Ok, agora James se lembrava de onde havia ouvido o nome de Marlene. Como ele pudera esquecer que a ruiva maravilhosa falara algo sobre a amiga? Mas ele estava concentrado em outras coisas naquela noite, então não podia ser culpado. Enquanto encarava Lily, seu cérebro processou de forma distância enquanto Marlene respondia sua pergunta anterior, que James não lembrava e nem fazia questão de lembrar.
— Sim, Jay, eu consegui! — a loira dizia, animada enquanto puxava a ruiva para dentro enquanto Lily corava fortemente ao desviar os olhos dele, direcionando-os para o chão — pessoal, essa é a Lily, a amiga que me trouxe até o aeroporto e concordou em trabalhar comigo durante a turnê.
Sirius sorriu para a mulher e James lançou-lhe um olhar de aviso, desviando o olhar de Lily pela primeira vez desde que a vira na porta. O Black pegou a mão da ruiva, plantando um beijo nas costas desta com os olhos brilhando com a zombaria de sempre ao dizer:
— É um prazer, milady.
Lily riu um pouco, mas seus olhos ainda pareciam vidrados pelo choque de reencontrar James. Remus, notando o desconcerto da moça, se adiantou, é claro, e sorriu para ela amigavelmente ao se apresentar:
— Eu sou Remus Lupin, sou o compositor da Marotos — ele apontou para Sirius — e esse descarado, é claro, é Sirius Black, o guitarrista...
— O melhor guitarrista — corrigiu Sirius sorrindo sem vergonha para Lily, que piscou e revirou os olhos com um sorriso ligeiramente exasperado para o melhor amigo de James, que escolheu aquele momento para passar pelas duas mulheres e se juntar aos amigos. Remus olhou para ele e falou, ignorando Sirius:
— Este é James Potter, nosso vocalista.
— Sério, Remus? — perguntou Sirius deitando em um sofá de couro da sala de espera e colocando a dobra do braço sobre os olhos. James franziu a testa ao ver a olhadela de Marlene para o abdomen do amigo, que se revelara quando a camiseta subira, mas não se importou, pois seus olhos logo voltaram para Lily, que também encarava a amiga com a testa franzida como ele — por que você sempre precisa nos apresentar? Não é como se ela não soubesse quem nós somos.
— Na verdade — Lily disse com um brilho no olhar que James não conseguir identificar direito antes de falar como se declarasse um segredo — eu não conheço.
— Como?! — Sirius levantou de uma vez, a voz indignada e o rosto franzido em exasperação antes de perder o equilíbrio por ter levantado tão rápido, os olhos cinza azulados do amigo de James piscando loucamente com a súbita tontura. A reação de Sirius, no entanto, fez com que Lily risse, sendo rapidamente acompanhada por Marlene e James, que entendera que o brilho nos inquietantes e hipnotizantes olhos verde daquela ruiva fora de pura marotice. Exatamente como ele mesmo fazia — haha, muito engraçado, estou rindo horrores.
— Ora, Sirius, aprenda a aguentar uma piada, já que você parece gostar de fazer tantas — zombou Peter, surpreendendo o resto dos Marotos, que trocaram olhares discretos, mas sorridentes enquanto o amigo corava ao olhar para Lily, mas se apresentava mesmo assim — eu sou o baterista, Peter Pettigrew.
— É um prazer — Lily deu um aceno para eles com a mão parecendo envergonhada e evitando o olhar de James a todo custo enquanto o moreno a encarava abertamente. Depois de um segundo de silêncio, ela se virou para Marlene e perguntou — então, o Jack vai poder vir?
— Jack? — perguntou Remus com uma careta confusa enquanto Marlene bufava e revirava os olhos antes de falar a contragosto:
— Tudo bem, eu vou falar para o Amos dirigir o seu precioso Jack pela Europa junto com a turnê. Mas só porque eu te amo muito.
— E porque você precisa de uma estagiária urgentemente para te impedir de enlouquecer — Lily alfinetou com um sorriso sarcástico enquanto Malene passava por ela. Em troca, a loira mostrou a língua para a amiga, fazendo James querer rir daquela amizade — muito maduro, senhorita eu já moro sozinha.
— Ela é uma vaca, cuidado com a língua dela — avisou Marlene ao sair da sala, batendo a porta atrás dela e deixando Lily sozinha com o resto deles e não demorou para que James murmurasse:
— Eu gosto da língua dela — e felizmente não foi ouvido pelo resto da banda, que pareciam bem entretidos em sua própria conversa, deixando Lily praticamente sozinha para conversar com James que fez questão de impedi-la de sair dali antes de lhe perguntar — quem é Jack?
A ruiva prendeu um sorriso e baixou a cabeça, deixando que a franja volumosa cobrisse seus olhos verdes que ele tanto adorava, e respondeu com o humor e o orgulho visíveis na voz:
— Meu Impala 1967 — James a encarou por algum tempo em silêncio, o bastante para que Lily subisse a cabeça, fitando-o com um sorriso envergonhado — você acertou, afinal de contas.
Isso tirou James de seu transe e fez com que o homem começasse a gargalhar silenciosamente, se dobrando para frente, os olhos lacrimejante de diversão.
— Eu não... — ele falou, ofegante — acredito nisso, Lily!
A ruiva sorriu, rindo junto com o maroto, mas se afastou em um pulo quando James tentou puxá-la para si pela cintura.
— Ei, espera — ela mordeu o lábio quando ele a fitou, envergonhado com a própria atitude.
— Desculpe, eu não sei o que deu em mim... — disse James olhando para os lábios dela por um momento e então de volta para os olhos. Ele estava corando e isso fez com que Lily relaxasse, pensando no quão fofo ele ficava com as bochechas vermelhas. Mas tão rápido quanto veio, o pensamento se foi, alertando-a sobre o perigo que a proximidade de James.
— James... — Lily começou a dizer lentamente, cautelosa, mas ganho coragem com o olhar curioso do maroto — eu queria estabelecer alguma regras, já que estaremos trabalhando juntos durante o tempo da turnê e tudo mais...
— Acho que isso é mais do que justo — James concordou rapidamente — quais seriam as suas regras?
— Nenhum... contato físico... hã — ela apontou para os dois, corando um pouco e James riu silenciosamente de novo antes de acenar para mostrar que havia entendido o recado. Embora soubesse que era o mais certo se abster de ter qualquer outra relação com Lily, ele sabia que aquilo seria difícil como o inferno — e Marlene não pode saber, por enquanto, que a gente já se conhece. Eu não contei para ela e preciso contar, mas ela vai ficar brava se acabar descobrindo em uma conversa casual.
— Tudo bem, por mim — disse James enfiando as mãos nos bolsos enquanto se balançava para frente e para trás nos próprios calcanhares — alguma coisa mais?
A ruiva parou para pensar, mas acabou por acenar com a cabela em negativa. James suspirou e estendeu a mão com um sorriso amigável:
— Então é um prazer te conhecer, senhorita Evans.
Antes que Lily tivesse a chance de respondê-lo, no entanto, Marlene abriu a porta da sala em um supetão, falando com mais animação do que seria normal:
— O avião já está pronto, podemos embarcar! — e então seu olhar encontrou-se com o de sua melhor amiga e se semicerrou em contrariedade — e a sua lataria velha de estimação já está a caminho de Londres.
Lily sorriu, vitoriosa, e estava pronta para sair com o resto da equipe quando James puxou-a levemente pelo braço, apenas para chamar sua atenção, incapaz de não murmurar no ouvido da ruiva, reprimindo o arrepio que passou por seu corpo ao sentir a pele dela contra a sua:
— Eu concordo com seus termos, senhorita Evans, mas isso não significa que serei obrigado a passar o resto da turnê tentado a te convencer a desobedecer as próprias regras.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.