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História Solangelo - Paraíso de Verão - Jamais esquecerei


Escrita por: monogatari

Notas do Autor


Como prometido: AQUI ESTOU EU!

Sim, a tia recarregou a arma dela, mas a munição é pouca. Esse é o último tiro por enquanto. Então peguem um chocolate, se enrolem em uma coberta e desfrutem desse capítulo.

Me perdoem por ele estar grande demais, desfrutem dele aos poucos rs.

Ah, o carinho de vocês por mim é algo bem variável em hahaha. Amo conversar com vocês nos comentários!

Boa leitura <3

Capítulo 22 - Jamais esquecerei


Fanfic / Fanfiction Solangelo - Paraíso de Verão - Jamais esquecerei

Nico on

 

Acordo com alguns barulhos vindo do corredor. Droga, o que será que aconteceu dessa vez?

Abro meus olhos que ainda pareciam pesados e sinto meu corpo dolorido. Vejo que estou coberto por um lençol, alguém deve ter entrado aqui depois que Afrodite foi embora e me ajeitou. Hazel ou Jason talvez.

Me levanto e vejo que estou sozinho no quarto. Will já estava acordado então. Como será que as coisas tinham ido?

Tento perceber alguma diferença em mim devido estar sem o fio vermelho, mas aparentemente nada está diferente a ponto que eu percebesse. Assim como a deusa havia falado eu ainda estou com as minhas memórias intactas.

Decido lavar meu rosto e trocar aquelas roupas, hoje chegaríamos ao acampamento e tinha que preparar minhas coisas para ficar o menor tempo possível lá.

Lavo o meu rosto e troco de roupa. As mesmas cores de sempre e o mesmo estilo. Você precisa começar a variar Di Angelo.

Antes que eu pudesse pensar em sair do meu quarto ouço alguém entrando.

- Você finalmente acordou. – diz Will entrando no quarto.

Foi então que comecei a perceber o que tinha mudado. Meu coração não acelerava mais quando eu o olhava, não pensava mais em como queria abraçar ele ou ter desejo de ficar admirando-o. Eu olhava para ele e não sentia... Nada. Era como se eu estivesse falando com um campista qualquer. Sentia apenas segurança por ser alguém que conhecia e fora meu amigo, nada de mais.

- Quanto tempo eu dormi? – digo ainda meio estático.

- Sei lá, umas 6 horas? Por quê? – diz Will me olhando.

- Nada não... – digo desviando o olhar.

Será que eu era o único que sentia aquilo?

- Leo pediu para eu te chamar, estamos chegando ao acampamento. – diz Will saindo do quarto – Não vejo à hora de sair daqui, essa viagem me deixou enjoado.

- É... – digo olhando para o chão.

Ele não me abraçou ou fez qualquer gesto comigo, realmente as coisas estavam mudando e eu não estava triste com isso. Parecia normal.

Desvio aqueles pensamentos por hora e decidi ver se o pessoal precisaria de ajuda.

Ficamos algumas horas arrumando as coisas e deixando o estábulo como estava antes. Logo depois disso nos reunimos na popa do navio, Leo estava tentando decidir como faria sua chegada emocionante no acampamento.

- Vocês acham que eu devo parar na entrada ou no círculo de chalés? Não... parar na Arena seria melhor... – diz Leo ainda intrigado.

- Só pousa isso logo em qualquer lugar. Quero sentir a terra firme logo. – diz Hazel.

- Não assim pequena Hazel. Precisa ser uma chegada épica! Tenho que inaugurar o meu novo bebê. – diz Leo entusiasmado.

- Então pense nisso logo, porque chegamos ao Acampamento. – diz Annabeth olhando para o horizonte.

Me levanto do chão e olho para o horizonte também. Estávamos a poucos quilômetros da praia.

- Ela traz muitas lembranças né? – diz Will aparecendo do meu lado.

- É sim. – sorrio – Por que você não me contou que tinha colocado no nome na pedra?

- Era segredo ou era pra ser. – diz Will sorrindo – Sei lá, não tive tempo para perguntar a você, foi a última coisa que fiz antes de ir embora.

Lembro daquela época e do meu sonho que tive com Will se despedindo. Mais uma vez a diferença se fez presente: eu não sentia um calor ao me lembrar daquilo, era apenas nostalgia.

- Já sei! Vai ser no círculo mesmo! – grita Leo fazendo eu me esquecer daqueles pensamentos – Alguém avisou que estávamos chegando?

Todos se olham e percebem que ninguém havia avisado a Quíron a duração daquela viagem ou que ela tinha sido concluída. Rimos ao aceitarmos a nossa falha.

- Se preparem para os olhares assustados, então – diz Leo – Frank me ajuda aqui com a escada!

- O que você pretende fazer quando chegar? – digo desviando meu olhar de novo a Will.

- Depois de ouvir broncas atrás de broncas? – ele ri – Acho que vou dar uma pausa e treinar para o evento, perdi a época da faculdade mesmo. Só vou poder ver isso no final do verão. E você? Vai ficar aqui né?

Não respondo a sua pergunta e desvio meu olhar para o horizonte. Não queria mentir para ele falando que ficaria para depois de algumas horas ir embora.

- Eu não sei ainda... – por fim digo suspirando.

- Como assim não sabe? Você não vai ficar...? – diz Will me encarando.

Abro minha boca para falar algo quando Leo nos chama.

- Parem de namorar ai e vamos logo! Já vejo lá embaixo vários campistas nos olhando e você é a atração principal. – diz Leo todo animado puxando pelo braço o Will.

- A gente conversa depois disso. – diz ele antes de se virar e ir em direção onde todos estavam.

Sim Will, vamos conversar sobre isso. Pela última vez.

Respiro fundo tentando me livrar daqueles pensamentos e me direciono para onde todos estavam.

Estavam eufóricos e todos animados por finalmente estarem em casa e seguros. Lá embaixo podia ver a gente passando pela praia e a floresta. Logo podia observar um aglomerado de campistas se formando na região do refeitório e do círculo de chalés. Conseguia distinguir Quíron naquela multidão e alguns campistas.

Por fim Argos começa a parar e a abaixar aos poucos, logo em seguida Frank joga a escada de corda para fora do navio.

- Eu vou primeiro! – diz Leo todo animado – O criador primeiro!

E como assim falado, Leo foi o primeiro a se preparar para descer. Atrás dele foi Calipso, Jason, Piper e Annabeth.

- Estou com medo de encarar todo mundo. – diz Will.

- Não precisa ter medo de nada, eles estão felizes porque voltou para a casa. – digo sorrindo para ele.

- Bom, lá vou eu. Você vem? – diz ele me olhando.

- Pode ir na frente, vou depois. – digo.

- Te espero lá embaixo então. – diz ele antes de começar a descer a escada.

Atrás dele Frank e Hazel desceram deixando eu sozinho lá em cima. Eu não queria enfrentar aquela multidão, nunca fiquei confortável com tanta aglomeração. Decidi esperar eles ficasse mais disperso para depois eu descer, conversar com Quíron, pegar minhas coisas e voltar ao Argos.

Fico ali de cima encostado na lateral do navio observando todos se aglomerarem em cima dos sete e olharem espantados para o Will. Alguns pareciam cochichar, outros apenas olhavam assustados e surpresos. Vejo Quíron se aproximar dele e o abraçar fazendo muito dos campistas repetissem a ação depois de saírem do transe. Estava uma avalanche de abraços e sorrisos, sorrio também ao ver tudo aquilo. Eu realmente fiz a coisa certa.

Saio dos meus pensamentos quando ouço uma voz feminina gritar em meio à multidão. Procuro pela voz e vejo que era Kayla tentando afastar todas aquelas pessoas e tentar chegar perto do Will.

Depois de conseguir empurrar a multidão vejo ela correndo e indo abraçar Will que o mesmo retribui na mesma intensidade. Percebo que ela não sabia se chorava, sorria, pulava de alegria ou brigava com ele. Sorrio mais ainda ao ver tudo isso.

É Nico, ele vai estar seguro aqui. Kayla jamais deixaria que algo acontecesse a ele de novo.

Sinto alguma coisa molhada em meu rosto e vejo algumas lágrimas se formando. Droga, vai chorar logo agora?

Deixo que algumas lágrimas desçam. Segurar elas só pioraria as coisas, tinha que aproveitar que estava sozinho.

Depois de observai mais aquela cena vejo Will direcionar seu olhar para cima me olhando preocupado, faço um sinal para ele que eu iria depois. Antes que ele pudesse se virar e continuar me encarando, vejo Jason passar a mão envolta do seu ombro e puxar ele para o refeitório fazendo todos os seguirem.

Respiro fundo e me viro para tudo aquilo. Como vou precisar ficar  um tempo  aqui decidi ir ao meu quarto e esperar por lá.

Ao entrar vejo o arco do Will na cama e minha mochila ao seu lado. Vou até ao pequeno criado mudo e observo o colar em cima dela. Tinha que esquecido de devolver a ele. O pego e prendo-o de novo em meu pescoço, ainda não reluzia e isso me preocupava.

A queimadura que ele tinha feito em mim ainda estava em meu corpo, não parecia que iria sumir tão cedo, era como se eu estivesse marcado.

Deito na outra cama que estava vazia e sou tomado pelo meus pensamentos de novo.

Devo ter ficado ali por pelo menos umas três horas. Estava anoitecendo já e ainda podia ver o pessoal lá fora festejando a chegada do Will e dos outros.

Decido parar de me esconder e aproveitar que todos estariam ocupados demais conversando e prestando atenção no Will que nem iriam perceber a minha presença. Pego a minha mochila e vou até a parte superior do navio.

Assim como eu tinha falado: todos estavam festejando.

Desço pela corda lentamente para não chamar a atenção. Vestir roupas pretas nunca tinha sido tão vantajoso.

Missão por enquanto concluída. Já estou em terra firme e ninguém tinha feito nenhum alarde com a minha presença. Me movo lentamente para ir até meu chalé quando ouço alguém me chamando fazendo todos me olharem. Missão falhada.

- Nico!! – viro-me para a pessoa da voz e antes que pudesse fazer algo sinto alguém me abraçando.

- Oi Kayla. – digo abraçando ela. Senti uma felicidade enorme em ver que ela estava feliz de novo.

- Obrigada Nico, obrigada. – diz ela me abraçando mais forte.

- Eu disse que ia trazer ele de volta, não precisa agradecer. – digo.

Direciono meu olhar ao Will e me arrependo depois. Sentado ao lado dele vejo Dylan. Ainda bem que raiva dele eu ainda sentia. Minha vontade de ir lá e socá-lo até não sentir sua respiração era grande ainda. Como ele ousava estar ali ainda e do lado do Will? Era pra ser muito doente mesmo.

- Aconteceu alguma coisa? – diz Kayla me olhando.

Devo ter demonstrado minha raiva no meu rosto.

- Não, não tem nada de errado. – digo sorrindo falsamente.

Direciono meu olhar para o Dylan que agora me olhava com raiva. Ficamos naquela provocação por alguns segundo quando Will interrompe a minha visão me encarando. Ele parecia preocupado comigo, fez a menção de se levantar da mesa para vir até mim.

- Kayla preciso tomar um banho agora e descansar. Depois a gente conversa. – digo me afastando dela logo e indo até o meu chalé para evitar que Will fosse até mim.

“Heroico e covarde” assim como Afrodite me denominou.

Chego finalmente ao meu chalé e não hesito em entrar. Logo tranco a porta e deixo que meu corpo deslize na porta.

Ver Dylan ali marcando território só me fez lembrar do meu juramento e do que deveria fazer agora. Preciso ir embora logo.

- Nico? Está tudo bem? – ouço a voz do Will vindo detrás da porta.

- Estou bem Will, só quero descansar um pouco. – abafo minha voz e tento controlar os meus sentimentos.

- Me deixa entrar. – diz ele com a voz preocupante.

- Eu estou bem sério, não se preocupa. – digo. Por favor Will, vai embora.

- Mas Nico... – diz ele ainda tentando me convencer a entrar.

- Eu quero ficar sozinho, Vai embora por favor! – digo sendo rude.

Não ouço a sua resposta. Apenas o silêncio.

Droga, droga, droga.

Fico ali sentado no chão por algum tempo me julgando pelo que tinha acabado de fazer.

Não podia passar daquela noite.

Me levanto e vou tomar um banho.

Depois disso desfaço minha mochila e pego outra maior agora colocando todas as minhas roupas dentro dela. Livros, jaquetas, algumas ambrosias e néctar. Estava tudo pronto, só precisava fazer a coisa mais difícil agora.

Ouço batidas na porta de novo. Nunca fui tão incomodado em um dia só.

- Nico? – ouço a voz de Jason do lado de fora.

Na hora certa. Suspiro e abro a porta deixando ele entrar e logo fechando ela de novo.

- O que é tudo isso? Você já vai?! – diz ele vendo a bagunça que estava deixando o chalé.

- Eu não posso ficar mais aqui, vou aproveitar que Leo vai amanhã levar Hazel e Frank de volta a Nova Roma e vou com eles. – digo.

- Isso é loucura. E o Will? Já falou com ele? Sério Nico, ele está preocupado e ta quase colocando esse chalé abaixo se você não for falar com ele. – diz Jason.

- Preciso da sua ajuda. – digo ignorando o que ele tinha falado – Preciso que fale para o Will me encontrar na cabana daqui a... 2 horas. Pede pra ele não deixar que ninguém o veja, ok?

- Mas.... O que? Ah, pelos deuses Nico, ok ok. Trate de fazer a coisa certa. – diz Jason.

- Eu vou, agora vai lá avisar ele, não deixe que o Dylan perceba algo. Onde Kayla está? – digo eufórico.

- No refeitório por que? – diz Jason confuso.

- Pede pra ela me encontrar agora na praia, tenho que conversar com ela. - digo.

- Não vai colocar ela em perigo né? – diz Jason.

- Lógico que não! – digo.

- Tá bom Nico, toma cuidado você também. – diz ele saindo do chalé.

 

(...)

 

Termino de me arrumar e decido deixar as luzes do meu chalé acesas para que não levantasse suspeitas.

Respiro fundo para me preparar e viajo pelas sombras de novo para que ninguém me visse saindo do chalé. Ia ser uma ida silenciosa e fácil.

Quando percebo já estou na praia e vejo que Kayla ainda não está ali. Perfeito, vou ter um tempo para me acalmar e organizar meus pensamentos sobre tudo aquilo. Vou sentir falta de cada pedaço daquele lugar, que os deuses tenham piedade de mim e não tornem essa ida mais difícil do que já esta. Não era possível que nem isso eles vão me proporcionar.

- Nico? – diz Kayla agora se aproximando de mim.

- Alguém viu você vindo pra cá? – digo só para conferir.

- Não, o pessoal está ocupado. O que houve? – diz ela se encarando preocupada.

- Preciso pedir um favor seu, posso contar contigo? – digo.

- Claro que pode. Você está me assustando. – diz ela.

- Eu preciso que você fique de olho no Will por mim, eu estou indo para Nova Roma agora e não vou poder ficar aqui. Eu preciso que você fique de olho nele e no Dylan, mas sem levantar suspeitas. Se algo de estranho acontecer quero que você me conte o mais rápido possível. – digo sendo direto.

Não queria colocar ela em perigo, mas sabia que Kayla era esperta e que não deixaria que alguém a descobrisse, e ainda era única que poderia confiar aquilo. Dylan não sabia da nossa pequena ligação.

- Presumo que você não vai me contar o motivo disse tudo. – diz ela. Era esperta.

- Por enquanto não, mas prometo te contar tudo depois. Will pode estar correndo perigo com o Dylan, mas eu sei que ele não vai fazer nada aqui dentro. Mesmo assim quero que você seja meus olhos no Acampamento. Posso confiar essa missão a você? – digo.

- Pode contar comigo, eu não confio naquele Dylan mesmo e se ele fizer algo ao Will você vai ser o primeiro a saber. – diz ela – Você vai ficar muito tempo fora?

- Algum tempo só, eu volto um dia. Eu vou estar em Nova Roma e -

- O Will não pode saber disso. – diz ela me interrompendo.

- Isso – digo sorrindo. Eu gostava dela, sabia ver um problema de longe.

- Tenho que ir agora, fica segura e tome cuidado Kayla – diga a abraçando forte – Você é como uma irmã para mim agora.

- Fique bem também Nico, se eu souber que você está fazendo alguma besteira eu que vou te matar. – diz ela com um tom de graça e retribuindo meu abraço.

Me afasto dela e de novo acabo viajando nas sombras. Iria usar elas muito essa noite, ser silencioso é essencial.

Chego ao Punho de Zeus e me direciono a extremidade dela onde estava escrito os nomes em homenagens as pessoas mortas. Fico encarando o nome do Will lá e lembrando da primeira vez que li aquele nome escrito ali.

Ele estava tão vivo agora como antes.

Pego uma pequena adaga e começo a arranhar a pedra em cima do nome do Will, eu tinha que tirar ele dali. Se dependesse de mim ele ainda viveria por muito tempo.

Depois de alguns minutos arranhando a pedra o nome dele ficou escondido em meio às riscas. Trabalho concluído.

Agora a pior parte: falar com ele.

Respire fundo Nico, não vai ser tão difícil igual às outras vezes.

Começo a caminhar em direção ao alto da colina e uso esse tempo para refrescar a minha mente e deixar que a pequena brisa da floresta invadisse minha cabeça levantando alguns pensamentos tristes.

Antes que pudesse perceber já tinha chegado à cabana e me surpreendo pelo Will já estar ali adiantado como sempre.

Me aproximo dele e ficamos nos encarando em silêncio. Meu coração não acelerava mais e meu corpo não perdia a estabilidade mais.

- Você está bem Nico...? – diz Will iniciando a conversa.

- Você já deve desconfiar porque te chamei aqui. – digo encarando aqueles olhos cor de oceano.

- Espero que nessa mochila esteja cheia de bebidas e comida para a gente comemorar alguma coisa. – diz Will.

- Quem dera que fosse isso. – sorrio – Eu to indo embora hoje Will...

- Por que...? Eu não entendo isso. Por que você tem que ir embora agora que finalmente estamos a salvo e podemos ficar em paz? – diz Will se exaltando já.

- Eu – repenso o que eu iria falar – Eu tenho que resolver algumas coisas e não posso adiar isso. E também, nada me prende mais aqui. O verão acabou Will...

- Nada... Nada te prende aqui? E eu? Isso não é motivo suficiente para fazer você ficar? Eu não estou te entendendo. – diz Will se aproximando de mim.

- Você entende sim, eu sei que você percebeu também. – digo ainda encarando ele – O que teve com a gente foi só uma coisa passageira Will, nos deixamos levar pelos sentimentos e percebemos isso agora.

- O que? Você está me dizendo que tudo isso foi por puro “passatempo”? Não me venha com essa Di Angelo, eu sei que você sabe que não é isso! – diz Will se desesperando.

- Você sabe que eu tenho razão Will, eu sei disso! – digo levantando a voz.

Por que ele sempre complica tudo?

- Eu não quero que você vá embora Nico... – diz ele agora abaixando a voz.

- Eu não vou embora pra sempre. Eu vou voltar, não confia em mim? – digo.

- Me deixa ir com você então. – diz ele.

- Você sabe que não pode ir, não agora. – digo.

- Não me deixe quebrar mais uma promessa. – diz ele nostálgico – Prometi a Bianca que ficaria do seu lado.

Sinto uma facada no meu coração ao ouvir aquilo. Ele falou com a Bianca...

- Você não precisa se sentir responsável por mim Will, eu não sou uma criança mais. Você precisa seguir em frente e esquecer tudo isso. – digo o encarando.

- Eu não vou conseguir te esquecer, eu gosto de você Nico. – diz ele ficando mais próximo de mim.

- Mentiroso – digo firme.

- Eu não estou mentindo! – diz ele indignado.

- Então fala aqui olhando para mim, nos meus olhos Solace. Diz que nada disso foi passageiro e que você me ama ainda, vai me diz! – digo ficando poucos centímetros do rosto dele.

Ficamos nos encarando por alguns minutos. Will fez menção de dizer alguma coisa, mas sempre que tentava era impedido. Ele nunca foi um bom mentiroso.

- Viu? Entende agora? – digo triste.

- Eu não entendo... Como é possível? – diz ele.

- As Parcas nos odeiam – sorrio – Tome, isso é seu.

Direciono minhas mãos para o feixe do pingente e o tiro. Encaro-o por alguns momentos mais e entrego para o Will.

- Isso é seu ainda - digo.

- Pra onde você está indo? – diz ele pegando o colar e me olhando.

- Vou para Itália e depois vou ver meu pai, preciso falar com ele. – mentiroso.

- Você vai voltar? O verão sempre vai chegar. – diz ele.

- Eu sempre volto no verão. – mentiroso, mentiroso. Eu era descaradamente um mentiroso – Isso não é um adeus Will.

- Eu sou seu carma, se lembra? – diz ele se aproximando de mim e desfazendo qualquer distância que houvesse entre a gente.

Aqui estava eu de novo sentindo os lábios de Solace. Eram macios e quentes.

Não tento impedir o nosso beijo, eu nunca mais vou poder saboreá-los então que mal faria prová-los de novo?

Sinto um pequeno arrepio em meu corpo e meu coração começar a acelerar levemente, mesmo sem o fio eu ainda era extremamente atraído por ele.

Intensifico o nosso beijo e passo uma de minhas mãos em sua nuca e a outra para a sua cintura.

Queria possuir ele e guardá-lo em um pote para que ninguém jamais o machucasse.

Irônico Nico, você era o que mais causava dor a ele.

Lembro do primeiro verão que passei com ele e de como conversávamos espontaneamente e riamos de tudo. Will sempre foi o meu porto seguro e sempre me mostrou apoio e segurança. Quando contei a ele sobre minha sexualidade esperava um olhar espantado dele, mas em vez disso lembro-me dele me olhando com ternura e soltando um “que sorte”. Entendia agora do por que daquelas palavras.

Tive sorte de te encontrar também Solace, você foi a melhor coisa que me aconteceu e sempre será. Eu sei que o que sentimos antes não foi passageiro e nunca será. Acredito ainda que as Parcas tenham piedade da gente e nos deixaram em paz. A gente é como um imã Will, sempre vamos ser atraídos um pelo outro. Por isso que prometo voltar para você um dia e te levar comigo.

- Eu te amo Nico. – diz Will em meio aos nossos beijos.

- Mentiroso – digo sorrindo.

- Você sabe que é verdade. – diz ele interrompendo o beijo e me abraçando.

- Você é impossível Solace. – digo retribuindo o abraço.

- Não seja durão Di Angelo, você nunca foi bom nisso. - diz ele rindo.

- Tchau Will. – digo me afastando dele.

- Se você não voltar eu vou atrás de você. – diz ele sorrindo.

- Stalker como sempre. – digo sorrindo também e me afastando dele.

Fico ali em silêncio observando a beleza do Will. É Afrodite, acho que apenas um fio não pode apagar isso aqui.

Sinto meu coração acelerar ao me lembrar dos momentos que passei ao lado dele e de como eu ainda o amava. Seu abraço sempre vai ser o melhor lugar para mim, seu toque sempre vai ser aquele que vai me deixar arrepiado. Seu beijo sempre vai fazer meu corpo se desestabilizar. Seus olhos sempre vão ser a minha perdição. Seus cabelos sempre vão me lembrar o Sol do meio dia. Seu corpo sempre vai me lembrar de como os deuses conseguem fazer coisas perfeitas. Seu sorriso sempre vai ser o motivo da minha felicidade, sua risada sempre vai ser a razão do meu alívio.

- Não vai confessar? – diz ele me olhando.

Ah... E sua voz sempre será o melhor som que vou escutar.

Você sempre será a melhor coisa minha vida Will Solace, filho de Apolo.

- Eu também te amo raio de Sol. – digo sorrindo e sendo sugado pelas sombras.

 

(...)

 

Nova Roma. Era verão e já se passaram quatro meses desde que eu fui embora do acampamento e não via mais o Will. Recusava todas as suas formas de manter contato comigo.

Mantinha contato com Kayla ainda e ela sempre confirmava que estava tudo bem ali.

Os sete conseguiram manter Will no acampamento mesmo admitindo que estava sendo difícil controlar ele, sempre ficava perguntando sobre mim ou onde eu estava.

Por sorte ele não descobre que estou em Nova Roma, até porque todos negavam isso. Tive uma grande colaboração de Reyna nisso tudo também.

Ela me arranjou um lugar um pouco distante do centro de Nova Roma para ficar e eu ajudava ela nos afazeres do lugar.

Tinha voltado a estudar e estava preparado para procurar um curso em uma faculdade lá fora para fazer. História talvez...

Tudo estava diferente desde aquele último inverno. As coisas pareciam calmas demais, não fui mais perturbado em sonhos e os deuses pareciam ocupados com o evento.

Porém tinha uma coisa que não tinha mudado ainda: ainda amava Will.

E agora estava aqui, sentado na cama olhando a única foto que tinha dele.


Notas Finais


Me apedrejem, me matem e me xinguem. Eu mereço isso rs

Eu não gosto que seja assim também, mas quem manda pensar em uma história cheia de empecilhos? Eu tentei fazer um capítulo menos sentimental, mas a mão coçou e não consegui hahaha. Porém ele vai continuar, no próximo teremos Will narrando e o começo de uma confusão. Que a treta seja colhida e distribuída :D

Tenho duas perguntinhas que gostaria que vocês respondesse: se eu postar domingo vocês vão ler? E que horário vocês preferem que eu poste?

Tenham um bom final de dia, absorvam tudo isso e que os deuses estejam com vocês.

Até próximo capítulo e eu amo vocês <33


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