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História Solitude - Colapso.


Escrita por: BlacKHouseGomes e cki

Notas do Autor


Eai galere, tudo bom com vocês?


Acabo de sair de um bloqueio horrível que me pegou desprevenido e atrasou a publicação desse cap. Felizmente, agora é um problema já resolvido.
...

Esse capítulo tem várias pistas soltas sobre o que vem a seguir e de acordo com o que um passarinho me contou, vocês são os melhores em especulação. Haha!

...

Agradeço de coração a todos os comentários gentis e inspiradores do capítulo passado. Vocês são incríveis.

...

Nos vemos nas notas finais, boa leitura. ❤

Capítulo 20 - Colapso.



Era certo para Hermione que não existia maneira de desvendar quem era verdadeiramente aquele homem. E isso era perigoso, o modo em que era sempre surpreendida e a maneira em que se via cada vez mais curiosa sobre ele. Havia acordado há duas horas e ainda não conseguia assimilar a idéia de que aparentemente, Malfoy fora quem deu o sangue para repor o dela. Quis pensar que ele tivesse sido forçado a isso e agora estava desmaiado porquê Fred tinha o nocauteado. Seria mais seguro e confortável nesse caso. Se ele não estivesse segurando sua mão de maneira protetora em um sono pesado. Muito pouco sabia ou entendia sobre as intenções de Malfoy, e não poderia se permitir o deslumbre. Não queria isso, não podia se sentir bem com aquilo. Não precisava de muito incentivo para decidir que não ia se arriscar na empreitada de descobrir o que existia por trás daqueles gestos de natureza totalmente inesperada. O medo voltou, e esse fora tão devastador como o medo que sentiu há uma hora, antes de receber um bilhete enfeitiçado de Tonks, que havia conversado com o medibruxo que tratou-a e assegurou que o bebê não sofreu nenhum dano devido ao incidente. O medo que Hermione sentia agora, era das sensações horripilantes que brotavam no seu estômago enquanto fitava Malfoy dormindo na poltrona ao seu lado, sentindo o calor da mão dele com a sua. Hermione só havia experimentado essas sensações antes com Harry e quis gritar em agonia, percebendo só agora o quanto Malfoy havia crescido dentro de sí. Draco seria a causa de sua morte e ela sentiu raiva dele em meio as sensações boas de teor pavoroso. Precisava afastar-se dele, precisava se desintoxicar daquilo tudo. Ironicamente, quando pensava que mais nenhum problema podia vir dele, era abruptamente surpreendida. Ela o culpava, por quase tudo. Enquanto seu cérebro se empenhava para descobrir o que ele queria com isso, novamente sendo arrastada para a contradição de suas próprias decisões tomadas há alguns minutos: Por que ele tinha de ser tão complicado e difuso? Se perguntava. Como ousava nesse momento ser um homem bondoso e zeloso com ela? O que pretendia ganhar com isso? Ainda se tratava de sexo? Redenção? Ou ele era mesmo um louco? Hermione não obteria as respostas para nenhuma dessas perguntas, mesmo que pudesse, se estivesse disposta a se afundar ainda mais no mar de problemas azul acinzentados que era o rapaz. Estava grávida de Draco Malfoy, e apesar da ficha ainda não ter caído totalmente, não precisava procurar mais problemas, como sustentar sentimentos platônicos por um racista complexado. Hermione livrou sua mão do aperto do rapaz, e com dificuldade seguiu na direção do banheiro. As pernas estavam moles e a cabeça pesada, o corpo parecia de concreto seco e sua pele ardia em febre. Os olhos doloridos exigiam por repolso, mas Hermione adiou todos os sinais de cautela do seu corpo enfermo. Enquanto atravessava a porta do banheiro se apoiando em tudo que conseguia tocar, pensou que deveria agora ser muito mais cuidadosa e menos negligente com seu corpo e saúde. Precisava zelar pelo bebê, mesmo sem saber explicar de onde surgirá tamanha necessidade de proteção e zelo para com ele. Quando se livrou das roupas e mergulhou na banheira de água quase fria, correu a mão por cima do ventre, que não havia crescido em nada, tanto que vendo agora, ninguém nunca suspeitaria. "Você tem que ser forte." sussurrava correndo a mão na barriga "E eu tenho certeza de que você é forte. Considerando que escolheu justo a mim como mãe, e logo essa época para existir." 

- Droga, não percebi que também havia recebido pancadas na cabeça. - Draco Malfoy cortou com escárnio o quase monólogo de Hermione com o seu ventre, invadindo o banheiro de repente.

Hermione arfou, constrangida e receosa.

Por Godric, que ele não tenha escutado com exatidão todas as palavras. - Cantava em sua mente, fuzilando o rapaz com os olhos estreitos. Draco por sua vez, deu mais um passo para dentro do banheiro.

- Estou nua, Malfoy! - Se apressou a cobrir o corpo com uma montanha de espumas. - Saia já!

Draco soltou um risinho pelo nariz, se escorando na parede de azulejos brancos, deixando em evidência que não ia sair dali.

- Não sei se notou, pequena heroína suicida, mas seu estado de saúde não é bom para que se arraste até um banheiro escorregadio sozinha. - O loiro estalou a língua diante o olhar indignado e perplexo da menina. - Ah, e ainda sustento sérias dúvidas plausíveis sobre sua saúde mental também.

Agradeceu aos céus pelo mínimo senso de espaço pessoal e privacidade do loiro, que agora olhava fixamente para os pingos d'água na torneira com defeito da pia, enquanto ela se lavava.

Hermione rolou os olhos por inúmeras vezes, quando após dez minutos o loiro começou a reclamar sobre a demora, lembrando a ela que a água do mundo não acabaria hoje, e ela poderia retornar para outro banho mais tarde. Depois de mais nove minutos de reclamações sarcásticas, ela atirou o sabonete na cabeça do rapaz e se preparou para deixar a banheira. O que rendeu em tentativas patéticas para a total vergonha e desespero da leoa, devido ao relaxamento da água, suas pernas já fracas, perderam de vez todas as forças.

Seguia praguejando baixinho, forçando seus braços para conseguir algum apoio e se colocar de pé.

Hermione soltou um murmúrio angustiado quando sentiu a presença dele muito próxima de onde estava. De olhos fechados, Draco ergueu a menina da banheira, pegando-a com as duas mãos em sua cintura. Não via motivo para tanto climão, conheciam o corpo um do outro, mas pela tensão dos músculos da menina, soube que ela não compartilhava da mesma noção que ele. Draco a deixou pé enquanto ela apoiava as duas mãos no peitoral dele. Tateou a perede ao lado deles, a procura da toalha e estendeu para ela assim que encontrou, Hermione cobriu o corpo com maior agilidade possível e pegarreando, disse:

- Obrigada. Posso voltar para o quarto sozinha.

Estava decididamente desconfortável com a situação. Ter Draco Malfoy, com as mãos firmes em sua cintura, o rosto próximo do seu e os olhos fechados. Remetia a lembranças das quais ela fez muito esforço para esquecer, sem obter nenhum sucesso.

Teve que reprimir um gritinho quando seu corpo foi suspenso, e teve que respirar mais fundo para acalmar seu coração quando se encontrou nos braços de Malfoy.

- Eu te levo. - Ele decretou, a voz em um quase sopro baixo. E o juízo de Hermione ameaçou fugir dela, quando reconheceu o que havia na voz dele.

Estava tão afetado quanto ela.


Hermione assentiu, mesmo sabendo que os olhos do rapaz estavam fechados. Draco por outro lado, estava travando batalhas intensas em seu âmago. Ela era a fonte de todos os seus problemas, e conflitos internos. Tinha prometido a sí mesmo nunca mais ceder a ela. Coisas que eram facilmente ofuscadas enquanto sentia o cheiro da leoa, e o calor do corpo junto ao seu tórax.

Não moveu um milímetro sequer para fora do banheiro. Mas abriu os olhos, perdendo duas batidas do seu coração quando flagrou as íris castanhas escurecidas, fitando-o com uma exigência muda e reprimida, mas ainda sim gritante.

Ele quem quebrou a distância e buscou seus lábios. Hermione soltou um baixo murmúrio de lamento, antes de abrir espaço para a língua dele. Os ouvidos zumbiram diante a atmosfera pesada e silenciosa do ato, respirar se mostrou impossível e teve que contorser os dedos dos pés para amenizar as milhões de explosões subatomicas na boca de seu estômago.

O beijo tinha um tato nunca antes experimentado por eles quando juntos. Nesse beijo existia o mais improváveis dos afetos, completamente recíproco e ainda sim, cada um no seu jeito de sentir e demonstrar. Um afeto que nenhum dos dois sabia explicar a data de origem ou determinar o tamanho. Só tinham consciência da periculosidade que definitivamente veio junto.

Por isso Hermione deixou rolar uma ou duas lágrimas, no meio do beijo. Em controvérsia das sensações boas, sentia-se desolada e triste, apercebeu-se que estava muito mais vulnerável diante das coisas que sentia por ele do que antes pudesse imaginar.

Draco desejou poder morar naquele beijo, nunca experimentará sensação semelhante e muito menos sabia que seria capaz de oferecer um beijo com aquele tato para alguém. Entre o consciente irracional e o inconsciente intuitivo, ele quis demonstrar naquele beijo o quanto havia se desesperado nas últimas horas. Quis descarregar todo o medo e apreensão que sentiu quando a encontrou naquele estado perigoso. E estranhamente, quis até mesmo mostrar a verdade: que se importava. Esse beijo concretizou e evidenciou o sentido de todas as coisas que vivenciaram juntos nos últimos meses. O beijo simbolizou a queda de todos os muros de ódio falso e mesmo do ódio justificável. Não se odiavam mais. Na verdade, agora corriam pelo caminho contrário.

Quando interromperam o contato, Hermione ainda possuía o rastro de lágrimas nas maçãs do rosto. E se sentiu queimada diante o olhar cinza perdido e avaliativo, que a fitava de perto e exigente.

Nunca antes havia visto tantas coisas se moverem nos olhos dele, nem mesmo imaginava ser possível existir um brilho daqueles alí.

- Por favor ... Não faça isso comigo, Draco.

Draco não ficou confuso com o pedido, entendeu perfeitamente. Olhando nos olhos dela, conseguiu compreender todas as palavras e confissões implícitas. Ela estava tão encrencada quanto ele em consequência das descobertas intensas daquele breve beijo.

Se podia despertar coisas do tipo nela? Draco duvidava muito.

Não respondeu, e ainda em silêncio levou Hermione de volta para o quarto. Soltou um palavrão baixo quando se deparou com Tonks sentada na cama, fitando-os com um tipo de desapontamento mesclado a confusão e divertimento. Draco não precisou juntar um mais dois para concluir que sua prima indesejada sabia do seu envolvimento com Hermione. Não deu total relevância para o julgamento e as prováveis risadas de escárnio que a bruxa deveria estar liberando internamente. Nenhuma outra voz julgando sobre sua traição de sangue, conseguia ser pior que as vozes de Lucios e Abraxas sussurrando insultos e cobranças em sua consciência. Draco abandonou Granger embalada na toalha em cima da cama e abandonou o quarto, decidindo que precisaria resolver muitas coisas antes de partir dali. E seria mais seguro resolver antes de sua mãe chegar, não queria que ela soubesse. 

E caso descobrisse que ele jogou pelo ralo todos os anos de sofrimento dos dois, nas mãos de Lucios, certamente sentiria rancor e na percepção de Draco, ela tinha o direito de sentir.

Se recordava bem de todo o martírio que a mulher passou para oferecer dignidade e valores positivos a ele, enquanto Lucios tentava destruir sua humanidade.

Muito antes de Hogwats, Draco Malfoy recebia "ensinamentos". Embora, qualquer ser humano sensato discordasse desse termo, poderiam facilmente dizer que o "ensino" do garoto era basicamente um treinamento ideológico cego e brutal. Dois anos após o fim da primeira guerra bruxa, Lucios exibia com orgulho e peito estufado o pequeno bebê embrulhado em sua mão. Todos seus amigos e companheiros de batalha, que não foram presos, estavam presentes e com festa regada a álcool e boa comida, davam as boas vindas ao novo membro da família Malfoy. Mais tarde, aos oito anos de idade, Draco tivera que decorar todas as setenta gerações passadas de sua árvore genealógica. O que era uma atividade de treino diário tediosa para o garoto, mas ele fazia com um entusiasmo forçado, quando percebeu que seu pai demonstrava orgulho quando repetia cada um dos nomes de seus parentes nobres mortos, na exata ordem correta. Já aos nove anos, Draco presenciou uma discussão incomum dos pais durante o jantar de Natal. Pelo pouco que sua mente infantil conseguirá assimilar, entendeu que sua mãe estava irritada e relutante, diante a idéia que Lucios tinha de leva-ló para algum lugar.

- Aquele não é um lugar para um garoto sensível como ele! - Sua mãe insistia inutilmente, nunca sua voz teria mais poder que a voz de Lucios naquela casa. Principalmente se tratando dele, a "educação" do garoto era um total trabalho de Lucios.

- Você sabe o que aconteceu com o mais velho dos Nott e sabe muito bem o que os Nott estão passando. Acha que vou me arriscar a isso?! Andar pelas ruas, com as pessoas murmurando às minhas costas?! Não podemos relaxar com Draco, é um menino curioso e afiado, isso pode vir a causar desvios de caráter!

Narcisa tinha lágrimas presas nos olhos, mas não derramou nenhuma. Nunca chorava na frente do marido, não poderia ceder o mínimo de poder que ainda possuía naquela casa.

- Lucios, nós podemos ensinar o caminho certo a ele! Sem precisar sujeitar nosso filho a frequentar aquele lugar!

Draco em sua versão menor, acompanhava a discussão em um silêncio sepulcral. As dúvidas e perguntas quase queimando em sua lingua inerte, porém tinha o peso da experiência e duas cicatrizes nos joelhos que serviam de aviso, caso ele ousasse participar da discussão adulta ou fizesse alguma reclamação sobre o tom severo em que Lucios se dirigia a sua mãe.

- É um Malfoy e nasceu para fazer o que se deve ser feito!

- É o meu filho!

- Será o seu filhinho até essa tarde, pois quando voltar de lá será um homem feito ... A discussão terminou.

Draco sabia que qualquer que fosse o tal lugar sobre qual os dois falavam, seria desagradável para ele. E a confirmação veio na relutância de sua mãe, que raramente se opunha ao marido. E contou também o olhar desolado que sua mãe lhe lançou do outro lado da mesa.

Alguns minutos antes de sair com Lucios, sua mãe o arrastou para um dos quartos de hóspedes da mansão, isolando a acústica do cômodo em seguida.

- Mamãe, ele vai me machucar nesse lugar? - Quis saber, não sabendo na época o quanto sangrou o coração de Narcisa com a pergunta, em seu tibre infantil e assustado.

Era um garoto empático e sensível, nem mesmo a mãe sabia explicar de onde ele herdará tais características tão distantes do meio em que nasceu.

A mulher engoliu mais um oceano de lágrimas, querendo demonstrar força para sua pequena criança, embora soubesse que aqueles eram os últimos minutos de existência da inocência do seu filho.

- Você terá de se comportar e obedecer ao seu pai ... Se fizer isso, ninguém vai te machucar.

Draco soltou um suspiro aliviado, era bom em comportamento próximo ao pai. Talvez as coisas não fossem ficar tão ruins como parecerá.

Abraçou sua mãe, um abraço que durou mais de vinte minutos, e até sentiu algumas lágrimas quentes atingindo em seu ombro, mas fingiu não ter notado. Sabia que sua mãe odiava ser flagrada em sua fragilidade, e sabia que seria mais fácil para ela, que ele permanecesse forte e otimista.

Depois da viagem via pó de flu, junto ao pai, Draco apercebeu-se de apenas alguns detalhes do local desconhecido e intimidador. As paredes eram negras e como decoração haviam pendurados quadros retratando cenas hediondas de violência. Draco fechou os olhos e buscou contato de sua mão para com a do seu pai. Lucios se desvinculou do toque e olhou para o garoto com desgosto antes de avançar pela sala.

O lugar conseguia ser ainda mais frio e sombrio que a mansão. Passos e murmúrios ecoavam por todos os lados, mas ninguém podia ser avistado. Draco estremeceu de medo quando um coro de vozes infantis soou da direção em que Lucios e ele estavam indo. As crianças pareciam chorar e se lamentar, alguns chamavam por suas mães.

Draco batia os dentes a cada passo mais próximo da enorme porta dupla de madeira pesada. As lembranças do rapaz, ficam nubladas e desconexas no momento em que Lucios empurra as portas e o arrasta para dentro do lugar.

A verdade era que o subconsciente do sonserino oprimiu essa lembrança com tamanho ímpeto, que agora causava dor de cabeça quando tentava se aprofundar nela. Uma forma de se proteger, outro truque do seu emocional desestruturado. Entretanto, Draco ainda se lembrou de alguns pontos.

Se lembrou das torturas que Lucios e outros homens que pareciam ser os pais dos outros meninos, infligiram nas pessoas esfarrapadas e abatidas. Fora a primeira vez que escutou as duas palavras. "sangue ruim" Lucios insultava um senhor grisalho, obrigando-o a lamber a sola de sua bota. Dentre os outros meninos presentes, estavam Theodore Nott, Gregori Goyle e Vicente Crabbe. Blaise Zabine esteve presente, mas fora carregado para fora a base de chutes e socos,  quando tentou impedir que seu pai espacansse uma menina moribunda. Dentre todos, Draco e Theodore foram os mais expostos a toda barbárie. Theodore para aprender a lição, de que não deveria seguir os passos do seu irmão mais velho, que fugiu para se casar com uma nascida trouxa que conhecerá em seu último ano em Hogwats, depois de ter engravidado a menina. Draco tivera o mesmo tratamento repleto em bestialidade, simplesmente por ser filho de Lucios e como um Malfoy, teria de ter toda a empatia e sensibilidade extintas desde a infância. Vomitou por incontáveis vezes, enquanto assistia as inúmeras cenas de violência gratuita e apanhou como um cavalo apanha, quando se recusou a usar uma maldição da morte em uma das vítimas. Theodore não tivera tanta força de vontade e controlado pelo medo, se tornou um assassino aos nove anos de idade.

Draco passou uma semana inteira naquele lugar, dormindo apenas duas horas por noite e sendo acordado com água gelada e tapas no rosto. Comia muito pouco, tanto pelo alimento escasso que era oferecido, tanto por não ter estômago depois de todo o horror. Draco notou na penúltima noite que o brilho dos olhos azuis de Theodore desapareceu, a alma do garoto que um dia seria um dos seus melhores amigos, havia morrido naquele lugar. Se perguntava se o mesmo brilho deixou de existir em sí mesmo, se perguntava se no dia seguinte teria coragem para matar uma das pessoas que Lucios chamava de "sangues-ruins". Draco não matou ninguém até o fim do "treinamento" e como consequência, todo mês era arrastado para aquele lugar, tendo de vivenciar todos os horrores possíveis por uma semana e isso durou até o garoto completar onze anos.

E até os dias de hoje, o brilho nos olhos azuis de Theodore nunca voltaram. E apenas Draco sabia sobre as noites em claro que passava em seu dormitório, tentando acalmar mais um dos terrores noturnos e ataques do pânico do amigo. Goyle se tornará o que esperavam dele, preenchendo o vazio da alma com o álcool exagerado e agora estava morto, pelas mãos de Draco. Crabbe descontou os traumas na comida, engordando mais de vinte quilos há cada verão. Blaise era dentre todos, o que menos aparentava sofrer sequelas daqueles episódios de horror psicológico que o grupo de amigos foram submetidos na infância. Ainda assim, tinha dificuldade em confiar nas pessoas e uma forte tendência a promiscuidade sexual. E confiou um segredo a Draco, de que quando terminasse Hogwats, iria para França, se casar com uma nascida trouxa e enviaria fotos ao seu pai todos os dias. O que todos tinham em comum também era a decisão de nunca terem filhos. Draco nunca falou abertamente disso, diferente dos amigos que sempre afirmavam a aversão pela paternidade. Mas ele também sentia o mesmo. Nunca poderia ser um pai, nunca sequer tiverá um. Não condenaria uma criança a um mundo como esse e a um possível pai horrível que ele seria. E jamais se permitiria destruir outro ser, como Lucios fizera com ele. Sabia que com isso condenaria toda sua linhagem a extinção, e se antes esse pensamento o assombrasse, agora era um alívio, uma esperança.

Draco estragou os planos dos amigos sobre se vingarem dos seus progenitores, pois alguns meses atrás matará o Sr. Zabine durante um confronto. Matará também o Sr. Nott e sabia que seus amigos estavam loucos para vê-lo para os devidos agradecimentos ou condenação por ter tirado a satisfação de matar seus progenitores pessoalmente. Apesar de todos os problemas, desejava que Pansy, Theo, Blaise e Crabbe estivessem se virando bem em Hogwats. Queria o melhor para seus amigos, que em questão de caráter e espírito, eram mais virtuosos e limpos que ele.

Quanto a Draco, ele mesmo não soube diagnosticar como seus traumas se manifestaram depois daqueles dias. Mas soube que mudou, no momento em que voltou e notou o olhar de sua mãe mudar sobre ele. Por mais que se negasse a ver que havia ficado sequelas graves em sí mesmo, como aconteceu com os amigos, a verdade era que o menininho que abraçou sua mãe por vinte minutos naquela noite antes de sair com Lucios, nunca mais voltou para casa. O que voltou foram os restos dele.

...

E agora, Draco nem mesmo conseguia se suportar por baixo da própria pele, era como se seu cérebro estivesse quebrado. Sentia-se enraivecido, envergonhado, confuso. Não sabia o que pensar de sí mesmo ou do mundo agora, não depois do seu sangue ter devolvido a vida para Granger. Draco procurou meios de dissolver e minimizar a realidade dos fatos, ainda que tenha presenciado e participado dos mesmos, se negava a acreditar. Por isso pediu para que Blue fosse até a casa de seu avô, Abraxas Malfoy, onde morou por meses com Hermione, e apanhasse todos os seus livros sobre as distinções étnicas e sanguíneas. Pediu até mesmo alguns dos livros científicos que demonstravam toda a cadeia evolutiva dos seres humanos. Mais uma de suas paixões ocultas, além do fascínio por plantas venenosas e com potencial destrutivo, Draco também era fascinado por ciência. A ponto de quase ter cedido a curiosidade algumas vezes, onde sentiu a vontade de descobrir sobre a ciência trouxa. O sonserino nada sabia do mundo trouxa, mas já havia visto alguns "grandes pássaros de metal" rasgando os céus. Era realmente espantosa a idéia de que mesmo sem magia, os trouxas eram capazes de feitos incríveis com sua ciência. Blue que ainda estava abalado por conta do estado de saúde de Hermione, olhou para o seu amo com um brilho de quase rancor nos enormes olhos azuis. Entretanto, cumprirá com urgência a ordem de seu senhor. Nos livros, Draco encontrou apenas mais do mesmo. Todo conteúdo e  informações dos quais sempre tivera acesso, desde criança. Tanto que em algumas vezes durante a leitura, o loiro imaginou que o próprio Lucios fora o autor daqueles volumes.

" - Embora, em primeira vista, sangue-ruins possam aparentar semelhanças e alguns traços humanos, não passam de meros desvios evolutivo. Como os humanos são para os macacos. Existem similaridades, porém a inferioridade do sangue não mágico é notória. Os fatos são incontestáveis, se analisarmos que antes do homo sapiens dominar e exercer sua vantagem intelectual e mágica sobre as subespécies de "humanos", como os neahdertaais, que francamente, eram na mais polida interpretação, como animais. Por tanto, trouxas são uma anomalia na cadeia evolutiva da real e verdadeira espécie humana. Não podem ser considerados humanos, um fato irrefutável em um simples ponto: Não possuem a maior característica do ser humano real e evoluído em todo seu potencial: A magia."

Draco repetiu por várias vezes todo o conteúdo dos livros em seu cérebro, imaginando que, poderia preencher as imensas lacunas de lógica que faltavam em todos os argumentos em que se baseavam suas crenças. Mas infelizmente, Draco nunca fora bom em mentir para sí mesmo, e muito menos era um homem de apelar para a ignorância. Não era burro, nunca se permitia ser. Sabia que havia coisas de muito erradas em tudo aquilo, e a realidade estava dando porradas na cara de sua ideologia. Se Granger pertencia a uma subespécie humana, em escala evolutiva, como diabos o seu sangue puramente mágico se provou compatível com o dela? Não obteve respostas, ou fugiu delas. Ainda mais raivoso, forçou o medibruxo a fazer outra análise sanguínea, com as manchas do sangue de Granger, depois com uma gota do seu próprio sangue. O medibruxo explicou como funcionava o processo de analise da tipologia sanguínea e permitiu que Draco avaliasse os resultados em primeira mão. E novamente, o sonserino se viu encurralado diante os fatos. A ideia de simplesmente ignorar todas essas pontas soltas em suas crenças era demasiadamente tentadora, mas outra vez, se viu confrontado por seu próprio racional. Não era homem de negligenciar sua capacidade lógica. Por mais inacreditável que possa parecer, o sonserino não era dado a seguir cegamente qualquer coisa. Seus ideais sobre sua supremacia étnica nunca antes foram questionados porquê sempre pareceram óbvios demais para qualquer inquirição. Uma óbvia controvérsia, ele admitia. Ou devesse atribuir a covardia de sempre destruir o solo para que nenhuma semente da dúvida pudesse sobreviver. Não podia simplesmente descarregar seus questionamentos para cima de Lucios ou de sua mãe, exigindo que lhe fosse fornecido os fundamentos necessários para manter sua ideologia. E por último, por que faria isso? Era confortável o mundo do jeito que era, era seguro, tinha sua família e um futuro brilhante pela frente. Até mesmo deixará de sofrer as habituais agressões verbais e físicas de Lucios, quando se tornou um comensal. Por que se importaria em achar lógica em seu ódio? Não tinha nada a perder odiando sangues-ruins. Tanto que no início, Draco sempre participava ativamente na maioria das agenda de guerra, junto com os outros comensais. Era durante essas reuniões, onde era decidido o futuro dos nascidos trouxas capturados pelos caçadores. E apesar de se sentir estranhamente incomodado com a memória agora, fora ele mesmo quem sugeriu a esterilização forçada para todos os presos que seriam mantidos como escravos. Draco se viu como um homem justo e até mesmo benevolente na época, pois resolveria a questão pela raiz, impedindo a reprodução dos indivíduos supostamente inferiores. Não envolveria o genocídio, esse que fora proposto por Lucios e Avery, e ainda impediria a proliferação de mestiços. E quando sua ideia foi aceita, Draco em pessoa ficou responsável por tudo. Monitorando os medibruxos que realizavam o processo de castração dos sangue-ruins. Não suportou o trabalho por muito tempo, não depois de assistir uma série de abortos forçados e homens tendo suas masculinidades aleijadas. As vezes, conseguia afastar o remorso em sua consciência, culpando aquelas mulheres estúpidas que resolveram engravidar em meio a uma guerra. E agora, pior que o colapso instalado em seu interior, era o sentimento de culpa esmagador. Enquanto repassava em sua mente, todas as coisas que fez durante sua curta carreira como um comensal. Era irônico agora, lembrar de sempre ter afirmado com total convicção que nunca seria como Lucios. Mas ele já era como seu progenitor, tinha tanto sangue nas mãos quanto o próprio. Mesmo após ter ajudado Granger, isso não compensava em nada. Uma alma vale mais que todas as dezenas de almas que ele tirou? Na percepção de Draco não. Ainda era um assassino, um intolerante, um homem detestável. Sabia que ainda só estava vivo por conta de sua ligação com a varinha de sabugueiro, e sabia que se por um acaso improvável, Potter saísse vitorioso nessa guerra, mais tarde Draco seria condenado ao beijo do dementador. Não existia maneira de terminar bem, não existia um final feliz para o herdeiro dos Malfoys. Via alguma vantagem mórbida em ter chegado ao fundo do poço, queria dizer que não podia descer mais. Não tinha como as coisas ficarem piores. E entre ele e seu inferno particular, existia Hermione. Era a mesma quem estava causando sua dor de cabeça e o estranho aperto na boca do estômago. Não se surpreendeu quando não conseguiu jogar toda a culpa de sua desgraça nos ombros dela mais uma vez. Na verdade, continuava culpando a sí mesmo. Se culpava por ter cedido espaço para ela, se culpava por não conseguir se arrepender de nenhum dos beijos ou de todo o sexo, como deveria de ser. De todo o jeito, estava arrumando mais problemas para sí mesmo indo por aquele caminho, alimentando dúvidas em sua cabeça. Devia esquecer tudo e continuar protegendo seu sangue, odiando-a mesmo que  gratuitamente. Nem mesmo tinha razões para questionar suas crenças, não era como se fosse realmente buscar algum tipo de redenção. E assim ele chegou a parte mais devastadora de todo aquele processo de decadência ideológica, não entendia porquê no lugar onde deveria existir sua alma, sentia uma quase necessidade de questionar suas crenças,  como se quisesse descobrir de alguma maneira que não havia maiores problemas em gostar de Hermione. Draco Malfoy teve que engolir incontáveis rolos de arame farpado quando descobriu - ou admitiu -, que gostava dela. Não que quisesse isso, mas não tinha mais como negar. Não quando arriscou sua vida e cedeu sua dignidade ideológica por ela. Não era parvo o suficiente para continuar disfarçando de sí mesmo que havia de fato se afeiçoado a menina. Não era para ser assim, mas nada podia ser feito a respeito. E talvez por isso, estivessem agora em uma das piores brigas que já tiveram um com o outro:

- Eu não posso acreditar nisso, você é definitivamente um louco, Draco Malfoy! - Hermione, embora ainda de cama e um pouco febril, vociferava em plenos pulmões. Enquanto apontava com o profeta diário dobrado na direção do loiro, que andava de um lado pro outro no quarto, devolvendo os gritos dela.

No jornal, uma imagem de Malfoy segurando o medbruxo mais famoso do mundo mágico, enquanto disparava maldições para todos os lados, era estampado como manchete do dia. Já era noite e ela havia pedido para Tonks arrastar Malfoy até o seu quarto, para tirar satisfações do absurdo noticiado no jornal.

- Bruxa ingrata do quinto dos infernos! Louca é você, droga! Foram as  consequências das suas ações, você quem escolheu mentir e não cumprir com o que foi tratado!


Hermione riu incrédula, queria ter sua varinha, mas Malfoy havia tomado dela, quando tentou estupora-ló minutos atrás.

- Eu não menti pra você! Garoto estúpido, inconsequente, imbecil! - A leoa mirou e atirou o prato de porcelana junto  aos talheres no rapaz, acertando seu alvo bem no meio do tórax.

Draco soltou todo seu arsenal de palavras obscenas, mais chateado por ela estar quebrando coisas e bagunçando o quarto, que pela dor de ser o alvo da fúria impulsiva dela.

- Como ousa condenar minhas ações?! Você fez o pior Granger! Ah, certamente sou um estúpido! Como pude ter acreditado na porra da sua necessidade por perigo?!

Os gritos dos dois poderiam ser ouvidos do lado de fora da casa. Caso Tonks não tivesse isolado a acústica da casa com um feitiço. A bruxa também tentou apartar a briga, o que obviamente foi inútil, os dois jovens bruxos se mostraram impossivelmente inflexíveis. Depois de vinte minutos, assistindo o confronto, Tonks abandonou o quarto, arrastando consigo uma Luna apreensiva e também Fred, esse que estava incentivando para que Hermione atirasse mais coisas contra a cabeça de Malfoy. Tonks estava uma pilha de nervos, apreensiva por não receber notícias dos colegas que foram regastar Narcisa, mesmo sabendo que o resgate seria demorado devido a complexidade gradativa e perigo do plano, não conseguia parar de pensar em Lupin. E junto ao coro de berro raivosos protagonizados pelos dois jovens e o quadro da velha bruxa Black - que defendia seu parente com unhas e dentes, exigindo para que arrancasse a vida da "sangue-ruim de boca suja" -, Tudo isso somado e multiplicado, fez a aurora implorar aos céus para que o seu bebê não resolvesse nascer tão cedo, a casa mais parecia um hospício.

A briga se entendeu até o começo da madrugada e só parou devido ao esgotamento dos dois e os insultos que junto as acusações terminaram. Tanto que ambos questionavam a própria estabilidade mental no momento, estavam os dois sentados na cama, em silêncio, como se nada tivesse acontecido.

A febre de Hermione havia ido embora, e ela atribuiu isso a Malfoy. Talvez só precisasse mesmo surtar e jogar tudo de ruim para fora, e ele era perfeito pra isso. Não se ofendia, devolvia na mesma moeda e ninguém precisava pedir desculpas depois do fim da raiva.

O problema no fim da raiva, é que eles não sabiam como agir um com outro, e isso piorou depois dos últimos acontecimentos. Sempre que não estavam brigando, estavam nus sobre uma cama.

 Por que agora seria diferente?

E temendo o pior, Hermione se levantou da cama, ficando satisfeita com a força recuperada nas pernas. Iria para a biblioteca, ou para o porão, qualquer lugar longe do redemoinho loiro de problemas, que conseguia ser estupidamente irresistível em momentos perigosos de silêncio, como aquele.

Quando se aproximou da porta, escutou os passos pesados e determinados dele às suas costas. Depois veio o cheiro, e em seguida o corpo, predendo-a contra a porta.

- O-que você pensa que está fazendo, Malfoy? - Soou em uma baixa autoridade raivosa, ridiculamente fracassada.

Ele não respondeu, o que chegou aos ouvidos de Hermione foi apenas a respiração pesada e carregada do homem. A dela mesma se acelerou, quando as duas mãos pegaram em sua cintura, puxando seu corpo para ele. Hermione tentou se dissipar da energia tentadora que os envolvia, mas se perdeu no caminho, quando Malfoy subiu uma das mãos e prendeu-a em seus cabelos na nuca, atacando seu pescoço com língua e dentes.

- Draco... - Se foi uma suplica para que ele parasse ou continuasse, nenhum dos dois soube dizer.

Tentando achar certeza em seus olhos, Draco virou-a de frente para ele, e imediatamente voltou a colar seus corpos. Fixaram o olhar, uma explosão de fogo e complexidade, medo e desejo, paixão e fascínio, receios e vontades, vício e moral.

O teatro acabou alí, e também todo o fingimento junto ao que ela havia planejado para fugir dele, sentia o corpo maior que o seu predendo-a com ainda mais força contra a parede.

Quando as bocas se encontraram, buscaram apoio na parede e um no outro, para não ceder a pressão interna, que bambeou as pernas. Era possível escutar os batimentos do coração descontrolado um do outro, como também perceberam que ambos haviam parado de respirar.

Aquilo havia ido longe demais, e nenhum dos dois tinham o poder de refrear a colisão dos mundos.

Quando sentiram falta do ar, separaram a boca, mas o contato visual ainda acontecia na mesma intensidade e era tão íntimo e arrebatador quanto o próprio beijo.

- Não faz isso comigo. - Hermione voltou a pedir, implorando para que existisse alguma nobreza no rapaz e ele se afastasse, pois ela mesma já não tinha o controle da situação.


Draco que havia voltando a beija-lá no pesçoco, mordendo vez ou outra seu queixo. Interrompeu o toque, e como uma coragem pouco conhecida, disparou:

- Eu quero você, Hermione. Quero de tantas maneiras e todas muito além do que seria minimamente seguro querer. - Ele admitiu o óbvio no pé de sua orelha, exasperado em seu âmago, apesar de ser o certo a se fazer, sentia como se fosse morrer, caso o bom senso dela tomasse o controle e o afastasse.

Hermione fechou os olhos, e buscou ar com as narinas e a boca, tentando dominar suas emoções em desejos. Esses que estavam dividos entre querer chorar,  e também como desnudar Malfoy das maneiras mais sórdidas possíveis.

- Eu não posso.


Draco afastou o rosto da curvatura do pescoço dela, e encarnando-a profundamente, quis saber:

- Ainda o Potter, certo? - Se ele tentou soar desinteressado e distante, falhou miseravelmente.

- Infelizmente não, Draco.

Draco não pode esconder sua surpresa e um estranho contentamento com a inesperada negação.

- O que então? - Uma pergunta que poderia ser considerada idiota meses atrás. Quando ainda se odiavam, mas agora, não existia motivos suficientemente relevantes para suprimir o desejo que sentia por ela.

Nem mesmo sua ideologia colapsada.

Se sentiria fraca mais tarde por estar cedendo a ele mais uma vez. E dessa vez, seria pior e mais perigoso. Isso a deixaria arrasada mais tarde, prova-ló mais uma vez, faria com que as coisas que sentia se intensificarem ainda mais em seu âmago. Queria ela que essa Hermione ciente das consequências estivesse agora no comando da situação. Mas a que comandava agora, puxou o sonserino para ela, já sofrendo a abstinência de um beijo que terminou há menos de dois minutos atrás.





Notas Finais


Foster the People - Six next to me.

(Sentindo-se meio tentado)

(E eu estou derramando a verdade)

(Porque agora tudo que eu quero é você, estou dizendo)

(Podemos ver para onde as coisas correm naturalmente)

(Apenas venha aqui e sente-se ao meu lado)

(E eu vou te levar alto)

(Bem, eu não estou defendendo minha intenção)

(Tenha seu homem delineado em giz)

(Não tenho planos para fazê-lo parar)

...


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Vejo vocês em breve. 🎇❤


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