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História Sombras das chamas - Desaparecida


Escrita por: InocenseB

Notas do Autor


Olá, vim aqui, com o início da copa para postar mais um capítulo *-*

Esse é de transição entre a primeira perseguição e um fato extremamente importante da Fic que ocorrerão no próximo capítulo, então pra mim não tem tanta emoção assim, mas é extremamente necessário.

Espero que gostem e revisei, revisei, mas sabem como é (até porque inclui uma parte nele agora antes de postar), pode ter algum erro.

Capítulo 6 - Desaparecida


- Essa chuva é tão sombria. – as palavras e a voz doce de Lissana o despertaram... Despertaram... Uma palavra estranha para descrever um sonho, mas foi a sensação que teve.

Antes de ela falar, mesmo dormindo, ele estava completamente apavorado. A voz de Lissana o fez despertar do medo. Mas também apenas lembrou de que ele tinha certa facilidade em lidar com espíritos.

Como não notou isso uma vez que estava há três meses sonhando com a namorada morta? Como estava surpreso por encontrar outros? Pela primeira vez, mesmo durante um sonho em que estava parado diante de Lissana e apenas Lissana em suas duas formas, ele não conseguiu prestar atenção nela, em sua delicadeza ou na beleza e tristeza do momento.

Ele só queria que parasse. Ele só não aguentava mais.

Acordado e correndo pelas ruas, dormindo e encontrando a namorada morta... Era demais para ele. Era simplesmente demais.

- Existem coisas mais sombrias, Natsu. – ela estava virada em sua direção. Os olhos azuis, o rosto angelical, a cabeça aberta e com o cérebro mexendo no reflexo. Ele a encontrava há três meses e nunca pode pedir perdão. – Natsu – como quem sabe que ele não presta atenção nela, Lissana o chamou. Havia algo na voz, parecia nervosa.

Ele lembrou-se do quanto era difícil a menina sair de seu estado de espirito sempre animado e contente. De que nas poucas ocasiões a abraçava até que Lissana reclamasse que estava sendo sufocada e descontasse a raiva nele com socos que nunca doeram.

Tentou fazer o mesmo, mas não podia se mexer. Lembrou. Estava ali falando com a namorada morta, ela não tinha mais como se acalmar o socando, ele não poderia fazer nada por ela ali, o reflexo da janela deixava claro.

Natsu havia feito tudo o que poderia com Lissana, havia a matado.

- Você precisa ir embora! – foi enfática, a voz trêmula e o corpo também. Ela queria o tocar, sabia, não poderia mais. – Por favor, se me amou um dia, vá e leve a Mira. Só ela. Não fale com mais ninguém – abaixou a cabeça, pedir para que ele abandonasse pessoas não era do feitio de Lissana. Os punhos estavam cerrados e ele ouviu o som de um pingo ao chão. O sangue real pingando. Ela ali, diante dele, parecia perfeita. O som lembrou que não era o caso. – Não confie nos seus amigos, muitos não podem mais sair dai, se permanecerem, logo terão que ficar para sempre. – havia sons de choro, mas ela não chorava. Talvez no reflexo, talvez... – Por favor, Natsu vá embora ou em poucos dias, todos vão morrer. – e ao fim do pedido uma trovoada soou.

Natsu pensou que era uma boa penitencia pelo que havia feito, se pudesse ofereceria a sua vida como pagamento ao que fez com Lissana, mas a verdade era que sua vida nunca o pertenceu. Ele não poderia dar a albina o que pertencia à outra pessoa.   

Acordou em um solavanco e encarou a parede do quarto diante de si. Estava tudo escuro no quarto de hotel e ele havia acabado de ter mais um sonho com Lissana. Um dos piores que havia tido.

Agora estava desperto, a sensação terrível de sair de um pesadelo e ao acordar pensar que era preferível continuar onde estava. Um pensamento aterrorizante, mas real. Com Lissana era difícil, mas ele estava seguro, naquela cidade ele apenas queria ir embora.

Teria que aguardar mais seis dias.

Moveu a mão até a cabeceira atrás do celular apenas para notar que não o tinha mais. Estava perdido no meio da floresta e não era preciso notar que o quarto era iluminado diversas luzes para saber que chovia. Caia uma verdadeira tempestade. Quais as chances de recuperar o aparelho? Pensava em porcentagens negativas.

Se esticou mais, sentindo a perna doer e pegou o celular de Gray. Pouco mais de três horas da manhã. O horário de sempre. Voltar para essa normalidade era quase animador. Se ele ignorasse que a perna parecia doer mais de proposito e que precisou se arrastar como um louco pela cidade após ou ser perseguido por demônios ou ter um surto psicótico. Não gostava de nenhuma das opções.

Ou estava enlouquecendo pouco a pouco com os sonhos e chegou ao seu ápice ali, ou estava tendo contato com o sobrenatural e de fato podia morrer. Ele só queria viajar para uma praia paradisíaca, como as coisas puderam dar tão errado?

Sabendo que não iria mais dormir, usou o aparelho do amigo para fazer suas mais recentes atividades de madrugada, jogar no celular. Gray tinha uns jogos legais, as horas passaram rapidamente e quando começou a clarear, colocou o aparelho para carregar e foi ao banheiro.

Um banho morno poderia relaxar, mas era impossível quando ele pensava no dia anterior. De como foi perseguido, como chorou diante do portão da igreja, como se arrastou pelas ruas ou como simplesmente vomitou em toda a roupa. Medo causa vômito, era uma constatação nova. Ele não sabia.

Ao terminar de tomar banho e se vestir, jogou alguns comprimidos para dentro da boca e saiu do banheiro. Não queria encarar o rosto cheio de olheiras ou desanimado no espelho. Ver o que já imaginava tornava tudo pior.

- Que milagre. – Gray ironizou passando por ele como um zumbi e indo até o banheiro.

Ignorou enquanto colocava um casaco de chuva e se preparava para sair, antes de chegar à porta ouviu o amigo questionar o motivo de ter jogado a roupa do dia anterior no lixo. Notando que a possibilidade de dizer que foi perseguido por demônios até sentir tanto medo que voltou a sua refeição na roupa enquanto se arrastava pela rua era nula, ignorou o amigo e mancou para fora do quarto.

Havia decidido o que iria fazer durante o banho e por isso atravessou o corredor até chegar ao que seria a ala feminina. Quinta porta da esquerda. Quarto de Juvia e Levy. Bateu de leve, sabia que ainda era bem cedo, não queria acordar ninguém, por sorte foi atendido rapidamente.

- Natsu? – Juvia estava descabelada quando o encarou, era estranho a ver naquela situação sendo que parecia ter nascido impecável.

- A Levy. – explicou o motivo de sua aparição súbita. – E bom dia. – sorriu, ou fez uma careta que lembrasse um sorriso.

- Bom dia – a outra respondeu devagar e o encarou com estranhamento. – Aconteceu alguma coisa entre vocês ontem que Juvia não ficou sabendo? – questionou insinuativa.

- Não, mas preciso falar com ela. – garantiu, a outra pareceu desconfiar mais ainda. – É importante. – completou e Juvia fez um sinal positivo antes de se afastar. Ouviu uma troca de palavras e então, em um nível tão catastrófico quanto o da prima, Levy apareceu, colocando os óculos para notá-lo melhor. – Levy. – a forma que falou o nome da garota, foi quase como se o alivio saísse de si.

- Natsu, o que está fazendo aqui? – questionou curiosa e ele deu um passo para trás, encostar-se a parede é bom quando a perna dói.

- Eu preciso que me fale a respeito do que encontrou sobre a cidade. – foi direto. – Acho que posso ter visto alguma coisa e preciso saber. – a cada palavra ela franzia mais a testa.

- Veio ao meu quarto nesse horário para perguntar sobre lendas da cidade? – estava incrédula e então irritada. – Sinceramente, você e o seu amigo grandão deveriam criar vergonha e parar de pegar no pé de quem não é tão cool a ponto de serem dignos de vocês. – murmurou com raiva.

- Não, não é... – parou de falar ao ter a porta batida diante de si. – Maldição! – levou a mão até o rosto com raiva e medo, o que faria? Precisava ter um pouco de racionalidade, um ponto de apoio ou enlouqueceria.

Ou talvez, já tivesse enlouquecido, fosse tarde demais para ele.      

†                                                   †                                                                    †

Alguma coisa estava errada. Alguma coisa além das obvias que estavam ocorrendo com Natsu. Alguma coisa estava errada com Sting e Rogue e não era apenas porque estavam mais pálidos e ele deveria considerar que algo ocorreu com eles uma vez que ao invés de correrem da floresta, entraram.

Mas Sting passou o café inteiro em silêncio, observando tudo de forma cuidadosa e milimétrica, com um quê de crueldade quase palpável. Até a menina que ele sempre ficava achou melhor se afastar dele e a sua energia. Angel sempre foi apaixonada por Sting, ela nunca iria se afastar dele.

O mais chocante, contudo, foi o fato de Rogue estar agindo de forma grosseira e acabou causando uma discursão ao apalpar a bunda de uma garota. Rogue era Gay, qual o sentido dele apalpar a bunda de uma mulher? Natsu não acreditava em uma mudança súbita em menos de doze horas.

Para piorar o seu dia, além de ser ignorado por Levy, a única que sabia um pouco da cidade e ter Sting e Rogue agindo de forma suspeita, ele teria que fazer trabalho de campo. Onde? Na floresta.

- Eu só queria entender – Gajeel caminhava de forma desinteressada e tentava falar do mesmo jeito. Sem sucesso. – O motivo de ir de manhã atrás da Levy. – completou como quem não quer nada. Havia dito que queria ser a dupla de Natsu porque os professores davam uma colher de chá para ele ao deixarem claro que se a perna doesse poderia voltar, mas a verdade era que queria sonda-lo.

- Não tenho nenhum interesse em mulher nenhuma desde que matei a minha, não precisa ter ciúmes ou tentar agir de forma natural enquanto me sonda. – sem paciência para qualquer coisa, foi grosseiro. Gajeel pareceu constrangido pelo assunto, mas apenas maneou a cabeça.

- Onde estamos indo exatamente para conseguirmos exemplares de – ergueu uma folha. – Seja lá qual for o nome disse. – fez uma careta.

- Quero achar o meu celular apenas. – e estava refazendo o caminho. Queria encontrar também algum indicio do que havia ocorrido no dia anterior. Talvez sangue. Não sabia ao certo.

- O que perdeu ontem aqui? – Gajeel já sabia a resposta, por isso não foi respondido. – Por isso você nunca melhora, fica atrás de aventuras quando mal pode andar, vai ficar mancando assim pra sempre. – continuou a falar, como se ele fosse um antro de responsabilidade. – E porque não ligamos para o celular?

- Deixei a lanterna ligada, acabou a bateria. – e claro, a possibilidade de estar estragado pela chuva era enorme.

- Perdeu o celular na floresta à noite quando a lanterna estava ligada? – Gajeel não via sentido, e não tinha, excerto quando quatro demônios estão te perseguindo, assim parecia bem razoável.

- Foi por aqui. – comentou apenas e estava certo, como se conseguisse captar o medo que sentiu no dia anterior chegou ao local e encontrou o aparelho. Gajeel que se abaixou para pegar.

- Deu sorte, acho que nem molhou direito, as folhas protegeram. – o maior sorriu como se tivesse encontrado um trevo de quatro folhas e ergueu o aparelho para Natsu.

- Valeu. – agradeceu olhando em volta. Tinha que ter alguma coisa que causasse normalidade ali. Qualquer coisa que indicasse que não teve um surto psicótico.

Achou.

Mais a frente, descendo a floresta em uma caída íngreme, pensou ter visto cabelos loiros e roupas vermelhas. Arregalou os olhos, engoliu seco. Ela estava caçando e ele não queria ser a caça. – Vamos embora, minha perna começou a doer. – deu as costas e novamente estava quase correndo na direção contraria.

- Calma ae, para um manco você é bem rápido! – Gajeel reclamou. Obviamente se ele soubesse do quê Natsu estava fugindo, começaria a redefinir os seus conceitos de rapidez. Nunca era rápido o suficiente.

†                                                   †                                                                    †

Erza se aproximou com um copo de água e Gray a encarou sem paciência. Seu estado de espirito não iria se acalmar por um copo de água, por esse motivo, Natsu pegou e bebeu.

- Eu deveria ter procurado mais. – o amigo murmurou irritado e socou o sofá, quase acertando Gajeel. – Ela está perdida até agora. – fez um sinal negativo.

- Vão encontra-la, você fez tudo o que poderia. – Natsu colocou a mão no ombro de Gray que apenas se desfez do toque. Não que isso tenha irritado o rosado. Ninguém se irritava no momento, entendiam a situação.

Não bastasse ter sofrido um acidente no meio da mata e quase se afogado, Gray perdeu Juvia de vista. Procurou por onde conseguiu, segundo suas próprias palavras e então, retornou, esperava encontrar Juvia no hotel, o máximo que encontrou foi desespero.

Juvia estava desaparecida e os moradores haviam se unido para procurá-la. Natsu não conseguia pensar qual possibilidade era pior, mas o estomago se remoía ao lembrar que pela descrição que Gray havia dito sobre onde se perderam...

Bom.

Era o mesmo lugar que a loira de vermelha estava indo.

- Chega! – Gray decidiu, era o que Natsu temia. Já era noite, por volta do horário do jantar e o moreno havia chegado ao limite. Mesmo que estivesse escuro, iria ir atrás a azulada. – Vou ir atrás dela.

- Tudo bem. – respirou fundo e acabou aproximando-se do amigo. Sabia que iria junto, embora sentisse que a probabilidade de encontrar a azulada não fosse boa, não quando lembrava-se de como estavam Sting, Rogue e Laxus.

Francamente! Natsu não conseguia nem mesmo os encarar!

Por paranoia agora ele relacionava o comportamento estranho de Gildarts com isso.

Talvez estivesse assim, louco e paranoico, mas decidiu que no momento que chegassem trazendo alguma noticia de Juvia – notícia, porque não sabia o que exatamente iria descobrir quando Macao, Gildarts e os demais moradores retornassem – iria dar um jeito de ir embora. Se estivesse louco, mais um motivo para ir embora.

Se estivesse certo, talvez fosse tarde demais.

- Acho que estão chegando. – Gajeel avisou, o rosto que passou o dia inteiro preocupado, agora parecia mais leve e tranquilo. Gray ficou de pé e simplesmente saiu correndo, deixando os amigos perdidos na sala de espera do hotel.

Todos o compreendiam, acabaram correndo atrás dele. Ansiosos por informações de Juvia. Ele foi um pouco atrás, qual a desculpa que inventaria? Uma loucura propriamente dita? Talvez dor insuportável na perna. Sim, loucos podem ser ignorados, doentes não.

E ele sairia daquela cidade. Mas... E a loira de branco? Ele tinha que...

Balançou a cabeça, quem se importava com um demônio quando a vida está em risco? Por favor! Deixou os olhos vagarem até a porta principal do hotel e avistou o corpo de Gildarts passando. O corpo inteiro arrepiou. Como só notava agora o quão pálido e com olhar cruel o homem se mostrava?

Junto a ele vinha a dona do hotel com seu sorriso de sempre e pedindo espaço aos alunos afoitos. Então Macao carregava uma Juvia inexpressiva.

Não por muito tempo, Gray se manifestou.

- Juvia, meu amor! – surgiu na frente da azulada. Macao deixou um sorriso de escarnio sair antes de coloca-la no chão e então, uma Juvia fria como pedra foi abraçada por Gray. Ela não retribuiu, apenas encarou o moreno sem nenhuma emoção.

Se fosse possível que o frio que sentisse partisse de si, Natsu diria que o frio na espinha que sentiu era criado pelo medo. Logo o amigo se afastou e começou a avaliar a azulada enquanto pedia desculpas por abandona-la. Juvia realmente parecia machucada. Mão e pés enfaixados, mas estava tão pálida.

Respirou fundo, se ficasse perdido na floresta também teria alguns traumas. Talvez até mesmo agisse friamente com o namorado com quem sempre foi tão melosa, talvez entrasse em choque. Ele estava paranoico, agora tinha apenas que criar uma forma de ir embora com os amigos. Era isso.

- Ela passou por muitas coisas, deixem-na em paz. – Gildarts, sem nenhuma paciência, gritou. Os demais alunos acabaram se afastando, não pelos gritos, mas por ter saído de quem saiu. Gildarts não gritava.

Paranoias, sem paranoias, Natsu repetiu a si mesmo enquanto se aproximava. Gray havia sido afastado de qualquer jeito por Gildarts e então Juvia, sem mancar, mesmo com a perna enfaixada, caminhou hotel adentro.

Parou quando passou na sua frente e o encarou. Claro, de todos os amigos, foi o único que não a parabenizou pela volta. – Fico feliz que tenha voltado, estávamos preocupados. – garantiu dando o seu melhor sorriso.

Mas logo o desfez. Ela sorriu, os olhos azuis pareciam projetados em insanidade e satisfação enquanto o encarava e então, pelos lábios brancos e finos da azulada, a língua parcialmente branca passou. Atrás dela, Laxus, Sting e Rogue sorriam de forma parecida.

Natsu teve certeza, em seu surto ou em um pior caso e se tratar de demônios, eles estavam ali.


Notas Finais


E então? O que acharam?

Bom, ele não é o mais assustador e essa última parte, a chegada da Juvia era pra estar em outro capítulo, mas achei que seria pouco demais parar apenas falando que ela estava desaparecida e o outro capítulo estava enorme, então juntei o útil ao agradável kkkkk Em contrapartida pode ter um problema quando fiz a junção de duas cenas diferentes em uma, então, perdoem.

Acho que já está quase dando para matar um dos mistérios da fic sobre o que está ocorrendo e o próximo capítulo, uma narração com ponto e vista em um personagem diferente, vai vir para arrematar, mas quero saber as teorias de vocês *-*

E claro, outros mistérios ainda permanecerão encobertos MUAHAHA

É isso, novamente obrigada por estarem aqui comentando e favoritando.


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