos na Câmara junto com Rose e Hugo, enquanto Cameron, Kendra e eu fomos pra ala hospitalar.

- Hoje o dia foi cheio de emoções!

Lá eu percebi que eles não tinham me contado tudo. Faltou a parte do duelo que o pessoal que ficou na Casa dos Gritos teve que travar com os membros da Orgulho Puro que queriam destravar sua Sala Precisa, e que só conseguiram vencer porque os manés da OP destravaram a sala depois que acharam que já tinham vencido todo mundo, permitindo que a Kendra os paralisasse e que a Rose conseguisse entrar na sala. Todos eles estavam bem machucados, os ferimentos dos nossos pareciam mais graves porque os adversários usaram Magia Negra, mas ao menos o Louis parecia estar numa situação melhorzinha, ainda que ele estivesse ferido.

- Oi, minha querida... Foi difícil, mas derrotamos eles!

Ah, Louis, sei que você deve ter lutado bravamente. Só te dei um selinho porque estávamos na frente dos outros, senão...

Todavia, nem tudo tava resolvido. Cedric mesmo, ainda chorava copiosamente, agora mais do que antes.

- Não precisa ficar assim, Cedric, todos vão ficar bem, a Madame Pomfrey é muito boa! – consolou Kendra, mas não era com isso que ele tava preocupado:

- Lizzie, eu... Me desculpa, eu não queria ter dito a ele onde você tava escondida, é que eles me obrigaram...

- Burke, não foi? – ele concordou com a cabeça.

- Eric Burke nada tem a ver com isso – de onde veio a Shafiq? – Eric Burke estava estudando no Salão Comunal da Sonserina o tempo inteiro. Foi o próprio McLaren que atacou Trevor Dunst, porque eles estavam brigando por conta da garota desaparecida.

Era um discurso tão bem ensaiado...

- Shafiq, criatura, você tem certeza do que tá falando?

- Sim – afirmava ela, com uma convicção que eu nunca vi na vida.

- NÃO!!! – berrava Cedric, com os olhos marejados – EU JURO, FOI BURKE QUE ATACOU TREVOR, ELE DISSE QUE IA MATAR SE EU NÃO FIZESSE O QUE ELE MANDASSE!!!

- Ele está nervoso e histérico por conta da adrenalina da briga, mas garanto a vocês que Eric Burke é inocente. Estive com ele durante a manhã inteira e ele não saiu do Salão Comunal da Sonserina em nenhum momento – eu até acreditaria na Shafiq, se ela não estivesse falando de um jeito tão esquisito pros seus padrões de burrice.

- O que está havendo aqui? – ih, chegou a dona da porra toda! A diretora McGonagall tá na área!

- Minerva, este jovem aqui foi atacado – explicou Madame Pomfrey, que tava ouvindo tudo – O garoto que o trouxe para cá acusa o Sr. Burke, mas esta senhorita afirma que não foi ele, e sim este rapazinho aqui...

- NÃO FUI EU, DIRETORA, NÃO FUI EU!!!

- Ele é um mentiroso.

- Está bem, está bem, me acompanhem todos até a diretoria. Todos os que estiverem em condições de caminhar, isso sim. Andem!

Lá fomos eu, Kendra, Cameron, Cedric e Shafiq, seguindo a velha como se estivéssemos numa fila indiana.

Assim que chegamos, algo ainda mais bizarro aconteceu (se é que era possível): a Shafiq meio que ganhou uma aura roxa, e isso aconteceu do nada, assim que ela pôs os pés na diretoria, a aura roxa apareceu, nunca tinha visto nada parecido.

- Confesso que por essa eu não esperava – disse a diretora, que com um único gesto e uma dose de feitiço não-verbal, acabou com os efeitos da Imperius em Samira Shafiq.

- Onde estou? O que aconteceu? – perguntava ela, toda confusa – Como eu vim parar aqui?

- Em breve explicarei, senhorita Shafiq. Antes, me diga: lembra-se de tudo o que lhe acontecera há até minutos atrás?

- Hã? Oi?

- Senhorita, qual a última coisa da qual se lembra?

- Eu? Ah, é... Eu me lembro que eu tava dormindo, aí acordei, a Blanche e a Joyce me cumprimentaram e eu me senti tão leve... E agora eu tô aqui. Que dia é hoje?

- Domingo – a Shafiq ficou ainda mais confusa, mas a velha ignorou e continuou falando – Era o que eu temia. A senhorita recebeu a maldição Imperius, muito provavelmente ministrada por estudantes desta escola. Recorda-se das acusações que fez em relação ao jovem Cedric McLaren?

- Quem? Ele? – perguntou ela, apontando pro Cameron. A criatura vê o Cameron todo dia há sete anos e ainda não decorou o nome dele, será que é burra?

- Não, senhorita, o outro, o menor.

Menor uma ova, o Cedric devia ter o mesmo tamanho do Cameron naquele tempo. Inclusive, no final do semestre, ele já tinha ultrapassado meu amigo em uns dois centímetros.

- Ah, esse aqui? Não sei, dona diretora, eu nem sabia que o nome dele era Cedric...

- A senhorita acusou Cedric McLaren de ter azarado o jovem Trevor Dunst após uma discussão.

- Quem é Trevor Dunst? Não é esse aqui, é?

A velha já tava ficando sem paciência com as burrices da Shafiq.

- Não, senhorita, o senhor Dunst encontra-se inconsciente na ala hospitalar... Mas esqueça, pelo que vejo, a senhorita não faz ideia do que estou falando.

- Isso aí! Aliás, por que eu tô aqui mesmo, hein?

- Por nada. Está dispensada.

- Êba! – e a doida saiu dando pulinhos.

Kendra, Cameron, Cedric e eu ficamos felizes com isso, é verdade, mas meio perdidinhos.

- Diretora... Como a senhora descobriu que a Shafiq estava sob efeito da Imperius?

- Bom, senhor Fingal, creio que você e a senhorita Daniels se recordem do que eu lhes disse ano passado, quando afirmei com plena convicção que a jovem Lucy Weasley não agira sob efeito de Imperius ou qualquer outro feitiço ou poção que alterasse seu discernimento ao fazer ou mesmo afirmar aquelas... Enfim, atrocidades que cometera. Isto, mais a detecção da presença da Imperius na jovem Shafiq se deu através de uma combinação revolucionária de feitiços que uma equipe de aurores do Ministério da Magia, capitaneada por Harry Potter, fez em minha sala como forma de experimentação para algo muito maior, que promete revolucionar a segurança do mundo mágico.

- Que bom que funcionou, né?

- Sim, senhorita Abbey, que bom. Agora, ou estou muito enganada, ou acabou de ocorrer uma série de incidentes bastante sérios nas dependências desta escola...

- A senhora não tá enganada não, diretora, mas a gente explica tudo.

Não sei se deu pra gente explicar tudo, Cameron, Kendra, Cedric e eu ficamos falando um por cima do outro e ninguém entendeu nada, aí depois apareceu a Rose e ficou tudo mais confuso ainda.

- Deixa eu ver se entendi... Havia uma outra organização secreta formada por estudantes dessa escola?

- Sim.

- E essa organização era voltada para praticar discriminação contra nascidos-trouxa e descendentes de minorias mágicas?

- Correto.

- E eles estavam envolvidos com o comércio ilícito de substâncias entorpecentes e o assédio a jovens nascidos-trouxas da Sonserina?

- É.

- Isto é realmente grave! Terei que tomar medidas enérgicas! Receio que a suspensão não seja suficiente... – ih, não sei mais se isso é bom ou se é ruim. Porque apesar de não prestar, o pessoal da Orgulho Puro era da Sonserina, e a Sonserina jamais tinha conseguido chegar ao segundo lugar da Taça das Casas (com boas chances de ultrapassar os primeiros colocados) nos últimos anos. E agora, que a velha ficou sabendo de tudo o que eles aprontaram, ela tava louquinha pra descarregar toda a artilharia pesada em cima da gente. Agora, a minha casa se ferrou de vez.


Notas Finais


Que capítulo, minha gente!
Ele teve de tudo: ação, emoção, algumas trapalhadas, uma pitada de romance, drama e gente fazendo besteira
Mas ainda não acabou, falta muita coisa ainda:
Temos que saber qual será o destino dos membros da Orgulho Puro, quando a Lizzie vai encontrar o diário de sua bisavó e o que vai ser da Sonserina.
Sim, porque a Lizzie tem toda a razão em se preocupar com a sua casa: depois desse festival de crimes cometidos pela banda podre sonserina, McGonagall deve estar arquitetando uma punição épica e exemplar.
Enquanto essa situação não se resolve, que tal dar uma espiadinha no diário da bisa Cathy? Ou melhor, num spin-off inédito e maravilhoso, que conta a trajetória dessa mulher aparentemente simples e pacata, que sem saber se envolveu com o bruxo mais perigoso de todos os tempos.
Conheça "Meu Grande Amor, Tom Riddle"!
https://www.spiritfanfiction.com/historia/meu-grande-amor-tom-riddle-21406066/capitulo1


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