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História Sóbrio (Drarry) - Nada faz sentido


Escrita por: CharRainbow

Capítulo 16 - Nada faz sentido


*6 meses atrás*

Viver com Brian era um tanto complicado, e se tornara ainda mais complicado depois que Draco se aproximara de Daniel, não que eles fosse incrivelmente próximos, ou confidentes um do outro, estavam longe disso, mas mesmo assim, o homem de olhos verdes não o deixava em paz.

Oque Daniel havia visto em Draco?

Bem, essa era uma grande questão, ainda sem resposta para Draco.

Ele não tinha muito o que oferecer.

Ele era temperamental, complicado, um viciado e nem ao menos era bonito.

Bem, ele já fora atraente, a muito tempo atrás, mas agora, depois das drogas, depois das cicatrizes, tanto as de dentro quanto as de fora...

Ele havia se tornado uma aberração.

Graças ao trabalho de Brian e as viagens com o mesmo, Draco havia conhecido muita gente, alguns desprezíveis, outros interessantes, mas seja lá quem ele conhecesse, ele evitava se apegar, em parte para não irritar Brian, em parte porque ele sabia que ele tendia a trazer a destruição a vida das pessoas, e também porquê... talvez ele merecesse a solidão.

Mas Daniel....

Houve um momento que Draco achou que estava apaixonado por ele, mas ele sabia que não era bem isso.

Quando se é muito carente qualquer tipo de afeição se torna uma paixão.

Draco apenas gostava da companhia dele, talvez porque ele fosse alguém bom, ou talvez porque ele era sincero, sincero em relação a tudo, não existiam muitas pessoas sinceras na vida de Draco, ou talvez fosse porque aquele cara era uma quase mistura das únicas duas pessoas por quem Draco já fora apaixonado.

Daniel sempre se aproximava, e Draco sempre fazia de tudo para se afastar.

Talvez isso fosse o melhor.

Talvez tudo fosse uma grande forma de auto punição.

Um jeito de se matar, sem cometer o ato propriamente dito.

Talvez merda nem uma fizesse sentido.

Vai saber.

O fato é que agora Draco estava jogado no carpete meio sujo da sala, seu nariz sangrava, muitas partes de seu corpo doíam, e havia algum lugar de onde vazava sangue, mas Draco não se dera ao trabalho de procurar a onde era, dessa vez ele não havia chorado quando apanhou, talvez devido ao grande cansaço, tanto físico quanto o mental.

Talvez porque merda nem uma fizesse mais sentido.

-Dray? - a voz o despertou de seus devaneios.

Parecia que Daniel via um certo prazer em flertar com o perigo.

Draco senti alguém fazer carinho em seus cabelos.

Ele se levantou rápido, se sentando no chão e fugindo daquele contato, e esse ato o rendeu uma dor excruciante na lateral de seu corpo.

Draco não podia se permiti se render aqueles toques, porque ele sabia que não estava apaixonado por Daniel, assim como ele também sabia que era inevitável que alguma hora aquilo acontecesse se ele abaixasse muito a guarda.

E se a paixão vinhesse a surgir....

Isso destruiria os dois, mais do que já eram destruidos.

Porém, Draco nem fazia idéia, de que para Daniel essa paixão já havia aflorado.

-Porque que você deixa que ele faça isso com você? - Daniel perguntou, e Draco pode realmente ver uma certa tristeza em seu olhar.

-A culpa é minha, eu que costumo fazer merda...

-Não. Não acredito que tenha feito algo tão horrível ao ponto de merecer isso.

-Não fale como se me conhecesse.

-Eu te observo o suficiente para conhecer o mínimo sobre você, e eu teria o imenso prazer de conhecer mais, se você me permitisse.

-Isso está fora de questão.

Há uns instantes de silencio.

Daniel o encara de forma intensa.

-Posso ao menos curar seus ferimentos?

-Não, isso deixaria Brian irritado, o que só pioraria as coisas para mim.

Daniel balança a cabeça como se compreendesse.

Draco encosta as costas no sofá e Daniel faz o mesmo.

Eles encaram o nada.

Parecia que os dois travavam lutas internas.

Grandes questionamentos permeavam a cabeça de ambos.

-Eu sempre odiei esse lugar e tudo ligado a ele – Daniel começa a falar – eu vou sair daqui.

-Não sei se é possível sair.

-Bem, eu nunca saberei se não tentar – Daniel o fita sorrindo – fuja comigo, seja como amigo ou como amante, não me importa, vamos para bem longe, para onde você quiser.

Draco o encara, como se o mesmo fosse louco, então em seu próprio rompante de loucura e sem pensar muito, Draco responde:

-Ok.

Ele sentia que no futuro se arrenpederia amargamente disso.

Mas de qualquer forma, nada fazia mais sentido.


*Atualmente*


Haviam muitos segredos que Draco ainda escondia de Potter, como por exemplo o fato de que a abstinência começava bater em sua porta e antes de ir se deitar naquela noite ele havia assaltado a adega de Potter e pegado uma vodca.

Ele precisava de qualquer coisa que o tirasse da realidade.

E se ele não tinha a heroína, ele precisava improvisar.

Ou talvez fosse o fato de que mesmo estando na casa do Auror, ele ainda tinha pesadelos horríveis e acordava tendo crises de ansiedade mais horríveis ainda.

Ele se sentava no chão do banheiro e chorava tentando faze o mínimo de barulho possível, e as vezes ele se aranhava ou arrancava os próprios cabelos.

Havia um bom tempo que Draco não sabia mais o que era ter uma boa noite de sono, se é que algum dia ele já tivera.

Mas naquela noite em especifico, muitos fantasmas voltaram dos mortos para atormenta-lo.

A culpa e o sangue em suas mãos voltaram para atormenta-lo.

Narcisa, Daniel, Brian....

Todos eles sempre voltavam.

Naquela noite em especifico, Harry e seus filhos acordaram com um grito vindo do quarto em que Draco estava, que no caso era o quarto de Harry, já que o mesmo estava dormindo no sofá durante a estadia de Draco na casa.

Depois de ter subido as escadas correndo e de ter mandado as crianças voltarem para as suas camas, Harry entrou no quarto.

Draco estava na cama, sua respiração era irregular, ele suava e se contorcia, então veio mais um grito, e Harry andou até ele colocando as mãos em seu ombro.

-Malfoy, acorde! - ele falou enquanto chocalhava os ombros do mesmo – Malfoy! Draco!

Draco acorda, ofegante e atordoado, ele sente mãos sobre ele.

A sensação de ânsia vem, a tremedeira atingia seu corpo, as lagrimas veem com tudo, ele queria correr.

As mãos em si....

-Sai de perto de mim! - Draco grita em pânico, assustando Harry que se afasta.

-Ei, calma, está tudo bem – Harry tenta tranquiliza-lo – você está seguro.

Assustado e precisando urgentemente vomitar, Draco se levantou da cama em um movimento rápido, o que fez ir ao chão na hora.

Harry o amparou, e nem ao menos se importou quando Draco vomitou no chão.

Assim que botou tudo para fora, Draco fugiu dos braços de Harry, tentando limpar sua boca enquanto se encostava na parede, levando seus joelhos para perto do rosto ficando em posição fetal e começando a chorar e a soluçar enquanto puxava os próprios cabelos.

Harry não sabia o que fazer.

Nem quando Draco testemunhou, ou quando Harry o encontrou naquele beco sujo, ou quando Harry o encontrou sangrando no chão da própria sala, em nem um desses momentos ele viu Draco tão frágil, destruido e vulnerável quanto naquele momento.

Isso era de cortar o coração.

Aquele homem era Draco Lúcios Malfoy, ele não era frágil, ele era um sonserino sarcástico, orguloso que pisava naqueles que ousavam se meter em seu caminho.

Perto da porta estava as três crianças com olhares assustados.

Era obvio que eles não iriam ondercer a ordem do pai.

Harry foi até eles.

-Vão até a cozinha e fação um chá de camomila bem concentrado.

As 3 crianças fizeram um sinal positivo com a cabeça e sumiram pelo corredor.

Harry fechou a porta e voltou para perto de um Draco em pânico.

-Ei - Harry falou com a voz mansa – olhe para mim, por favor.

Nada, o choro do outro aumentava mais ainda.

-Draco, sou eu – ele diz dando seu sorriso mais gentil colocando a mão na perna do outro, um toque leve, só para se mostrar presente ali.

Draco o olhou, parando de arrancar os próprios cabelos, mas ainda chorando, ele encarou Harry, com um olhar intenso e bem significativo, conseguia ver o pânico em seu olhar azul cinzento tempestuoso.

-Eu preciso sair daqui – ele disse com a voz chorosa e entre cortada por conta do chora.

-Oque? Porque? - Harry pengunta com uma sensação estranha surgindo em seu peito.

-Vai dar tudo errado – ele começou a se balançar para frente e para trás enquanto voltava a arrancar os próprios cabelos - eu vou estragar tudo!

-Draco, pare!

Harry segurou os pulsos do outro, afastando a sua mão de sua própria cabeça, ele sabia que aquilo podia assusta-lo mais, mas ele não podia deixar que Draco se machucasse a si mesmo.

-Me solta! - Draco começou a se debater.

-Eu te solto, mas só se você parar de machucar a si mesmo.

Draco continuava a se debater, alheio a tudo que Harry falava.

-Draco pare!

Harry aumentou o tom voz, sua voz não era em um tom bravo, talvez tenha soado um pouco em pânico, mas o simples aumento no tom de voz fez Draco parar de se debater e se encolher fechando os olhos, como se esperasse levar um soco a qualquer momento.

Aquilo cortou o coração de Harry de todas as formas possíveis.

-Draco – ele começou em tom controlado enquanto soltava o pulso dos outros de forma lenta, enquanto o outro chorava – eu não vou te machucar, mas por favor tente se acalmar um pouco. Lembre-se, sou eu, o testa-rachada.

-Pai...

Harry olhou para trás e viu James segurando uma xicara, atrás deles perto da porta estava Alvo e Lily, os três precisam estar um pouco assustados.

-Obrigado – ele disse se levantando e pegando a xicara – agora saiam daqui e fechem a porta.

As crianças, por algum milagre, obedeceram, se retirando quarto e Harry foi até a estante pegando um frasco com um liquido azul, e pingou duas gotas no chá.

Aquilo era uma poção do sono bem forte, Harry sempre pingava uma gota em seu chá ou suco quando não conseguia dormir.

Ele voltou a se aproximar de Draco, que estava encolhido encostado na prede, ele ainda chorava e o seu corpo tremia.

-Draco, tome isso por favor – ele diz estendo o chá para o outro.

Draco o encara, seus olhos, nariz e bochecha estavam avermelhados, ele parecia um animalzinho assustado.

-Por favor – Harry diz no tom mais calmo e gentil que ele conseguia usar.

Draco esticou suas mãos tremulas pegando a xicara, Harry precisou o ajudar a segurar, suas mãos tremiam tanto que era possível fazer com que todo o liquido lá fosse para o chão.

Draco toma o conteúdo, perecendo que iria voltar a vomitar a qualquer momento.

Ainda chorando e tremendo ele se encosta na parede, Harry continua segurando uma de suas mãos, fazendo carinho com o polegar na mesma.

Ele observava aquele homem em pânico, com uma aparência doente.

Harry já havia presenciado pessoas com crises de pânico e ansiedade, ele tinha amigos que passaram por uma guerra, isso mexe com a cabeça de alguém, sua filha as vezes tinha algumas crises antes de suas apresentações de ballet, ele mesmo á tivera inúmeras crises.

Mas nem uma crise que ele já presenciará ou já tivera havia sido tão assustadora como aquela que ele havia visto agora.

Aquilo havia sido assustador.

E então Harry se viu querendo pegar toda a ansiedade e dor do outro e toma-la para si.

Então ele ficou lá, segurando a mão do outro enquanto dizia palavras de conforto, e esperando que o outro começasse a pegar no sono.

Quando ele percebeu que Draco estava meio grogue, ele pegou o mesmo no colo o levando até a cama deitando o mesmo lá, o cobrindo.

Antes de se retirar do quarto ele limpou o chão, pegou a varinha do outro e qualquer outra coisa que ele pudesse usar para se machucar, enquanto fazia isso ele achou em baixo da cama achando uma garrafa de vodca quase pela metade.

Ele soltou um suspiro.

Logo, logo faria uma semana que Draco não consumia sua droga, era obvio que ele iria sentir abstinência.

As coisas iriam começar a ficar mais difíceis

Ele olhou o outro homem mais uma vez.

Porque toda aquela preocupação com alguém que ele nunca tivera intimidade?

Quando seus pensamentos passaram a ficar tão focados em Draco?

Nada fazia sentido.


Notas Finais


Com esse capítulo eu queria evidenciar o quanto o psicológico do Draco está destruído....
E bem, talvez o Harry já esteja sentindo coisas mais fortes, só não se deu conta disso ainda.

Comentem oque estão achando, por favor, isso além de me motivar também pode me ajudar a melhorar minha escrita :)

Espero que tenham gostado.

Xoxo 💚💚


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