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História Solenemente Sua - Jily - XI - Solenemente Conhecida


Escrita por: IsabelMorg

Capítulo 11 - XI - Solenemente Conhecida


— Ai, Lily! — xingou Sirius quando a escova de cabelo prensou em um nó dos fios negros do homem a frente da ruiva — Tome cuidado com o meu amor!

Lily riu da bronca de Sirius e puxou o cabelo dele, dessa vez com os dedos, em uma repreensão divertida. A ruiva estava ajoelhada atrás do Black, puxando seus cabelos para formar um coque, como um favor pessoal, segundo as palavras do próprio, mas estava sendo bastante difícil, principalmente porquê os outros dois marotos — Remus e Peter — estavam ali e isso fazia com que Sirius não parasse quieto

— Fique parado e talvez nada aconteça com seu amor, Sirius — disse Lily com os dentes apertados enquanto desembaraçava os fios.

— Talvez?! — reagiu o Black, em pânico, mas bufou quando a gargalhada de Lily ecoou pelo hall de entrada de seu apartamento no hotel em que estavam. Tinham saído de Londres há duas semanas e agora estavam em Praga, tendo já passado por Paris, Madrid, Lisboa, Amsterdã, Bruxelas, Berlim e Copenhagen. A ruiva se sentia tão cansada nesse comecinho que mal conseguia chegar na cama antes de desmaiar de sono e exaustão.

Uma almofada na cara fez com que Sirius se lançasse para trás assim que Lily acabou de prender o coque e ambos exclamaram em protesto, virando-se para Remus, que tinha um sorriso no rosto enquanto os fitava.

— Agora que a madame terminou de se arrumar, será que você poderia vir até aqui para ver essa letra comigo?

Bufando e resmungando algo sobre amigos folgados e como ele precisava trocá-los, Sirius se dirigiu até Remus e sentou ao lado dele, que tinha o celular em uma mão e o entregou para que o Black visse a tal letra. Uma música nova, provavelmente, considerou Lily, aproximando-se também.

— Posso ver? — ela perguntou e Remus corou, mas assentiu, permitindo que a ruiva se sentasse ao lado dele para ver, mas antes que Lily pudesse começar a ler, seu telefone vibrou em sua mão e ela olhou para a mensagem de Marlene em seu celular:

Lily, você pode tirar foto de algumas roupas do Peter? Quero saber qual o estilo dele e comprar algo que ele gosta para o próximo show.

— O que a Marlene te mandou fazer agora? — perguntou Sirius, olhando para o celular dela. Lily ficará com a banda naquela tarde principalmente porque a amiga precisava escolher as roupas do próximo show já que ela queria variar alguns aspectos deste quando chegassem em Viena, na Áustria, e nenhum lugar melhor para fazer aquilo mais do que Praga.

— Ela quer que eu tire fotos das roupas de Peter — respondeu Lily com os olhos ainda na tela do celular, fingindo não perceber que os dois amigos se entreolharam, preocupados, e ofereceu, tentando manter a voz leve — eu posso apenas falar para ela o que vocês puderem me falar sobre o estilo dele...

— Não, não — Remus respondeu rapidamente com um suspiro preocupado, o olhar na porta que marcava o quarto de Peter. Lily descobrira em meio a seus encontros com James que Pettigrew tinha depressão e havia dias em que ele mal saía da cama. Esse era uma daqueles dias e, obviamente, todo estavam preocupados — precisamos que alguém vá vê-lo daqui a pouco também, faz um tempinho desde que eu fui.

— Mas não é melhor que seja um de vocês? — perguntou Lily, mordendo o lábio com nervosismo, mas Sirius sorriu para ela, suave.

— Está tudo bem, Lily, você pode ir até lá.

A ruiva assentiu, ainda que não estivesse tão segura daquilo, e se levantou. Lily não tinha muita certeza do que estava fazendo, porque nunca lidara com alguém com depressão daquela maneira. Conhecera pessoas com a doença, é claro, mas nunca em um momento tão delicado. Ela caminhou até a porta e bateu de leve na madeira antes de abrir uma fresta, apenas o suficiente para se enfiar pela metade dentro do quarto escuro.

— Peter? Oi — ela disse, incerta do que falar para o homem deitado na cama. Depois de alguns segundos de silêncio hesitante, o resmungo de um cumprimento soou pelo quarto — eu posso entrar? Precisa tirar algumas fotos do seu guarda-roupas para Marlene.

— Pode entrar — disse o loiro se ajeitando na cama, não antes de ficar alguns segundos em silêncio, como se reunisse coragem para falar. Lily, ainda tímida, entrou no quarto e acendeu a pizza tentando ignorar o incomodo pesado em seu peito ao ver Peter ali.

Olhando daquela maneira, ele parecia apenas sonolento e cansado, deitado na cama de lençóis cor de creme enquanto esfregava os olhos por causa da luz repentina.

— Desculpe — Lily murmurou, sentindo o rosto corando enquanto baixava a cabeça para fazer com que os cabelos escondessem seu rosto. Peter riu pelo nariz e disse suavemente:

— Não tem problemas. O guarda-roupa é ali — ela subiu os olhos apena o suficiente para ver para onde ele apontava e seguiu para lá em  silêncio. Lily tirou as fotos que tinha que tirar rapidamente e voltou para a porta, mas antes de sair, ela parou e se virou, observando Peter com atenção.

— Não seria melhor se abríssemos as cortinas Peter? Está um dia realmente muito bonito lá fora — ela sugeriu, acanhada. O loiro, no entanto, apenas olhou em direção à varanda coberta pelas ditas cortinas e encarou-as por um longo tempo — Você decide, ok? Não tem pressão.

Mais silêncio respondeu o ligeiro acréscimo de Lily e a ruiva mordeu o lábio com preocupação enquanto observava o loiro por alguns segundos. Isso não estava certo, pensou ela, incerta e hesitante, Lily deveria fazer alguma coisa para ajudá-lo. Ela deveria poder fazer alguma coisa para ajudá-lo.

Mas ela não sabia se ele queria ajuda, considerou ela, ainda parada à porta, sem saber o que decidir ou o que fazer. Naquela situação, será que ele não queria pelo menos um braço amigo? Lily não culpava os Marotos por não estarem ali, era uma situação difícil e ela mesma não fazia ideia do que fazer apesar do desejo de ajudar estar queimando dentro de si.

Com um suspiro, ela se aproximou da cama e, quando Peter olhou para ela, Lily perguntou, apontando para o lugar ao lado dele:

— Posso me sentar aqui também?

Ele olhou para ela com certo estranhamento, mas assentiu e deu espaço para que ela subisse na cama de casal, sentando e se encostando na cabeceira da cama, batendo as mãos nas coxas como se não não soubesse bem o que fazer. Peter olhou para ela por um longo tempo e então se colocou de lado, ainda deitado na cama, e apertou uma das mãos dela. Lily olhou para ele, mas o loiro apenas respirava de forma trêmula e encarava os lençóis brancos com determinação.

Ela decidiu não comentar nada e deixou que ele segurasse sua mão ainda em silêncio. Não demorou muito para que Sirius e Remus fossem ver o motivo de ela estar demorando tanto e ao chegarem, encontraram a ruiva acariciando os cabelos do amigo enquanto este encarava o teto, sentado do lado dela, uma grande evolução considerando que Peter acabara de passar o dia inteiro deitado. Os dois Marotos se entreolharam e então voltaram a olhar para Lily.

Remus foi o primeiro a entrar no quarto, dirigindo-se para a cama junto de Lily, que encolheu as pernas para permitir que ele se sentasse na frente dela enquanto Sirius sentava-se atrás de Remus, cruzando os pés em cima da cama, ambos olhando para Peter com carinho.

— Eu consigo ver o motivo de James gostar de você — disse Remus depois de um tempo, passando a mão pelo rosto do amigo com carinho. A expressão de Peter mostrou a sombra de um sorriso e aquilo foi o suficiente para que os outros três sorrissem. Lily corou diante das palavras de Remus e baixou o rosto — ele realmente te considera muito, Lily.

— Ele é muito importante para mim também — admitiu a ruiva com certa timidez — eu não sei como James conseguiu se tornar tão importante para mim em tão pouco tempo.

— Algumas pessoas apenas clicam, sabe? — Sirius falou com um sorriso que lembrava de águas passadas. Lily não perguntou sobre o assunto, ele contaria a ela quando estivesse pronto para falar aquilo — James é um maldito sortudo.

Eles riram e durante todos esse tempo, Peter havia ficado em silêncio ao lado de Lily, ainda segurando a mão dela. Ele sofria de depressão, Lily sabia disso apenas porque Marlene havia contado a ela, mas ouvira de James sobre como o amigo fora diagnosticado depois de uma briga do frupo quando eles tinham vinte e um anos, como a preocupação por Peter os fizera superar aquela briga e todas as outras que vieram.

Ele também contou que se sentia responsável pelos amigos, que sentia que precisava estar lá por eles. Lily, é claro, concordava e entendia o que ele queria dizer. Depois de tanto tempo afastada de Harry, a chegada em Fort William tinha como primeira parada obrigatória o orfanato onde ele estava. Apesar de ela não parar sua vida, Lily ainda se preocupava profundamente por Harry, a ponto de ligar para o orfanato pelo menos duas vezes por semana para falar com ele.

Ela só não estava pronta ainda para ser mãe, para adotar Harry, porque algo simplesmente parecia estranho na história dele. Quer dizer, ele fora abandonado aleatoriamente na casa de sua irmã com todas aquelas identificações que acabaram não dando em nada apenas por acaso? Não, Lily acreditava piamente que algo mais havia acontecido, só não sabia o que era. Sentia em seu âmago que deveria esperar para adotar Harry.

O pensamento de James veio em sua mente depois que Harry se foi. Ela sentia falta dele naquelas tardes enigmaticas em que o Potter parecia sumir da face da Terra, sem aceitar ligações ou vizualizar mensagens. E ele sempre voltava mau humorado, sem querer mais do que passar um tempo com ela ou com o resto dos Marotos, ou com ambos, em silêncio enquanto trança a o cabelo de Lily ou escutava Remus lendo em voz alta, ou fazia os dois. Ela suspirou, franzindo a testa, ao observar Remus e Sirius conversando com Peter e fazendo o loiro rir pelo menos um pouco.

Ela ficava feliz por todos eles, mas James tinha um segredo do qual ela não fazia ideia do quão grave era. Estava curiosa, sim, mas acima de tudo, estava preocupada com ele e com o que aquele segredo estava fazendo. James parecia cada vez mais infeliz quando voltava desses sumiços temporários. Da primeira vez que ele fez isso, eles tinham acabado de fazer o show em Paris e o Potter mandara mensagem para ela desmarcando o encontro que tinham em cima da hora. Lily não ficou chateada, mas perguntou o motivo para o resto dos Marotos, que apenas fugiram da pergunta e procuraram ocupá-la com um passeio inesquecível na cidade da luz.

Quando James voltou, ele se trancou no quarto e permitiu que apenas Sirius, Remus e Peter entrassem. Marlene passou a próxima hora xingando o Potter ao ver a mágoa nos olhos de Lily, apesar da ruiva saber que não deveria ficar tão chateada. Afinal, só estavam saindo há algumas poucas semanss. Mas ela ficara e James percebeu isso assim que a viu. Ele passou o resto da viagem se desculpando, mas não explicou o motivo daquele comportamento, falando apenas que era um assunto de família que às vezes o estressava.

Lily respeitara o espaço dele e não perguntara mais sobre o assunto, ignorando os olhares de tristeza de Sirius sempre que ela aparecia na porta quando estava sem o que fazer no trabalho, James estava fora e estavam em um país que ela nunca visitara. Não era como se Lily dependesse do Potter ou dos outros integrantes da banda, claro. Na maior parte do tempo, a ruiva ocupava-se em revisitar os amigos que fizeram durante suas viagens, mas quando chegavam a uma cidade desconhecida, ela quase sempre insistia na companhia dos outros Marotos, o que apenas reforçou k laço de amizade entre eles.

Laço esse que James adorava que ela tivesse. Lily olhou ao seu redor e suspirou, perguntando-se em como arranjara amigos tão maravilhosos em tão pouco tempo e sem nem perceber.



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