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História Sobrevivendo em Hogwarts - Sexta Temporada - A grande ideia


Escrita por: LadyMary1994

Notas do Autor


Esse capítulo é meio maluco, mas basicamente, teremos muita briga, descobertas importantes, alguns tombos e uma ideia maluca da Lizzie que vai virar sua vida de pernas pro ar

Capítulo 6 - A grande ideia


Fanfic / Fanfiction Sobrevivendo em Hogwarts - Sexta Temporada - A grande ideia

No domingo, nossas cartas de Hogwarts chegaram. Foi um dia particularmente terrível pra minha mãe, porque toda hora aparecia uma coruja.

- DE NOVO NÃO!!! – a pobrezinha resolveu se esconder no quarto.

- Perdoem, gente, é que a minha mulher morre de medo de corujas... – disse o meu pai, indo atrás dela.

- Que loucura! – observou Teddy – E eu achando que o Ron é que era exagerado por causa das aranhas...

Na minha carta não tinha nada demais, só as mesmas baboseiras de sempre. Mas a expectativa de todos era saber se o Louis seria monitor ou não. Parece que é uma tradição da família Weasley ter monitores, o pai do Louis foi monitor, assim como vários tios e primos, fora a irmã mais velha dele, que foi monitora-chefe.

- E aí, filhão? – perguntava o Bill.

Louis estava com uma cara estranha. Não sei se estava feliz ou triste. Mas uma certeza eu tinha: ele não foi escolhido pra ser monitor.

Como ele não falava nada, a Fleur tomou a carta da mão dele, leu, releu e a cada lida que ela dava, os olhos azuis dela se arregalavam de espanto.

- Esta escola serrr una piada! – vixe, a mulher ficou brava – Non escolherrrr a Dominique parrra monitorrra até entendo, mas o Louis?

- Eu estou bem, gente... – Louis não me parecia muito bem não. Eu sabia o que ele tava sentindo, também fiquei mal na minha vez, até dei um abraço nele para confortá-lo – sério, gente, eu tô legal – o coração dele batia tão forte... Ele me parecia meio nervoso também, poxa, Hogwarts, por que você faz isso com as pessoas?

- Você tá bem mesmo, amor? – perguntei, olhando fundo nos olhos dele.

- Tô sim, Lizzie... Até porque eu nem queria ser monitor mesmo!

- Non?

- Não, mãe. O que eu queria era ser capitão do time. E eu CONSEGUI!!!

Dessa vez o Louis pegou todo mundo desprevenido. Claro que ele recebeu os cumprimentos de todos presentes (Lorcan e Lysander estavam particularmente empolgados, embora meio decepcionados):

- Se não chamaram você, então escolheram o mané do Watson.

- Aquele otário vai ser mais caga-regra do que já é...

Mas ninguém foi mais tombado que a Fleur, até a flagrei jogando fora uma faixa escrito “Parabéns Louis, novo monitor da Lufa-Lufa”.

- Você ficou mesmo feliz? – perguntei a ele mais tarde.

- Claro que fiquei. Ser do time era o meu sonho. Ser capitão então... Era tudo o que eu mais queria.

Porém, Louis não me parecia tão feliz assim.

- O que foi?

- Como assim, Lizzie?

- Pra mim você pode falar. O que é que está te preocupando?

- Nada, é que... Bom, você vai tentar voltar pro time, não vai?

- Claro que vou, ainda mais com o Malfoy fora de lá.

- Então... Você na Sonserina, eu na Lufa-Lufa... – agora eu entendi tudo! Louis estava com medo da gente se enfrentar!

- Sim, o que é que tem?

- Como “o que é que tem”? Nós vamos jogar um contra o outro em algum momento, será muito difícil pra mim te derrotar... – safado! Me derrotar, é?

- Ih, tá se achando demais! Posso estar meio fora de forma, mas eu tenho certeza de que com uma boa vassoura, posso fazer uns bons estragos na sua defesa! E pode ir se preparando, pois eu não vou aliviar só porque você é meu namorado!

- Ah, não vai não?

- Não! – o safado do Louis me agarrou por trás e começou a beijar minha nuca.

- Pois então eu vou te mostrar o que eu vou fazer com as suas goles no dia do jogo – ele me atirou de vez na cama e subiu em cima de mim.

Foi uma das nossas melhores noites. Acho que a competitividade que surgiu entre nós fez com que nosso tesão aflorasse. Foi tão louco e intenso que acabamos nos esquecendo de retornar aos nossos quartos e dormindo ali mesmo.

Por isso acordamos tão tarde. E acabamos esquecendo outra coisa importantíssima: a festa das Bodas de Prata dos pais do Louis era na segunda-feira.

A propósito, o jeito que acordamos (ou melhor, fomos acordados) foi um dos mais constrangedores das nossas vidas.

- Eles estão aqui mesmo, gente! – ouvi uma voz masculina dizendo essa frase, quando abri os olhos, dei de cara com praticamente todo mundo dentro do nosso cantinho secreto! O pai dele, os meus pais, Victoire, Teddy, os tios franceses do Louis, imagina a vergonha que eu fiquei! E o pior, estávamos sem roupa! Cobri o meu corpo com o lençol, mas não adiantou nada, o estrago já estava feito.

Ninguém tinha coragem de falar nada. Eu só queria sumir dali. Louis ainda dormia, fiquei cutucando ele, mas ele só fez virar pro outro lado e jogar o braço por cima das minhas pernas.

Os adultos não estavam menos constrangidos. Meu pai parecia petrificado de tão furioso, minha mãe não sabia se ria ou se chorava, já o Bill veio até nós e ficou tentando acordar o Louis.

- Louis, acorda. Louis, já é duas da tarde.

Duas da tarde? Caramba, então dormimos o quê, umas dez horas? Louis não acordava de jeito nenhum, parecia exausto. Também, depois do que fizemos ontem...

- VAMOS, LOUIS, ACORDA!!!

Louis deu uns grunhidos e abraçou minhas pernas com mais força. Os adultos ainda me encaravam, eu estava pra morrer (até porque o meu pai parecia doidinho pra me matar), só queria que aquilo acabasse logo...

- Louis, acorda, pelo amor de Deus... – sussurrei baixinho, mas, pelo visto, ele não ouviu.

- AH, JÁ CHEGA! – meu pai ia acordar o Louis na marra, sorte que Teddy e o Verger o seguraram. Felizmente, o grito que ele deu foi o suficiente pro Louis finalmente despertar.

- HÃ?! – o susto dele foi maior que o meu, ele empalideceu tanto que até as sardas perderam a cor.

- LOUIS! FICAMOS A MANHÃ INTEIRA PROCURANDO VOCÊS, VOCÊS TÊM NOÇÃO DO MEDO QUE NÓS TIVEMOS?

- Mas Sr. Weasl...

- CALADA! – ih, até a minha mãe resolveu se meter, pelo visto, fizemos merda – OITO HORAS TE PROCURANDO, ELIZABETH, OITO HORAS! PENSAMOS QUE VOCÊS TINHAM SIDO SEQUESTRADOS, OU PIOR, MORRIDO!

Eu olhei pro Louis, Louis olhou pra mim... É, fizemos merda, e das grandes.

- Mas mãe, eu só...

- E VOCÊS AINDA RESOLVEM SUMIR JUSTO HOJE! NUMA DATA TÃO IMPORTANTE! SUA MÃE QUASE MORREU DO CORAÇÃO!!! ELA TEVE QUE TOMAR UMA JARRA DE POÇÃO CALMANTE!!!

- Desculpa...

Eles não quiseram nos ouvir. Continuaram os sermões, até que nos obrigaram a nos vestirmos pra depois aturarmos mais uma rodada de broncas, só que agora, com a ilustre presença da mãe do Louis, que me olhava como se eu tivesse sequestrado o filhinho dela.

- Mon Louis jamais agiu assim, só pode serrr l’influence desse garrota vil!

A minha mãe podia até estar brava comigo, mas ela não gostou de ver a Fleur se referir a mim daquela forma.

- OLHA LÁ COMO VOCÊ FALA DA MINHA FILHA, SUA FRANCESINHA DE MER...

- OLHA LÁ VOUCÊ!!! SUA FILHA QUE ARRASTOU MON LOUIS PRRRRO MAU CAMINHO, É UMA GARRROTA FÁCILE, JÁ DORMIU COM VÁRRRRIOS RAPAZES...

Nessa hora eu congelei. Será que ela sabe do Ben?

- MINHA FILHA É UMA MENINA DIREITA E A SENHORA, UMA MENTIROSA!!!

- MENTIRRRRROSA? – vixe, vou me ferrar, tô sentindo... – ACHO QUELQU'UM PERSONNE AQUI ESTARRR TERRIVELMENTE ENGANADE! – fudeu – ANTES DO LOUIS, VOUCÊ NAMORRRROU OUTRRRRO, NON FOI?

Porra, Sra. Fleur, precisava me humilhar dessa forma?

- Para, Fleur, você está indo longe demais...

- NON, BILL!!! ESTE MULHERRR ME CHAMOU DE MENTIRRROSA, MAS EU QUERRRO QUE PRRROVEM QU’STOU MENTINDO! VAMOS, MENINE! PARLE!

Todo mundo olhando pra mim com uma grande expectativa, o meu pai com os olhos quase saltando das órbitas (acho que quem vai precisar de poção calmante é ele).

- Poxa, mãe, eu não esperava essa caretice da senhora, a senhora me decepcionou legal – disse Louis, me abraçando por trás – e daí que a Lizzie namorou outros antes de mim? Eu também já fiquei com outras garotas, mas agora nós estamos juntos e é isso o que importa.

Meu namorado não é o garoto mais perfeito do mundo? Eu quase dei um beijinho nele, eu disse quase porque o meu pai se pronunciou.

- Não. Agora eu quero saber.

É, Lizzie, agora sim você se deu mal. Engoli em seco, fechei os olhos e comecei a falar:

- Eu... Eu namorei outro garoto sim, o primeiro, no caso, né, foi o Scorpius Malfoy... Mas eu nunca tive nada com ele não. Aí veio o Louis, aí a gente se separou e eu namorei o Ben... – eu ia falando, mas aí reparei em um par de olhos azuis maldosos me vigiando da escada. Era a Demonique, ali eu me toquei que a culpa de tudo aquilo era dela, no caso, que ela jogou a mãe dela contra mim.

Mas eu não vou deixá-la escapar impune!

- A propósito, o meu namoro com o Ben nunca teria acontecido se não fosse aquela armação que prepararam pra separar o Louis de mim, vocês querem saber quem foi?

- Depois – PORRA, MÃE!!! – Primeiro você vai me explicar direitinho quem é esse Ben que você nunca falou pra gente.

Droga... A demônia conseguiu. Agora até os meus pais estão contra mim. Victoire convenceu todo mundo a nos deixar a sós, pra que eu me explicasse aos meus pais, e ali eu tive que abrir o jogo.

- Lizzie, por que você não contou pra gente?

- Eu... Eu... – pra ser sincera, nem sabia direito o porquê. Talvez porque eu não pretendia levar esse namoro com o Ben por muito tempo, ou porque ele se revelou um babaca e eu quis esquecê-lo... Mas acho que na verdade, eu preferi esconder essa informação por que estava com...

- Medo! Eu tava com medo de vocês ficarem zangados, e adivinha? Eu estava certa! Olha pro senhor, meu pai... Toda vez que o Louis tenta ser legal, o senhor dá patada.

- Veja bem, Lizzie, você tem que entender que...

- Eu não tenho que entender nada! Já ouvi os sermões de vocês, agora é a vez de vocês me ouvirem, está bem? Os outros caras que eu namorei eu não contei a vocês porque eles não eram tão especiais quanto Louis. Scorpius e Ben me decepcionaram profundamente. O primeiro me traiu e o segundo... Bom, o segundo foi um verdadeiro idiota, nem gosto de falar nele. E quanto ao Louis, eu o amo muito. Eu não sei se ficaremos juntos pra sempre – adoraria – mas nós sabemos nos cuidar, nos amamos e é isso o que importa!

Acho que meus pais se convenceram. Meu pai ainda estava bravo, mas parecia mais tranquilo. Então, aproveitei pra encerrar esse meu sermão em grande estilo:

- E se o Louis quiser aprontar pra cima de mim, eu não vou deixar, porque sei me defender muito bem!

- Eu sei, filha, mas o que nos deixou assim foi a sua mentira. Você não devia ter escondido nada da gente, nós somos os seus pais, mesmo que brigássemos com você, nós iríamos acabar entendendo com o tempo. E o seu pai é meio turrão, mas no fundo ele também gosta do Louis que eu sei. Não é, Lenny?

Meu pai olhou pro teto, ele não estava muito a fim de admitir, mas soltou um “é”.

- O quê, pai? Não ouvi, fale direito.

- É.

- Não ouvi de novo. Mais alto!

- ÉÉÉ!!! Eu gosto do seu namorado, tá legal? Mas não espalha! Não quero que esse garoto fique folgado demais pra cima da gente...

Meu pai fica até fofo quando fica bravinho desse jeito. Não resisti, o abracei e enchi de beijos.

- Mas ainda estou bravo com você.

- Em casa a gente conversa, vamos, Lizzie, arrume suas coisas que nós já vamos.

- Mas... Vocês não vão ficar pra festa dos pais do Louis?

- Não. Não aguento mais olhar pra cara daquela mulher. Não me sinto bem-vinda nesta casa.

Bom, já que era assim, então eu subi pro quarto pra arrumar minhas coisas. Quase trombei com Kendra e Cameron, que tentavam escutar tudo da escada.

- Ai, Lizzie, que aflição, eu pensei que eles fossem te castigar ou te expulsar de casa...

- Felizmente escapamos – eu acho – mas e vocês?

- Nós tentamos te avisar, eu não consegui porque aquela Dominique, né? Mas o Cameron tentou...

- Eu preciso URGENTEMENTE de uma dieta! – Cameron tava muito irritado, tadinho...

- Não me diga que entalou no buraco?

- Isso mesmo. Essa passagem deve ter sido feita pra um bebê passar, porque não é possível! Quando eu me dei conta de que vocês não estavam retornando, tive que ir atrás de vocês pra avisar, mas cadê que eu me lembrava da senha? A sorte é que os gêmeos ajudaram.

- E aí você ficou preso...

- SIM! E o pior, os pais do Louis apareceram, os gêmeos tiveram que trancar a passagem pra eles não descobrirem, fiquei horas lá dentro, depois eles tentaram me tirar do buraco, mas são uns fracotes, não tiveram força pra me puxar, nem conseguiam fazer feitiços decentes. E eu, burro, ainda deixei a varinha dentro da mochila. Então, lá perto de meio-dia, o Teddy apareceu de novo e nos flagrou naquela situação constrangedora, ele me tirou de lá e depois avisou os outros sobre a passagem secreta.

- Mas pelo menos você tentou, obrigada, Cameronzinho do meu coração – falei, dando beijinhos na testa dele, mas isso só serviu pra fazer a Kendra rir da cara emburrada que ele fez.

- Agora vamos nos ajeitar pra festa, né, porque a cota de desgraças desse dia já foi estourada – brincou Kendra.

- Nós não vamos mais.

- Como não?

- Nós vamos embora. Essa briga da minha mãe com a Sra. Weasley foi demais pra ela.

- VOCÊS NÃO PODEM IR EMBORA!!!

Porra, Victoire! Vá matar outra pessoa de susto!

- Desculpa, Victoire, até queria ficar, mas minha mãe, né, você sabe...

- Sei! Sei muito bem... E acho isso uma grande bobagem! Eu vou falar com a dona Fleur, ela vai se desculpar com a sua mãe, isso não pode ficar assim.

E lá foi ela descendo as escadas feito um furacão.

- Essa Victoire é muito legal! – suspirou Kendra.

- Tão diferente da irmã... – observou Cameron.

No fim, as duas acabaram se entendendo e a Fleur até me chamou pra se desculpar pessoalmente.

- Eu fui uma estúpide, exagéré, non devia terrr dito aqueles coisas... Désolé.

- Quê?

- Desculpas.

Não senti tanta sinceridade, mas quem sou eu pra julgar? Então resolvi usar um pouco do meu francês pra selar a paz:

- Tá desolada

Coloquei a roupa da festa: um vestido vinho incrivelmente lindo e sexy. Me maquiei, me perfumei e saí me sentindo muito gata. A Kendra também ficou linda, aquela Gabrielle é cabelereira e ajudou Kendra a fazer um penteado estiloso com seu cabelo, deixando ela bem diferente. Cameron ficou uma gracinha de terno, parecia um pequeno pinguim fofo. Mas ninguém (pelo menos na minha opinião) ficou mais gato que o Louis. Ele penteou os cabelos pra trás e pôs um terninho azul-celeste que ficou uma coisa!

- Uau, eu pensei que meu namorado era lindo, mas hoje ele se superou!

- Você que está linda, Lizzie, tá parecendo uma deusa... Eu nem gostei tanto assim desse terno, preferia um laranja... – ah, Louis, você não toma jeito mesmo!

Eu não quis contar sobre o que eu descobri da mãe dele na festa, pois era um momento de descontração, a festa estava linda (eles montaram uma tenda do lado de fora, com várias flores e estátuas de gelo, a coisa mais fofa do mundo) e tinha muita gente de fora, como os Potters.

Precisa ver como Harry Potter é lindo de perto. Impressionante, o tempo passa e ele fica ainda mais bonito! Os cabelos dele estão meio grisalhos, é verdade, mas o jeito arrepiado como eles ficam dão um ar meio rebelde pra ele. Ainda mais se juntarmos as cicatrizes que ele tem na cara, tornando-o adoravelmente selvagem. E o sorriso? O sorriso dele é uma das coisas mais perfeitas do mundo (uma das por causa do Louis, claro). Falando nele, Louis apareceu com dois copos de ponche, me deu um e me disse:

- Eu vou te apresentar ao resto da minha família – nós demos as mãos e fomos até os Potters.

- Tio Harry, tia Ginny, esta é Lizzie Daniels, minha namorada.

Os dois me olhavam como se me conhecessem. Aí eu me lembrei que a gente se conhecia mesmo!

- Ei, espere... – disse ela – Eu não te conheço de algum lugar?

- Aniversário do Albus... Na Toca...

- Ah, então você é a coleguinha do Albus! Engraçado, eu tive a impressão de que você era a garota do vestido queimado...

- Sou eu mesma – precisava relembrar este episódio desastroso, Sra. Potter?

Albus e Lily vieram até nós, os dois me cumprimentaram.

- Oi, Lily!

- Vocês também a conhecem?

- Claro, né, pai, ela é da escola!

- Ah, claro, que mancada a minha... Lizzie Daniels, você está em que ano na escola?

- Sexto.

- Ah, que nem o Al... E é da qual casa?

- Da Sonserina – falei, morrendo de medo. Vai que o Harry Potter tem algum tipo de cisma com gente dessa casa por causa do Voldemort? Pensando bem, talvez não, a filha dele também é de lá, mas se bem que ela era tão anti-Sonserina, talvez agisse assim por culpa do pai...

- Sonserina... – Harry Potter colocou as mãos nos bolsos da calça, ficou olhando pra cima, balançando o corpo pra frente e pra trás e murmurando – Boa casa, uma boa casa... – Harry Potter é engraçado. Mas aí todo mundo esticou o pescoço pra esquerda e eu e o Louis ficamos curiosos pra ver o que era, até que vimos uma confusão rolando na entrada. Molly resolveu aparecer, só que trazendo toda a família da namorada a tiracolo: além de Helena e Cedric McLaren, ela também arrastou consigo uma tal de Cho que deixou a Sra. Potter meio emburrada.

- O que será que ela quer aqui?

- Eu vou ver o que está acontecendo – Harry Potter ia saindo, mas Ginny o segurou pelo braço.

- Não, Harry. Percy e Audrey já estão lá, você não precisa se envolver nisso.

Eu não podia deixar de me preocupar. O Percy parecia meio exaltado, daqui eu tinha a impressão de que ele estava meio que expulsando a filha e a família da nora da festa, mas eles não queriam ir.

Do nada, James apareceu numa vassoura, com Mandy na garupa. Ele ainda estava com a roupa de corredor, um macacão todo vermelho com letras amarelas meio flamejantes escrito Firebolt Racing.

- Pelo visto, cheguei na hora certa! – disse ele, cumprimentando o Louis com um aperto de mãos particularmente barulhento – Que é que tá rolando?

- Tio Percy sendo babaca com a Molly, pra variar... – murmurou Lily, fazendo a Sra. Potter ficar intrigada.

- Do que é que você tá sabendo, garota?

- Ah, mãe, a senhora não acha que eu e o Al somos idiotas, acha? Sabemos muito bem que a Molly só foi expulsa de casa porque quis assumir seu namoro com a Helena McLaren.

Lily é muito doida de falar essas coisas desse jeito. Os outros Potters ficaram meio espantados, Harry e Ginny se olharam surpresos, James soltou um “Ui” e Albus ora olhava pra mãe, ora pro pai.

- Percy nunca expulsaria a filha só por causa disso, acho que tem alguma coisa por trás que não estamos sabendo... – a Sra. Potter estava desconfiada, ou seria com ciúmes???

- E mesmo assim, a filha é dele e a casa é dele, se a Molly não quer respeitar as regras de lá, tem mais é que ir viver sua vida.

- Ah, pai, francamente... – Lily se sentiu ofendida e foi até lá, a maluca.

- Lily, não! – dessa vez não teve jeito, os Potters tiveram que ir até lá.

Percy e Molly estavam discutindo fortemente. Ele queria que ela ficasse, mas sem Helena e a família dela. Já Molly batia o pé e dizia que se eles tivessem que sair, ela sairia também.

- Ôpa, Harry... – disse o Weasley que tem uma orelha faltando.

- E aí, George...

- Barra, né?

- Ô!

- Eu não vou negar, não tenho preconceito com gente assim, mas se fosse filha minha, também botava pra fora.

Harry não respondia nada, o que, de certa forma, era até meio decepcionante. Será que ele faria o mesmo, mas não queria admitir?

- Eu... Também não tenho nada contra, mas...

Eles calaram a boca, porque Lily resolveu se meter na briga.

- O senhor está sendo muito imbecil, tio Percy!

O Percy olhava pra ela como se dissesse “quem deixou essa criança escapar da creche?”. Mas Lily queria tocar o terror.

- Assim como todos vocês! – disse ela, olhando diretamente pra onde a gente tava – Quem diria, hein? Derrotar o Lorde das Trevas foi moleza, mas o preconceito dentro da gente, não...

- Lily, para...

- Não, mamãe. Eu não vou parar, sabe por quê? Porque Molly não está sozinha – eita caralho, o que essa garota vai aprontar? Ela tá vindo pra cá! Vou me esconder...

A sorte é que ela agarrou outra garota aleatória pra beijar. Não conhecia, devia ser amiga de alguém ou algum parente distante deles. E foi um beijão. De deixar os meus beijos com o Louis no chinelo.

Olhei pros pais dela, Harry Potter estava tão chocado que nem conseguia esboçar alguma reação. Já Ginny parecia querer se esconder. James caiu na gargalhada, nem sei se foi porque já sabia ou se estava rindo de nervoso. Já Albus parecia mais aflito do que nunca.

- E então? Vão fazer o quê? Vão me expulsar da festa também? HEIN?

- Já chega, Lily – disse Bill, que apareceu do nada – A casa é minha, então sou eu quem decido. Todos podem ficar. Satisfeitos?

- Não – retrucou Molly – Desculpa, tio Bill, desculpa, Lily, mas eu não posso ficar num lugar onde não sou aceita como sou. Vamos, Helena.

E então, Molly e os McLaren desaparataram dali. A mulher ao lado do Percy (devia ser a mãe dela) escondia o rosto com as mãos e chorava copiosamente. A matriarca dos Weasleys foi até ela ampará-la, levando-a para dentro da casa. Percy foi atrás dela, com uma cara de transtornado. O George ficou zangado com aquela cena.

- Ela queria chamar a atenção, é isso.

- Pois eu acho que ela está certa – disse uma mulher negra que o acompanhava (e que era bem parecida com Roxanne) – Se ela não se sente bem aqui, tem mais é que ir embora mesmo e procurar pessoas que a aceitem como ela é. Não concorda, Harry?

Harry Potter ficou calado. Ele encarava o chão, absorto em seus próprios pensamentos. Talvez ele até concordasse, talvez achasse que ela devesse ficar, não dava pra saber direito o que ele estava sentindo naquele momento. Foi Ginny que falou pelos Potters:

- Eu acho que devíamos deixar Percy resolver isso sozinho. Até porque, nós temos os nossos próprios problemas – vixe, vai sobrar pra Lily...

Depois dali, a festa correu num clima meio tenso, mas com todos tentando fazer parecer o mais normal possível, como as Bodas de Prata deveriam ser. Se bem que eu nunca fui a uma festa de Bodas de Prata antes, então eu nem sabia se elas deveriam ser assim pra bruxos e trouxas. O fato é que além desses barracos iniciais, dois momentos foram bem marcantes pra mim: a hora da dança, na qual uma das músicas mais lindíssimas que já ouvi na vida (Magic Works, das Esquisitonas) tocou e apenas Bill e Fleur ficaram dançando na pista, como se fossem um casal de namorados... Assim como eu e Louis, que me contou um pouco da história deles.

- Eles me contam que se conheceram depois do Torneio Tribruxo, minha mãe se apaixonou por ele logo de cara, por isso quis ficar mais um pouco na Inglaterra, pra melhorar seu inglês e se aproximar dele. Mas eles só começaram a namorar de vez num show das Esquisitonas que eles foram juntos. E o primeiro beijo foi ao som dessa música.

Romântico, não é? Pena que anos depois a Sra. Fleur se tornaria uma sogra tão enjoada.

O segundo momento não tinha nada a ver com a festa. Era apenas uma conversa do Harry Potter com o Louis, na qual ele o consolava por não ser monitor.

- Eu também fiquei meio chateado quando não fui escolhido, mas depois entendi as razões...

- Eu não estou chateado!

- Eu sei como está se sentindo, Louis, foi isso que eu disse pra todos que me perguntaram, mas por dentro eu fiquei mal. Como eu ia dizendo, depois, Dumbledore me explicou que eu ficaria sobrecarregado demais, fora que eu ainda corri perigo de ser expulso, meu quinto ano foi muito, muito complicado. E também isso não tem tanta importância, se você quer ser monitor-chefe que nem o seu pai, pode ser, mesmo que não seja monitor, meu pai não foi monitor em seu quinto ano, mas mesmo assim foi escolhido para ser monitor-chefe.

Até aquele momento, eu achava que pra ser monitor-chefe precisava ter sido monitor no quinto ano. Então... Não era?

- Sr. Potter, desculpa eu me intrometer, mas já me intrometendo... Que papo é esse do monitor-chefe não precisar ter sido monitor antes?

- É... Eu não sei direito, só ouvi essa história por alto, mas pelo que me contaram, sim, não é um requisito essencial para um monitor-chefe ter sido monitor, acho que o mais importante é ser do sétimo ano, ter boas notas, bom comportamento, ou, no caso do meu pai, se comportar como um estudante normal...

Senti uma pontinha de esperança nascer dentro do meu peito. Então, eu tinha alguma chance. Talvez de uma em um milhão...

- E quem é que escolhe esse monitor-chefe?

- O diretor. No seu caso, a diretora, já que é a McGonagall que dirige a escola...

Ih, depois dessa, acho que minhas chances caíram para zero. Conhecendo aquela velha como eu conheço, tá na cara que os monitores-chefes serão grifinórios. Certamente serão Albus Potter e Rose Griffi-Weasley...

Depois da festa, finalmente fomos embora. Eu me despedi do Louis, prometendo que nos encontraríamos de novo no Beco Diagonal.

- Eu vou estar te esperando, minha malandrinha!

Mas agora eu só conseguia pensar numa coisa. Em como a vida era injusta, a Rose ia ganhar o posto de monitora-chefe só por ser grifinória e as outras alunas, como eu, iriam seguir desaplaudidas e sem os devidos reconhecimentos.

- Tá preocupada com alguma coisa, Lizzie? – perguntou a Alice, durante um passeio na lanchonete.

- Não, eu tô legal...

Ela não acreditou, claro, a Chris nem ouviu, tava lá no banheiro com aquele Idris Hoult, mas então eu resolvi falar:

- Alice... No Saint Edwiges tem monitores-chefes?

- Tem, tem sim...

- E como é a escolha?

- Ah, é uma bagunça. Todo ano eles fazem eleição, aí rola de tudo, campanha, votação, até jingle eles inventam. Mas as votações são organizadas, é tudo feito na urna, certinho, aí depois tem a contagem dos votos, ano passado até pediram uma revisão, pois quase deu empate.

Alice continuou falando, mas eu não prestava mais atenção, pois minha cabeça estava longe. Estava em Hogwarts, eu estava pensando no que seria uma excelente ideia de corrigir uma injustiça milenar: eleições para monitores-chefes!


Notas Finais


Que doideira...
Todo dia um barraco diferente na família Weasley!
Alguns personagens queridos deram uns closes errados, mas não tenham raiva deles, afinal, ninguém nasce desconstruído!
E essa história de eleição em Hogwarts vai ser uma confusão das grandes


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