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História Somente Meu (ABO) - Nunca mais ninguém irá machuca-lo


Escrita por: MoonCake-

Notas do Autor


Ola! Como estão? Faz um tempinho já né? 🤔
Bem, esse capítulo não é mil maravilhas, mas é necessário 😇
Desculpem os erros 🥺
Obrigada pelos favoritos e comentários ❤️❤️
SE PUDEREM, POR FAVOR LEIAM AS NOTAS FINAIS, TEM FIC NOVA LÁ 🙏🏼

Capítulo 4 - Nunca mais ninguém irá machuca-lo


Fanfic / Fanfiction Somente Meu (ABO) - Nunca mais ninguém irá machuca-lo

   (Yoongi Pov.) 

   Depois que Jungkook finalmente pegou no sono, pego o menor no colo e caminho com cuidado até o quarto do mesmo, o bom dele é que quando ele dorme, ele apaga de vez, eu tiro suas roupas deixando o menor o mais confortável possível, apenas de cueca boxer. 

   — E aí! Quer trazer a galera aqui? — pergunto ao meu amigo enquanto abro a garrafa de whisky de meu pai. — Eu preciso ficar com meu irmão, então, ou vocês vêm aqui ou eu vou dormir — digo me sentando no sofá. 

   — Dez minutos e chegamos aí! — ele respondeu rápido e eu sorri. 

   Justamente em dez minutos, as sete pessoas que convidei aparecem, mostrando garrafas de bebidas, algumas já bebadas, mas ainda sim muito animados. 

   — Quem é o novato? — pergunto pegando a garrafa da mão de Henri e bebendo um bom gole.  

   — Ah, é meu primo, Sebastian, ele está fazendo um intercâmbio aqui, já dá para perceber que ele não é coreano, não é? — disse rápido indo em direção à cozinha depois de jogar seu chapéu no peito do primo. — E antes que pergunte, a outra é Chang Hi, estuda com a gente! — anunciou do cômodo em qual estava. 

   — Fiquem à vontade! Eu vou colocar essas bebidas na geladeira, bebida quente é horrível! — digo seguindo para a cozinha também. 

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   Algumas horas depois, olho no relógio e o mesmo marca três da manhã, dois estão desmaiado, duas das meninas talvez estejam tendo relações íntimas demais para que eu possa entender ou me intrometer, e eu me encontro com o restante conversando enquanto assistimos alguma programação idiota na TV.  

   — Vou até o banheiro — levanto-me, confesso que a bebida já fez efeito o suficiente para que cambaleie. — Wow! Estou bem, estou bem — digo para mim mesmo e corro em direção ao banheiro. 

   Se já parece difícil fazer xixi enquanto se está sóbrio, imagina totalmente bebado? Precisei de pelo menos um minuto, apenas pra focar na privada à minha frente. Depois de finalmente me sentir aliviado, escuto meu irmão gritar.  

   — Droga! Eu esqueci de avisar que chamaria meus amigos! Ele deve estar assustado! — corro do banheiro para o quarto de Jungkook, onde encontro Henri e Sas Lee em frente à porta do menor. — Gente, vocês conhecem ele, é só dizer que são vocês — digo simples girando a maçaneta, mas para a minha completa surpresa, a mesma não gira, percebo imediatamente que está trancada. 

   — Yoongi! — escuto meu irmão gritando, sinto uma raiva percorrer meu corpo, por algum motivo meu instinto de proteção está mais que apurado. 

   — Kook? Abre a porta, sou eu, pode abrir — digo apoiando-me na mesma, na intenção de ouvir o que está lá dentro e sinto meu corpo tremer por perceber imediatamente que ele não está sozinho.

   — Não dá! Ele está— escuto apenas alguns murmúrios como se tivessem tapado a boca dele, e nesse momento é como se qualquer controle que eu tivesse em meu corpo se esvaísse.  

   — O quê?! — olho para os dois ao meu lado, e só aí percebo que Sebastian não está com a gente. — Filho da puta! — sem pensar duas vezes arrombo a porta, com um chute certeiro, encontrando o cretino deitado sobre meu irmão, Jungkook se debatia enquanto o outro tentava penetra-lo, com o maldito membro de fora enquanto sua calça estava um pouco abaixada. De longe é a pior cena que já vi em toda a minha vida, e infinitamente a coisa que me deixou com mais raiva. 

   Nunca em toda a minha vida senti tanta raiva, deixei um rosnado escapar chamando a atenção do filho da puta que estava ali. 

   Eu vou castrar esse desgraçado! — foi a única coisa que pensei antes de avançar. 

   Pulei imediatamente em cima do outro, o derrubando no chão e consequentemente  o afastando de Jungkook, e meu irmão fora liberto. Escutar seu choro desesperado, enquanto clama por minha ajuda, isso fora a conta para que eu socasse o beta com toda força. 

   Ele estava debaixo de mim, e obviamente não tinha força comparada com o a de um alfa, soquei-o com todas as minhas forças, minha intenção é matá-lo, sangue espirrou de sua boca, pela quantidade sei que arranquei alguns dentes, seu nariz fora quebrado, e soquei mais algumas vezes no mesmo local, estarei satisfeito quando o osso de seu nariz tiver virado pó, e ele já estava perdendo a consciência, quando Henri me tirou de cima dele. 

   — Cara! Tá bom! Chega! Ele já vai apanhar mais quando chegar em casa! — me segurou, mas as palavras estavam pouco me importando. 

   — Não quero que ele apanhe mais depois, quero que morra agora! — soltei entredentes, me preparando para voltar para cima do idiota quase desmaiado, e matá-lo de uma vez. 

   — Não vale a pena! Não pode sujar suas mãos! — gritou e eu finalmente o ouvi, não poderia ser preso, perderia a minha vida por causa dele.

   — Vocês! Sumam todos vocês! Saiam daqui! — usei minha voz de alfa, que ecoou pela casa inteira, e deixei que minha presença fosse sentida, o que provavelmente fez com que os outros parassem o que estavam fazendo. — Peguem os desmaiados e as taradas! Levem-nos daqui! 

   Abraço meu irmão enquanto vejo os outros siando do quarto, carregando o que estava praticamente desmaiado, o beta tinha o rosto irreconhecível e banhado em sangue, murmurava e gemia de dor, e me sinto arrependido apenas por não ter arrancado seu pau fora. Jungkook não para de chorar, seu corpo treme de maneira que nunca vi antes,  ajudo ele a revestir a cueca e a colocar uma camisa, a mais larga que ele tem, mas enquanto faço isso ele ainda parece estar travado em estado de choque. 

   — Jungkook, me desculpa, eu fui irresponsável em deixar que desconhecidos entrassem aqui em casa — digo já sentindo meu peito doer, o menor não para de tremer, seu rosto está vermelho, e ainda molhado pelas lágrimas. — Me perdoa por favor, Jungkook — o puxo para mais perto, e ele rapidamente me olha espantado, parecendo só agora ter acordado para a realidade. 

   — V-você bebeu? Yoongi, você prometeu que nunca mais ia beber! — ele se afastou de mim na cama, cambaleando para o lado, quase caindo, parecia estar sem forças. — Sempre que você bebe algo ruim acontece! Yoongi eu não quero que você beba! — ele diz chorando ainda mais, tentando se afastar mais e se levantar, mas seus pernas falham e ele cai no chão sentado. Ineditamente vou para o seu lado, e me agacho próximo a si. 

   — Eu sei, Jungkook! Me perdoa, eu não vou mais fazer isso! — esfrego minhas mãos, implorando pelo perdão dele, como pude errar duas vezes, lidando com um assunto tão delicado?  

   — Yoongi eu vou dizer para a mamãe, eu quero falar com a mamãe — pediu chorando cada vez mais, seus soluços ecoavam pelo quarto e a cena fazia meu coração se apertar, como se estivesse sendo esmagado. 

   — Eles, eles vão me mandar para um reformatório, ou algo do tipo, não faça isso por favor! — digo assustado, o erro não foi qualquer coisinha boba, meu irmão quase foi estuprado por minha culpa, me expulsariam sem pensar duas vezes. — Eu sei que eu errei, mas não vou errar de novo! Eu te salvei as duas vezes, e te prometo que não precisarei mais salvar, porque não vou abrir espaço para que você corra esse risco novamente! — falo o puxando para mais perto e o apertando num abraço, tentando transpassar confiança, tentando ao menos mostrar que minhas palavras são verdadeiras. 

   — Eu quero dormir Yoongi, eu-eu quero esquecer isso — diz me olhando, mas algo me diz que ele não está realmente me enxergando, seus olhos parecem distantes, perdidos em um outro ponto qualquer. — E-e-e-e — percebo que o menor está travado, seu corpo ao mesmo tempo que parece estar mole e fraco, parece ficar rígido, seus olhos arregalam-se e ele parece desligar. 

   — Jungkook! O que está acontecendo?! Jungkook! Responde, por favor! — chacoalho o mesmo, mas não obtenho resposta, ele apenas parece estar ali, mas é como se estivesse parado no tempo, completamente congelado. — Por favor me responda! — começo um choro, nunca em toda a minha vida derramei uma lágrima sequer, mas ver meu irmão mais novo paralisado, sem saber como cuidar dele, isso faz com que eu perca totalmente meu chão. — Eu vou ligar para o doutor Angiar! E-ele vai cuidar de você! Eu tenho certeza de que ele vai te ajudar! — digo o pegando no colo e o deitando em minha cama com cuidado, seus olhos se mexem como se pedisse socorro, num pedido mudo e desesperado. 

   — Y-Yoon... — ele tenta me chamar, mas não consegue completar a frase, enxugo minhas lágrimas e corro em direção ao meu celular, digitando imediatamente o número do médico da família. Nunca agradeci tanto por 

   — Alô? Doutor Angiar? Desculpe-me ligar tão tarde, eu preciso de ajuda! O Jungkook está estranho! Eu preciso de ajuda — escuto o médico dizendo um "Estou indo!" agitado, sem sequer perguntar o que está acontecendo, e logo a ligação é encerrada. — Ele já está vindo, ele vai cuidar de você! Ele vai cuidar de você! Você vai ficar bem — falo para o menor que ainda estava com os olhos abertos encarando o teto, e sinto que o que eu disse é mais um jeito de me acalmar do que acalmar o mais novo.

   De fato não demorou muito para que o doutor chegasse, abri a porta para o mesmo que claramente havia acabado de acordar, sequer estava com suas roupas de serviço. Corremos para o quarto, eu havia deixado Jungkook deitado sozinho no quarto, já que, antes que o médico chegasse, eu decidi revistar a casa e garantir que realmente não tinha ninguém ali. 

   — Senhor Min, o que exatamente aconteceu hoje? — perguntou enquanto eu abria a porta do quarto, dando espaço para que o mais velho entrasse. 

   — Bem... na verdade — digo já dentro do quarto, atrás do médico, o encarando com certa vergonha, ser irresponsável e admitir isso em voz alta é difícil.  

   — Você bebeu? Desculpe intrometer-me, mas está cheirando álcool — comentou colocando suas luvas e me encarando, me julgando, já deveria imaginar que a culpa de tudo isso e minha. 

   — Sim — abaixo a cabeça envergonhado. — Depois de ter ficado com o Jungkook por grande parte da noite, quando ele dormiu, decidi chamar alguns de meus amigos aqui — o médico vê meu irmão deitado, como se estivesse dormindo, e então caminha em sua direção, mas me olha por alguns segundos como se dissesse que deveria continuar. — Ele trouxe duas pessoas que eu nunca tinha visto, mas isso acontece, sempre nos encontramos e levamos pessoas novas — digo me explicando enquanto o médico pega seu aparelhos para iniciar a avaliação. — Mas um deles... bem, um deles tentou estuprar o Jungkook, e eu queria matá-lo, soquei e o deixei irreconhecível, depois os expulsei, depois que eu tirei eles daqui, ele ficou assim, não fala uma palavra — aponto preocupado para o garoto que está de olhos fechados, num provável sono. 

   — Jungkook bebeu com vocês? — abriu - de maneira forçada - seus olhos, e os examinou, jogando uma luz nos mesmos. — Isso está estranho — disse voltando à sua maleta, pegando o estetoscópio e levando ao peito de Jungkook, me olhou de maneira séria e preocupada, largou o objeto que acabara de usar, e em seguida levou os dedos até o pescoço de meu irmão na intenção de checar novamente seus batimentos. Quando terminou a ação, me olhou desesperado e se levantou — Ele está sem batimentos! Precisamos de uma ambulância! Agora! — gritou e eu imediatamente disquei o número no celular, tremendo, quase não consegui digitar os simples números, minha visão estava embaçada enquanto já me sentia começar a hiperventilar, uma tontura forte me atinge e enquanto está chamando sinto que vou cair. Vendo minha situação, o médico pega o celular de minha mão e termina o chamado.

   — J-já está a caminho — seguro a mão de meu irmão, percebo que o mesmo está numa temperatura mais baixa do que o normal e isso só faz com que meu desespero aumente, e mesmo que todo o meu corpo esteja à beira de um completo surto, me recuso a sair de seu lado. — O que aconteceu com ele? Ele não bebeu nada! Ele só comeu comigo antes de dormir! — comento com o médico enquanto o mesmo continua mexendo em alguns aparelhos e lendo vários de seus papéis, ele também parece tão assustado quanto eu. Angiar não é um simples médico, ele conhece a mim e meu irmão desde que nascemos, literalmente foi ele quem realizou o parto, e sei que pra ele também é difícil ver meu irmão nessa situação.

   — Alfas e ômegas têm um sistema imunológico melhor do que o de nós betas, então, é praticamente impossível que ele fique nessa situação por causa de algum alimento — lia alguns papéis que estavam em suas mão, sua voz saiu trêmula, ele estava segurando o choro e antes que pudesse falar mais alguma coisa, paramédicos adentraram o quarto. 

   — Esse é o garoto? Coloquem na maca! — um alfa gritou enquanto amarrou um elástico no braço de meu irmão. 

   Fora apenas o tempo de que os dois ômegas voltassem com a maca para que o outro rapidamente, por algum motivo tirasse uma amostra de sangue, e conferisse mais uma vez os batimentos do meu irmão, confirmando o que Angiar havia lhes passado por telefone. 

   — Vamos precisar do desfibrilador! — disse enquanto levavam Jungkook até a ambulância, carregando o mesmo enquanto outro já preparava o aparelho dentro do veículo. — Vamos ligar! — disse pegando o objeto em suas mãos e preparando para colocá-lo no peito de Jungkook. Já estávamos com o carro em movimento.

   — Doutor, ele está assim há pelo menos trinta minutos! Não podemos fazer nada! — um dos ômegas disse encarando o mais velho, isso fez meu coração quase parar, senti meu estômago se embrulhar e minha visão ficou escura por um segundo.

   Na intenção de apoiar-me em algo acabo batendo a mão em uma pequena prateleira ali, derrubando seringas, e líquidos que sequer imagino o que são, caindo violentamente, por conta do movimento do carro, sobre os objetos. Os que estavam dando atenção ao meu irmão, imediatamente vieram em minha direção ajudando-me a levantar, mas eu não me preocupo comigo, me preocupo com Jungkook. 

   — Meu irmão... salvem ele — peço assim que me sento em um dos bancos ali, acariciando minha cabeça, onde sentia uma leve fisgada, era como se meu corpo pesasse uma tonelada, as sirenes da ambulância estavam distante, mesmo que tão perto, meu peito doía de forma assustadora. 

   — Senhor Min, não podemos fazer mais nada, já aplicamos adrenalina, e o desfibrilador não vai funcionar — disse segurando meus ombros, olhando no fundo dos meus olhos, eu infelizmente podia ver a verdade em seus olhos, mesmo que não quisesse. — Precisamos ligar para seus pais, onde eles estão? — perguntou mas por mais que eu estivesse escutando sua voz, e entendendo tudo o que ele estivesse falando, era como se o tempo estivesse completamente parado, viro um pouco minha cabeça e vejo o corpo de Jungkook, deitado na maca, com todos aqueles fios ligados em si, e aquela linha contínua, que indicava sem batimentos algum, quase vomito em cima do rapaz a minha frente. 

   — Ligar... para meus pais? — minha voz sai embolada, quase como se eu estivesse anestesiado, não era efeito do álcool, pois há tempos o efeito desapareceu completamente, era simplesmente como se minha boca não me obedecesse. — Sim, sim, é... eu preciso do meu celular — digo completamente atordoado, tudo está girando ao mesmo tempo em que nada parece real. — Está... — paro de falar como se tal habilidade me faltasse justamente agora e apenas encaro os que estão só meu redor, me olhando esperando pela resposta. 

   — Seu celular está na sua casa? — perguntou tentando fazer com que eu responda, ao invés disso só consigo piscar os olhos várias vezes. — Precisamos pega-lo, está bem? Não estamos longe, eu e você vamos a pé, e o restante da equipe leva o corpo — ele falou isso e minha cabeça doeu, eu pude escutar meus próprios batimentos ecoando pela minha cabeça. — Vão cuidar de tudo no hospital, e ele será levado à médicos legistas que vão entender o que aconteceu com ele, isso não é sua culpa, algo estranho aconteceu com ele, mas não é sua culpa — disse percebendo que eu estava paralisado, de alguma forma tentando me acalmar para que eu volte ao normal. 

   (3 anos atrás) 

   (Narrador Pov) 

   — Eu pedi um favor para você, Yoongi! Você só precisava fazer isso! — a ômega chamava a atenção do mais novo enquanto estava tremendo numa mistura de medo e raiva, nunca havia passado por algo assim, sentia que poderia desmaiar.

   — Desculpa mãe, eu juro, não era a minha intenção, eu fui falar com o Hobi e quando eu voltei... — a voz do moreno diminuiu até ficar mudo ao fim da frase, assim não se dando para entender o que disse. 

   — E quando você voltou estavam pegando seu irmão para colocá-lo no carro! — ela disse passando as mãos pelos cabelos, andava de um lado para o outro é não sabia o que fazer, o susto havia passado, mas não conseguia acreditar nisso. — Você tem noção do que poderia ter acontecido caso o inspetor da escola não tivesse corrido até lá para pega-lo? — ela parecia decepcionada, e isso doía mais no moreno do que a raiva. — Pedi esse favor porque o nosso motorista teve um problema com sua filha, não podíamos fazê-lo trabalhar, era simples, Yoongi — suspirou pesado, estava cansada, decepcionada e assustada. 

   — Mãe, deixe que eu corrija meus erros! Eu posso buscar ele todos os dias, e deixarei ele aqui na porta de casa — disse ajoelhando-se e segurando na barra do vestido da mulher. — Por favor mãe! Eu prometo que não vou beber mais, não vou encostar um dedo nele que seja para o mal, e eu vou cuidar dele! — dizia desesperado, não estava nem fazendo isso para limpar sua própria barra, só queria mostrar que se importava com Jungkook. 

   — Yoongi! Você tem dezesseis anos só! — ditou irritada — E você se lembra daquele dia em que você bateu no seu irmão? Seu pai quem precisou entrar no meio para protegê-lo! Tudo porque seu irmão foi para a festa com você, e quando você começou a beber demais ele ficou assustado e quis voltar embora! — quase espumava de raiva ao se lembrar de tal acontecimento. — Você deu um tapa tão forte nele, que ficou a marca, e se não fosse seu pai? Você teria mesmo espancado ele? — estava vermelha, gritava em pleno os pulmões.  

   — Mãe! Eu não queria! Foi o impulso do momento, eu não levanto a mão para o meu irmão desde aquele dia! Eu estou arrependido! — era verdade, mas no momento, isso não importava para sua progenitora. 

   — Yoongi! Você é irresponsável demais para ficar perto do seu irmão, se continuar assim, vai acabar matando ele, ou deixando que alguém mate — suspirou pesada sentando-se na cama, suas pernas já estavam fraquejando. — Você está de castigo por três meses, nada de encontrar seus amigos, celular, computador, videogame e nem nada do tipo — disse sem olhá-lo, e obviamente, Yoongi apenas aceitou em silêncio, sabia muito bem que não estava no direito de reclamar. 

   — Mãe? — Jungkook apareceu no quarto, com a expressão mais fofa do mundo. — Não castigue o Yoongi, ele não tem culpa, mãe — disse com os olhos marejados, nada poderia descrever o quanto gostava do irmão mais velho, até mesmo o via como exemplo, e mesmo que Yoongi insistisse em se manter afastado, Jungkook ainda o admirava e o amava. 

   — Olha só, eu amo vocês dois, mas se eu não colocar de castigo às vezes e fazer com que vocês obedeçam às regras, então não vai dar certo — disse se levantando, preparando-se para sair do quarto. — Ele vai ficar de castigo para poder aprender a ser um irmão mais velho, é o melhor para ele, não se preocupe — passou o braço pelos ombros do menor e o guiou para fora do quarto junto à si. 

   (Dias atuais)

   (Yoongi Pov.)  

   Minha mãe estava certa, completamente certa, eu sou irresponsável, não cuidei do meu irmão, e agora, eu não vou mais ouvi-lo me chamar insistindo para sair comigo mesmo sabendo que eu sempre responderia não, ele não vai me chamar para jogar com ele mesmo sabendo que eu nunca deixo ele chegar perto dos meus videogames, não vai mais me acordar no meio da noite só para dizer que me ama, ele sempre fez isso, e eu nunca o respondi, só o expulsava do meu pai quarto. Que tipo de monstro eu sou? Nem sei como isso aconteceu, mas ele estava sob os meus cuidados, era minha responsabilidade, eu deveria cuidar dele, mantê-lo seguro.

   — Deitem ele no chão! Não está respondendo! — o médico gritou para os outros, já fazia algum tempo que a ambulância estava parada, eu via todos eles correndo e se mexendo de um lado para o outro, me ligando aos medidores de batimentos que antes estava em meu irmão. 

   Eu pude ver e sentir todos eles fazendo diversos tipos de procedimentos comigo, mas escutava apenas um zumbido penetrando minha mente, como se tivesse acabado de sair de uma explosão. Fecho os olhos e tento deixar-me acalmar, ou ser levado em direção à morte, já que com a velocidade que meu coração bate em meu peito - de acordo com os “bips” do aparelho ao qual estou ligado - eu posso estar facilmente tendo um ataque cardíaco. 

   Sinto meu corpo inteiro doer, meu peito se aperta como se fosse explodir, o ar parece escapar de meus pulmões, e minha cabeça dói de maneira absurda e inigualável. 

   — Yoon... — no fundo de minha mente escuto a voz de meu irmão. Penso por um segundo que é uma daquelas alucinações, quando tudo se está perdido e você ouve a voz de alguém querido te chamando, mas mudo de ideia no momento em que escuto diversos gritos e aparelhos sendo derrubados.  

   Abro o olho rapidamente, a luz me incomoda um pouco, fazendo com que meus olhos ardam, mas logo me acostumo, e meus olhos não acreditam quando vejo meu irmão sentado na maca, como se estivesse se perguntado onde está. Pela milésima vez na noite meu estômago se embrulha completamente, dessa vez um alívio misturado com confusão. 

   — Yoon... o que está acontecendo? — ele está choroso, muito provavelmente assustado, seus olhos estão lacrimejados enquanto de maneira quase discreta ele ergue um dos braços em minha direção, como se quisesse que eu m aproximasse. 

   Ainda tonto e sentindo meu corpo mole, juntei o pouco que tinha das minhas forças para poder levantar, quase caio mas mesmo assim consigo chegar ao meu irmão, me jogando, o fechando num abraço apertado, como se não o visse há anos. Nunca um conforto tão grande me atingiu. Não tardei em colocar meu nariz em seu pescoço, fungando o máximo que pude, para sentir seu cheiro fraco de laranja, confirmando que ele realmente estava ali. 

   — O-o que está acontecendo? — um dos paramédicos perguntou encolhido longe de nós, junto com seus colegas de serviço. Todos estavam com olhos arregalados. 

   — Eu... não sei, mas meu irmão está vivo! Ele está vivo! — digo sorrindo, não me importo como isso aconteceu, mas ele está aqui, falando, sentado bem a minha frente e isso é tudo que importa. 

   — Isso não é normal — até mesmo o motorista assustado se pronuncia, e todos concordam, ainda sem muitas palavras. 

   — Tudo... tudo bem pessoal, vamos para os exames básicos, precisamos saber se ele está realmente bem — o alfa dali falou e todos os outros, que de certa forma estavam receosos, até mesmo o motorista estava na parte de trás da ambulância para observar e tentar entender o que aconteceu, obedeceram, se aproximando do meu irmão. 

   — Doutor, acho que devemos levá-lo para o hospital, ele precisa ficar internado, ele morreu! Será que vocês viram a mesma coisa que eu? — um dos ômegas falou assustado enquanto pegava um estetoscópio para checar meu irmão. 

   — Meu irmão não vai a lugar nenhum, a não ser minha casa — digo sério, e logo o pego no colo como se quisesse protegê-lo. 

   — Se você quer o melhor para o seu irmão, acho melhor você nos deixar fazer os exames — o alfa segurou o braço de Jungkook e sem pensar duas vezes rosnei mostrando as presas para o mais velho, que se afastou arrependido, deixei um pouco de minha presença ser sentida, estava alertando a todos ali que ninguém encontrais em Jungkook para afastá-lo de mim. 

   — Façam os exames, aqui, não vamos a lugar nenhum, coletem sangue ou qualquer outra coisa que vocês precisem para saber o que aconteceu, depois levem para o laboratório e estudem, mas ele fica comigo — digo sério colocando o mais novo de volta na maca nunca mais vou deixar que ele se afaste de mim. 

   — Yoon... agulha não, não por favor — pede choroso e isso me parte o coração, mas infelizmente, preciso saber o que aconteceu, eu não entendo como isso possa ter acontecido, é literalmente impossível.

   — Me desculpe, Jungkook, você precisa, para que possam dizer que você está bem — seguro firmemente sua mão, e o médico faz o necessário. 

   — Isso não são amostras o suficiente, mas podemos descobrir algumas coisas — diz segurando um recipiente de vidro contendo sangue. 

   — Bem, nesse caso, quero levar o meu irmão de volta — volto a pega-lo no colo, e sem dar a chance de que tentem me impedir de novo, me retiro do veículo e caminho em direção à minha casa. 

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   — Yoon... eu tenho medo, não quero ficar mais sozinho, eu, eu não me lembro do que aconteceu, o que aconteceu? — Jungkook pergunta choramingando quando já estamos em seu quarto, meu coração dói, por que eu sou tão irresponsável com um bem tão precioso para mim. 

   — Olha... eu tenho sido um péssimo irmão ultimamente, eu fiz promessas de que ia mudar, eu prometi que não deixaria nada de mal de acontecer, mas eu falhei, quebrei minha promessa — seguro suas duas mãos as trazendo para mim. — Então, eu imploro, me de uma última chance de te proteger desse mundo complicado e de todos que tentarem te ferir nele, eu só preciso dessa oportunidade — nunca, em toda a minha vida, eu disse palavras tão verdadeiras. 

   — Yoon... você sempre foi minha inspiração — ele diz fungando de maneira fofa. — Sempre quis ser forte como você, e corajoso, e tudo isso — seus olhos parecem esbanjar admiração, mesmo depois de tudo o que eu fiz, ele ainda me admira, isso me faz ver tudo de maneira diferente, e hoje que eu, literalmente, o vi morrer em minha frente, eu percebi que o amo incondicionalmente, e isso é o que vai me motivar a fazer o certo a partir de agora. 

   — Deite-se, eu vou dormir com você hoje, e não vou deixar mais, que ninguém nesse mundo te faça mal — digo deitando-me ao seu lado, e acariciando seus fios escuros, vendo o menor fechando o olho e deixando-se vencer pelo cansaço do provável pior dia de sua vida.


Notas Finais


Oii! Acho que não estão muito satisfeitos com esse capítulo, não é? Mas ele é preciso, e mais para frente vocês vão entender isso
Enfim, vim aqui só fazer mais uma propaganda 😅
Uma fic Yoonmin, que se passa no passado, com muitos conflitos e romance, deem uma olhada se puderem ❤️

Link:

https://www.spiritfanfiction.com/historia/conexoes-de-alma-abo-16553226

PS: Por um acaso gostariam de ter mais contato comigo, para fazer amizade, conversar aleatoriamente e etc, se sim, vou dar um jeito de passar uma de minhas redes sociais para vocês 😇


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